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Tinha tomado a decisão implicita de não abordar este assunto por duas razões: a primeira delas sendo que, muito provavelmente me vão chover pedras na cabeça. A segunda é que, regra geral, prefiro falar de coisas potencialmente divertidas... mas as proporções a que tem chegado esta coisa do boicote aos Oscars começa a parecer-me ridícula e profundamente incomodativa.
Talvez seja uma opinião arriscada, digna do tal apedrejamento imediato a quem não se preocupar a ler o resto, mas numa primeira instância, o que parece é que este movimento iniciado (creio eu) por Jada Pinkett Smith é em si mesmo preconceituoso (diminuindo dessa forma os performers que por mérito perante os pares foram escolhidos como os melhores) e uma mini-birra por o marido não ter sido nomeado... o que, lá está, é ridículo, especialmente tendo em conta que a sua performance em Concussion não é, na verdade, nada por aí além. Idris Elba, por exemplo, seria um melhor exemplo de "ausência escandalosa", mas não estamos nós habituados a "snubs" à fartazana todos os anos, quer sejam em atores afro-americanos, latinos, americanos, ingleses, homens, mulheres, homossexuais ou heterossexuais?
Isto não quer dizer que a ideia da representação na indústria cinematográfica em geral e em Hollyoowd em particular não esteja completamente virada do avesso - porque está. As minorias - sejam elas as parcelas afro-americanas, latinas, LGBT ou qualquer outra - estão imensamente mal servidas, o que não é, necessariamente, culpa dos Oscars que inclusivamente chegaram a atribuir uma série de prémios há não muito tempo a 12 Years a Slave.
O problema grave e que existe está na indústria. A indústria - essa sim - precisa de uma tremenda revolta. Porque continua a imperar um machismo imenso onde pouco lugar existe a fortes figuras femininas que se estabeleçam por si mesmas. Porque a diversidade étnica quase só se faz ouvir quando se produzem filmes sobre o seu estatuto de minoria (emigrações, escravatura, lutas por direitos, figuras históricas relevantes). Porque todos os anos continuamos a ter as mesmas conversas e a ver as coisas a acontecer da mesma forma ano após ano.
E não é culpa de uma Academia - por mais falhas e defeitos que possa ter, e tem - é culpa de um sistema. Um sistema que está formatado a meia-dúzia de receitas de sucesso e que não abre espaço à experiência, ao talento e à arte. Um sistema que perpetua uma distribuição desigual e mecânica que assassina projetos dignos antes que possam sequer nascer.
Precisamos desesperadamente de uma revolução, sim. Mas uma revolução pelos motivos certos. Uma revolução movida por direitos e não por um prémio na prateleira. Uma revolução movida pela arte e não pela bilheteira.
Uma revolução movida por pessoas e para pessoas.
Os Oscars são um poço de polémica, e muitas das discussões acesas que do tema afloram, seriam facilmente resolvidas com uma constatação simples de factos: os Oscars são uma celebração organizada por um grupo de pessoas específico, neste caso, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Os filmes celebrados partem das suas escolhas, tal como os SOAP Awards aqui do Close-Up partem das minhas escolhas ou os prémios dos Críticos de Cinema Online Portugueses partem das escolhas de um grupo de bloggers. São, portanto, distinções organizadas por um grupo, e cada categoria trabalha para celebrar aquele que considera ser os melhores filmes nessa área. Muitas vezes não é possível celebrar todos os que merecem, ou porque não se sabe, ou porque não se viu, ou porque se esqueceu. É uma lei natural e que todos devemos aceitar, não obstante sermos a favor de discussões argumentadas saudáveis sobre o que é realmente um bom filme.
O Oscar de Melhor Filme é entregue anualmente ao filme que A ACADEMIA vota como o melhor, e o assunto está arrumado. Os Oscars, apesar da exposição maior que têm, encerram a importância que lhes dermos, e na realidade não são universais.
É importante expor este ponto antes de ir ao que realmente interessa neste post. 2014 não é propriamente um ano onde o vencedor de Oscar de Melhor Filme seja comummente considerado injusto... mas mesmo assim, histórias como esta só vem corromper ainda mais um sistema que de si já é tão frágil.
Indo ao cerne da questão, dois membros da Academia vieram admitir ao L.A. Times que não viram "12 Years a Slave" por acharem que seria uma experiência demasiado tortuosa e perturbadora... mas ainda assim votaram-no na categoria de "Melhor Filme", alegando uma quase "obrigação social" para com o filme e o que significa para a história da América e do mundo.
