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Master Shot - Rock in... Movies

por Catarina d´Oliveira, em 15.10.15

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Dos invernos em que nos perdemos em playlists cirurgicamente selecionadas a gosto aos verões em que nos deixamos levar pelos cartazes dos festivais, a Música habita o nosso quotidiano combatendo o silêncio ensurdecedor e promovendo o cultivo artístico, político, emocional, espiritual e, no fundo, da aptidão de viver uma existência mais completa.

 

Mas quando a primeira arte se cruza com a sétima, mergulhamos um pouco mais fundo no contexto e na realidade daqueles que também ajudaram a edificar o que vemos, o que ouvimos, e o que somos. E passamos a ser mais.

 

 

DON’T LOOK BACK (1967), de D.A. Pennebaker

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É uma das poucas lendas ainda vivas das áureas décadas musicais de 60 e 70, mas não é por isso que a esquiva identidade de Bob Dylan, o eterno rebelde anarquista do folk/rock na linha da memória, se torna mais acessível ou menos simbólica. Filmado durante a tour britânica de 1965, o documentário de Pennebaker é, sobretudo, de natureza observacional - pioneira na altura - observando sem intervenção e de forma simples e espontânea a explosão de um ícone. Acompanhando Dylan na criação da mercurial rock star moderna – genial na tradução do engenho mas combativa e corrosiva fora de palco – Pennebaker construiu um dos melhores e mais influentes documentários musicais da história.

 

 

FRANK (2014), de Lenny Abrahamson

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Coescrito por Jon Ronson (ex-membro dos Oh Blimey Big Band) e inequivocamente inspirado na criação de Chris Sievey (uma personagem com uma enorme cabeça de papel chamada Frank Sidebottom), “Frank” é uma ficção por conta própria que nos leva numa viagem à boleia dos Soronprfbs, uma banda excêntrica encabeçada pelo enigmático personagem titular. Começando como uma extravagante e não raras vezes divertida excursão pelo processo criativo musical, é uma deliciosa dissonância, provocadora e sensível que explora a verdadeira importância do sucesso comercial nos dias de hoje em oposição à necessidade de conceção de algo verdadeiramente único.

 

 

BUENA VISTA SOCIAL CLUB (1999), de Wim Wenders

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Cores gastas, estética de hand-held, piadas da banda intercaladas com momentos de performance cheios de alma. São clichés que nos habituamos a amar nos meandros da história do documentário musical contemporâneo, mas que um dia foram frescos nos filmes que os criaram. Este foi um deles. Um tributo alegre e irresistível a um histórico e singular grupo de artistas puros e humildes onde a música é tão importante como as vidas e a cultura que existe por trás de si.

 



CONTROL (2007), de Anton Corbjin

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 Antes do filme existiram as fotos que uniram o destino de Anton Corbjin à veia post-punk dos Joy Division, mas foi quando o fotógrafo decidiu passar à imagem em movimento que este casamento de paixões e intensões chegou ao auge do seu artifício artístico. Num preto e branco metálico, Corbjin explora a vida do vocalista Ian Curtis desde 1973 até à sua morte, em 1980, no pico da sua primeira tour norte-americana. A ficção de “Control” é tão pura que chega a roçar o documental quando mergulha de cabeça numa era esquecida onde, antes de computadores, toques polifónicos e redes sociais, era a música que ajudava a alimentar a imaginação.

 

 

WOODSTOCK (1970), de Michael Wadleigh

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As tentativas de replicação foram (e são) imensuráveis mas já é comummente aceite que nunca existirá outro festival de música como o Woodstock do longínquo verão de 1969. Há, no entanto, muito boa gente que defenda que o evento não teria adquirido tanta relevância social, histórica ou cultural se não fosse pelo filme homónimo lançado no ano seguinte, que viria, inclusive, a ganhar o Óscar na categoria de Melhor Documentário. Mais de 45 anos depois, a epítome da contracultura mantém a sua mística e perante a impossibilidade de viajar no tempo e regressar ao Éden musical que desceu à terra na quinta de Max B. Yasgur, assistir ao filme de Michael Wadleigh é a experiência mais próxima do fenómeno de paz, amor caótico e música que juntou Santana, The Who, Jimi Hendrix e muitos outros.

 

 

THIS IS SPINAL TAP (1984), de Rob Reiner

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Se o virem uma vez, é provável que o voltem a ver vezes sem conta. É um dos suprassumos da comédia contemporânea e da sátira musical e geralmente considerado, sem grandes cerimónias, como um dos melhores spoofs de sempre. A maior parte do diálogo surgiu de improvisação, mas não é por isso que o clássico de Rob Reiner é menos referenciado e citado nos circuitos de culto. Seguindo uma banda fictícia britânica numa tour pelos EUA, este “mockumentary” é extravagantemente divertido e surpreendentemente verosímil – muitas bandas dirão que poderá versar sobre a sua história.

 


THE DOORS (1991), de Oliver Stone

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Foram príncipes da contracultura dos anos 60 e uma das bandas mais controversas e influentes de sempre com um vocalista carismático e dramático que inspiraria gerações – razões de sobra para levar o também rebelde Oliver Stone a inspirar-se na sua história para criar uma ficção que passou diretamente para o top de favoritos de muitos entusiastas da música. Não é o título mais forte ou unânime da lista, mas é uma carta de amor à cena do rock psicadélico dos anos 60 em geral, e um sentido tributo à figura de culto de Jim Morrison em particular.

