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Snorricam - TIME: Great Performances 2013

por Catarina d´Oliveira, em 08.02.13

A TIME falou com alguns dos responsáveis pelas grandes interpretações em Cinema deste ano, o que resultou numa coleção de vídeos única que pode ser vista integralmente aqui.

 

Entretanto, fica um pequeno apanhado das entrevistas a Anne Hathaway, Christoph Waltz, Hugh Jackman, Jessica Chastain, John Goodman,John Hawkes, Naomi Watts, Quvenzhané Wallis e Sally Field.

 

 

 

 

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Point-of-View Shot - Lincoln (2012)

por Catarina d´Oliveira, em 01.02.13

 

"Abolishing slavery by constitutional provisions settles the fate for all coming time. Not only of the millions now in bondage, but of unborn millions to come."

 

Tem sido um ano longo para a memória de Abraham Lincoln. No final de Maio de 2012, foi finalmente lançada uma produção diretamente-para-vídeo nos Estados Unidos chamada “Abraham Lincoln vs. Zombies”, cujo enredo não carece de grandes explicações face ao título… esclarecedor. Pouco menos de um mês depois, chegava aos Cinemas portugueses “Abraham Lincoln: Vampire Hunter”, que colocou o Presidente em confronto com os seres mitológicos mais icónicos da sétima arte.

 

Mas depois do tratamento direto e a seco de pragas de criaturas do além, é reconfortante saber que podemos despedir-nos de janeiro com um retrato mais sério, fiel e respeitador à memória do 16º Presidente norte-americano, repetida e continuamente considerado por académicos, forças políticas e público em geral como um dos três maiores (e melhores) Presidentes norte-americanos da história – acompanhado normalmente pelo espírito fundador de George Washington e pelo engenho renovador de Franklin D. Roosevelt.

 

 

Adaptado da biografia “Team of Rivals: The Political Genius of Abraham Lincoln” de Doris Kearns Goodwin, a 30ª longa-metragem a estrear no Cinema com assinatura de Steven Spielberg retrata os tumultuosos últimos quatro meses de vida do Presidente titular, dando especial proeminência às temáticas da abolição da escravatura e do fim da Guerra Civil Americana, e da consequente união do país.

 

Partindo para a noite dos Óscares com 12 indicações, “Lincoln” é o título mais nomeado do lote, e não é difícil compreender porquê. 2012 foi um ano de Cinema importante para o panorama histórico e presente dos Estados Unidos, e o mais recente de Spielberg poderá bem ser aquele que mais agradará ao ego americano, apesar de ser manifestamente o mais convencional– um paralelismo claro pode ser feito com “Django Unchained” de Quentin Tarantino, como referi na análise da semana passada.

 

 

É um dos dramas biográficos mais autênticos da memória recente, e uma dramatização única da dinâmica política, que não falha em destacar em igual parte a sua natureza dicotómica que paira entre a delicadeza e a brutalidade, de acordo com a necessidade maior.

 

O argumento adaptado de Tony Kushner está povoado de discursos incendiários e de insultos ousados que saltitam entre a complexidade moral dos assuntos a discussão.

 

Em “Lincoln”, o trabalho de Spielberg é profundamente contido e elegante, abstendo-se da clara espetacularidade visual que habita tão comummente a sua filmografia. Desta feita, a abordagem é sóbria, com um relacionamento muito próximo e próprio com a iluminação e a sombra; sombra esta que caracteriza melhor que qualquer outro elemento esta Era negra da (ainda) jovem história Americana.

 

 

Sobre a relação e processo envolvidos entre a contratação de Daniel Day-Lewis ao último take gravado, podia ser escrita uma obra de três volumes. Quando primeiramente Steven Spielberg o abordou, há coisa de quase de seis, sete anos, o ator britânico recusou respeitosamente o papel. De facto, Day-Lewis chegou a recusar “Lincoln” várias vezes ao longo dos anos por se considerar incapaz e intimidado. Auxiliando-se dos antigos colaboradores e amigos Liam Neeson e Leonardo DiCaprio, Spielberg conseguiu finalmente convencê-lo. E como? A certa altura, decidiu que só faria “Lincoln” se Day-Lewis aceitasse protagonizá-lo, e seria tão simples quanto isso. Ao saber disto, o ator aceitou finalmente ler uma versão mais avançada do argumento de Kushner, e depois lá cedeu invariavelmente.

 

E Daniel Day-Lewis traz tanta nuance e profundidade a Lincoln que a crença de que estamos perante o Homem verdadeiro é quase religiosa. Não se trata apenas de uma questão física, apesar de esta só ajudar à festa – a postura, a maquilhagem, o porte fazem crer que não seria difícil colocar a sua fotografia numa nota de 5 dólares americanos e fazê-la passar por verdadeira. É muito mais que isso: é a honestidade do retrato, o peso do mundo sobre os ombros perante os obstáculos, o poder de um líder, e a ternura e crispação interna da figura mais importante de um país que se convulsa para ser ainda um bom homem de família e um bom pai. Em cada silêncio ou discurso elaborado, o Lincoln de Daniel, que diríamos quase ser o verdadeiro Lincoln, carrega em si o intelecto e visão quase serpentinos de um advogado experiente, infundido com uma paixão só reconhecível num homem das artes líricas.

 

 

A entoação e o tom de voz apenas possibilitariam reflexão para um artigo completo, mas fá-lo-emos brevemente. Muitas vozes se levantaram, surpreendidas pela forma como Lincoln soa a partir do retrato de Daniel Day-Lewis, e apesar desta opção criativa ter partido muito do seu próprio processo pessoal de criação de uma personagem, a verdade mais correta é de que existem vários registos de indivíduos que chegaram de facto a conhecer o Presidente e se surpreenderam face à justaposição da sua figura imponente e marcante, com o seu tom de voz atípico – não grave, profunda ou forte, mas ao contrário, num registo mais alto e agudo.

 

No elenco secundário, vale a pena exaltar a personificação perfeita que nos convém Tommy Lee Jones como o Republicano radical Thaddeus Stevens, homem marcado pela dureza da vida e com uma língua tão afiada que não temos dúvidas acerca da sua capacidade de operar nas cozinhas mais movimentadas do mundo. De nota obrigatória é ainda a referência à performance irascível de Sally Field como a emocionalmente volátil e quebrada Mrs. Lincoln.

 

 

O grande problema de “Lincoln” poderá ou não partir do distanciamento que um público não-americano criará na sua experiência. De todo o modo, a questão não tem necessariamente que ver com a sua concentração temática num período e contexto precisos ou propriamente com uma ausência de alma – a sua presença é, aliás, marcante – mas um desvario relativo e recorrente da mesma. O facto de ser em grande medida um drama político quase procedural não é a questão, mas a abordagem segura, sequiosa de cair em boas graças gerais torna-o um produto pouco entusiasmante e pouco vincado em personalidade ou profundidade, faltando-lhe sobretudo exploração de motivos e entrelinhas. Até a família, um elemento tão recorrente e revisitado na filmografia de Spielberg parece aqui obliterado se pusermos de parte a relação marital superficialmente explorada entre Abraham e Mary Todd.

 

Apesar de pelo menos aparentar falhar o estatuto de clássico político instantâneo – só o tempo poderá dizer em que prateleira da História do Cinema Americano se situará -, não devemos considera-lo por menos: “Lincoln” é tão excecionalmente relevante como revisitação histórica de um ícone americano como de crucial importância na relação com o ambiente político atual, e por tudo isso e mais 5 dólares, é um dos filmes mais importantes da carreira de Steven Spielberg.

 

 

7.5/10

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