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Eu acreditava piamente que tinha sido há três meses, mas foi na verdade há cerca de um ano e meio que embarquei numa jornada louca pelo universo alternativo... dos bootlegs - gravações baratas (e piratas) de filmes/séries/concertos em que um indivíduo filma o ecrã de um cinema com aquilo que parece ser uma máquina de calcular, a julgar pela qualidade dos mesmos.
E depois de muita resistência, hoje regresso finalmente a esse enorme reino de pérolas para recuperar mais algumas obras de arte.
Devo ter adormecido na parte em que o Denzel Washington participou no Fast & Furious...
Possivelmente, linguagem de código para "director's cut"
E o Jackie Chan com barba branca e dentes podres
Isto é uma passagem aleatória de 50 Shades of Grey ou assim...?
Daquela vez em que o Indy teve de ajudar o Frodo a enganar o Sauron...
Afinal o Lincoln acabou com a escravatura a tiro
Demasiado bom
É neste que o Leonardo leva o Óscar
"Engaging lonely between" ... "to express himself and wanting"... say what?
A comédia romântica que conta a história de amor entre Frodo, um snowboarder cool, e um Orc... com muito amor, sexo e sonhos.
Fácil.
É (quase) compreensível
"E depois de terminar a sinopse, pousou a garrafa de Rum completamente vazia."
Pacina Maluca.
Quase, quase...
Pela primeira vez, uma criação absolutamente fiel
Mesmo nas nalgas.
A sequela mais aguardada
Ontem iniciamos o nosso estudo do bootleg clássico, com a exploração de alguns dos mais finos espécimes no que respeita à configuração da capa.
Todavia, e como vimos ontem, um bootleg de excelência não se constrói apenas de uma gravação risível e uma capa infeliz (ou por vezes, apenas ridícula). A impecabilidade está ainda na passagem de informações essenciais, como sejam a sinopse do dito filme, e um ou outro comentário crítico que valha a pena destacar.
Analisemos, pois, os exemplares de hoje.
Apreciações Críticas
Sinopses
Todos já os vimos, espalhados por cima de uma toalha numa feira e todos já os compramos na esperança de um negócio da China (no pun intended), ainda que possamos não estar familiarizados com a sua denominação técnica.
Um bootleg é uma gravação (de áudio, ou, neste caso, vídeo) de uma determinada performance, programa ou filme que é vendida sem o consentimento legal dos artistas em questão. É, portanto, um eufemismo para a pirataria barata - daquela em que o Cassiano Danilo filma o ecrã de um cinema com a câmara de um telemóvel, por exemplo.
A sua forma mais nobre está em rápido desaparecimento, em culpa do advento da internet e da circulação das cópias bastante mais agradáveis de screeners ou mesmo dos próprios DVD's e Blu-Rays. Mas para o bem da história do mundo e nosso regozijo, os bootlegs à antiga - chamemos-lhe assim - ainda não pereceram.
De facto, em muitos cantos do mundo permanecem na sua maior força, e por isso mesmo resolvi criar uma série de dois artigos unicamente dedicados à sua inimitável genialidade - porque criar um bootleg à antiga não termina no ato de criar a cópia do filme em questão. Não. Criar um bootleg implica ainda vesti-lo com a melhor capa, embelezá-lo com a sinopse mais esclarecedora, e adorná-lo com as mais brilhantes críticas.
No artigo de hoje viajaremos pela arte da capa, reservando o dia de amanhã para explorar a complexa ciência das sinopses e das críticas.
Evidentemente, entre muitas outras línguas.
Os Piratas de Hogwarts: A Irmandade do Anel.
O Samuel é capaz de precisar de um exorcismo.
Título original: "Hustle & Flow".