 

 

A HARD DAY’S NIGHT (1964), de Richard Lester

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Assumo que é impossível que algum dos dois ou três leitores deste blog não conheça os Beatles, mas é relativamente compreensível que seja difícil de conceber a verdadeira dimensão e relevância do grupo que ajudou a cunhar o termo “boy band”. Não falo tanto da influência artística e cultural, porque essa é irreproduzível em magros dois parágrafos, mas da adulação que moveu dezenas de milhões de seguidores por todo o mundo. Numa paragem quintessencial do Cinema com objetos musicais, não só conhecemos as distintas personalidades dos quatro membros como assistimos à criação da fundação de uma mitologia que se ergue até à atualidade. É um sorriso na cara do início ao fim enquanto Paul, John, George e Ringo incendeiam a sua histórica e alegre revolução musical.

 

 

Artigo originalmente publicado na Vogue.pt

 

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 [Artigo originalmente escrito para a Vogue.pt]

 

 

STAND BY ME (1986), de Rob Reiner

À semelhança de "Sandlot", "Stand By Me" versa muito sobre tudo aquilo que torna os laços de infância tão memoráveis. Um clássico da juventude, amizade e perda de inocência onde um grupo de garotos tenta encontrar o corpo de um rapazinho desaparecido. O tipo de aventura que só pode ter lugar num espaço que permite noites longas e dias dedicados – o verão.

 

 

ADVENTURELAND (2009), de Greg Mottola

A substituição do desejo inapagável de uma aventurosa viagem nas férias de verão pela realidade de um trabalho temporário odiável foi, certamente, uma realidade na vida de muitos de nós, comuns mortais. Também o foi na vida de James Brennan, o nosso relutante protagonista que vê as férias perfeitas arruinadas pela realidade da responsabilidade de fazer a sua própria vaquinha. Uma aventura que prima pela pungência e pelo retrato de uma fase da vida marcada pela incerteza do crescimento que se processa à base do “dois passos à frente e um atrás”.

 

 

GARDEN STATE (2004), de Zach Braff

Mais um dos que não são necessariamente um filme de verão per si, mas que tem aquele brilhozinho estival tão reconhecível como vimos, por exemplo, em "500 Days of Summer". Uma fatia de vida e uma ode perfeita ao “verão que mudou tudo” onde não há um único plano que não brilhe, o que por si só já justifica a sua presença obrigatória nesta lista.

 

 

SEVEN YEAR ITCH (1955), de Billy Wilder

O verão também se aproveita na cidade, como vem provar "Seven Year Itch", a história de um pai de família que envia a mulher e filhos de férias de verão para Maine e tenta, em Nova Iorque, resistir à tentação de uma voluptuosa vizinha. Pouco mais me escuso a dizer para vos convencer quando a vizinha é uma bastante encalmada Marilyn Monroe.

 

 

GREASE (1978), de Randal Kleiser

Quería ter um musical para vos oferecer nesta lista, e faço-lo por meio de um clássico que dispensa apresentações. Em caso de percalço, haverá sempre uma exibição de Mamma Mia! na televisão generalista ao virar da esquina.

 

 

LA NOTTE DI SAN LORENZO (1982), de Paolo Taviani e Vittorio Taviani

10 de Agosto. É esta a data da Noite de São Lourenço, aquela onde é visível o maior número de estrelas cadentes no céu. Segundo a tradição, cada uma destas estrelas garante um desejo realizado, e uma mulher pede as palavras certas para contar ao filho a história do vilarejo de San Miniato numa daquelas mesmas noites, durante o último folego da Segunda Guerra Mundial. Uma mistura de lirismo/poesia e realidade/fantasia, é, talvez, o título mais sério desta lista. "La Notte di San Lorenzo" é, como muitos outros filmes de guerra, violento e angustiante. Mas o que sobra findo o seu visionamento é a crença na capacidade da humanidade de se elevar a tamanhas atrocidades.

 

 

FRIDAY THE 13th (1980), de Sean S. Cunningham

Oh, as belas memórias do acampamento de férias de verão. Salsichas assadas, t-shirts pirosas, dores nas costas, canções à volta da fogueira, jovens decepados… ricos tempos! Pamela Voorhees e o seu filho Jason deixaram para sempre a certeza de que um acampamento pode não ser o lugar para as lembranças de verão mais felizes…

 

 

BEFORE SUNRISE (1995), de Richard Linklater

Apesar de ser uma das mais belas e apetecíveis cidades europeias, cremos que há melhores alturas do ano para visitar Viena que não no pino do verão. Ou assim pensávamos nós, até Ethan Hawke e July Delpy nos fazerem mudar de ideias. Uma celebração das relações humanas e daquele honesto mas raro momento em que a magia do quotidiano acontece – click.

 

 

INTO THE WILD (2007), de Sean Penn

Acabadinho de sair da universidade, Chris McCandless decide abandonar a vida de conforto e procurar a liberdade no mundo. A odisseia realizada por Sean Penn é um hino à relação tempestuosa entre um homem e a natureza, e a sua constante procura pela salvação e ponto de ligação com o mundo. Alexander Supertramp promete agarrar-se ao vosso coração, abaná-lo e inspirá-lo pelo sonho.

 

 

AMERICAN GRAFFITI (1975), de George Lucas

Há muito tempo, numa realidade muito, muito distante, George Lucas realizava filmes que não eram Star Wars. Bom, na verdade foram só dois, e sendo que um deles também tinha muitas máquinas à mistura, leva-nos a concluir que o realizador teve um único filme dito “normal” na carreira. Foi nessa era áurea que surgiu Nova Geração, o título que captou na perfeição o sentimento daquele último dia de verão, onde simultaneamente a novidade está à porta e é tentadora mas não deixar a alegria do presente fugir. E tem Harrison Ford, mas juramos a pés juntos que não há quem se envolva à batatada com sabres de luz.

