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Deep Focus - "Os Lusíadas" como nunca foram (V)

por Catarina d´Oliveira, em 20.02.09

O Canto VII inicia-se com a gloriosa e alegre chegada a Calecute (Índia).

 

Vasco da Gama envia um mensageiro a avisar da sua chegada ao soberano indiano. No meio de um povo desconhecido com quem não consegue comunicar, o marinheiro conhece Monçaide, um mouro hispânico que lhe serve de tradutor. Acompanhando o português à frota, Monçaide explica a história, geografica e costumes indianos.

 

Gama e Monçaide desembarcam e travam conhecimento com o Governador local, o Catual, que os acompanha ao Samorim. Enquanto a visita decorre, o Catual visita a nau capitania onde é recebido por Paulo da Gama, a quem pergunta o significado das figuras na bandeira portuguesa.

 

O canto termina antes da resposta de Paulo, com Camões a invocar as ninfas do Tejo e Mondego, queixando-se dos seus infortúnios e do tratamento que recebe da pátria.

 

 

Gael Garcia Bernal é, juntamente com Javier Bardem e declaradamente, um dos actores hispânicos mais talentosos e versáteis da actualidade. Quando me ocorreu que haveria um personagem com raízes espanholas na trama não houve dúvidas, ele estaria presente. Desta forma, aí temos o "anjo da guarda" da frota portuguesa, Monçaide.

 

Admito que não tenho grandes conhecimentos acerca da indústria cinematográfica indiana à excepção de alguns nomes mais sonantes (que ainda que possa não ter visto, já ouvi falar). Assim, tenho deadmitir que as minhas escolhas para o Catual e Samorim foram um bocadinho às cegas mas não totalmente. Optei por dois actores reconhecidos: Sharukk Khan (múltiplas vezes nomeado e vencedor nos Filmfare Awards, uma das mais importantes cerimónias do cinema Indiano) que, a acrescentar, tem ainda a presença e olhar enganador que desejará levar os portugueses à derrota, e Amitabh Bachan (um actor mais velho e também ele vencedor e nomeado por várias vezes nos Filmfare Awards), com a sua possante imagem de rei supremo.

 

Ainda neste canto somos apresentados a Paulo da Gama, para o qual escolhi Tim Robbins por duas razões simples. Primeiro, teria de ser mais velho do que Vasco da Gama mas não demais, segundo porque além de talentoso tem em si o ar da sabedoria acerca da história de um país que o ajudariam a explicitar o sentido da nossa honrada bandeira.

 

--- ---

 

No início do Canto VIII a acção dos irmãos Gama é simultânea: Paulo responde pormenorizadamente à questão do Catual que se mostra bastante interessado na resposta, pondo, entusiasticamente, novas e várias questões e Vasco aguarda resposta do Samorim aos tratados propostos em nome do Rei de Portugal.

 

Baco não desiste de destruír a Armada Lusa e, armando uma teia de ciladas, leva os maometanos a subornar o Catual que prende o capitão português; porém, temendo o seu rei, este acaba por libertar Gama em troca de ouro e riquezas.

 

Canto IX Após vencerem (com a preciosa ajuda de Monçaide) algumas novas dificuldades postas pelo Catual, os Portugueses abandonam finalmente Calecute e iniciam a viagem de regresso.

 

Vendo a frota em segurança, Vénus decide preparar uma recompensa para os marinheiros e pede ajuda ao seu filho Cupido, para juntar os amores e ferir as ninfas do mar com as setas do Amor. A Armada avista então a Ilha dos Amores, onde as Ninfas recebem, apaixonadas, os portugueses.

 

Tétis, a quem todo o coro de Ninfas obedecia, apresenta-se a Vasco da Gama e leva-o ao seu palácio onde lhe explica a razão daquele encontro, referindo as futuras glórias que lhe serão dadas a conhecer.

 

 

Cupido tem várias imagens. Loiro, moreno, cabelo curto ou comprido, adulto ou criança...

