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Se não vivem debaixo de uma pedra - opção que não coloco totalmente de lado à partida - já deverão conhecer todos os 24 vencedores da 88ª edição dos Oscars da Academia e já devem estar emocionalmente recuperados do facto de o Leonardo DiCaprio ter, finalmente, conseguido a sua estatueta depois de anos e anos a fazer tudo e mais alguma coisa no grande ecrã - incluíndo encharcar-se em drogas, interpretar uma pessoa com deficiência e um amor impossível perdido no oceano gelado.

 

Posto isto, estamos então todos prontíssimos para avançar na nossa análise habitual da cerimónia - mas não é aquela análise detalhada e atenta a todos os pormenores da cerimónia mais mediática da sétima arte... é mesmo aquela análise rasca que se auxilia de GIFs, Memes e Vídeos para arrancar à força views dos 13 leitores habituais deste blog. Na verdade, talvez sejam só 7, mas vamos a isto!

 

*** *** ***

 

Estavamos perto das 23:00 quando começou a emissão da passadeira vermelha e nestes momentos iniciais, nunca sabemos muito bem o que esperar da noitada que se avizinha...

 

 

 

No entanto, decidimos colocar alguma fé no potencial da cerimónia e assumimo-nos entusiasmados pelas possibilidades da noite...

 

 

 

Um dos destaques da cerimónia foi Jacob Tremblay - o adorável protagonista de Room que estou, neste exato momento a tentar adotar

 

 

 

Vejam como o garoto rejubila com o glamour hollywodesco... imagine-se o que não seria se viesse morar comigo para a Trafaria!

 

 

 

No entanto, o único local mais animado além da red carpet dos Oscars naquele momento era a boa da internet, que conforme as estrelas iam chegando, ia fazendo das suas...

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Alicia Vikander e o seu jovial vestido amarelo não passaram despercebidos e a atriz sueca não fugiu a duas recorrentes comparações com duas famosas personagens da Disney/Pixar...

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Jared Leto que se destaca sempre pela diferenciação num mar de homens virtualmente todos iguais também tratou de levar no lombo...

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Mas ninguém levou mais ódio que Heidi Klum - em sua defesa digo: não é fácil uma pessoa vestir-se às escuras...

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Mas um dos momentos mais ridículos da red carpet estava guardado para Whoopi Goldberg, quando foi confundida com a Oprah pela Total Beauty 

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A empresa bem tentou apagar o tweet que fez mas, amigos...na internet é para sempre, temos pena, portanto os print screens perdurarão para sempre e o vosso ridículo também, graças ao senhor.

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Evidentemente, seguiram-se vários comentários relacionados com a bronca

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Mas o meu favorito...

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Mas felizmente o Jacob Tremblay está sempre disponível para ser o ser mais amoroso à face da Terra e salvar a alma do convento...

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Mas parou tudo. Leonardo DiCaprio e Kate Winslet chegaram e pousaram juntos para as fotografias e o mundo teve um orgasmo coletivo.

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Por falar em DiCaprio, decerto que estavam todos como nós nesta altura, em ansiosa expectativa por aquele que viria a ser um dos momentos da noite...

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Mas até lá ainda faltavam longas horas, razão mais do que suficiente para que alguns famosos levassem consigo uma boa merenda que os ajudasse a chegar ao fim da noite. Bryan Cranston levou uma bolacha épica que teve um fim pouco feliz...

 

 

 

 

Mas Charlize Theron foi a pessoa mais honesta relativamente à fomeca que se passa em cada uma destas cerimónias...

 

 

 

 

Estavamos a breves momentos de iniciar a nossa maratona noturna, pelo que era o momento perfeito para os últimos preparativos e as últimas selfies de manta, à lareira, com comida de merda...

 

 

 

 

Tudo a postos para o arranque? Vamos à chamada? Equipa Mad Max? Presente! Equipa The Revenant? Presente. Equipa The Danish Girl...

 

 

 

 

 

Tudo alapado e pronto para o arranque. Abrimos caminho com o monólogo de Chris Rock, que sem grandes surpresas, não ataca a temática das condições ideais para a plantação da ervilha em estufa mas sim... 