 

 

 [Artigo originalmente escrito para a Vogue.pt]

 

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Master Shot - Bootlegs, I <3 you (parte III)

por Catarina d´Oliveira, em 11.05.15

Eu acreditava piamente que tinha sido há três meses, mas foi na verdade há cerca de um ano e meio que embarquei numa jornada louca pelo universo alternativo... dos bootlegs - gravações baratas (e piratas) de filmes/séries/concertos em que um indivíduo filma o ecrã de um cinema com aquilo que parece ser uma máquina de calcular, a julgar pela qualidade dos mesmos.

 

E depois de muita resistência, hoje regresso finalmente a esse enorme reino de pérolas para recuperar mais algumas obras de arte.

 

 

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Devo ter adormecido na parte em que o Denzel Washington participou no Fast & Furious...

 

 

 

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Possivelmente, linguagem de código para "director's cut"

 

 

 

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E o Jackie Chan com barba branca e dentes podres

 

 

 

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Isto é uma passagem aleatória de 50 Shades of Grey ou assim...?

 

 

 

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Daquela vez em que o Indy teve de ajudar o Frodo a enganar o Sauron...

 

 

 

 

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Afinal o Lincoln acabou com a escravatura a tiro

 

 

 

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Demasiado bom

 

 

 

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É neste que o Leonardo leva o Óscar

 

 

 

 

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"Engaging lonely between" ... "to express himself and wanting"... say what?

 

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A comédia romântica que conta a história de amor entre Frodo, um snowboarder cool, e um Orc... com muito amor, sexo e sonhos.

 

 

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Fácil.

 

 

 

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É (quase) compreensível

 

 

 

 

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"E depois de terminar a sinopse, pousou a garrafa de Rum completamente vazia."

 

 

 

 

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Pacina Maluca.

 

 

 

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Quase, quase...

 

 

 

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Pela primeira vez, uma criação absolutamente fiel

 

 

 

 

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Mesmo nas nalgas.

 

 

 

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 A sequela mais aguardada

 

 

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Master Shot - 10 Filmes de Terror para ver no Halloween

por Catarina d´Oliveira, em 30.10.14

 

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"Tis now the very witching time of night, when churchyards yawn and hell itself breathes out contagion to this world" (William Shakespeare)

 

 

Estamos outra vez naquela altura do ano.

 

A tradição teve origem nos povos antigos da Grã-Bretanha e Irlanda, cuja crença repousava na certeza de que, na véspera do Dia de Todos os Santos, os espíritos regressavam a casa – que é a forma simpática de dizer que os mortos voltavam da sepultura para aterrorizar os vivos.

 

O costume continua a encontrar maior proeminência nos países anglo-saxónicos, mas a nova e divertida celebração começa a incrustar-se cada vez mais nas restantes culturas do mundo.

 

Multidões passeiam-se sob disfarces de vampiros, monstros ou assassinos renomados, pregando partidas pela noite dentro, quando o macabro é a palavra de ordem. Mas é na altura em que o psicopata, ou um louco foragido, ou um verdadeiro monstro sai à rua, irreconhecível nesta procissão de figuras disfarçadas, que a contagem de mortos dispara.

 

É a noite mais assustadora do ano, e por isso, como a manteiga convém ao pão acabadinho de torrar, os filmes de terror encontram nesta data uma razão especial para o seu ser. Hoje revisitamos uma série de películas sangrentas que marcam o dia que se celebra. A única regra? Têm de se passar no Halloween. And now we shall celebrate the Horror.

 

 

“CREEPSHOW” 1 e 2 (1982, 1987)

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Ambos são antologias de terror (contam várias histórias ligadas entre si), e ambos são imperdíveis. Especialmente pelo tributo que prestam ao género. Isto além de que, obviamente, não há lista de terror que se preze que não refira pelo menos uma das crias do génio do terror, George A. Romero.

 

 

 

“NIGHT OF THE DEMONS” (1988)

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Uma espécie de clássico de culto do terror que expõe a glória dos anos 80 – diálogo coxo, más interpretações e conteúdo pouco cuidado, banhados a sangue – apesar de encontrar sequelas e remakes entre 1994, 1997 e 2009. Um grupo de jovens tem a brilhante ideia de dar uma festa de Halloween numa casa assombrada. Pode ser que fique tudo bem… ou então um demónio vai possui-los e transformá-los em seres dentuças, de aspeto apodrecido e voz grossa.

 

 

 

“PET SEMATARY” 1 e 2 (1989 e 1992)

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É verdade que, se há Halloween aqui, não é lá muito; mas não há cá batotas, porque ele está lá – mais proeminentemente na sequela, mas vamos focar-nos no génio original. Stephen King é o autor de algumas das obras de literatura mais arrepiantes da história, desde ‘Carrie’ a ‘Shining’, ou ‘A Coisa’ até ‘O Cemitério’, que aqui hoje se apresenta. Apesar de ser horrífico (no bom sentido) nas ideias que apresenta, infelizmente, não potencia as possibilidades do cemitério de animais que o título promete, com direito a tartarugas carnívoras, ou hamsters mutantes, ou coelhos anões estripadores. Mas há um gato zombie e um bebé assassino, o que é prémio de consolação mais do que suficiente.

