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Os trejeitos e tiques da garota que trouxe à realidade física a (dolorosa novela) de Bella Swan de Twilight têm sido largamente examinados (e ridicularizados) ao longo dos anos, mesmo no momento em que parece começar a chegar aos pícaros da aclamação - foi, este ano, a vencedora de um César (ou Óscar francês) de interpretação, e a primeira atriz estrangeira a consegui-lo.
É difícil acreditar que a carreira de Kristen Stewart começou muito antes do épico de vampiros - o veículo que a transportou, permanentemente, para o passeio da fama (e da infâmia). Todavia, e na verdade, Stewart já corre estas maratonas desde tenra idade, depois de ter sido "apanhada" por um agente numa peça escolar com apenas 8 anos.
Mas mesmo antes de Panic Room - o thriller de 2002 de David Fincher e também com Jodie Foster que a colocou, pela primeira vez, no mapa - Kristen Stewart já tinha andado a espalhar charme e "talento" por um elucidador reclame da Porsche.
É fascinante como Stewart descobre uma forma engenhosa de não ter de partilhar o autocarro para a escola com os colegas bexigosos, prazer apenas suplantado pela delícia arrebatadora da atitude ousada com que mente na cara do pai - porque ela vive eterna e intensamente sobre o lema "live fast, die hard".
Recordar é viver.
Hoje Ben Affleck tem tudo: a mulher, o carro, as jóias e a casa - desculpem, mas assaltou-me subitamente a música da Ágata... Além disso é um ator respeitado (ainda que não especialmente engenhoso), um realizador galardoado e, o mais importante de tudo, o novo Batman.
Ora, mas para alguém chegar a Batman tem de ralar muito nesta vida, e o tio Ben não se acanhou quando teve de o fazer para vingar num difícil início de carreira nos anos 80. Depois de pouco promissoras participações em séries e telefilmes, o Ben teve aquele que considero (mas devo ser a única!) o seu verdadeiro breakthrough: um fabulástico anúncio da Burger King onde prova ter a confiança para ser um portentoso super-herói.
Afinal, ele é um herói que quebra as regras.
Com 44 anos de vida e mais de 20 de carreira, Cate Blanchett é uma daquelas atrizes a quem é difícil relembrar um mau papel. Existiram filmes - e peças- menos bons, certamente, mas as performances raramente saíram das redondezas da excelência.
A prova de que o dom - apesar de se estudar, desenvolver e crescer - nasce connosco é um fabuloso anúncio televisivo australiano que Blanchett protagonizou bem no início da sua carreira.
Joseph Gordon-Levitt é uma daquelas pessoas que estamos habituadas a ver há tanto tempo que podíamos jurar que antes de nascer já protagonizada uma sitcom intrauterina. Mas não... na verdade o ator californiano que está quase a fazer 33 anos começou a atuar com apenas seis em telefilmes e séries televisivas.
E é com três ou quatro anos de experiência que, em 1991, Gordon-Levitt - na altura com 10 anos cheios de saúde e fofura - protagoniza um adorável reclame (já tinha saudades desta palavra) a pop-tarts, a solução miraculosa dos nossos pequenos-almoços.
Além de ficarmos com vontade de lhe arrancar as bochechas à dentada por causa da fofura extrema, seria caso para o argumentista/realizador/protagonista de "Don Jon" dizer: "there's only a few things I really care about in life: my body; my pad; my ride; my family; my church; my boys; my girls; my pop tarts".
Já dizia o ditado "se és licenciado... começas por um anúncio marado". Bom, não é um ditado a sério, mas podia ser... mais um caso que o prova? Elizabeth Banks, a atriz norte-americana que depois de breves passagens pela televisão se começou por celebrizar em filmes como "Wet Hot American Summer" e "Spiderman".
Banks, que estudou comunicação e artes performativas na universidade, começou porém, como muitos outros, com uma breve carreira na publicidade que deu luz a um daqueles tesouros que hoje, mais de 13 anos passados, gostamos tanto de ver.
O produto é o teste de gravidez Fact Plus que assegura a uma jovem Banks desconfiada e confusa que, se lhe urinar para cima, lhe fornecerá os resultados mais fidedignos do mercado.