Num sistema com tantas falhas reconhecidas - desde incongruências nas regras e nos processos a incontornáveis vantagens que os filmes grandes têm sobre os mais pequenos, não osbtante a sua qualidade - esta é a sua ferida mais gravosa. Votar um filme sem o ver? É claro que a Academia como um todo tem de partir de um pressusposto de confiança, de que os votos surgem de uma confluência de experiências cinematográficas... mas como pode aceitar-se que algo como isto aconteça hoje? Haverá repercussões? Como poderá o sistema recuperar a confiança?
Mil e uma questões afloram, e poucas respostas aparecem.
O que resta dizer é que, apesar de não ser o meu filme favorito do ano, "12 Years a Slave" é uma obra magnífica a vários níveis, com e especialmente sem o "sentimento de culpa por causa da óbvia questão social". Nem o filme, nem o realizador, nem qualquer dos envolvidos merecia algo como isto, que também não é o que vai fazer com que o filme de McQueen seja um vencedor injusto. Que sirva, no entanto, esta vitória para que o filme chegue mais longe, a mais casas, a mais corações.
Aqueles dois membros podem não o saber, mas "12 Years a Slave" viverá hoje e sempre na memória dos que tiveram coragem de assistir.
Querido Matthew,
Desculpa começar esta carta de uma forma tão rude e crua, mas não posso negar... odiava-te. Não desgostei de um dos teus primeiros filmes - o excelente e excêntrico clássico juvenil "Dazed and Confused" - mas confesso que depois disso, especialmente na entrada nos anos 2000, só de ouvir o teu nome dava-me urticária nos sítios mais reconditos e menos recomendáveis do meu ser. Chegava ao ponto de perder a vontade de ver algum filme só porque ouvia dizer que ias lá andar a desfilar em tronco nu, arrogante e com aquele sotaque texano meio irritante.
É verdade que não creio que tenha perdido grande coisa ali na primeira década do novo milénio, mas agora que penso nisso, era quase uma questão de ódio, o que nunca é saudável... e pelo que algumas pessoas me têm dito, até perdi, no meio do meu preconceito cego, alguns filmes bem porreirinhos teus, como o "A Time to Kill" e o "Killer Joe"... mas enfim, não gostava de ti e não havia - achava eu - nada a fazer para mudar isso.
É sempre a mesma história - antes chorava-se porque não havia, agora reclama-se porque há.
A constituição da Academia Portuguesa Cinema foi um passo crucial para o Cinema Português. Diz-se aqui Cinema e não Indústria porque referir uma indústria como aquilo que existe no nosso país seria puramente inocente - não há apoio, não há projeção, não há sustentabilidade, não há garantias... é o salve-se quem puder, e infelizmente é assim que vai (sobre)vivendo o nosso Cinema.
Voltando à Academia, constituiu-se com a missão de aproximar o cinema português dos portugueses e tentar levar mais longe o produto nacional que tantas vezes se encontra tão fechado sobre si mesmo. Precisamos de Academia, precisamos de Casas do Cinema, precisamos de tudo o que conseguirmos agarrar para dar fôlego a uma arte que no nosso país mal tem forças para arranjar sustento.
(atenção este artigo pode conter SPOILERS para os leitores que não tenham visto alguma versão do filme, lido o livro ou visto o espetáculo musical em palco)
Desta vez não é propriamente um desabafo, mas a partilha da minha felicidade perante uma escolha criativa.
"Les Misérables" estreou apenas há dois dias no nosso país, e já teve o poder de deixar a audiência dividida. Uns ficaram apaixonados, outros nem por isso, mas não é disso que hoje vamos aqui falar hoje, porque já me estiquem que chegue e sobre na crítica alargada que escrevi ao filme (quem não leu, está aqui).
Mas todavia, além dos gostos e uns e desgostos de outros, existem pontos que são de apreciação quase, quase consensual (porque nada o consegue alguma vez ser a 100% nestas lides). A fabulosa interpretação secundária de Anne Hathaway de Fantine, a malograda mulher que vê a sua vida destruída enquanto o interior se lhe desespera pela impossibilidade de ajudar mais a filha (que se supõe doente), Cosette.
