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Close-Up Soap Awards 2014 - 3ª Edição - Vencedores

por Catarina d´Oliveira, em 27.02.14

 

 

Com um dia de atraso e porque no próximo Domingo decorre a cerimónia dos Oscars e não queria que nenhuma estrela faltasse porque prefere dar um pulinho à cerimónia cá do burgo (entre Trafaria e L.A. acho que se trava uma luta profundamente injusta), realizou-se esta tarde a 3ª Edição dos Close-Up SOAP Awards. Se por alguma razão inexplicável não se lembrarem dos nomeados, podem revê-los aqui.

 

Academia Portuguesa de Artes Mais ou Menos Cinematográficas já contou os votos de quase 150 membros votantes e os vencedores foram decididos, mas mesmo quem foi para casa de mãos a abanar teve a noção de que esteve num evento cujo único objectivo era honrar a indústria cinematográfica, que tantas alegrias nos dá todos os anos, mas também algumas tristezas e, ocasionalmente, dores nos rins ou até patologias mais graves... além de a celebrar, se calhar gozar respeitosamente um bocadinho com ela também.

 

Mas vamos a resultados, que até há momentos só o senhor que nos faz os envelopes com os vencedores é que sabia - é triste, mas o senhor dos envelopes sou eu, com um bigode farfalhudo de colar, portanto talvez seja melhor ser uma senhora dos envelopes.

 

Além de "Rush" ter sido o surpreendente vencedor na categoria de MELHOR FILME QUE NÃO FOI NOMEADO PARA O OSCAR DE MELHOR FILME, "La Vie d'Adèle" levou para casa o segundo galardão mais apetecido da cerimónia na categoria de MELHOR FILME QUE PROVAVELMENTE MUITA GENTE NÃO VIU. Infelizmente ninguém apareceu para reclamar o prémio e dizem os rumores que a Adèle ficou em casa a encher a barriga (e os cantos da boca) de massa e chocolates.

 

Aparecendo de semblante pesado e taciturno que talvez se justifiquem pela ausência em categorias relevantes nos Oscars, Llewyn Davis reclamou dois prémios para o filme dos irmãos Coen deixando no discurso a promessa de que o filme pornográfico não estaria fora da mesa se isso significasse estar, no próximo ano, entre os principais nomeados aos AVN Awards, ou como melhor são conhecidos... Os Oscars na Pornografia.

 

Por falar em pornografia, Leonardo "Belfort" DiCaprio partilhou algumas lágrimas de reconhecimento durante a cerimónia, agradecendo a esta por ser praticamente a única Academia que reconhece o seu trabalho.
O renascimento de Matthew McCaunaghey também não passou ao lado do evento, tendo o ator texano jurado solenemente nunca mais voltar às comédias românticas e filmes de ação palermas que quase lhe comeram a carreira de uma forma pouco simpática ou recomendável.

 

 

Por fim, e sem necessitar de grandes comentários adicionais... James Franco apareceu nestes preparos.

 

 

Mas porque já vamos com chacha e conversas a mais... vamos então relevar a lista completa de vencedores dos Close-Up Soap Awards 2014.

 

*** *** ***

 

MELHOR FILME QUE NÃO FOI NOMEADO PARA O OSCAR DE MELHOR FILME

“Rush”

 

MELHOR FILME QUE PROVAVELMENTE MUITA GENTE NÃO VIU

“La Vie d’Adèle”

 

MELHOR BLOCKBUSTER

“The Hunger Games: Catching Fire”

 

MELHOR BLOCKBUSTER DA LOJA DO CHINÊS

“After Earth”

 

PIOR FILME PARA VERES COM OS TEUS PAIS E AVÓS

“Nymphomaniac”

 

FILME QUE NÃO NOS ATREVEMOS A TOCAR NEM COM UM PAU DE TRÊS METROS

“Grown Ups 2”

 

A TENDÊNCIA DO ANO

McConascência

 

MELHOR PERSONAGEM SECUNDÁRIA QUE É INEQUIVOCAMENTE MAIS ‘FIXE’ QUE O PROTAGONISTA

Loki (em oposição a Thor), em “Thor: The Dark World”