 

 

 

“JACK-O” (1995)

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Tem de ser um dos piores filmes que já existiram, o que por sua vez o eleva à restrita categoria do “é tão mau que até é bom”. O indivíduo titular tem cabeça de abóbora (literalmente) e é um demónio lendário do Halloween. Quando é trazido de volta para os tempos modernos, Jack-O começa a chacinar tudo o que mexe à sua frente para assombrar o jovem Sean Kelly e a sua família. A qualidade das interpretações é dolorosa, mas fica a garantia de uma das séries de mortes mais hilariantes alguma vez concebidas no Cinema.

 

 

 

“SCREAM” 1 e 2 (1996 e 1997)

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Inspirada no quadro de Edvard Munch, a máscara de Ghostface congela uma face pálida num grito silencioso. E essa face pode até ter uma voz palerma e anti-climática, mas também tem uma faca de impor respeito para tirar teimas com a população de Woodsboro. Para tirar dúvidas, tanto o clímax do original (1996) como a sua sequela direta são passados no Halloween.

 

 

 

“GINGER SNAPS” (2000)

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Tenho uma confissão a fazer: não gosto de lobisomens. Não lhes acho especial graça, além de que enchem as carpetes de pelos e baba. Mas Ginger Snaps é um dos mais eficientes filmes de terror que já vi com eles, e é diversão gore e folclore no seu melhor. Duas irmãs fascinadas pela morte aventuram-se na noite e uma delas acaba atacada por um lobisomem. A metamorfose começa, mas ela ainda consegue ir a uma festa de Halloween, parcialmente transformada, sem dar nas vistas. No fundo, é tudo uma metáfora para a puberdade e a inconveniência das borbulhas, mas não deixa de ser uma adição incontornável à lista.

 

 

 

“MAY” (2002)

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A crónica da espiral de loucura de uma jovem que sempre foi esquisita por vários motivos - incluindo um olho meio avariado e um gostinho especial pelo macabro. Na noite de Halloween, os ticos e tecos entram em curto-circuito, e May decide criar um amigo… com as partes mais bonitas das pessoas que conhece. Fica o aviso de que não se recomenda para aqueles com a digestão mais sensível.

 

 

 

“HOUSE OF 1000 CORPSES” (2003)

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Quando quatro espíritos jovens e inconsequentes querem divertir-se às custas de uma loja de horrores na beira da estrada, acabam por conhecer a lenda do Dr. Satan, um médico que matava lentamente as suas vítimas. Como é lógico, a inteligência não abençoou as alminhas dos protagonistas dos filmes de terror, que decidem ir procurar o local onde o médico desapareceu. Também é lógico que é de noite. E que está a chover. E que vão ficar encalhados no meio do nada. E que vai haver sangue e tripas. Junte-se uma família arrepiante, mortes aversivas e um palhaço assassino, e o prato – um nadinha indigesto - está pronto a servir.

 

 

 

“TRICK R' TREAT” (2007)

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Mais uma antologia de terror, que desta feita conta uma série de histórias que se centram no dia 31 de Outubro. Cada uma, baseada numa parte da mitologia do Halloween, encontra elementos que a interligam com as outras. Moderno, nada aborrecido (a estrutura ajuda) e surpreendente. E garotos com sacos de batatas na cabeça são das coisas mais assustadoras que se pode encontrar nesta vida.

 

 

 

“HALLOWEEN” (franchise – 10 filmes: 1978-2009)

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A resposta é não, não pode dizer que celebra o Halloween condignamente se não vir o filme de John Carpenter (1978), ou alguma das sequelas e remakes que lhe têm vindo a declinar a aparente qualidade, mas não a relevância nos últimos trinta anos. Além de ser um dos melhores filmes de terror de sempre e de apresentar uma das mais icónicas máquinas de matar do Cinema, continua a captar na perfeição o sentimento de mistério e horror do dia. E apesar de ser sobre um grupo de jovens a serem violentamente assassinados, há qualquer coisa nele capaz de nos fazer sentir em casa neste dia tão especial. Se não o virem pelo menos em algum Halloween das vossas vidas, temo que algo de muito errado vos possa acontecer.

 

 

Artigo originalmente publicado em Vogue.pt

 

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Master Shot - 10 Coisas que Adoro em Indies

por Catarina d´Oliveira, em 11.06.14

É o meu biberão de qualquer hora do dia, e a maior fraqueza na minha armadura cinematográfica - o indie é uma criatura única que, apesar de vir a ser cada vez mais infestado com tiques de grandes estúdios, continua a saber de cor todos os caminhos para o meu coração. E hoje dou-vos 10 grandes mas não exclusivas razões para que tal aconteça.


POSTERS COMO DEVE SER
A arte dos posters não anda pela rua da amargura, anda pelos esgotos que estão por baixo da rua da amargura. Entre clichés que são repetidos vezes e vezes sem conta nas grandes produções, cabeças flutuantes e teasers desinspirados que podiam ter sido desenhados pelo meu sobrinho de cinco anos, os indies continuam a surgir como uma fonte aparentemente inesgotável de iluminação abençoada nos meandros da negritude da falta de imaginação.


PAPÉIS ARRISCADOS
Muitas vezes, os indies contam histórias nas quais os grandes estúdios têm medo de apostar. É verdade que há a possibilidade de realmente a coisa não prestar para nada, mas por outro lado, são estas pequenas e destemidas produções que têm abrido portas a algumas das mais fascinantes encarnações vistas na história do Cinema.


A "MANIC-PIXIE-DREAM GIRL" (MPDG)
Depois de ver Kirsten Dunst em "Elizabethtown", o crítico Nathan Rabin criou o termo MPDG para descrever "a borbulhante criatura cinematográfica que existe na imaginação fervente de argumentistas-realizadores para ensinar outros personagens a abraçar a vida e os seus infinitos mistérios e aventuras".