 

 

 

 

O tema do racismo dominou toda a cerimónia e deu azo a várias piadas acídicas...

 

 

 

Mas a minha favorita foi a trancada épica na Jada Pinkett Smith

 

 

 

 

 O discurso fechou com a promessa de diversidade ao longo da noite e oh senhores se isso não foi verdade...

 

 

 

 

 Começamos com uma muito inspirada montagem de alguns filmes do ano com "intrusos" que promoviam a diversidade de género (mas que na verdade foram só afro-americanos)

 

 

 

 

Um destaque extra para Tracy Morgan que fez uma imitação perfeita de metade da performance de Eddie Redmayne...

 

 

 

 

 

Depois de ter sido uma das involuntárias protagonistas da red carpet, Whoopi Goldberg voltou à carga, criticando desta feita Joy

 

 

 

 

E estabelecendo uma verdade absoluta sobre uma história adaptada à realidade afro americana que pudesse ser considerada à realidade do Oscar...

 

 

 

 

Destas críticas nem o Leonardo & Cia. se escaparam...

 

 

 

 

Mas às tantas as piadas já eram tantas que o discurso sobre a diversidade se foi ridicularizando ao longo da noite, assumindo o ponto alto da idiotice na absurda aparição de Stacey Dash...

 

 

 

 

 

E eu que nem simpatizo com o The Weeknd, senti a sua dor...

 

 

 

 

Mas regressemos às coisas positivas: Alicia Vikander levou um muito merecido Oscar para casa e é, sem dúvida, a sueca mais bronzeada que eu vi na vida.

 

 

 

 

Por esta altura, a cerimónia decorria leve, com humor e sem grandes precalços. Até o Stallone estava a curti-las...

 

 

 

 Bom, pelo menos até ao momento da verdade...

 

 

 

 

Ainda no início da noite, Mark Rylance surpreendeu tudo e todos a levar o Oscar de Melhor Ator Secundário no lugar de Sly...

 

 

 

 

O pessoal ficou possesso na internet, mas Frank Stallone fez um ótimo trabalho ao envergonhar o irmão com uma saga de tweets profundamente ressabiada e, portanto, hilariante

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Mas não foi ele o único a dar bandeira perante a sua tremenda infelicidade. Por esta altura Alejandro Iñárritu ainda não tinha perdido cerca de 674 Oscars para Mad Max, portanto estava bem disposto...

 

 

 

Mas quando a responsável pelo guarda-roupa de Mad Max subiu ao palco para receber o seu galardão, o realizador mexicano amarrou bem o burrinho.

 

 

 

Mas tudo ficou bem no mundo porque a senhora cagou no assunto e vestiu este fantástico blusão com diamantes... porque sim.

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E George Miller aprovou.

 

 

 

Quem também deu o aval à escolha foi Ali G - ou a nova tentativa de Sasha Baron Cohen de ser definitivamente banido da cerimónia...

 

 

 

Por esta altura, a cerimónia precisava de um empurrãozinho, e de forma ligeiramente desinspirada, Chris Rock tentou recuperar o momento da pizza de Ellen Degeneres com o momento da venda das bolachas das filhas...

 

 

 

A audiência até gostou da ideia, porque entrar para aqueles vestidos esterlicadinhos significa muita larica na barriga...

 

 

 

E toda a gente fez fila para comprar uma caixa...

 

 

 

Tanto que não chegou para todos e Matt Damon teve de partilhar o seu tesouro com Christian Bale que depois d' O Maquinista jurou para nunca mais passar fome daquela.

 

 

 

Já o Leonardo... parece que não partilhou.

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E a internet não perdoou, mais uma vez...

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 Se soubesse não me tinha posto a merendar antes da atuação do Sam Smith da canção nomeada do 007 - Spectre que, perdoem-me o palavreado, foi uma valente merda pingada. Ele próprio admitiu...

 

 

 

Mais entusiasmante e emocionante foi o momento musical de Lady Gaga...

 

 

Em "Til it happens to you", subiram ao palco dezenas de vítimas de assédio sexual numa apresentação que deixou muitos membros da audiência de lágrima no canto do olho...