Neste contexto resolvi pensá-lo adulto, mais maduro do que uma simples criança. A sua presença é breve, mas importantíssima no reconhecimento dos portugueses. Emile Hirsch é o escolhido, um jovem actor que, ao ar sonhador e apaixonado, vem juntar um dom crescente ao longo dos tempos.

 

--- ---

 

Chegamos ao derradeiro capítulo da rica epopeia portuguesa, o Canto X.

 

Tétis e as restantes Ninfas oferecem um banquete aos Portugueses. Sirena, uma das ninfas faz profecias sobre as futuras glórias e vitórias dos portugueses no Oriente. Tétis leva Gama a um monte onde lhe mostra o espectáculo da Máquina do Mundo, especificando principalmente as regiões onde os Portugueses mais se notabilizarão, após o que se despede e prediz um regresso feliz à Pátria.

 

 

Além de Tétis, uma das outras Ninfas assume papel de destaque na Ilha dos Amores e perante a frota portuguesa, aquela a que chamamos Sirena (que não é, contudo, um nome próprio sendo, genéricamente, um sinónimo de Ninfa). Sem seguir nenhuma lógica profunda, escolhi Scarlett Johansson porque, e apesar de não a considerar a GRANDE actriz que alguns pintam, lhe reconheço um óbvio encanto e sensualidade. Outra questão importante é a voz, e a voz é um grande atributo de Johansson que o público tende a esquecer em preferência aos atributos físicos. Uma voz algo rouca, porém bela e funda, e que também em muito funciona como uma das suas armas de sensualidade.

 

--- ---

 

Depois de mencionar o embarque e chegada calma da frota Lusa a Portugal, Camões queixa-se da decadência em que vive a sua Pátria e da incompreensão que teima em persegui-lo.

 

Reforçando a dedicatória ao rei D.Sebastião, aproveita para aconselhá-lo a confiar apenas nos melhores, a governar (sempre) com justiça e a honrar e premiar apenas quem o justifique - lutando com coragem e expandido Portugal e a sua fé.

 

*** FIM ***

 

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Deep Focus - "Os Lusíadas" como nunca foram (IV)

por Catarina d´Oliveira, em 18.02.09

Antes de retomar o último post onde o deixei, gostaria de colmatar uma importante falha no casting: a omissão de Calíope, a musa da poesia épica a que Camões (e mesmo Vasco da Gama) se dirige pedindo inspiração.

 

 

O ar lírico e puro de Hathaway foi os maior peso na escolha para o papel da musa Calíope.

 

Continuando então...

 

No Canto V, Vasco da Gama continua a narração da história do povo português focando-se agora na recente viagem da sua frota de Lisboa até Melinde.

Após a largada da capital a viagem segue relativamente tranquila até ao Equador a partir do qual os portugueses enfrentam diversas adversidades meteorológicas bem retratadas nos episódios do Fogo de Santelmo e Tromba Marítima.

 

Com a frota já a salvo e aportada na ilha de Santa Helena na costa africana, Gama refere um curioso e divertido episódio cujo protagonista, Fernão Veloso, personifica a figura "pomposa" mas trapalhona do Português que, depois de passar vergonha, é gozado pelo resto da tripulação em tom de boa disposição.

 

 

Muitos nomes me surgiram para Fernão Veloso, mas nenhum falou mais alto que o de um dos homens mais engraçados do cinema: Robin Williams. A basófia aliada à trapalhice e ao desenrasque parecem-me ser atributos para uma interpretação à sua altura.

 

--- ---

 

A viagem continua até que chegamos a um dos mais carismáticos episódios da obra camoniana: o Adamastor.

 

Durante uma tempestade, a frota lusa aproxima-se do cabo das Tormentas (que actualmente conhecemos como Cabo da Boa Esperança) e dá de caras com o gigante titã que a todos deixa arrepiados de medo. O gigante é a figura que dáencorpora os perigos, tempestades e medos enfrentados, ao longo de todo o caminho, pelos lusos.