ROAD TRIPS
Nenhum indie está verdadeiramente completo sem, pelo menos, uma montagem "ao volante" num calhambeque sem seguro onde uma personagem coloca a mão fora do vidro e faz golfinhos ao som de uma canção profunda.


NÚMEROS DE DANÇA
Ah, aquele clímax de "Little Miss Sunshine"... são momentos como este, inolvidáveis para olho e para a alma que servem verdadeiramente estabelecer uma declaração sobre a personalidade da personagem ou a sua jornada.



HISTÓRIAS DE CRESCIMENTO
Ninguém tira o mérito da capacidade de entretenimento das invasões aliens, os apocalipses zombies e dos super-heróis, mas à medida que nos desenvolvemos enquanto seres humanos, são apenas alguns filmes os que conseguem verdadeiramente "falar connosco" e focar-se nas lutas e desafios com os quais nos identificamos.



BANDAS SONORAS
Há filmes com boas bandas sonoras, e depois há filmes onde as bandas sonoras são, em si mesmas, personagens. Guitarras, assobios, palmas e letras profundas sobre a jornada da vida são elementos essenciais.



SLOW MOTION
Chega para lá "300", que o slow motion que me interessa está todo nos indies. Se bem feito, pode tornar-se um momento memorável porque permite convir o que as personagens estão a sentir - ocasionalmente com um voice-over lindinho.


DORES REAIS
Magoar, tocar na ferida e revisitar fantasmas do passado não é coisa que atraia blockbusters. Mas é coisa que atrai sentimentos, e emoções, e uma ligação inexplicável com filmes que parecem pedaços arrancados de nós.



DIÁLOGO ESPIRITUOSO E CITAÇÕES PARA GUIAR A VIDA

Não há indie que se preze sem diálogo engenhoso e inventivo, ocasionalmente inverosímil de acordo com os padrões de uma conversa real. Mas quem é que se importa quando é tão bem feito e quando proporciona citações pelas quais estamos prontos a orientar a nossa vida?

*** ***

Resumindo e concluindo: porque é que gosto tanto de indies? Porque não têm um orçamento milionário e não apresentam a possibilidade primária e direta de encher o bolso ninguém. Porque são filmes feitos pelo poder explosivo do talento cru e pela satisfação inexplicável de criar algo duradouro. No fundo, porque são filmes feitos pela alegria e pelo amor de fazer filmes.

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Master Shot - Coisas que SÓ acontecem nos Filmes

por Catarina d´Oliveira, em 29.05.14

E quase quatro meses depois de termos relembrado algumas coisas que fazem parte do nosso dia-a-dia mas que (quase) NUNCA acontecem no Cinema, achei que estava na altura de aplicar o tratamento inverso e investigar... aquilo que SÓ acontece no Cinema.

 

*** *** ***

 

1 - Pessoas que desaparecem depois da passagem de um transporte público ou atrás de objetos estranhos.

 

 

 

2 - Grupos de agressores que nos atacam, ordeiramente, e um de cada vez.

 

 

 

3 - Armas descarregadas são para deitar fora.

 

 

 

4 - Resultados de DNA e impressões digitais que chegam em 2 minutos... ou 10 segundos.

 

 

 

5 – Escapar a 37 perseguidores que disparam armas de fogo e escapar com dois ou três arranhões ou uma bala de raspa na perna.

 

 

 

6 – Ligar a televisão e ver uma notícia que é imediatamente relevante para a nossa situação (normalmente eu apanho a publicidade do Pingo Doce ou do Continente).

 

 

 

7 – Pessoas que desmaiam com todo o tipo de cacetadas na cabeça e acordam depois só com uma dor chatinha.

 

 

 

8 – Indivíduos assustadores que aparecem nos espelhos.

 

 

 

9 – Pessoas sem dinheiro para mandar cantar um cego, que têm apartamentos de luxo.

 

 

 

10 – Caixotes do lixo que nos salvam da morte certa.

 

 

 

11 – “Siga aquele carro!” – resulta sempre (mas claramente ainda não viram a rotunda dentro da rotunda do Marquês).

 

 

 

12 – A vida passada em montagens (com músicas giras).

 

 

 

13 – Quando acontecem coisas boas e bonitas, tens o teu próprio flashmob.

 

 

 

14 – Lutas tão organizadas que te permitem demonstrar poses e bazófia antes de começarem.

 

 

 

15 – Amores que correm pelo aeroporto para te impedir de ir embora.

 

 

 

16 – Hackers que conseguem entrar em todo o lado em 30 segundos através de uma complexa técnica que envolve espancar rápida e violentamente as teclas do computador.

 

 

 

17 – 100% das pessoas que vão às compras traz uma baguete.

 

 

 

18 – O virar da cabeça dramático.

 

 

 

19 – Toda a gente fala inglês. Até os aliens.

 

 

 

20 – As festanças são sempre limpinhas.

 

 

 

21 – Pessoas lindas que na verdade representam o/a boy/girl next door (que não é suposto ser assim tão lindo).

 

 

 

22 – Indivíduos que aparentemente não necessitam de olhar para a estrada quando conduzem.

 

 

 

 

23 – Pessoas que acordam lindas e sem bafo de bode morto.

 

 

 

24 – “Dá-me uma cerveja!” e de facto dão-te, sem sequer perguntarem qual a marca, porque só há umas 104859204.

 

 

 

25 - Explosões que permitem desfile com bazófia.

 

 

 

26 – Encontras sempre uma serra elétrica, quando precisas dela.

 

 

 

27 – Estrangeiros que preferem falar em inglês entre si.