 

 

 

À saída do palco, Brie Larson deu-nos mais uma razão para sermos seus fãs, ao cumprimentar e abraçar CADA UM dos participantes na performance...

 

 

 

Estava tudo alinhado para que uma cantiga bonita ganhasse a noite mas....

 

 

 

oh que merda esta....

 

 

 

A pior canção de Bond de sempre com um Oscar.

 

 

 

Ficamos assim, então, Academia.

 

 

 

Deixemos que a alegria musical nos chegue através da colossal vitória de Ennio Morricone na categoria de Melhor Banda Sonora Original (The Hateful Eight)...

 

 

 

 

E vendo o querido Ennio com uma lágrima a aceitar este prémio há tanto merecido, fiquei com desejos de o adotar também!

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Por falar em adorável: eis um rápido tutorial de como arruinar a participação de crianças asiáticas adoráveis na cerimónia:

 

 

 

 

Oh Ryan, lá tivemos de recorrer a ti para mais um daqueles momentos WTF...

 

 

 

Mas ei, os Minions chegaram para animar a malta!

 

 

 

Ou...quase toda a malta.

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 Mas esta noite também serviu para recordar grandes momentos de infância... como aqueles que passamos com Woody e Buzz <3

 

 

 

 

E também com R2-D2 e 3CPO e.... ai!!! O Jacob a ser adorável outra vez!!

 

 

 

Já me acalmei. Entretanto, entre os aborrecidos apresentadores que normalmente preenchem as noites dos Oscars, aparecem sempre aqueles que secretamente desejamos que um dia apresentem a cerimónia... como a dupla Steve Carell e Tina Fey.

 

 

 

Será que este momento teve algo a ver com isto...?

 

 

 

De todo o modo, nenhum apresentador hipotético gerou tanta mobilização online como o brilhante Louis C.K.

 

 

A sério... ponham-no a apresentar tudo.

 

 

 

Mas também pode ser o Jacob...

 

 

 

 

 A sério... eu vou eventualmente acalmar-me, mas o puto é glorioso.

 

 

 

 

E quando Brie Larson venceu o Oscar de Melhor Atriz, a cumplicidade entre os dois derreteu toda a gente...

 

 

 

Entretanto o Iñárritu lá ficou com melhor cara...

 

 

 

Mas a esta hora já só tinhamos uma coisa na cabeça - DiCaprio - pelo que nem ouvimos nada do discurso dele...

 

 

 

 

Chegou o momento. Depois de dias a ver e rever todas as ocasiões em que DiCaprio NÃO VENCEU, eis o dia, ei-lo!!!

 

 

 

Ele não disse, mas estava assim por dentro.

 

 

 

O reconhecimento foi geral e merecido...

 

 

 

 

Inclusive do seu excelso coprotagonista...

 

 

 

Mas Kate Winslet aplaudiu com o fervor que todos nós sentíamos...

 

 

 

 

 E o nosso rapaz não desiludiu com um discurso fantástico e consciente.

 

 

 

E a Kate Winslet continuava a ser todos nós.

 

 

 

Foi uma boa viagem, kid.

 

 

 

 

Bem vindo ao fim dos memes! Ou será que...?

 

 

 

 

A noite já ia longa e só nos faltava um prémio. Para surpresa de uns, e confirmação de outros, Spotlight foi o vencedor da categoria mais cobiçada. E Michael Keaton manteve o nível com um elaborado "fuck yeah!!!" enquanto mascava a sua já famosa chicla de menta.

 

 

 

A sério, é mesmo famosa.

 

 

 

 

Reparem como a mastiga com vigor... podíamos ficar nisto durante horas...

 

 

 

Mas aproveitamos este momento para relembrar o momento em que Morgan Freeman retira selvaticamente as bolachas da mão de Chris Rock. A fome é negra... e isto não é uma piada racista.

 

 

 

 

Resumindo e concluindo, Julianne Moore deixou a sua apreciação sobre uma cerimónia tépida, mesmo envolvida em muita polémica...