 

MELHOR CAMEO

Channing Tatum, em “This is the End”

 

MELHOR PERFORMANCE ANIMAL

A girafa em “The Hangover III”

 

MELHOR PRESENÇA DA CASA BRANCA NUM FILME

“Lee Daniels’ The Butler”

 

MELHOR TÍTULO DE UM FILME QUE TAMBÉM SERVIRIA NA INDÚSTRIA PORNOGRÁFICA

“Inside Llewyn Davis”

 

MELHOR (MONSTRO, EPIDEMIA, CRIATURA) DESTRUIDOR DA CIVILIZAÇÃO

Os zombies atletas olímpicos, em “World War Z”

 

MELHOR ORGANIZADOR DA FESTA PARA NOS DESGRAÇAR A VIDA

“The Great Gatsby”

 

REI/RAINHA DA PISTA DE DANÇA

Jordan Belfort (Leonardo DiCaprio), em “The Wolf of Wall Street”

 

MELHOR UTILIZAÇÃO DA BANDA SONORA NÃO ORIGINAL

Empate: “Inside Llewyn Davis” & “The Wolf of Wall Street”

 

MELHOR GUARDA-ROUPA NUM FILME QUE NÃO SEJA PASSADO NO ANTIGAMENTE

“The Hunger Games: Catching Fire”

 

MELHOR ITEM DE VESTUÁRIO/ACESSÓRIO RESISTENTE A QUALQUER CONTENDA

Chapéu do Gandalf, em “The Hobbit: the Desolation of Smaug”

 

MELHOR MOMENTO A PUXAR P’RÁ LÁGRIMA TAMBÉM PATROCINADO PELO “ARREPIO NA ESPINHA”

Victory Tour – Paragem no Distrito de Rue, em “The Hunger Games: Catching Fire”

 

MAIOR MOMENTO WTF?

Cameron Diaz numa sessão de sexo voraz com um carro, em “The Counselor”

 

‘LOOK AT MA SHIT!’ AWARD

“The Wolf of Wall Street”

 

LINHA DE DIÁLOGO QUE ANIMA O ESPÍRITO

“Hermione just stole all our sh*t” (“This is the End”)

 

PRÉMIO ESPECIAL – HOMICÍDIO EM PRIMEIRO GRAU À ARTE DO PHOTOSHOP

Empate: Posters de “Grudge Match” & “Grown Ups 2”

 

PRÉMIO ESPECIAL – ANTIDEPRESSIVOS PARA QUE VOS QUERO

“12 Years a Slave”

 

PRÉMIO ESPECIAL – ‘NOSSA, QUE BIOLÊNCIA!’

O castigo de Patsey, em “12 Years a Slave”

 

PRÉMIO ESPECIAL – OMNIPRESENÇA

James Franco [9 créditos]

 

**** ****

 

FIM
[para o ano há mais!]

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Point-of-View Shot - The Great Gatsby (2013)

por Catarina d´Oliveira, em 17.05.13

 

Nota Introdutória

 

Face aos resultados preocupantes da bilheteira que nos chegaram ontem – as salas portuguesas perderam quase um milhão de espectadores até abril, face ao mesmo período no ano passado, traduzindo-se numa quebra de mais de 20% na audiência – cremos obstinadamente que é preciso ir ao Cinema.

 

Não sendo Portugal um país com uma cultura de crítica de Cinema como outrora foi, é crucial começar a entender o seu papel – por mais pequeno que se vá tornando – no salvamento de um meio que vê a sua luz verde afastar-se ao longe. A crítica não serve para implantar ideias ou opiniões – ao contrário, tem o propósito de contrapor argumentos, iniciar conversas, por cabeças a pensar, e, no limite, levar as pessoas à sala, mesmo que seja para constatar que estão em completo desacordo com determinado crítico. Esta é a Era em que a paixão pelo Cinema deve ser demonstrada em cada palavra – sem que para isso se tenha de gostar cegamente de tudo o que se vê.

