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Point-of-View Shot - Whiplash (2014)

por Catarina d´Oliveira, em 30.01.15

whiplash.jpg

 

"There are no two words in the English language more harmful than good job"

 

Diz a teoria que o diamante é um pedaço de carvão que se deu bem sobre pressão, e talvez não existe melhor analogia para introduzir a sensação de Sundance e o mais recente filme de Damien Chazelle.

 

Apresenta-se em palco Andrew Neiman, um jovem e talentoso baterista que procura a perfeição a qualquer custo, sob a direção do impiedoso professor Terence Fletcher, mesmo que isso signifique perder a sua humanidade.

 

- A batida começa, lenta mas segura.

 

WHIPLASH é adrenalina cinematográfica pura. Mais tenso do que um thriller de ação, o drama (ou tragédia?) musical de Chazelle tem vida a ser bombeada em todas as suas artérias.

 

whiplash4.jpg

 

O tema direto da relação estudante-mentor é fascinante o suficiente - para trás das costas ficam os discursos inspiradores de John Keating no “Clube dos Poetas Mortos” (1989), porque Fletcher foi nascido e criado no universo de “Nascido para Matar” (1987) - mas o realizador americano transfigura-o num comentário social sobre a sobrevivência num mundo impiedoso, sempre pronto a puxar o tapete por debaixo dos nossos pés. E na nossa era, a das medalhas de honra, diplomas de participação e palmadinhas nas costas, não viveremos todos os dias o perigo do “bom trabalho” que refere o castrador Fletcher? A abordagem pode e deve ser questionada – levantando o véu sobre o tratamento abusivo entre professores e alunos – mas o tema polémico da pressão e dedicação não é, no fundo, de discussão necessária para o verdadeiro sucesso? A posição do filme é deliciosamente ambivalente.

 

- O ritmo acelera e os rufos confundem-se aos ouvidos desabituados.

 

Mais focado no sangue, suor, lágrimas e esgotamento emocional necessários para vingar na indústria musical do jazz do que propriamente na alegria de tocar, WHIPLASH apresenta a arte aos artistas como uma constante provação. No entanto, e como fruto da sua própria criação, não se revela como arte superior, mas boa arte ainda assim: o argumento abeira-se perigosamente do previsível, e apesar da premissa corajosa que apresenta, nem sempre se compromete a ele a 100%.

 

A montagem e a fotografia são personagens por si só, edificando o compasso frenético da narrativa lado a lado com os atores e as eletrizantes deixas da bateria. Com uma precisão cirúrgica, a ansiedade é o metrónomo da equipa liderada por Chazelle numa obra construída à imagem de um iminente ataque de pânico.

 

whiplash2.jpg

 

- O som torna-se frenético, as gotas de suor caem e reza-se para que o corpo não vergue perante o que a mente quer.

 

No elenco, a tendência tem sido a de prezar primeiramente a performance titânica de J.K. Simmons com uma abrangência notável entre o “mentor porreiro” e o sociopata inflexível, que lhe deverá mesmo valer, entre outras distinções, o Óscar da Academia para Melhor Ator Secundário.

 

Mas o tour-de-force de Milles Teller, presente em todas as cenas, responsável por cada batida que ouvimos, não pode ser obliterado. É uma daquelas interpretações capazes de lançar uma carreira para o próximo nível, e apesar de já andar a agraciar a indústria com talento desde 2010, deverá ser com WHIPLASH que Teller se catapultará para o nível seguinte.

 

- O sangue escorre pelas baquetas, o fantasma da falha ergue-se sob um ritmo alucinante.

 

whiplash3.jpg

 

No final de contas, o filme de Damien Chazelle é uma assustadora exploração da génese criativa, um triunfante ensaio sobre o crescimento mas também, e sobretudo, uma indagação perversa, desconcertante e invertida sobre o trabalho do génio e a escadaria para o reconhecimento máximo. As suas conclusões são perturbadoras e fascinantes, colocando a questão de que, por vezes, os meios justificam os fins, elevando os bons a excecionais, e os comuns mortais a lendas.

 

Acabamos a escorrer ansiedade, a acertar o ritmo do coração e a digerir uma das combinações máximas da sétima (e da primeira) arte da última década.

 

- O término, o silêncio e as ovações.

 

O jazz não está morto. E o Cinema também não.