 

 

 

Jacob, estamos combinados para o ano? Apresentas? Sim? Boa!

 

 

 

 

 ... se por acaso o Jacob e o Louis C.K. não puderem, deixo uma terceira alternativa de host em aberto....

 

 

 

Até para o ano malta...

 

 

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Oscars 2016: Vencedores

por Catarina d´Oliveira, em 01.03.16

Já não é notícia para ninguém, mas na verdade sentia-me extremamente mal por não ter isto no blog, portanto finjam-se surpreendidos para todos os efeitos: decorreu no passado Domingo a mais recente cerimónia dos Oscars da Academia

 

Feitas as contas, os galardões distribuíram-se por várias aldeias, dando espaço para uma ou outra surpresa entre o lote de vencedores, nomeadamente Ex-Machina, que levou a melhor sobre Mad Max:Fury Road na categoria de Melhores Efeitos Visuais. Mas o filme de George Miller não foi a chorar para casa: de facto, arrecadou umas espantosas seis estatuetas técnicas que não fazem vergonha a ninguém.

 

Spotlight foi considerado o Melhor Filme e Argumento Original enquanto The Revenant valeu a Iñárritu o segundo Oscar consecutivo de Melhor Realizador e a implosão total e absoluta da internet: a vitória de Leonardo DiCaprio na categoria de Melhor Ator.

 

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Eis a lista completa de vencedores:

 

Melhor Filme: "Spotlight"

Melhor Realizador: Alejandro G. Iñárritu

Melhor Ator Principal: Leonardo DiCaprio, em "The Revenant"

Melhor Atriz Principal: Brie Larson, em "Room"

Melhor Ator Secundário: Mark Rylance, em "Bridge of Spies"

Melhor Atriz Secundária: Alicia Vikander, em "The Danish Girl"

Melhor Canção Original: "Writing's on the Wall", de "007 - Spectre"

Melhor Banda Sonora: Ennio Morricone, de "The Hateful Eight"

Melhor Filme Estrangeiro: "Son of Saul"

Melhor Documentário: "Amy"

Melhor Argumento Original: Josh Singer, "Spotlight"

Melhor Argumento Adaptado: Adam McKay, "The Big Short"

Melhor Fotografia: Emmanuel Lubezki, de "The Revenant"

Melhor Montagem: "Mad Max: Fury Road"

Melhor Mistura de Som: "Mad Max: Fury Road"

Melhor Montagem de Som: "Mad Max: Fury Road"

Melhor Guarda-Roupa: "Mad Max: Fury Road"

Melhor Design de Produção/Cenografia: "Mad Max: Fury Road"

Melhor Caracterização: "Mad Max: Fury Road"

Melhores Efeitos Visuais: "Ex-Machina"

Melhor Curta-Metragem (Live-Action): "Stutterer"

Melhor Curta-Metragem (Documentário): "A Girl in the River: The Price of Forgiveness"

Melhor Curta-Metragem (Animação): "Bear Story"

 

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Point-of-View Shot - The Revenant (2015)

por Catarina d´Oliveira, em 21.02.16

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"I ain't afraid to die anymore. I'd done it already"

 

 

Um poema frenético cravado a frio na pele ensanguentada, The Revenant revisita o mito americano com a crueza que mais com ele condiz – venal, bruta e vingativa.

 

Numa expedição pelo desconhecido território americano, o lendário explorador Hugh Glass é brutalmente atacado por um urso e deixado como morto pelos seus companheiros de caça. Na luta pela sobrevivência, Glass resiste a um sofrimento inimaginável, bem como à traição de John Fitzgerald, um dos seus companheiros de expedição. Guiado pela sede de vingança e o amor da sua família, Glass terá de enfrentar um inverno rigoroso numa busca incessante pela sobrevivência e redenção.

 

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De Leonardo DiCaprio já se disse tudo o que virtualmente se poderia dizer de um ator absolutamente dedicado à sua arte. Depois de anos a fio a usar memes e engenhos humorísticos para gozar o facto de nunca ter levado um Óscar para casa – não obstante as vezes que o mereceu – será, certamente, este o ano que lhe quebra o enguiço. E apesar de ser uma performance profundamente instintiva, fisicamente complexa e matizada e extremamente impressionante, é difícil encaixá-la sequer no top 3 do cânone do ator, o que não deixa de parecer mais uma curiosa confirmação da célebre asserção de Katharine Hepburn sobre as estatuetas douradas: “os atores certos ganham sempre o Óscar, mas pelos papéis errados”.