Tive pena que o filme só se debruçasse sobre ela durante apenas meia hora, ou coisa do género, mas de facto, a menos que o filme fosse focado na sua personagem, era difícil dar-lhe mais tempo de antena tendo em conta a dimensão da restante história. De todo o modo, e para os curiosos, saibam que Victor Hugo escreveu "Os Miseráveis" na forma de cinco livros, escritos e lançados separadamente (hoje existem nessa forma, mas há sempre mais acessível a compilação dos cinco, que é um calhamaço grandão de 1200 páginas). O primeiro chama-se "Fantine", e cobre a história desde a soltura de Jean Valjean (elaborando um pouco sobre a sua vida antes de ser preso), até à morte de Fantine. Como é natural, e apesar de conter muitas outras histórias adicionais, "Fantine" conta a história mais detalhada da personagem titular, incluíndo a história de amor que viria a originar Cosette, e o encontro com os Thénardier.
Enfim, isto só para os curiosos que desejassem saber o que mais podiam encontrar no livro sobre este ponto particular (e desde já recomendo a leitura a super bold, tem uma linguagem bastante acessível, e apesar de o tamanho não ser dos mais apelativos, vale inteiramente a pena, claro, não só pela história épica, mas pela atenção dada por Victor Hugo ao detalhe, e em fornecer a visão mais completa sobre o mundo das suas personagens).
Mas voltando a Anne Hathaway... é curioso recordar que ela e Hugh Jackman já tinham cantado juntos há tempos, quando ele aceitou a hercúlea e nem sempre generosa tarefa de apresentar a cerimónia dos Oscars, aqui há uns aninhos. Nessa cerimónia, e entre outras coisas, Jackman cantou o famoso medley dedicado aos nomeados a Melhor Filme do ano, e a certa altura, desafiou Hathaway a subir ao palco para o acompanhar no momento divertido.
(o vídeo do medley está completo, mas a parte referida começa à volta dos 4:00)
Ora foi o próprio Jackman, que depois de selecionado para protagonizar o novo filme de Tom Hooper, sugeriu Hathaway para o papel de Fantine. Isto não livrou Hathaway do moroso processo de casting até ser eventualmente escolhida - ao que parece, nomes como Amy Adams, Marion Cotillard, Kate Winslet e Rebecca Hall foram considerados.
Entretanto, Hathaway chegou, viu e venceu e ofereceu-nos aquela que já é conhecida como "a performance que lhe deverá valer o cobiçado Oscar da Academia". A meu ver, e contando apenas com os titulos que vi até ao momento, inteiramente merecido. Chega-se inclusive a dizer, que Hathaway só precisou de menos de 5 minutos para ganhar o galardão - nada menos que a duração do mais emocional, poderoso e famoso solo do musical, "I Dreamed a Dream".
E é o referido solo que me faz chegar ao ponto que queria hoje aqui fazer passar. Estou feliz com a escolha de Tom Hooper.
Não falo da escolha mais primária de Anne HAthaway - com essa estou radiante! - mas falo das escolhas criativas que envolveram o tratamento da cena em questão. Nunca pensei poder dizer isto, mas depois de assistir ao filme duas vezes, fiquei fã do método de filmagem sem cortes e aproximado, que, colocando-a contra um fundo negro vazio, nos permite focar em nada mais que a emoção da personagem durante aqueles minutos.
A escolha no entanto não fica por ai. Parece-me estranho não notar tanta gente a falar do assunto, talvez até porque não achem importante, muitos porque se calhar nem repararam. Mas a verdade é que o primeiro trailer, o primeiro de todos a surgir nos ofereceu uma versão da música completamente diferente da que a que acabámos por ouvir no filme. Mais limpa, mais afinada e com mais musicalidade. Mas com a emoção quase totalmente sugada.
Li por aí que Anne Hathaway insistiu em fazer 20 takes da cena, apesar de Hooper lhe dizer que tinha conseguido o perfeito apenas à quarta tentativa. A versão que ouvimos no primeiro trailer será, por ventura, uma das outras 19, mas é, pelo menos para mim, a resiliente prova de que a escolha final, apesar de, provavelmente (porque eu não percebo assim tanto de música), musicalmente menor, menos afinada ou mesmo reconhecível, foi a mais poderosa, verdadeira e, derradeiramente, a única escolha possível tendo em conta... bom, toda a desgraça do arco de Fantine.
Porque esta foi uma mulher que perdeu tudo, que se encontra desfeita, fisica e emocionalmente, sem ninguém no mundo, e sem forma de chegar à única pessoa que poderia ser o seu alguém, a filha. Perdoem-me se estou a interpretar alguma coisa mal, mas não consigo imaginar esta pessoa a cantar de outra forma que não a apresentada por Hathaway no corte final do filme. Porque nunca a dor e o sofrimento infligidos a Fantine lhe permitiriam uma versão glamourosa e perfeita da canção - mesmo sim, tratando-se de um musical, porque este, talvez acima das canções, deve convir acima de tudo emoções e verdades, tal como qualquer outra obra de arte. Porque se fecharmos os olhos, a própria interpretação de Hathaway conta a restante história de Fantine que o filme, por vários constrangimentos, não nos pode oferecer.