 

 

 

28 – Cães que ladram naturalmente e apenas para quem é ruim.

 

 

 

29 – Todas as prostitutas se parecem com a Julia Roberts ou com a Sharon Stone e têm um ar geralmente limpinho.

 

 

 

30 – Lugares para o carro sempre disponíveis no nosso destino.

 

 

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Master Shot - Coisas que (quase) NUNCA acontecem no Cinema

por Catarina d´Oliveira, em 09.02.14

Todos sabemos que o enredo de um filme se compõe de uma série de acontecimentos controlados, cuja duração e natureza não permite, muitas das vezes, que muitos factos e situações inerentes à vida sejam retratados seu verdadeiro esplendor.

 

Todavia temos de nos lembrar que já vamos com bem mais de 100 anos de Cinema… e é grande a lista de coisas que acontecem no nosso dia-a-dia mas que raramente (ou mesmo nunca) encontram tempo de antena na sétima arte.

 

Por essa razão, resolvi apresentar-vos hoje, sem nenhuma ordem específica de importância, a lista compreensiva de coisas que, apesar de serem para nós quotidianas, (quase) nunca acontecem nos filmes.

 

[Nota: todos são convidados a fazer as suas próprias sugestões de acrescentos à lista que estará certamente muito incompleta]

 

 

1 - Aqueles dois espirros que aparecem ocasionalmente e que não significam uma alergia ou constipação severa

 

 

 

 

2 - Pessoas (irritantes) que estalam os ossos das mãos

 

 

 

 

3 - Comichões em lugares onde temos dificuldade em chegar – ou mesmo no rabo

 

 

 

 

4 - Trancar o carro

 

 

 

 

5 - Atrasos nos transportes públicos… ou greves

 

 

 

 

6 - Dizer “adeus” ou qualquer tipo de despedida ao telefone

 

 

 

 

7 - Anúncios na televisão

 

 

 

 

 

8 - Acordar de manhã com hálito de tripas de gatos mortos

 

 

 

 

9 - Passar pelo embaraçoso ritual onde repetidamente não consegues ouvir o que alguém te disse, e às tantas já tens vergonha de pedir para repetir e respondes alguma coisa que não tem absolutamente nada a ver

 

 

 

 

10 - Adolescentes que vestem roupas de adolescentes, ao invés de top models ou prostitutas de luxo

 

 

 

 

11 - Telemóveis sem rede

 

 

 

 

12 - Atualizações do Adobe

 

 

 

 

13 - Acne

 

 

 

 

14 - Esperas que mais parecem eternidades até sermos atendidos num restaurante/bar

 

 

 

 

15 - Ceder às imposições urgentes e quotidianas das necessidades fisiológicas *

 

 

 

 

16 - Brancas instantâneas que nos dão e que nos impedem de recordar o nome daquele filme/ator/jogo/jogador/político/modelo/ etc e que duram horas até, finalmente, a pesquisa do Google nos tirar da nossa miséria

 

 

 

 

17 - Andar com cinto de segurança

 

 

 

 

18 - Ligações de internet que demoram 5 minutos a carregar uma página

 

 

 

 

19 - Dar voltas intermináveis em ruas adjacentes ao local onde queremos ir, para encontrar lugar para o carro

 

 

 

 

20 - Perguntas parvas depois de discursos épicos ou motivadores

 

 

 

 

21 - Carregar o telemóvel

 

 

 

 

22 - Olhar para o papel higiénico depois de nos limparmos

 

 

 

 

23 - Segurança (eficiente) nos aeroportos

 

 

 

 

24 - Arrumar a loiça da máquina

 

 

 

 

25 - Filas no supermercado que apesar de ter 7 caixas disponíveis só tem 2 abertas

 

 

 

 

26 - Depilações (mas todas as mulheres estão impecavelmente carecas, das sobrancelhas para baixo, mesmo numa ilha deserta)

 

 

 

 

27 - Heróis despenteados ou sem a permanente em dia

 

 

 

 

28 - Divisões realmente escuras, quando realmente não há luz

 

 

 

 

29 - Pessoas que levam cacetadas na cabeça e não acordam, passado alguns minutos, completamente normais

 

 

 

 

30 - Lavar os dentes com a espuma a escorrer pelos cantos da boca

 

 

 

 

 

31 - Tirar macacos do nariz… ou assoar o nariz, vá

 

 

 

 

32 - Limpezas pós-ato-sexual

 

 

 

 

33 - Usar a tecla “espaço” quando se escreve no computador

 

 

 

 

34 - Acordar despenteado, babado, com olheiras ou os olhos inchados *

 

 

 

 

35 - Bater com o carro quando se decide olhar penetrantemente nos olhos de outra pessoa durante 20 segundos enquanto se conduz

 

 

 

 

36 - Usar desodorizante

 

 

 

 

 

37 - Ataques de soluços (ou espirros)

 

 

 

 

38 - Breguilhas abertas *

 

 

 

 

39 - Morder a língua enquanto falamos

 

 

 

 

40 - Falar e, acidentalmente, soltar um monumental gafanhoto

 

 

 

 

41 - Fios de headphones entrelaçados em impenetráveis cabeleiras

 

 

 

 

42 - Portas de casas de campo com fechaduras normais que não permitem a entrada de qualquer pessoa

 

 

 

 

 

43 - Bocejos contagiosos

 

 

 

 

44 - Pisar cocó *

 

 

 

 

LEGENDA

*a menos que para efeito cómico

** a menos que num filme de terror

 

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Master Shot - Os Melhores Trailers de 2013

por Catarina d´Oliveira, em 14.01.14
Uma forma simples de definir um trailer é pensá-lo como uma publicidade feita a um filme que pretende gerar agitação e atrair as audiências a querer vê-lo. O seu objectivo? Como li por aí: sentar rabos nas cadeiras de cinema. Simples. Talvez até mais do que o poster, o trailer é uma ferramenta determinante da maquinaria de marketing por detrás de um filme, e é muitas vezes um poderoso fator de decisão na altura de optar por um, ou outro título.