 

Tanto ou mais surpreendente é Tom Hardy que aparece fiel à forma que lhe conhecemos – o que significa 100% carismático e 50% ininteligível no discurso. Fitzgerald não é um personagem propriamente complexo, aparecendo como um vilão ligeiramente cartoonizado, cujo momento mais humano surge quando descreve pormenorizadamente o que sentiu quando lhe arrancavam o escalpe a sangue frio. Fun!

 

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Mas voltando às considerações gerais, o novo filme de Alejandro G. Iñárritu ambienta-se a um vértice fascinante da ainda breve história americana, mesmo antes de os caminhos serem trilhados, de os cowboys serem intitulados, de os homens armados de emblemas e fogos abrirem caminho pelo Oeste. É quase um cenário Bíblico, num mundo aparentemente sem lei onde a justiça se faz “olho por olho, dente por dente”. Aqui a única lei que impera é a da vingança em bruto, a única que importava naquele momento singular da história, aquele momento que se propaga numa saga de dor e determinação.

 

The Revenant é, assim e sem qualquer margem para fantasias, um violento western que só parece passado num cenário nevoso para expor ainda mais o sangue, suor e membros decepados. Iñárritu maravilha-se com a virgindade da terra, contraposta com a malevolência humana – a simples selvajaria inocente de tudo, desde as árvores sem fim, aos prados cobertos de branco, aos rios enraivecidos. Digamos que, em diversas formas e medidas, é, para o bem e para o mal (já lá iremos) o Gravity dos westerns - visceral e de tal forma eletrizante que transcende a própria narrativa.

 

O pano abre numa espécie de floresta alagada e húmida, de aspeto pouco convidativo, atolada de homens que trocaram qualquer noção de conforto pela possibilidade de fazer algum dinheiro extra no mercado das peles. Enquanto o gangue discute (pouco) alegremente assuntos mundanos, as setas começam a voar, e porque Iñárritu filma tudo com uma misteriosa obsessão pelo natural, é quase possível sentir a roupa pejada de lama, a água a consumir-nos os ossos, o sabor metálico do sangue a inundar-nos a boca. Toda a cena é filmada ao estilo de Birdman, o que significa que navegamos etereamente pelo caos, saltitando de personagem em personagem, enquanto estes rijos do Oeste tentam escapar vivos à fúria dos Índios que apenas procuram recuperar uma “princesa” desaparecida. E esta cena é apenas uma miniatura de tudo o resto.

 

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É uma espécie de paradoxo – aparentemente desnecessariamente cruel, mas é essa mesma dimensão ríspida que mantém a noção de que o Velho Oeste Selvagem era, de facto, desnecessariamente cruel. É certo que quase parece retirar um prazer retorcido da sua própria sanguinolência, num niilismo resvalado numa escuridão que ilustra sem espinhas que a selvajaria do Oeste selvagem não significava propósito, ou independência, ou liberdade. Aqui o selvagem era genuinamente bruto, desumanamente natural e inescapavelmente imperdoável.

 

The Revenant é visceralmente diferenciado de Birdman, mas também dos enredos entreligados dos anteriores filmes de Iñárritu (onde se contam, por exemplo, 21 Grams e Babel). Desta feita a história é extraordinariamente simples, inclusive a um ponto prejudicialmente detrimental. De facto, a ambição filosófica e moral é tão exacerbada que no momento em que chegamos à ansiada represália, depois de tanta dor, morte, planos da natureza e minutos inexplicavelmente queimados, é muito difícil não a sentir como uma relativa desilusão.