 

É muito nesse espírito otimista, que também tantas vezes nos falha enquanto povo, que gostamos de apresentar as coisas “on the bright side of life”. É nesse espírito que tentarei hoje falar de “The Great Gatsby”, de Baz Luhrmann.

 

*** *** ***

 

So we beat on, boats against the current, borne back ceaselessly into the past.”

 

O enredo é tão familiar para os amantes de literatura como o é a história da carochinha para os nossos pequenos, mas por respeito a coesão estrutural e leitores não-familiarizados com a mesma, dispomo-nos a um pequeno aperitivo: a história arranca com o nosso narrador e aspirante a escritor - Nick Carraway - que deixa o Oeste para ir para Nova Iorque na primavera de 1922. O tempo é de moral duvidosa, do jazz deslumbrante e dos reis do contrabando – os anos 20 estão, de facto, no epítome da sua loucura. Perseguindo o Sonho Americano, Nick instala-se perto da casa do misterioso milionário Jay Gatsby e também da casa da sua prima Daisy e o seu mulherengo marido de sangue-azul, Tom Buchanan. É assim que Nick é atraído para o cativante mundo dos super-ricos, das suas ilusões, dos seus amores e deceções. Nick assiste, dentro e fora do mundo que habita, à história de um amor impossível, sonhos incorruptíveis e amargas tragédias, que nos levam inequívoca e simultaneamente, ao retrato de uma era marcante da história contemporânea e à reflexão sobre algumas das nossas lutas do mundo atual.

 

 

Na obra,– no livro sobretudo, e em maior ou menor grau também nas suas adaptações – o quadro geral é muito mais vasto do que “apenas” uma tragédia de amor assolapado. Na verdade, a noção do declínio do Sonho Americano chega a ser tão importante que é mesmo revisto no melodrama entre Jay e Daisy, que arrasta todos os seus amigos num turbilhão de desgraça. A meditação simbólica de Fitzgerald gira à volta de uma América desintegrada, situada numa era de prosperidade e excessos sem precedentes. Excessos esses que propiciam outra crítica e reflexão sociológica bem patente: o vazio da classe alta, que nesta nova era de fortunas, se divide entre a velha aristocracia de East Egg (Tom e Daisy, por exemplo) e os “novos-ricos” de West Egg (Gatsby).

 

Entre outros temas relevantes – aos quais não posso dar a atenção merecida por constrangimentos de espaço e tempo – encontramos a violência, a religião, papéis sociais de género, honestidade, etc.

 

 

The Great Gatsby”, o filme, é, certamente, profundamente divisivo, encontrando paralelos curiosos com uma outra estreia deste mês – “Spring Breakers – Viagem de Finalistas”. Tudo depende na crença pessoal e individual de cada espectador no realizador que dirige os trabalhos, e nesse sentido, ou temos uma das suas adaptações menores, ou a mais metafísica. Das duas uma: ou estilo intrépido e opulento de Luhrmann ignora ofensivamente as condenações sociais de Fitzgerald, ou faz uso desse ridículo excessivo para colocar o mesmo comentário e ainda estender a hipérbole até à natureza atual de Hollywood – da qual ele próprio faz parte.

 

De um modo geral, e excluindo algumas liberdades narrativas (no caso do arco de Nick, por exemplo) e algumas omissões compreensíveis (desenvolvimento de algumas personagens, como Myrtle e Jordan), esta é uma adaptação bastante fiel à obra de Fitzgerald, tanto em termos de “checkpoints narrativos”, como em termos de diálogo propriamente dito.

 

 

O maior problema reside, todavia, na palavra “adaptação”. Porque Luhrmann quis recriar o Gatsby de Fitzgerald, mas a recriação ficou-se em muitas instâncias, pela recitação. E a lealdade literal às palavras escritas não faz, necessária e frequentemente, o sucesso de uma adaptação.

