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Com um dia de atraso e porque no próximo Domingo decorre a cerimónia dos Oscars e não queria que nenhuma estrela faltasse porque prefere dar um pulinho à cerimónia cá do burgo (entre Trafaria e L.A. acho que se trava uma luta profundamente injusta), realizou-se esta tarde a 3ª Edição dos Close-Up SOAP Awards. Se por alguma razão inexplicável não se lembrarem dos nomeados, podem revê-los aqui.
A Academia Portuguesa de Artes Mais ou Menos Cinematográficas já contou os votos de quase 150 membros votantes e os vencedores foram decididos, mas mesmo quem foi para casa de mãos a abanar teve a noção de que esteve num evento cujo único objectivo era honrar a indústria cinematográfica, que tantas alegrias nos dá todos os anos, mas também algumas tristezas e, ocasionalmente, dores nos rins ou até patologias mais graves... além de a celebrar, se calhar gozar respeitosamente um bocadinho com ela também.
Mas vamos a resultados, que até há momentos só o senhor que nos faz os envelopes com os vencedores é que sabia - é triste, mas o senhor dos envelopes sou eu, com um bigode farfalhudo de colar, portanto talvez seja melhor ser uma senhora dos envelopes.
Além de "Rush" ter sido o surpreendente vencedor na categoria de MELHOR FILME QUE NÃO FOI NOMEADO PARA O OSCAR DE MELHOR FILME, "La Vie d'Adèle" levou para casa o segundo galardão mais apetecido da cerimónia na categoria de MELHOR FILME QUE PROVAVELMENTE MUITA GENTE NÃO VIU. Infelizmente ninguém apareceu para reclamar o prémio e dizem os rumores que a Adèle ficou em casa a encher a barriga (e os cantos da boca) de massa e chocolates.
Mas porque já vamos com chacha e conversas a mais... vamos então relevar a lista completa de vencedores dos Close-Up Soap Awards 2014.
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MELHOR FILME QUE NÃO FOI NOMEADO PARA O OSCAR DE MELHOR FILME
“Rush”
MELHOR FILME QUE PROVAVELMENTE MUITA GENTE NÃO VIU
“La Vie d’Adèle”
MELHOR BLOCKBUSTER
“The Hunger Games: Catching Fire”
MELHOR BLOCKBUSTER DA LOJA DO CHINÊS
“After Earth”
PIOR FILME PARA VERES COM OS TEUS PAIS E AVÓS
“Nymphomaniac”
FILME QUE NÃO NOS ATREVEMOS A TOCAR NEM COM UM PAU DE TRÊS METROS
“Grown Ups 2”
A TENDÊNCIA DO ANO
McConascência
MELHOR PERSONAGEM SECUNDÁRIA QUE É INEQUIVOCAMENTE MAIS ‘FIXE’ QUE O PROTAGONISTA
Loki (em oposição a Thor), em “Thor: The Dark World”
MELHOR CAMEO
Channing Tatum, em “This is the End”
MELHOR PERFORMANCE ANIMAL
A girafa em “The Hangover III”
MELHOR PRESENÇA DA CASA BRANCA NUM FILME
“Lee Daniels’ The Butler”
MELHOR TÍTULO DE UM FILME QUE TAMBÉM SERVIRIA NA INDÚSTRIA PORNOGRÁFICA
“Inside Llewyn Davis”
MELHOR (MONSTRO, EPIDEMIA, CRIATURA) DESTRUIDOR DA CIVILIZAÇÃO
Os zombies atletas olímpicos, em “World War Z”
MELHOR ORGANIZADOR DA FESTA PARA NOS DESGRAÇAR A VIDA
“The Great Gatsby”
REI/RAINHA DA PISTA DE DANÇA
Jordan Belfort (Leonardo DiCaprio), em “The Wolf of Wall Street”
MELHOR UTILIZAÇÃO DA BANDA SONORA NÃO ORIGINAL
Empate: “Inside Llewyn Davis” & “The Wolf of Wall Street”
MELHOR GUARDA-ROUPA NUM FILME QUE NÃO SEJA PASSADO NO ANTIGAMENTE
“The Hunger Games: Catching Fire”
MELHOR ITEM DE VESTUÁRIO/ACESSÓRIO RESISTENTE A QUALQUER CONTENDA
Chapéu do Gandalf, em “The Hobbit: the Desolation of Smaug”
MELHOR MOMENTO A PUXAR P’RÁ LÁGRIMA TAMBÉM PATROCINADO PELO “ARREPIO NA ESPINHA”
Victory Tour – Paragem no Distrito de Rue, em “The Hunger Games: Catching Fire”
MAIOR MOMENTO WTF?