 

Um bom trailer pode construir o sucesso de um filme, um mau trailer pode retirar a primeira pedra no seu desmoronamento. Mas tal como nos posters, nem sempre um anúncio bom se traduz num produto bom, por isso recordo-vos uma vez mais que esta lista é feita apenas com base na qualidade única do elemento de marketing, e não daquilo que promove.

 

Mas sem mais grandes conversas, apresento-vos então aquela que é a minha seleção não ordenada dos melhores trailers de 2013 (é provável que me tenha esquecido de algum, mas qualquer coisa avisem!).

 

*** *** ***

 

"The Wolf of Wall Street"

Foi o vencedor do Hollywood Reporter’s Key Art Awards na categoria de Melhor Trailer, e é uma recorrência absoluta em praticamente todas as listas de melhores trailers do ano. Alimentado pela frenética faixa de Kanye West “Black Skinhead”, o trailer é uma ode ao ritmo caótico e louco do mais recente filme de Scorsese. Montado de forma brilhante, deixa o espectador sedent(íssim)o de mais.

 

 

 

 

"The Conjuring"

O Cinema de Terror é um dos meus grandes guilty pleasures, especialmente pelo significado que foi adquirindo ao longo dos anos - curiosamente, quando me reuno com a minha família para assistir a filmes quase todos os fins-de-semana, a escolha recai, na grande maioria das vezes, sobre um filme de terror. Fui crescendo a vê-los, fascinada e agarrada à minha mãe, que com os seus saltos no sofá já me tirou mais anos de vida e me pregou mais "cagaços" do que os próprios filmes... mas é uma história bonita. Posto isto, fiquei felicíssima por 2013 ter trazido um filme de terror excecional como "The Conjuring". Já estava a fazer falta, e o trailer acompanha o ambiente e o tom muitíssimo bem.

 

 

 

 

"La Vie d'Adèle"

Confesso que não sei dizer se gosto tanto deste trailer porque o filme foi o meu favorito do ano, ou se pelo seu real valor, a nível individual. Admitido este facto, quero ainda acrescentar que não sou normalmente fã de trailers que se reservam a espetar com 305830 críticas positivas ao filme e mais 404829 menções de prémios para nos aguçar o apetite, mas há qualquer coisa nesta breve e quase muda apresentação das três horas que seguimos Adèle que me deixou completamente enfeitiçada. Talvez seja a versão quebrada de "I follow rivers", ou a sequência de imagens bem conseguida, ou qualquer outra coisa que, provavelmente, nunca conseguirei explicar.

 





"Gravity"
A campanha de marketing via trailers de "Gravity" foi, a par de "The Wolf of Wall Street", uma das mais bem conseguidas do ano. Com uma série de vídeos capazes de fazer passar a ideia da vastidão do universo e, simultaneamente, um sentimento de claustrofobia capaz de induzir os mais violentos ataques de pânico, resolvi escolher um exemplo em particular, que se serve apenas de um excerto do incrível plano sequência inicial de 12 minutos e que melhor convém o tom e ritmo do filme.





"The Grand Budapest Hotel"
Tenho de admitir, sem vergonha ou embaraço, que sou uma fan girl absoluta de Wes Anderson. Posto isto, como não vibrar com o charmoso, hilariante e excitante trailer do seu próximo filme que, de uma ponta à outra, grita pelas suas marcas de estilo?





"The Bling Ring"

Parte do que tornou "The Bling Ring" um dos filmes socialmente mais importantes de 2013 - pelo menos na minha opinião - é que não critica esta cultura plástica, vivida através das redes sociais e do dinheiro dos outros, predominante e deteriorada na humanidade, mas torna-se nela. O trailer vive à sua imagem e povoa-se de one-liners inesquecíveis: "I wanna lead a country someday, for all I know".





"Man of Steel"

Estive quase tentada a deixá-lo de fora, perante a deceção que senti quando vi o filme, e que defraudou quase tudo o que esperava dele. Todavia, reuni forças e lembrei-me do que achei do trailer quando o vi da primeira vez: "independentemente do filme, este é um grande trailer". E é verdade, continua a ser, mesmo que - a meu ver - o filme não tenha sido capaz de lhe acompanhar a pedalada.




"The Secret Life o Walter Mitty"
Está na altura de mais uma confissão: como o Super-Homem verga perante a Kryptonite, eu sou uma daquelas pessoas maricas que chora e se arrepia com trailers com imagens bonitas e músicas inspiradoras. Já tentei lutar contra isso, mas não consigo. Ainda não vi o Walter Mitty - pelo que ouvi dizer, não é grande espingarda, mas vou espreitar de qualquer forma - mas este trailer enche-me as medidas e arrepia-me a espinha. Lamento, mas há pancadas piores.




"Evil Dead"
Mais um filme de terror, mais uma voltinha que a menina não paga. Desta vez, um remake de um clássico, ou a possbilidade de um monumental tiro no pé. O resultado foi misto: se por um lado não substitiu o original de Sam Raimi em toda a sua frescura e inovação, por outro também não o envergonha, e é um festival de sangue e tripas como há muito tempo não via. Quanto ao trailer, mantém uma cadência muito boa e mostra mais do que o suficiente para nos fazer retorcer na cadeira.




