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Point-of-View Shot - Everest (2015)

por Catarina d´Oliveira, em 29.09.15

 

 

everest-destaque.jpg

 

"Something beyond the power of words to describe"

 

 

Everest” é, no fundo, como o verdadeiro Evereste: grande, impressionante, aterrador, mas sobretudo impiedoso – para as personagens e para a audiência.

 

Baseado numa expedição verdadeira que teve lugar em 1996, o épico de Baltasar Kormakur documenta a jornada de diferentes grupos turísticos que pretendem chegar ao afamado ponto mais alto do planeta. Simultaneamente, passa a primeira hora a justificar porque é que esta é a aventura de uma vida e a segunda hora a discorrer razões pelas quais é melhor ideia ficar em casa a jogar solitário debaixo de uma mantinha de lã.

 

everest4.jpg

Factual e tecnicamente preciso, é uma aventura cinematográfica “à antiga”, muitíssimo ajudada por uma tecnologia estado de arte (e em estado de graça). A fotografia é de cortar a respiração – experimentem só espreitar os Himalaias em glorioso IMAX - ainda que se perca, mais no final, entre elementos que não conseguimos totalmente discernir.

 

A construção da tensão é pausada, mas segura e por isso mesmo muitíssimo bem-sucedida. O primeiro ato é especialmente bem edificado, estendendo-se o tabuleiro, alinhando-se os jogadores e esclarecendo as regras do jogo – é aqui que sabemos quem é quem, o que faz e qual o plano para a escalada.

 

everest2.jpg

No segundo ato, o caos instala-se – na ação e no ecrã. No meio de tempestades e histórias cruzadas, existe por vezes a dificuldade em discernir personagens ou posições, mas sobretudo sente-se a incerteza de uma base imaginária – enquanto os sobreviventes conseguiram fazer relatos ricos e detalhados sobre os pormenores até à escalada e descida finais, existem logicamente passagens das quais não há registo, ficando à mercê da ficção criada pelos argumentistas. E aqui, pela fenda de uma porta mal fechada, entra como se de uma corrente de ar fria se tratasse algum melodrama que até ao momento tinha estado (e bem) ausente.

 

Kormakur leva o tempo que precisa para deixar assentar a tragédia e o caos. A abordagem aos acontecimentos é a de um slow-burner, o que faz com que só nos demos conta da precariedade da situação quando já não há volta a dar. Basicamente, tudo se transforma numa orgia de sofrimento em 3D que se sente mais nas entranhas do que na alma.

 

everest3.jpg

É que, como é recorrentemente o caso em Hollywood, a magnitude da produção engole o seu próprio coração. Infelizmente, quase tudo o que não é puramente técnico resulta mal ou apenas bem o suficiente para não ser totalmente destrutivo.

 

Com um elenco tão vasto e vistoso, apenas duas ou três performances conseguem destacar-se – particularmente Josh Brolin e John Hawkes – o que é um problema quando o rol de mortes se começa a evidenciar um curioso e desumanizante exemplo vivo de “Quem é Quem”. Quanto à quata feminina– constituída pelo talento de Robin Wright, Keira Knightley e Emily Watson – fica renegada à eterna expressão de preocupação no rosto enquanto esperam por notícias cada vez mais terríveis ao lado de um telefone.

 

A boa notícia é que é intenso e aterrador o suficiente para congelar e entorpecer o corpo todo. A má notícia é que não é quente o suficiente para aquecer o coração - é melhor trazer um agasalho.

 

everest.jpg

Há, algures, um “Everest” mais humano, onde os personagens são explorados de forma justa para a audiência e, no fundo, humanizados. Há, algures, um “Everest” mais ambíguo, onde não temos de caminhar de mão dada enquanto nos explicitam exaustivamente motivos nobres para atos maiores que a vida. Há, algures, um ”Everest” mais controverso, onde se coloca o dedo na ferida no que respeita a negócios construídos sob bases frágeis, que examinam expedições onde os líderes não, são, na mais pura das verdades, profissionais. Há, algures, um “Everest” melhor.