Cameron Diaz numa sessão de sexo voraz com um carro, em “The Counselor”
‘LOOK AT MA SHIT!’ AWARD
“The Wolf of Wall Street”
LINHA DE DIÁLOGO QUE ANIMA O ESPÍRITO
“Hermione just stole all our sh*t” (“This is the End”)
PRÉMIO ESPECIAL – HOMICÍDIO EM PRIMEIRO GRAU À ARTE DO PHOTOSHOP
Empate: Posters de “Grudge Match” & “Grown Ups 2”
PRÉMIO ESPECIAL – ANTIDEPRESSIVOS PARA QUE VOS QUERO
“12 Years a Slave”
PRÉMIO ESPECIAL – ‘NOSSA, QUE BIOLÊNCIA!’
O castigo de Patsey, em “12 Years a Slave”
PRÉMIO ESPECIAL – OMNIPRESENÇA
James Franco [9 créditos]
"Truly songs and tales fall utterly short of your enormity, Oh Smaug, the Stupendous"
“Uma Viagem Inesperada” que começou devagar, devagarinho e que ganha novo ritmo e vida num desenvolvimento a toque de caixa.
“The Hobbit - The Desolation of Smaug” retoma os acontecimentos do seu predecessor, com Bilbo Baggins e os seus companheiros anões liderados por Thorin Escudo-de-Carvalho numa jornada (aparentemente) interminável até à Montanha Solitária - um dia o epicentro do poder e reino dos Anões, mas que é agora retida pelo poderoso dragão Smaug.
Baseado nos capítulos intermédios de “The Hobbit”, notas e escritos suplementares de J.R.R. Tolkien e algum material originalmente criado pelos argumentistas Fran Walsh, Philippa Boyens, Peter Jackson e Guillermo del Toro, “The Desolation of Smaug” parece um capítulo mais livre para expandir e explorar de forma mais energética e viva o universo criado. Desta feita não há horas de indecisões, de anões presos em casa e a entoar cânticos ancestrais, de complacências ou exposições excessivas. Aqui há ação, dinâmica e uma narrativa mais confiante e completa. Nesse sentido, virtualmente todos os aspetos de “The Desolation of Smaug” representam uma forma de melhoria sobre o primeiro capítulo, que tinha servido para estender algumas das piores tendências de Peter Jackson em “The Lord of the Rings”.
É verdade que a fábula compacta de Tolkien continua a não ser totalmente bem servida pela abordagem esticada e grandiosa de uma trilogia, mas “The Desolation of Smaug” está cheio de sequências de ação inventivas, encontros dramáticos que propiciam o envolvimento emocional com a história, (que, inclusive, foi um dos traços que levou “The Lord of the Rings” a tornar-se um fenómeno cultural tão ressonante) e acontecimentos que servem, efetivamente, para avançar a história. Todavia, é impossível não notar mais uma vez – ainda que em menor grau do que no primeiro episódio – o inchaço obrigado da narrativa (afinal são apenas 300 páginas para três filmes) e uma tentativa de criação de mitos pouco graciosa e fluída.
Outro dos problemas que parece continuar a perseguir esta nova saga é que a sua demanda não tem a mesma urgência e gravidade que a campanha de “The Lord of the Rings”, e muita da sua luta trava-se com inconsistências de tom e estrutura. Inspirado num material declaradamente mais leve e juvenil, “The Hobbit” convulsa-se para incluir a mesma negritude que pairava sobre “The Lord of the Rings”, e muitas vezes, Jackson parece mais preocupado em construir uma prequela com sentido para este último, do que propriamente investir-se na adaptação da obra literária.
Não obstante, a alegria do realizador em oferecer um sentido de escapismo único continua contagiante, num mergulho fantástico de entretenimento descarado. A sua lente lustrosa prossegue varrendo a Nova Zelândia com o mesmo charme de sempre, acrescentando-lhe um aspeto de outro mundo, ainda que este seja, visualmente e em termos imagéticos, a adaptação mais cinzenta do universo edificado pelas palavras de Tolkien.