 

Depois de ameaças e profecias fatais por parte de Adamastor, Gama consegue chegar-lhe ao coração, passando o gigante te um tom raivoso e colérico a uma triste melancolia; Adamastor conta então a história do seu coração despedaçado por Tétis que, traindo o seu amor o enganou prendendo-o para sempre naquele cabo, o cabo das Tormentas.

 

Após a confissão, Adamastor desaparece limpando-se o céu e abrindo-se novamente o caminho a Gama e seus companheiros no término do Canto.

 

 

Adamastor é um personagem delicado... provavelmente o mais delicado da obra. Não seria qualquer um a poder vestir-lhe a pele e foi realmente uma escolha complicada e algo demorada. Fiquei-me por dois nomes, distintos mas penso que à altura: Tim Roth e Bill Nighy.

 

Penso que Roth consegue realmente ter um ar absolutamente louco sem o ser realmente. Tem qualquer peso em si, qualquer mágoa no olhar que pode ser liberta mas nunca esquecida pela cólera insana.

Nighy, admito, foi uma escolha pensada num paralelo com um personagem já interpretado por si. Tal como Adamastor, também Davy Jones (Pirates of the Caribbean) se viu traído e enganado pela mulher que amava e consequentemente preso a uma terrível maldição. Nighy esteve espantoso pelo que faria aqui também, sem dúvida, um belo trabalho.

 

Liv Tyler é outra daquelas actrizes que tem naturalmente um ar de deusa ou ninfa: pele muito clara, olhos azuis expressivos e longos cabelos aliados ao talento inegável apresentam-se como as grandes justificativas para Tétis.

 

--- ---

 

Terminada a narrativa de Vasco da Gama, o Canto VI inicia-se a armada larga de Melinde com um piloto que os deverá guiar até Calecute (Índia).

 

Entretanto, Baco desce até aos mares, ao reino do deus Neptuno, a fim de conseguir convencer os deuses marinhos a intentar contra os portugueses. Neptuno manda reunir o Consílio dos Deuses Marinhos onde o discurso de Baco consegue convencer os presentes da necessidade de destruír a frota antes que esta atinja os seus objectivos.

Eolo (deus dos ventos) é então ordenado a soltar os ventos provocando uma violentíssima tempestade.

 

 

Se num filme com a presença de deuses Ian McKellen não representar um deles não sei se seria concebível. O homem tem qualquer coisa de deus não haja dúvida; um carisma especial. Os cabelos muito brancos e os olhos azuis fundos lembram o mar. Quem melhor que ele para o próprio deus do Mar, Neptuno?

 

--- ---

 

Enquanto isto se passa, os portugueses nada pressentem e com o objectivo de enganar o sono começam a contar histórias (das quais se destaca o episódio dos Doze de Inglaterra, contado por Fernão Veloso). Sem aviso, a tempestade chega destruíndo velas e mastros. Em pânico e sentido-se perdido, Vasco da Gama apela às divindades.

Mais uma vez, Vénus atende o pedido, enviando as suas ninfas para seduzirem os ventos e os acalmarem. Terminada a tempestade (e o Canto), a armada avista finalmente as terras da Índia!

 

*** *** ***

 

O próximo post descreverá os últimos 4 Cantos do épico de Camões, bem como as suas personagens centrais. Estamos quase a chegar ao fim da nossa grande aventura lusa!Portugal está prestes a fazer história.

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Deep Focus - "Os Lusíadas" como nunca foram (III)

por Catarina d´Oliveira, em 16.02.09

Voltamos à aventura lusa.

 

O Canto III parte do exacto momento final do Canto II, e Vasco da Gama pede inspiração e engenho a Calíope para começar a narrar com justiça e grandiosidade a história de Portugal.