 

The Great Gatsby” é um livro, e foi pensado e escrito como tal, tendo persistido no imaginário de gerações pela equilibrada convergência de fatores que resultaram naquelas exatas palavras, escritas naquele exato contexto. O Cinema é um meio totalmente distinto, que goza da disponibilidade de som e imagens, mas que sofre com os constrangimentos impostos pelo tempo. Ambos contam histórias, é verdade – mas também é verdade que uma bicicleta e um avião nos transportam de um lado para outro, e não é por isso que são minimamente comparáveis, existindo na sua plenitude como meios de transporte individuais. O Cinema e a Literatura funcionam na mesma base, e se Fitzgerald soube explorar ao máximo as qualidades do universo escrito, uma mente semelhante seria requerida para transpor a mesma história para outro meio completamente distinto como o Cinema, algo que, admitidamente, Baz Luhrmann não consegue fazer.

 

 

O realizador australiano não desvendou os segredos do universo ou conjurou alguma magia alquímica que tornam a fabulosa obra de Fitzgerald num semelhante titã narrativo transposto num meio diferente, mas a sua versão está, mesmo assim, longe de monstro que muitos acidamente adivinharam.

 

Luhrmann oferece uma visão provocadora do material base, que pretende ilustrar os seus temas e emoções complexos através da lente do Cinema moderno.

 

O estilo berrante e extravagante sempre foi uma das suas imagens de marca, mas o seu recorrente regresso a histórias de amor impossível parecem permitir o vislumbre de um coração apaixonado e resplandecente. Na primeira metade, o estilo explode numa bola de fogo de vida e cor. Na segunda, Luhrmann sabe diminuir a intensidade (ainda que nem sempre saiba manter o ritmo), e oferece uma narrativa paciente - o climax, curiosamente, tem o sabor de comida aquecida, não estando ao nível do que ficou para trás.

 

 

Como cd para rodar lá em casa ou no carro, a banda sonora atinge vários momentos de genialidade. Todavia, quando chega a altura de contextualização do filme, os resultados são inconsistentes – se por vezes o anacronismo fornece uma nova camada de significado, noutros momentos parece genuinamente deslocada ou subaproveitada.

 

A recriação de Nova Iorque e do Vale das Cinzas funcionam mais no plano de uma realidade sonhada do que propriamente uma autenticidade palpável. Enquanto o 3D não acrescenta grandes valores dignos de nota, é a incomparável identidade visual deste “Gatsby” que, não obstante possíveis críticas, ficará na memória – um eterno símbolo da opulência e extravagância que Luhrmann soube tão bem ordenhar.

 

 

O design de produção orgasticamente sumptuoso e o guarda-roupa (com belíssimas criações de Prada, Miu Miu e Brooks Brothers) são avassaladores, e decerto voltaremos a ouvir falar deles daqui a algunas meses, quando se iniciar a awards season.

 

No elenco, o destaque vai inequivocamente para o homem por detrás da personagem titular – Leonardo DiCaprio convém na perfeição o perigo mercurial e a dualidade que perseguiu Gatsby ao longo das páginas de Fitzgerald. Em Carey Mulligan encontra uma parceria de sucesso, com uma Daisy que equilibra satisfatoriamente um coração dorido e um vazio inexplicável. Joel Edgerton é o verdadeiro leão que Fitzgerald escreveu e Tobey Maguire, sem ser fora de série, dá a Nick a inocência e patetice de um observador exterior, que se convulsa para perceber o que o rodeia.

 

 

Resumindo e concluindo, até porque a procissão já vai longa, talvez Carraway tenha razão: “não podemos repetir o passado”. Talvez seja até essa a razão que justifique a aparente impossibilidade de adaptar o clássico de Fitzgerald. São quase 100 anos de diferença e os meios estão mais diferentes do que uma mente selvagem poderia imaginar. E se não podemos repetir o passado, podemos olhá-lo, refletir, e encarar o futuro.

 

No que podemos acreditar, é que este “Gatsby” pode ser a própria luz verde de Luhrmann, lá ao longe, no final do cais. Também como Gatsby, Luhrmann encontrou na extravagância e excesso a sua forma de a alcançar.

 

Se foi bem ou mal sucedido, isso caberá a cada um de nós decidir.