 

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Na verdade, o que fez Birdman funcionar tão bem foi o harmonioso casamento entre o virtuoso estilo do realizador e o estado caótico da psique das suas personagens. Todo o pandemónio miraculosamente organizado trabalhava em prol da história de um homem que, procurando reencontrar-se consigo mesmo, se perdia ainda mais. Em The Revenant, o estilo e a história não só não parecem estar na mesma página – parecem arrancados de livros diferentes. O investimento feito em encantar os nossos olhos através de cenas que são manifestamente indeléveis (Emmanuel Lubezki destaca-se uma vez mais como um dos mais talentosos e disruptivos diretores de fotografia dos nossos tempos), o mais recente filme de Iñárritu não consegue deixar de se sentir frustrantemente frio, incapaz de nos assoberbar o coração como nos revira as entranhas.

 

Feitas as contas, The Revenant parece mais uma experiência do que um filme propriamente completo e totalmente coerente. Todavia, esse tipo de cinema, esse raro tipo de cinema que nos transporta inesperada e inescapavelmente para um outro tempo e espaço, ao ponto de lhe cheirarmos os odores, de lhe sentirmos os chãos, de lhe sofremos as dores, é sempre bem-vindo.

 

 

7.5/10

 

 

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Oscars 2016: Nomeados

por Catarina d´Oliveira, em 14.01.16

Foi há momentos conhecida a lista completa de nomeados à 88ª edição dos Óscares da Academia. Sem grandes surpresas, The Revenant foi o filme mais indicado (12 nomeações), seguido de Mad Max: Fury Road (10) e The Martian (7).

 

Graças aos senhores, desta vez não houve hegemonia de David O. Russell e Joy só teve uma nomeação - a já aguardada indicação de Jennifer Lawrence e por esta altura já George Miller coça a barriga de extremo contentamento - merecido.

 

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A seguir a lista completa de nomeados.

 

 

MELHOR FILME
"The Big Short"
"Bridge of Spies"
"Brooklyn"
"Mad Max: Fury Road"
"The Martian"
"The Revenant"
"Room"
"Spotlight"


MELHOR REALIZADOR
Adam McKay, "The Big Short"
George Miller, "Mad Max: Fury Road"
Alejandro González Iñárritu, "The Revenant"
Lenny Abrahamson, "Room"
Tom McCarthy, "Spotlight"

 

MELHOR ATOR
Bryan Cranston, "Trumbo"
Matt Damon, "The Martian"
Leonardo DiCaprio, "The Revenant"
Michael Fassbender, "Steve Jobs"
Eddie Redmayne, "The Danish Girl"

 

MELHOR ATRIZ
Cate Blanchett, "Carol"
Brie Larson, "Room"
Jennifer Lawrence, "Joy"
Charlotte Rampling, "45 Years"
Saoirse Ronan, "Brooklyn"

 

MELHOR ATOR SECUNDÁRIO
Christian Bale, "The Big Short"
Tom Hardy, "The Revenant"
Mark Ruffalo, "Spotlight"
Mark Rylance, "Bridge of Spies"
Sylvester Stallone, "Creed"



MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIA
Jennifer Jason Leigh, "The Hateful Eight"
Rooney Mara, "Carol"
Rachel McAdams, "Spotlight"
Alicia Vikander, "The Danish Girl"
Kate Winslet, "Steve Jobs"

 


MELHOR ARGUMENTO ORIGINAL
"Bridge of Spies"
"Ex Machina"
"Inside Out"
"Spotlight"
"Straight Outta Compton"



MELHOR ARGUMENTO ADAPTADO
"The Big Short"
"Brooklyn"
"Carol"
"The Martian"
"Room"


MELHOR FILME ESTRANGEIRO
"Embrace of the Serpent" (Colômbia)
"Mustang" (França)
"Son of Saul" (Hungria)
"Theeb" (Jordânia)
"A War" (Dinamarca)

MELHOR DOCUMENTÁRIO
"Amy"
"Cartel Land"
"The Look of Silence"
"What Happened, Miss Simone?"
"Winter on Fire: Ukraine's Fight for Freedom"

MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
"Anomalisa"
"Boy and the World"
"Inside Out"

"Shaun the Sheep Movie"
"When Marnie Was There"