 

Gama aborda as origens portuguesas mais recônditas, de Luso a Viriato, focando-se depois e com mais pormenor na história efectiva do nascimento de Portugal como país até ao reinado de D. Fernando. Os grandes peões são o Conde D. Henrique e a sua mulher D. Teresa e o filho de ambos, Afonso Henriques que viria a ser o primeiro rei de Portugal.

 

Os acontecimentos centrais estão por conta das rivalidades entre Afonso Henriques e a mãe e o famoso episódio bélico: a Batalha de Ourique.

 

 

A escolha de Judi Dench para D. Teresa não teve grandes dúvidas. Uma mulher forte e decidida, que apesar do amor pelo filho não cede pelos seus princípios. Uma dama de ferro.

John Hurt não foi tão claro mas surgiu naturalmente como Conde D. Henrique, um homem com o peso da vida no olhar, que depois do apoio esforçado a Castela se vê recompensado com um pequeno condado até ao momento dependente da Galiza.

 

Por fim, um dos maiores portugueses de sempre que não encontraria representante facilmente. As parecenças e o talento falaram por si. As duas escolhas não são incompatíveis, sendo que Downey Jr. encarregar-se-ia de um Afonso Henriques mais novo e impulsivo enquanto que Al Pacino seria o seu retrato mais velho; nunca menos ambicioso mas mais experiente.

 

--- ---

 

A narração segue referindo os reinados subsequentes ao de Afonso Henriques detendo-se novamente a atenção especial no reinado de Afonso IV. onde se destacam os episódios da Fermosíssima Maria (onde a sua filha lhe implora auxilio ao marido Afonso XI de Castela), a Batalha do Salado (onde os "Afonsos" derrotam o exército Árabe) e por fim, Inês de Castro ("aquela que depois de morta foi rainha", tendo sido coroada pelo seu amado D. Pedro, filho de D. Afonso IV).

 

 

O facto de não existir (pelo menos pela minha procura superficial) imagem de D. Maria não tornou a tarefa da escolha mais fácil. Decidi-me por Keira Knightley pela sua natural aptidão para os filmes de época e pela imagem inocente e apaixonada.

 

William Hurt e Javier Bardem foram escolhas praticamente directas. O primeiro para um Afonso IV piedoso e com grande amor pela filha porém corajoso e capaz; o segundo...bem porque a imagem, o ser espanhol e o talento ajudaram muito.

 

Seguem-se dois "Losties" para os apaixonados Pedro e Inês. Sinceramente as semelhanças que encontrei em alguns traços foram os grandes motores para a minha escolha inicial. Depois de pensar melhor, continuei com eles. Cynthia Watros tem o mistério e inocência facial suficientes para o "alto cargo", enquanto Jeremy Davies já mostrou ter o talento para um apaixonado "cego".

 

--- ---

 

O Canto IV foca-se essencialmente no reinado de D. João I, filho de D. Fernando, e, posteriormente, no de Manuel I.

 

No primeiro destacam-se a elevação do povo português e dos seus feitos enquanto rei e, depois, o episódio da Batalha de Aljubarrota, que dirigida por Nuno Álvares Pereira levou os portugueses à vitória sobre Castela.

 

No segundo destaca-se o pedido a Vasco da Gama da descoberta do caminho marítimo para a Índia, sendo-nos depois apresentada a partida das naus de Lisboa. Neste seguimento dá-se o episódio do Velho do Restelo, que fecha o Canto IV. O velho representa todos aqueles que se opunham à aventura na Índia e que apoiavam a guerra no Norte de África.

 

 

Estou a tornar-me incrivelmente repetitiva, mas consegue ser surpreendente como às vezes conseguimos encontrar alguém com o talento e a semelhança para determinado papel.

 

D. João I é quem se segue, e mais um "Lostie". Não pensem que tento enfiar aqui os personagens à força, mas escolher Michael Emerson foi sem dúvida automático. Os traços e o olhar visionário são os mesmos e se nos abstraírmos da sua personagem de Lost (Ben), é possível ver aqui um dos maiores impulsionadores do desenvolvimento de Portugal. Ryan Reynolds tem a presença e "genica" para ser o braço direito de D João, o grande Nuno Álvares Pereira. 