Muitos de nós foram introduzidos a Anne Hathaway naquele que foi, na verdade, o seu primeiro trabalho em cinema - em 2001, com apenas 19 anos, encarnou a jovem Mia Thermopolis em "The Princess Diaries", uma jovem tímida e recatada que um dia se vê a braços com uma herança inesperada de um trono num país distante.
Todavia, foi com 14 anos que se estreou em absoluto em frente a uma câmara, mas desta feita num anúncio televisivo à imobiliária "Better Homes and Gardens".
No anúncio, Hathaway apresenta-se desgostosa e chorosa porque o seu namorado e a família se vão mudar. Tentanto consolá-la o rapaz diz-lhe que ainda têm de vender a casa, o que ainda irá demorar... Hathaway anima-se num sorriso durante exatamente dois segundos, até um cartaz da "Better Homes and Gardens" ser posto no quintal do namorado... parece que aquela gente vende casas que nem pãezinhos quentes.
E que bela indicação trágica para o papel que 15 anos mais tarde lhe valeria um Oscar da Academia...
Muito antes de dar vida ao inesquecível Walter White de "Breaking Bad" ou de participar em filmes como "Argo", "Little Miss Sunshine" ou mesmo "Saving Private Ryan", Bryan Cranston era um ator como tantos outros, a deambular por Los Angeles, fazendo novelas e anúncios televisivos enquanto procurava o seu verdadeiro "furo" profissional.
Ali pelos anos 80, Cranston foi especialmente prolífero no mundo da publicidade, tendo-nos mesmo oferecido aquela que será uma das maiores e mais inequívocas pérolas do "epá já não me lembrava que tinha feito isto então não vou dizer a ninguém".
Na última edição do pull back shot exploramos a fascinante série de dois anúncios que Naomi Watts fez, no pico da sua juventude e espírito feminino, a tampões. O desejo de superar tal emoção revelou-se impossível de cumprir, mas entretanto descobri outra cara conhecida que talvez desejasse ser menos conhecida sempre que revê este anúncio.
É verdade - tem o seu "quê" de divertido e a vantagem de ser protagonizado por uma criança extremamente adorável... mas considerado como um todo, é só parvo.
O título pode ser enganador. O nosso amigo Elijah Wood não apoia propriamente os bróculos, antes pelo contrário. O que lhe traz luz a esta negritude da vida é uma pasta de queijo que, supostamente, torna os bróculos mais apetecíveis para a garotada.
Supostamente... porque tenho para mim que aquilo ainda consegue tornar os bróculos MENOS apetecíveis.
Mas não para o Elijah, uma criança de fascinações simples e que se regozija com o simples ato de uma entidade invisível que lhe joga, a bom gosto e prazer, creme de queijo por cima dos bróculos - quase parece uma descrição pornográfica, mas não é... a sério.
Nos anos 80, Naomi Watts ainda estava longe de imaginar que estaria um dia destinada a ser nomeada para um Oscar. Bom talvez lhe tenha passado pela mente uma vez... enquanto fazia este anúncio fabuloso a tampões.
A capacidade de vender a leveza dos tampões, a facilidade da sua aplicação e a limpeza associada com os mesmos é fascinante e o sinal claro de uma estrela em ascensão. Nunca a menstruação foi uma fase tão feliz...
Mais do que um Oscar ou um prémio da crítica, existe outro feito em Hollywood que estabelece automaticamente o estatuto de estrela a um ator: o convite para participar em anúncios televisivos japoneses esquisitos.
É praticamente uma tradição estabelecida desde há muitos anos. O problema surgiu com a evolução da criação de Tim Berners-Lee... a Internet. Se antigamente os atores podiam fazer figurinhas tristes à vontade sem verem a sua reputação severamente arruinada e receberem olhares horrorizados nas ruas, a geração Youtube veio mudar isso.
Uma das estrelas que mais sofrem com o advento dessa geração é Nicolas Cage, que num momento certamente despoletado pelo consumo de um poderoso alucinogénico, aceitou participar numa série de anúncios para a Sankyo, produtora das máquinas Panchinko - um jogo que cruza o pinball com a 'filosofia' das slot machines.