MELHOR MONTAGEM
"The Big Short"
"Mad Max: Fury Road"
"The Revenant"
"Spotlight"
"Star Wars: The Force Awakens"


MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
Earned it, de "Fifty Shades of Grey"
Manta Ray, de "Racing Extinction"
Writings on the Wall, de "Spectre"
Til it happens to You, de "The Hunting Ground"
Simple Song #3, de "Youth"

 

MELHOR BANDA SONORA ORIGINAL
"Bridge of Spies"
"Carol"
"The Hateful Eight"
"Sicario"
"Star Wars: The Force Awakens"

 

MELHORES EFEITOS VISUAIS
"Ex Machina"
"The Martian"
"The Revenant"
"Star Wars: The Force Awakens"

 

MELHOR FOTOGRAFIA
"Carol"
"The Hateful Eight"
"Mad Max: Fury Road"
"The Revenant"
"Sicario"

 

MELHOR GUARDA-ROUPA
"Carol"
"Cinderella"
"The Danish Girl"
"Mad Max: Fury Road"
"The Revenant"

 

MELHOR MAQUILHAGEM E CABELOS
"Mad Max: Fury Road"
"The 100-Year-Old Man Who Climbed Out the Window and Disappeared"
"The Revenant"

 

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
"Bridge of Spies"
"The Danish Girl"
"Mad Max: Fury Road"
"The Martian"
"The Revenant"

 

MELHOR EDIÇÃO DE SOM
"Mad Max: Fury Road"
"The Martian"
"The Revenant"
"Sicario"
"Star Wars: The Force Awakens"

 

MELHOR MISTURA DE SOM
"Bridge of Spies"
"Mad Max: Fury Road"
"The Martian"
"The Revenant"
"Star Wars: The Force Awakens"

 

MELHOR CURTA-METRAGEM
"Ave Maria"
"Day One"
"Everything Will Be Okay"
"Shok"
"Stutterer"


MELHOR CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO
"Bear Story"
"Prologue"
"Sanjay's Super Team"
"We Can't Live Without Cosmos"
"World of Tomorrow"

 

MELHOR CURTA-METRAGEM DOCUMENTAL
"Body Team 12"
"Chau, Beyond the Lines"
"Claude Lanzmann"
"A Girl in the River"
"Last Day of Freedom"

 

 

A cerimónia de entrega dos galardões está marcada para 28 de fevereiro, em LA.

 

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Awards Season: Vencedores dos Golden Globes 2016

por Catarina d´Oliveira, em 11.01.16

No passado domingo ficamos a conhecer a lista de vencedores da 73ª edição dos Globos de Ouro.

 

Em Cinema, as surpresas não foram muitas, mas houve espaço para algumas confirmações importantes que deverão dar pistas sobre o seguimento da restante awards season, com The Revenant a tomar um importante domínio nas principais categorias.

 

the-revenant-golden-globes-2016.jpg

 

 

Eis a lista de vencedores de Cinema:

 

MELHOR FILME - DRAMA

The Revenant

 

MELHOR FILME - COMÉDIA OU MUSICAL

The Martian

 

MELHOR REALIZADOR

Alejandro G. Iñárritu, por The Revenant

 

MELHOR ATRIZ - DRAMA

 

Brie Larson, por Room

 

MELHOR ATOR - DRAMA

Leonardo DiCaprio, por The Revenant

 

MELHOR ATRIZ - COMÉDIA OU MUSICAL

Jennifer Lawrence, por Joy

 

MELHOR ATOR - COMÉDIA OU MUSICAL

Matt Damon, por The Martian

 

MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIA

Kate Winslet, por Jobs

 

MELHOR ATOR SECUNDÁRIO

Sylvester Stallone, por Creed

 

MELHOR ARGUMENTO

Aaron Sorkin, por Steve Jobs

 

MELHOR FILME ESTRANGEIRO

Son of Saul (Hungria)

 

MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO

Inside Out

 

MELHOR BANDA SONORA ORIGINAL

The Hateful Eight, por Ennio Morricone

 

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL

"Writing’s On The Wall", de Spectre

 

PRÉMIO CECIL B. DEMILLE

Denzel Washington

 

 

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