 

 

7.5/10

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Snorricam - Quanto custaria hoje viver como Jay Gatsby?

por Catarina d´Oliveira, em 14.05.13

 

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Mise en Scène - Mais um tv spot para Gatsby

por Catarina d´Oliveira, em 27.03.13

Muita gente está apreensiva, e eu não sou excepção. Não pelo material que nos foi mostrado até agora - que sinceramente, dentro do que nos pode mostrar (banda sonora, identidade visual, atores), admito que gostei bastante achando até que se adequa ao 'excesso' do próprio enredo -, mas pela mítica que cobre a imensa obra de F. Scott Fitzgerald. 

 

 

Quero desesperadamente que isto seja bom...

 

Esperemos por Cannes para as primeiras reações...

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Master Shot - Filmes que Originaram Jogos

por Catarina d´Oliveira, em 18.03.13

Mergulhei no baú das recordações para relembrar alguns dos jogos baseados em filmes mais… peculiares… da história. Nem sempre necessariamente maus – ainda que às vezes sejam mesmo péssimos – esta é uma compilação de jogos inspirados em filmes insuspeitos que acabaram por marcar a indústria (ou as nossas memórias) indelevelmente.

 


 

“Fight Club”, um dos grandes filmes de culto das últimas décadas… não propriamente o material mais óbvio para um jogo, mas ainda assim, passível de ser transformado num veículo engraçado de execução do Project Mayhem, por exemplo.

 

Mas as fabulosas mentes criadoras por de trás de “Fight Club - Videogame” acharam que sabiam tudo da vida e do enredo a olhar para o nome do filme. Assim, o que acabámos por receber foi uma versão pechibeque de Street Fighter/Mortal Kombat com tipos fininhos ou barrigudos a lutar sem razão aparente em casas de banho e becos manhosos.

 

 

E o jogo é de 2005, portanto não venham com tretas – ao menos os gráficos podiam ser qualquer coisa de jeito.

 

Pontos extra (negativos): Abraham Lincoln é uma das personagens desbloqueáveis, ao lado de… Fred Durst. Esse mesmo, o vocalista dos Limp Bizkit… curiosamente, o exato tipo de “ícone” consumista que o filme critica.

Pontos extra (positivos): A representação dos seios de Bob é bastante precisa.

 



Não é que seja propriamente mau… mas é só esquisito alguém ter-se lembrado de criar um jogo para “The Breakfast Club”, onde o objetivo é apanhar maços de tabaco para salvar a Claire e fazer com ela... o amor.

 

Jogar online aqui

 

 

 



Parece um padrão manhoso, alvo de uma qualquer macumba pouco própria, este que permite que os jogos baseados em filmes de Steven Spielberg sejam tão medonhos. Não contente com apenas um jogo passível de arruinar a sua imaculada reputação como o “primeiro blockbuster oficial de Hollywood” e grande filme de terror, “Jaws” tem dois jogos a trabalhar nesse sentido.

 

 

O jogo de 1987 lançado para NES coloca-nos a conduzir um barco ao caso, ocasionalmente a chocar com coisas e a nadar de um lado para o outro, evitando sermos comidos por um tubarão que vários jogadores dizem nunca ter visto.

 

 

Quase 20 anos depois, os saltos tecnológicos e despedimentos de profissionais que preferiam dormir enquanto criavam jogos faziam adivinhar um futuro menos funesto a “Jaws Unleashed”, lançado em 2006. Aceção novamente errada – além dos controlos horríveis e câmaras que só dava vontade de pontapear, apesar desta vez nos permitir tomar controlo do “vilão”, este desenvolveu algum tipo de consciência que só lhe permite fazer matar pessoas más e trazer a paz ao mundo… mas o tubarão tem sempre muita larica.

 

 




Depois a Enorme obra de Victor Hugo fazer sucesso nos palcos e nos Cinemas, já estava mais do que na hora de o fazer no mundo dos jogos – sobretudo tratando-se de um jogo de pancadaria.