E essa foi a melhor prenda de todas.
(a versão do 1º trailer, mais clean e musical)
Já estamos naquela altura do ano outra vez – pessoalmente, a minha favorita, mais que não seja porque a) estreiam alguns dos filmes mais aguardados do ano; e b) fala-se deles.
Mas esta também é a altura do ano que, lá pelos States e arredores é conhecida como “awards season”. Como o próprio nome indica, é a época dos prémios, das cerimónias de distinção, dos galardões imortais.
O problema com esta tal época do ano cinematográfica é que é também a altura de aparecerem os implicantes – os que dizem que dizem que não querem saber de nada de prémios porque estes não têm qualquer validação ou fornecem qualquer juízo credível sobre os filmes. Este ano, ainda não me cruzei com nenhum, mas quis deixar o desabafo antes de me começar a sair fumo das ventas.
Quero começar por dizer que gosto de prémios - o que não quer dizer que acredite que se deva trabalhar PARA eles - e que, sim, ocasionalmente também tenho as minhas resmungadelas à velha do Restelo sempre que um dos meus favoritos não sai vitorioso. Normalmente, aliás, quem reclama são os frustrados pelos seus favoritos nunca lá calharem, mas isso é pano para outras mangas que não quero aqui começar a coser.
O que quero aqui dizer é que, ao contrário do que muito se clama… os prémios, as cerimónias, as distinções… SÃO, de facto, IMPORTANTES. E são-no em vários pontos e medidas que vou tentar esclarecer, segundo o meu ponto de vista.
E com mais ou menos acerto, é isto.
Perder anos de vida a discutir sobre o roubo que foi o Charlie Chaplin nunca ter ganho um Oscar por uma das suas interpretações (honorários à parte) ou o Ryan Gosling não ter sido nomeado no ano passado é parvoíce. Tal como o é dizer "ah não concordo com as nomeações/vencedores deles, nunca mais vejo esta porcaria". Relembrá-lo de forma minimamente saudável como algo com que não concordamos, é, lá está, saudável. O mesmo se aplica – com os devidos ajustes de grandeza, claro está – aos tops ou prémios levados a cabo pelos bloggers: esses então que só o fazem mesmo pela diversão, pelo gosto e paixão genuína que têm pelo Cinema.
Com este desabafo não pretendo converter ninguém. Quem não simpatiza com prémios, não é por isto que vai passar a simpatizar, e se não gostam acho muito bem que não vejam... mas também não precisam estar sempre a mandar as bocarras do costume, ou a diminuir quem gosta de ver e segue, comam antes uma peça de fruta, ou assim...
Fica apenas a lembrança que, dos Oscars da Academia aos Soap Awards que organizo aqui no blog, o que importa é que nos divertamos e que continuemos a ver e a falar de filmes. Isso sim amigos, é o mais importante!
Este é um desabafo antigo, que até já tornei público em inúmeras vezes, mas que vejo aqui a necessidade de ser renovado: a minha insatisfação perante a pobreza de espírito de alguém que não sabe (nem quer) respeitar as opiniões alheias.
Contextualizando o caso específico desta pequena reflexão: The Dark Knight Rises é, pelo menos no meu entender, facilmente o filme mais antecipado do ano. Discussões sobre a subjetividade da questão (afinal é o ano em que estreiam também The Avengers ou The Hobbit por exemplo, só para manter a questão nos blockbusters) não são agora importantes.
Retomando o ponto que aqui interessa, a estreia de The Dark Knight Rises está mesmo à porta, e como é hábito, a crítica tem honras especiais de espreitar os filmes em primeira-mão e libertar pelos meios de comunicação as primeiras impressões sobre um dos grandes titãs cinematográficos do ano, que têm ecoado repetidamente por todas as formas de media.
Mesmo antes sem ter sido visto, The Dark Knight Rises está, também por isso mas não só, envolto num hype sem precedentes; uma antecipação que o coloca na tentadora mas perigosa posição d' "O" filme de super-heróis - ainda que, tecnicamente, o Batman não seja super, mas vocês percebem onde quero chegar. Os primeiros comentários curtos a chegar pelos sortudos a espreitarem o filme em primeira-mão foram ainda mais avassaladores. Comentários como "É o melhor comic movie de sempre" e o inevitável "se este filme não ganhar os Óscares nenhum outro do género ganhará" construíram ainda um altar mais elevado para o capítulo final da trilogia assinada por Christopher Nolan.