 

Russel Crowe é a primeira escolha sem qualquer explicação plausível. Apenas me surgiu...instintivamente. Christopher Lee como velho do Restelo justifica-se, uma vez mais, não só pela capacidade e semelhança física mas com o meu fascínio com o seu papel profético (apesar de maldoso) de Saruman em Lord of the Rings que teve sem dúvida grande influência.

 

*** *** ***

 

No próximo post (que será publicado Quarta-Feira), seguiremos a história da armada portuguesa pelos Cantos V e VI.

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Deep Focus - "Os Lusíadas" como nunca foram (II)

por Catarina d´Oliveira, em 15.02.09

Seguindo o primeiro post, aqui iniciamos a nossa pequena viagem por alguns dos recantos da grande epopeia sobre o povo português, Os Lusíadas.

 

No Canto I a narração começa in media res (a meio da viagem) com a frota portuguesa liderada por Vasco da Gama já no Índico. Neste momento dá-se um dos episódios mais famosos da obra camoniana: o Consílio dos Deuses, onde se decide o destino do povo português.

 

A reunião é presidida por Júpiter, o deus dos deuses, e além deste os principais participantes são Vénus e Marte (velando pelos Portugueses) e Baco (contra os portugueses). O consílio termina com decisão favorável aos portugueses.

 

 

Jeff Bridges, Anthony Hopkins. Aqui estaria a minha escolha para Júpiter, ou Zeus, o Deus dos deuses. A razão é simples o ar paternal e justo porém rígido e imperativo pesaram na escolha, ou não serão estes os grandes atributos do grande Deus?

 

PaltrowPhilippe foram escolhas óbvias pelas parecenças físicas não descurando o talento. A bondade e simpatia de Vénus pelo povo português parece "estampável" nas feições de Paltrow, bem como a força da paixão num intempestivo mas honrado Marte.

 

Atribuí Baco a Spacey porque, além de algumas lembranças físicas, existe qualquer insanidade e fixação que se opõe à sua natureza (supostamente) pacíficae alegre e no deus do vinho e da folia. Paradoxos com que tantas vezes nos deliciamos com geniais personagens de Spacey (veja-se, por exemplo, John Doe - Se7en - ou Verbal - The Usual Suspects).

 

--- ---

 

O resto do Canto I segue a chegada dos portugueses a Moçambique.

O Canto II inicia-se com a travessia até Mombaça que segue com alguns precalços e contra-tempos organizados por Baco contra os lusitanos. Com a ajuda de Vénus, os maus-ventos são ultrapassados e os portugueses chegam a Melinde onde são recebidos pelo rei que pede a Vasco da Gama que conte a história do seu país.

 

 

Quanto à grande imagem da glória portuguesa, Vasco da Gama, a minha escolha ficou também dividida.

 

De um lado temos Eric Bana, com marcadas semelhanaças com Vasco da Gama (na altura em que partiu para a Índia) e um talento já demonstrado na liderança e motivação de um povo (vimo-lo fazê-lo em Troy, onde interpretou o bravo Heitor, príncipe Troiano).

 

Do outro lado, um homem que, não tendo tantas parecenças físicas, é a autêntica personificação do esforço e devoção pela glória de um povo (como o vimos em Lord of the Rings), Viggo Mortensen, e talvez por esta mesma razão fosse o meu favorito ao lugar.

 

*** *** ***

 

No próximo post discutirei os episódios mais importantes do Canto III, bem como os seus personagens centrais. Até à próxima!

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Deep Focus - "Os Lusíadas" como nunca foram

por Catarina d´Oliveira, em 14.02.09

Por vezes, as simples palavras escritas na página de um livro deixam o peito de uma nação quente e inchado de orgulho. Quando isto acontece, tendemos a dar a esses valerosos escritos o nome de epopeia.