 

O jogo chama-se "Arm Joe", e é japonês – o nome deve-se ao facto de, naquele país, “Os Miseráveis” serem conhecidos como “Aa Mujou”. O jogo foi criado para PC e obviamente não é um produto oficial – parece mesmo caseiro. Aliás, por falar nisso, quando perguntaram ao seu criador porque é que passou cinco anos a desenvolver o jogo, ele respondeu: “porque não tenho amigos”.

 

 

Mas quem liga a isso quando pode engajar-se em festivais de pancadaria entre Valjean, Javert, Marius, Eponine e especialmente Cosette?

 

Pontos extra (negativos): Todos os personagens falam… menos Marius, por alguma razão desconhecida.

Pontos extra (positivos): Os personagens têm poderes e aparentemente o Javert consegue conjurar meteoritos em forma de Kamehameha.

 

 





Não é, em rigor, um jogo sobre o clássico de Stanley Kubrick "2001: Odisseia no Espaço", mas é uma complexa e impressionante combinação deste com o popular jogo Tetris. O objetivo é criar um monólito com as peças pretas.

 

Pontos extra (positivos): Durante o jogo, passam cenas e banda sonora do filme em pano de fundo.

 

Jogar online aqui

 



 

É comummente considerado o pior jogo baseado num filme de sempre, e voltamos a encontrar Steven Spielberg na lista, desta feita com “E.T.”, para a Atari 2600. O pai e a mãe dos flops dos “movie games”. Na verdade, não é um jogo, é um teste de resistência, e é tão pavoroso que chega a ser apontado por muitos como uma das principais razões da enorme recessão que atacou a indústria de jogos entre 1983 e 1985, e que levou, inclusive, à falência da Atari, prevalecendo a lenda urbana de que apenas 1,5 milhões dos 4 milhões produzidos foram vendidos, sendo milhares deles enterrados num aterro no Novo México.

 

 

Pontos (positivos): não há; mas se pensarmos que o criador do jogo só teve cinco semanas para o desenvolver (por obrigação de o lançar no Natal de 1982), quase não parece assim tão mau. Mas é.

 

 

 

 


 

Partir do conceito de um jogo que é baseado num filme que ainda por cima é mau, que por sua vez, é baseado num jogo com e celebrado, parece uma ideia palerma, destinada a resultados dolorosos e cancerígenos para gamers por esse mundo fora.


 

Infelizmente, ninguém se pôs à frente do camião da morte, e a ideia diabólica concretizou-se mesmo, em 1995.

 

 



Para provar que não só os jogos antigos que são marretas, revisitemos “The Hunger Games Adventures”, que com a potencialidade de aproveitar uma mina de ouro na indústria dos jogos, tem uma criação aborrecido, repetitiva, pouco, ou alias NADA original para iPhone/iPod/iPad/Facebook.

 

 

Pontos extra (negativos): é uma versão rasca do farmville.

 

 



Mais uma vez, é a lógica tripartida (começa num livro, passa pelo filme e culmina no jogo), mas serve para o propósito.

 

Em 1990, o clássico de F. Scott Fitzgerald, que até ao momento teve a sua versão cinematográfica mais relevante na versão de 1974 realizada por Jack Clayton, recebeu o tratamento pixelizado por cortesia de Charlie Hoey e Pete Smith, que passaram um ano inteiro a desenvolver o jogo. No enredo, tomamos a parte de Nick Carraway em busca do sonho americano, sempre acompanhado do seu chapéu boomerang mortífero.

 

Pontos extra (positivos): Os criadores do jogo deixaram-no em open source para que outros programadores o possam alterar ou adaptar se assim desejarem.

 

Jogar online aqui

 



Não consigo avaliar se o jogo é bom ou mau (aliás, o modo "dance off" é apenas uma da cinco secções disponíveis)… mas ver o próprio Darth Vader acompanhado de um punhado de Stormtroopers a dançar em “Kinect Star Wars” é uma experiência surreal e reveladora – além de um dos maiores vilões modernos do Cinema, é também, e certamente, o melhor bailarino.