 

No formato em que existe, “Everest” é um épico de aventura competente, mas não esmagador. Afinal, e tal como alguns dos seus protagonistas, acaba por não atingir o pico.

 

 

6.5/10

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Point-of-View Shot - Enemy (2013)

por Catarina d´Oliveira, em 26.06.14

 

"Chaos is merely order waiting to be deciphered"

 

Depois do quarto aniversário da morte de José Saramago, aproveito para navegar pela sua mais recente transposição para o universo cinematográfico.

 

Adam é um professor de história emocionalmente catatónico que vive o quotidiano na base da repetição entre as mesmas palestras sobre totalitarismo e uma apatia pessoal extrema. Quando decide alugar um filme depois de uma recomendação de um colega de trabalho, repara num figurante que se parece assustadoramente consigo. Futuras incursões nos créditos deste enigmático ator provam a teoria que Adam mais temia: por aí anda o seu exato duplo.

 

 

Com argumento adaptado por Javier Gullón, “Enemy” foi filmado em Toronto, em 2012, ainda antes de Denis Villeneuve e Jake Gyllenhaal terem trabalhado juntos no monetariamente mais almofadado e projetado “Prisoners”.

 

Operando sobre um pano de fundo de espaços urbanos opressivos, amarelos, castanhos e cinzentos, Villeneuve sugere uma história simultaneamente antiga e futurística, que muito deve à tensão de Hitchcock, à bizarria de Cronenberg, ao mistério de Lynch e à energia psicossexual de Polanski.

 

 

A hipnotizante exploração da intimidade, identidade e do reino dos desejos inconscientes quase se perde à medida que os twists do enredo se tornam mais improváveis, mas é aqui que a noção de controlo e técnica do realizador de tornam absolutamente impressionantes. É uma obra com uma narrativa glacial que é um autêntico relógio suíço, mas ainda assim cativante, com um intento quase perverso – ganhar acesso à nossa vulnerabilidade, e depois alimentar-se dela, como um predador da presa.

 

No elenco principal, cabe a Gyllenhaal interpretar Adam e Anthony com uma angústia e horror silenciosos – apesar de manifestamente diferentes, os duplos são os dois lados discretos da mesma moeda. Com mais uma entrada arriscada (e vencedora) na sua eclética carreira, o ator americano continua a provar porque é que é um dos protagonistas mais esfíngicos e interessantes da sua geração em Hollywood.

 

 

Mais construído à base de perguntas do que de respostas, “Enemy” é propício à geração de um animado arco de discussões sobre a estranheza do seu enigmático enredo. Desde o subterrâneo populado por tarântulas gigantes, às enigmáticas strippers mascaradas, ao plano final - por alguns considerado como o mais assustador de sempre – o filme de Villeneuve convida a visionamentos… duplicados.

 

Como a teia de aranha que se forma lentamente sobre a psique de Adam até ao mundo real, “Enemy” envolve-nos lenta mas inescapavelmente e aloja-se sinistramente no canto mais sombrio do nosso cérebro. Aquele que esconde todos os medos que nunca iremos entender.

 

E o caos permanece uma ordem por decifrar.

 

 

8.0/10

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Mise en Scène - Trailer de "Enemy"

por Catarina d´Oliveira, em 31.01.14

Foi finalmente divulgado o primeiro trailer de "Enemy" que volta a reunir o realizador Denis Villeneuve e Jake Gyllenhaal ("Prisoners") para uma adaptação de um dos romances de José Saramago ("O Homem Duplicado").

 

 

No enredo, um professor de história depressivo descobre acidentalmente a existência de um sósia seu quando assiste a um filme. Ele passa a seguir este homem, transformando a vida de ambos.

 

Além de Gyllenhaal, o elenco conta ainda com as colaborações de Mélanie Laurent, Isabella Rossellini e Sarah Gadon, sendo que o filme deverá chegar a Portugal a 19 de junho de 2014.

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