Tudo corria bem, ou normalmente, até ao dia em que The Dark Knight Rises teve a sua primeira crítica negativa. Ou pelo menos, a primeira crítica negativa visível. Marshall Fine foi o ofensor (entre ontem e hoje já houve mais uns poucos) e o resultado foi uma chuva de impropérios a apelar ao enxovalho por um grupo de indivíduos na secção de comentários da mencionada crítica. O mais curioso ainda neste caso particular é que, certamente, pelo menos a esmagadora maioria dos "comentadores" ainda nem sequer viu o filme (podem ler a crítica "demoníaca" aqui).
Nada contra o título da Warner, que, obviamente, "blockbusteristicamente" é para mim o mais aguardado do ano acrescendo ao facto de Nolan ser, dentro da sua linha de ação, um dos realizadores americanos da atualidade que mais aprecio, até de olhos fechados. Nada disso está aqui a discussão; aliás, o caso particular foi apenas utilizado a título ilustrativo. Esta é uma insatisfação generalizada.
É que isto de distribuir cacetada por causa de uma opinião pessoal, ainda por cima vindo de quem não deverá ter o mínimo conhecimento de causa, é coisa que me faz comichão. Mas comichão da grossa. A discussão sobre Cinema é das coisas mais apaixonantes que existem no meu pequeno universo, mas se há algo que me deixa triste e zangada é este tipo de faltas de respeito que, infelizmente, chega para inibir os menos fortes de ego e de convicção de expor a sua opinião.
Porque sim, os gostos discutem-se, mas não se podem impor. E até é essa "limitação" que permite a diversidade e que faz com que isto não seja uma carneirada (e uma seca!) total.
Leitura aconselhada: artigo sobre a polémica das críticas negativas de The Dark Knight Rises pelo Editor do Rotten Tomatoes.
Este tem sido um ano entusiasmante para os blockbusters em geral e para o mundo dos super-heróis em particular.
Depois de Avengers ( bom entretenimento) e The Amazing Spider-Man (um dos meus filmes de super-heróis preferidos - falarei dele num futuro próximo para explicar porquê) está quase a chegar aquele que é um concorrente inegável ao "filme mais esperado do ano": The Dark Knight Rises.
Ora infelizmente, a estreia ainda não está particularmente próxima - até à estreia portuguesa ainda teremos de esperar mais de três semanas, ou pouco mais de uma, se estivermos noutras partes do globo, como Espanha, Reino Unido ou Estados Unidos....
Mas parece que os primeiros sortudos já tiveram a oportunidade de espreitar o último filme da saga Batman de Christopher Nolan e as críticas têm sido... estrondosas.
Segundo o Worstpreviews.com, foi isto que se disse:
"* Wow. Quite speechless at the moment...."TDKR" was everything I wanted it to be.
* So much awesome... can't wait to see it again. And again. And 9 out of 10 for me. I'd put "Amazing Spider-Man" at a 7.5 and "Avengers" at an 8.5.
* This film was the perfect final chapter in the trilogy.
* I think Bale gives his best performance as Batman and as Bruce Wayne in this one.
* Nolan manages to convey this wild ride into 165 minutes of his best work.
* "The Dark Knight Rises" is not onlyeasilythe best Batman movie yet, but now one of my favorite movies I've ever seen. It was unbelievable!
* If this does not break the mold and win Best Picture, no comic book movie ever will."
Oh bom... se isto já estava difícil de aguentar, agora então vai ser criminoso...
Sou, como poderão saber, uma grande admiradora daquilo que o Christopher Nolan consegue fazer do cinema em geral, e da saga Batman em particular... mas já não chega de trailers de The Dark Knight Rises?
É que tenho a sensação de que há um novo todos os dias.. e preocupa-me a quantidade anormal de cenas às quais já fomos expostos...
Este é um micro-desabafo, e ainda por cima, um micro-desabafo pouco fundamentado, porque dos quatro filmes que aqui falo, só vi meio (sim, mesmo meio: apanhei bocados do Dear John no ano passado ou qualquer coisa assim)...
Mas não me parece bom presságio que, por alguma razão, estes quatro títulos me pareçam o mesmo filme. Pode argumentar-se a questão da semelhança do design dos posters e de três deles serem originados na obra de Nicholas Sparks, que basicamente escreve o mesmo livro cinquenta vezes... mas além disso, é algo mais além disso que nem consigo explicar...
Olhando para eles, não concordam comigo? Ou serei eu que estou a implicar?