O departamento de CGI é novamente o segundo personagem principal a auxiliar na construção deste deslumbrante universo, criando passagens, ambientes e paisagens de cortar a respiração. A sequência da fuga da prisão que evoluiu para uma evasão na água com barris de madeira exemplarmente coreografada e digna de um parque temático é repetidamente referida como um dos pontos altos das ocorrências, mas uma outra passagem entusiasmante e envolvendo aranhas gigantes de Mirkwood poderá também levar os mais convictos aracnofóbicos a necessitar de uma dose extra de calmantes entre as pipocas.
Continuando neste departamento, e se em “An Unexpected Journey” uma particular sequência com um personagem gerado por computador muito querido à audiência se tornou instantaneamente o momento de ouro desse filme, o mesmo não pode ser dito com total justiça de “The Desolation of Smaug”. Enquanto o encontro com Gollum no primeiro filme se construiu de um misto de maravilha tecnológica, interpretações ricas e diálogo fabuloso, o muito esperado confronto entre Bilbo e Smaug acaba por ficar uns furos atrás em alguns departamentos. É divertido, ameaçador e incrivelmente tenso, colorido por uma criatura incapaz de resistir à sua própria vaidade mas enquanto a magnificência técnica parece crescer de filme para filme e a inspiração do casting de Benedict Cumberbatch ser inegável, fica a sensação de que alguém se apaixonou pela voz e discurso do dragão, que, à semelhança de vilões de outros blockbusters perde demasiado tempo na sobre-exposição detalhada dos seus planos e pensamentos.
E ainda no departamento técnico, todavia, vale também a pena apontar que, já como tinha sucedido em “An Unexpected Journey”, muitos métodos utilizados em “The Lord of the Rings” foram alterados, como seja a utilização de imagens geradas por computador para dar vida a Orcs que um dia foram interpretados por duplos. Com movimentos demasiado fluídos e, por vezes, a desafiar a física, são pequenos pormenores menos felizes que marcam negativamente o trabalho geralmente fenomenal de um departamento de outro mundo.
A nível de elenco, reservamo-nos a destacar a continuação de sólido trabalho de Martin Freeman, que torna o seu Bilbo cada vez mais interessante, não só à medida que descobre, aos poucos, a sua coragem, mas também conforme desvenda as magnéticas e perigosas propriedades do artefacto que ganhou a Gollum no primeiro capítulo – o anel.
O restante elenco cumpre largamente as suas responsabilidades, devendo ainda prestar-se o devido reconhecimento à novata Evangeline Lilly que torna uma personagem algo supérflua e sem consequências justificáveis na história (além de uma espécie de romance cliché e desnecessário) numa presença muito bem-vinda.
Com um final que é a verdadeira definição de um cliffhanger, e cuja resolução chegará a 17 de dezembro de 2014, “The Desolation of Smaug” é uma aventura excitante no geral, e mais um filme de grandes momentos do que um grande filme. Tal como “The Hunger Games – Catching Fire”, existe alguma dificuldade em julga-lo sem a possibilidade de assistir ao quadro completo.
Com um final abrupto, que surge no exato momento em que mais ansiamos ver o que acontece a seguir, o entusiasmo e investimento que consegue imprimir na audiência é algo que “An Unexpected Journey” nunca conseguiu fazer. E só por isso já vale a pena roer as unhas até ao próximo Natal.
7.5/10
"The Hobbit: The Desolation of Smaug" está prestes a chegar às salas e para o celebrar o utilizador do Youtube OnlyLeigh criou uma combinação bombástica e surpreendente entre o universo de Tolkien & e Peter Jackson e... "Mean Girls".
E a resposta às vossas perguntas é esta: sim, é maravilhástico.
Parecendo que não, "The Hobbit: The Desolation of Smaug" está quase aí a chegar, e a página oficial do filme continua a bombar com material promocional - desta vez, sete posters das principais personagens da sequela.
O filme de Peter Jackson chega à tugolândia a 12 de dezembro.
Foi finalmente revelado o primeiro trailer oficial de "The Hobbit: the Desolation of Smaug", que continua a acompanhar a perigosa jornada de Bilbo Baggins, Gandalf e o bando de anões liderado por Thorin para reconquistar o Reino dos Anões de Erebor do temível dragão Smaug.