 

 

 





Se há alguma coisa mais horripilante que “Friday the 13th” só mesmo o seu jogo correspondente, e não pelas razões mais felizes. A possibilidade de jogar com Jason é logo posta de parte – só podemos ir saltitando de jovem vítima em jovem vítima, até a anterior ser estraçalhada pelo vilão… à luz do dia… em câmara lenta. Resumindo e concluindo, eis as nossas duas tipologias de ações: correr e morrer.

 

 

Pontos exta (negativos): temos a possibilidade de ser realmente fieis aos filmes e fazer o papel de vítimas burras que nem uma porta, que em vez de fugir, procuram os assassinos em série.

 

Pontos extra (ainda mais negativos): tecnicamente, era possível acabar o jogo em cerca de três minutos.




 

É sempre ligeiramente injusto fazer pouco de jogos que, claramente, não tinham ainda as grandes potencialidades de hoje ao serviço das suas tecnologias, hoje aparentemente tão pré-históricas que são quase equivalentes a uma pintura rupestre cibernética. De todo o modo, e enquadrando devidamente as disposições da época, continuava a haver bons jogos, maus jogos e péssimas desculpas para gastar eletricidade. “Total Recall” é um infame representante da última categoria.

 

 

Passar de um filme de rating R para um jogo acessível a crianças, não é tarefa fácil… mas daí a transformar o enredo do jogo na tentativa de um gorila indistinto (Arnold Schwarzenegger) cujas duas única linhas de ação são saltos e amostras de murros de escapar a ataques de anões de macacões cor-de-rosa vai um grande pedaço.

 




Há esta coisa no mundo dos jogos cujos enredos vieram transferidos de um sucesso do grande ecrã – espera-se que, de alguma forma, a narrativa apresentava seja mais ou menos fiel à do filme. Se tivermos esta asserção como dogma e se, por hipótese, nunca tivéssemos posto os olhos em “Back to the Future”, ainda hoje acreditaríamos piamente que se tratava da história infortuna de um rapaz que passava a vida a fugir de abelhas assassinas e homens de cor-de-rosa (outra vez!), enquanto aumentava religiosamente a sua coleção de relógios. Às vezes o garoto andava de skate – a parte que, efetivamente, é fiel ao filme.

 

 

Pontos extra (positivos): em caso de intoxicação alimentar, os comandos são tão tremeliques que induzem o vómito com bastante eficiência.

 

 




No espectro “mais surpreendente” da indústria dos jogos inspirados em filmes, há maus filmes que dão origem a bons jogos e há bons filmes que dão origem a maus jogos. Depois há a categoria do buraco negro – maus filmes que dão origem a jogos ainda piores, e que até fazem parecer o mau filme uma obra de arte. É esse o caso de “Charlie's Angels: Full Throttle”.

 

 

Considerado por muitas publicações como “o pior jogo de sempre”, encapsula em si gráficos inacabados, animação pobretanas, gameplay horrífico, paredes invisíveis intransponíveis e um enredo que nem sequer faz lembrar os Anjos, apesar de repetidamente as colocar em lutas acrobáticas capazes fazer Matrix corar em bikinis mínimos.

 




Das duas uma: ou isto é brilhante para lá da compreensão, ou simplesmente perturbador.

 

 

Pontos extra (ambíguos): beba-se um shot de cada vez que se encontra uma personagem semi-nua.




Menções (nem sempre muito) Honrosas


"Catwoman" (PC, GBA, Xbox, PS2, Game Cube)

"Iron Man" (PS2, PS3, PSP, Wii, Nintendo DS, Xbox 360, Mobile, PC)

"Superman 64" (Nintendo 64)

"Raiders of the Lost Ark" (Atari 2600)

"Enter the Matrix" (PC, Game Cube, PS2, Xbox)

"Titanic Rescue" (iOS)

"Cliffhanger" (SNES, NES, Gameboy, Game Gear, Mega Drive, Amiga, Mega CD)

"The Texas Chainsaw Massacre" (Atari 2600)

"A Nightmare on Elm Street" (NES)

"Monty Python & the Quest for the Holy Grail" (PC)

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