 

No séc. VIII a.C., o grego Homero criava duas das maiores epopeias de todos os tempos; a Ilíada e Odisseia.

 

 

Muito genericamente, a Ilíada acompanha a colossal guerra de Tróia, cujo mais valeroso combatente pode ser tido como o personagem central da história: Aquiles. A Odisseia pode em muitos pontos ser considerada a continuação da Ilíada, e tem desta vez como protagonista Ulisses que durante dez longos e difíceis anos tenta regressar a casa depois de combater pelos gregos.

 

Centenas de anos mais tarde, Virgílio, um poeta romano, inspira-se nas obras de Homero para também ele elevar o seu povo noutra das maiores histórias já escritas: a Eneida. Esta respeita à trama de Eneias, um troiano salvo por gregos que, depois de variadas pripécias e sofrimentos, viria a ser o grande fundador de Roma.

 

Todas estas três obras tinham no sentido a elevação de um povo; um povo corajoso e capaz de ultrapassar toda e qualquer adversidade a busca pela conquista e prosperidade.

Ora, se desde o séc. XII Portugal tinha demonstrado um ascendente impressionante, sendo considerado, nos sécs. que se seguiram, como uma das mais importantes potências mundiais (juntamente com a Espanha por exemplo), não estaria a faltar alguma coisa para coroar tais feitos?

 

Sim, faltava alguém com engenho e arte para escrever para sempre nas páginas da história o que Portugal tinha sido, era e poderia vir a ser. Essa tarefa, adiada por tantas vezes, acabou por ficar ao cargo de Luís Vaz de Camões.

 

Qual Ilíada ou Eneida, Os Lusíadas elevam um povo, o povo português; mas desta vez o protagonista é diferente. Se alguns poderão apontar Vasco da Gama como o tal, o verdadeiro herói de Camões era o próprio povo português.

 

Por esta altura metade de vocês já deve ter parado de ler o post. "Lá me vem esta meter história pelos olhos adentro...e o que é que isto tem com cinema?".

 

Bom, como sabem, os "senhores do cinema" gostam de filmes grandes. Épicos.

Os grandes filmes de guerra ou de gloriosas batalhas são (quase) sempre um garante de sucesso. A Ilíada já foi adaptada, se bem se lembram, há uns anos. O filme deu pelo nome de Troy e apesar de deixar muito a desejar em várias frentes, foi um bom e honesto esforço de elevação histórica. Adaptações das outras obras já surgiram também, mas com pouquíssima projecção e sucesso (até parece que está para vir outra adaptação de Odisseia...também ela com Brad Pitt veja-se...mas ainda pouco se sabe acerca do assunto).

 

 

Sempre referi que era meu desejo ver a grande obra de Camões adaptada.

Seria certamente condenada à crítica negativa como Troy ou outros que se aventuraram em caminhos estreitos e difíceis das grandes obras literárias, mas ainda assim, e apesar das obvias dificuldades que muitos dos episódios acarretariam, gostaria de vê-la realizada.

 

Enquanto não há nenhum realizador que pegue no "touro pelos cornos" como se costuma dizer, resolvi adiantar-me um bocadinho e avançar com algumas possíveis opções para o CASTING. Trata-se apenas de uma pequena brincadeira, e sim, pode dizer-se que é um pouco falta de nacionalismo indicar actores estrangeiros mas... tudo isto é apenas uma utopia, um sonho que não custa nada alimentar ;)

 

Ao longo de alguns posts partilharei connvosco algumas ideias acerca da obra e da pseudo-adaptação referindo ALGUNS e NÃO TODOS os episódios e aventuras lusitanos por que nos apaixonamos ao ler a obra mãe da história portuguesa.

 

Por agora, deixo-vos apenas com o meste, Luis Vaz de Camões.

 

(desculpem a pala mal feita mas era so para dar o efeito ehe)

 

Até aos próximos posts.

 

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