"Her"
Spike Jonze já nos habituou a trailers espetaculares, e "Her" não é uma exceção. É, inequivocamente, uma das coisas mais belas e intrigantes que vão ver este ano.



MENÇÕES HONROSAS


"The Turning"
Lembram-se da conversa da mariquice, das imagens bonitas e músicas inspiradoras. Aqui está mais um, desta vez, uma longa-metragem australiana que é, na verdade, composta por várias curtas unidas por um fio condutor.




"Filth"
Ainda não vi o filme, mas qualquer trailer de "Filth" tem sido genialmente montado, com uma banda sonora contagiante e absolutamente fiel ao título do filme.




"Frances Ha"
Apenas porque é um dos trailers mais honestos (para com o filme que representa) do ano e porque me faz querer passar a atravessar a rua em piruetas.

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Master Shot - Bootlegs, I <3 you (parte II)

por Catarina d´Oliveira, em 20.11.13

Ontem iniciamos o nosso estudo do bootleg clássico, com a exploração de alguns dos mais finos espécimes no que respeita à configuração da capa.

 

Todavia, e como vimos ontem, um bootleg de excelência não se constrói apenas de uma gravação risível e uma capa infeliz (ou por vezes, apenas ridícula). A impecabilidade está ainda na passagem de informações essenciais, como sejam a sinopse do dito filme, e um ou outro comentário crítico que valha a pena destacar.

 

Analisemos, pois, os exemplares de hoje.

 

 

Apreciações Críticas



Quando uma coisa é "heart pounsing", seja lá o que isso for, é porque é mesmo poderosa.


 

K.O., mesmo nos rins.


 

Vende um filme melhor que qualquer outra coisa.


 

Trabalhos de grupo.


 

 

Mais um triunfo da Disney.


 

O Jim ouviu e não gostou.


O seu melhor e mais imersivo papel de sempre.


 

Sem comentários.


*** *** ***


 Sinopses


 

Nick Fairui, o zarolho que ajudará a salvar o mundo com a ajudar do United States of America Captain.


 

 

Mr. Bean foi nomeado para nove Óscares da Academia. Engraçado...tinha ideia que tinham sido 10.


 

Um vilão que quer controlar todos os recursos naturais da esfera terrestre? Damn, precisamos mesmo de ti Bond.


 

 

Não estou a conseguir decidir se prefiro a tagline ou a sinopse.


 

Hã?


 

Fiquei convencida a rever.


 

Eu sei que procuravam o filme do Peter Jackson, mas vamos tirar um momento para refletir sobre a cultura chinesa.


 

 

Unidos contra o racismo.


 

Uau, deve ter passado mesmo muito tempo desde a última vez que vi Star Wars...

 

 

*** ***

 

E para terminar, uma das jóias da coroa, que, sendo uma sinopse (podem lê-la aqui) teve a honra de ser passada para formato vídeo, onde pode ser vista com ainda mais gosto, se tal era possível.

 



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Master Shot - Bootlegs, I <3 you (parte I)

por Catarina d´Oliveira, em 19.11.13

Todos já os vimos, espalhados por cima de uma toalha numa feira e todos já os compramos na esperança de um negócio da China (no pun intended), ainda que possamos não estar familiarizados com a sua denominação técnica.

 

Um bootleg é uma gravação (de áudio, ou, neste caso, vídeo) de uma determinada performance, programa ou filme que é vendida sem o consentimento legal dos artistas em questão. É, portanto, um eufemismo para a pirataria barata - daquela em que o Cassiano Danilo filma o ecrã de um cinema com a câmara de um telemóvel, por exemplo.

 

A sua forma mais nobre está em rápido desaparecimento, em culpa do advento da internet e da circulação das cópias bastante mais agradáveis de screeners ou mesmo dos próprios DVD's e Blu-Rays. Mas para o bem da história do mundo e nosso regozijo, os bootlegs à antiga - chamemos-lhe assim - ainda não pereceram.

 

De facto, em muitos cantos do mundo permanecem na sua maior força, e por isso mesmo resolvi criar uma série de dois artigos unicamente dedicados à sua inimitável genialidade - porque criar um bootleg à antiga não termina no ato de criar a cópia do filme em questão. Não. Criar um bootleg implica ainda vesti-lo com a melhor capa, embelezá-lo com a sinopse mais esclarecedora, e adorná-lo com as mais brilhantes críticas.

 

No artigo de hoje viajaremos pela arte da capa, reservando o dia de amanhã para explorar a complexa ciência das sinopses e das críticas.

 

 

 

Evidentemente, entre muitas outras línguas.

 

 

 

Eu suponho, mas não quero por as mãos no fogo, que isto seja o "Hot Fuzz".

 

 

 

 Os Piratas de Hogwarts: A Irmandade do Anel.

 

Quem não gosta?

 

 

Isto tinha sido verdadeiramente espetacular.

 

Finalmente entendi a tua cara, Drew - com esse título, pudera.

 

Neo? Is that you?

 

 

 

O Samuel é capaz de precisar de um exorcismo.

 

O herói relutante que não tem sapatos, mas felizmente na sequela já tem.

 

 

Foi exatamente isto que sucedeu. Só falta o palito, mas estou a ser picuinhas.

 

 

Matthew Broderick, o hobbit.

 

 

Título original: "Hustle & Flow".

 

Ação sem parança.


O ataque da testosterona.


Gostava de ter visto o primeiro "Loin King", mas paciência.


 

Que ironia adorável.


Este não é para meninos.


Exato...

 

(Continua...)

 

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