 

 

8.5/10

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Point-of-View Shot - Birdman (2014)

por Catarina d´Oliveira, em 20.01.15

birdman.jpg

 

"Popularity is the slutty cousin of prestige"

 

Mergulhar de cabeça em BIRDMAN é muito semelhante a desdobrar um infindável origami, que continua a abrir-se, sem fim à vista, em direções e combinações absolutamente inesperadas.

A história é enganadoramente simples: Riggan Thomson, uma antiga estrela de ação celebrizada por interpretar um super-herói há 20 anos, tenta reanimar a sua carreira ao encenar e protagonizar uma peça na Broadway. Contudo, todos e quaisquer obstáculos parecem jogar-se no caminho da noite de estreia.

Os corredores labirínticos do St. James Theater apertam-se cada vez mais em redor de Riggan, que se sente crescentemente assombrado pela voz do seu alter-ego, Birdman. A vida e a arte baralham-se, a câmara perpetua o movimento neurótico, enquanto a banda sonora latejante é pontuada por frenéticos batuques, o tempo destrói-se e o espaço aperta numa dança esquizofrénica que parece espelhar o estado mental do protagonista.

 

birdman3.jpg

 
Todos os astros parecem alinhados para uma sarcástica comédia de backstage mas BIRDMAN é muito mais: é um estudo de personagem, um (meta) comentário à arte e entretenimento modernos, um ensaio sobre o ego da celebridade e os seguidores acéfalos, uma sessão de psicanálise, uma autópsia ao poder e ao prestígio, uma exploração sobre a profunda necessidade de criação artística, uma maravilha técnica que será examinada e esmiuçada durante anos, um espetáculo singular montado sob as bases de um dos melhores elencos do ano, e um conto surreal sobre um homem que procura desesperadamente a sua alma.

É imensamente divertido de um modo negro e mordaz, mas tal como os fumos e luzes do palco assombram toda a parada de Alejandro González Iñárritu, há aqui algo palpável, reconhecível mas quase inexplicável, maior do que a vida. Filmado como se de um impressionante, longo e corajoso plano-sequência se tratasse, BIRDMAN é uma autêntica explosão de ideias e visões que abraça a linguagem dos sonhos para expandir o conceito de storytelling.

 

birdman2.jpg

 
Numa era onde um noticiário televisivo tem tanto artifício como os efeitos visuais de ponta de filmes de ficção científica dos anos 70, hoje, é nas instâncias onde a construção se torna invisível que nos perguntamos "que diabo… como fizeram aquilo??". Depois de o ter conquistado na agonizante sequência inicial de 12 minutos de GRAVITY, o diretor de fotografia Emmanuel Lubezki volta a fazê-lo, agora por toda a duração de BIRDMAN, arrastando o nosso olhar para onde quer que o foquemos, como um talentoso mágico faz com os seus truques de cartas. Contudo, esta artimanha não existe apenas para pasmar – as próprias quezílias do enredo debatem-se sobre estes temas: o artifício, aquilo que julgamos ver e aquilo que vemos na verdade, o público e o privado, o zeitgeist do entretenimento que não distingue o fim de ficção e o início da vida real.

As personagens que encontramos no caminho, desde o melhor amigo/produtor/advogado ao egocêntrico coprotagonista, são dispositivos que se organizam em pontiagudas observações satíricas – as caracterizações são exageradas para criar símbolos, e não pessoas passíveis de encontrarmos na rua.

 

birdman4.jpg


Além de versar sobre um renascimento, BIRDMAN também proporciona um ao seu protagonista. Naquele que será o seu melhor desempenho na última década, Michael Keaton humaniza o desejo mordaz pela importância de Riggan, alternando entre o estado cómico e profundamente dramático ao longo de vários momentos na fita.

Também em destaque num veículo que pareceu feito para oferecer aos seus passageiros uma oportunidade de refrescar a carreira, Edward Norton e Emma Stone oferecem uma honestidade crua aos seus retratos de um ator egocêntrico com compromisso com a autenticidade máxima e de uma filha distante e perturbada, respetivamente.

Há uma loucura irresistível associada ao filme de Iñárritu, uma obra virtuosa, uma maravilha moderna que contradiz a aparente tendência moderna de colocar filmes em caixas de comédias, tragédias ou fantasias, que nos arrasta, atrelados a uma arte destemida que irradia uma emoção, energia, elegância e ego que são intoxicantes.

 

birdman5.jpg

 
É como se o protagonista de INSIDE LLEWYN DAVIS tivesse sido transportado para o séc. XXI, onde o Twitter e o Facebook ditam as manchetes do dia, e tivesse escolhido a carreira de ator, logo depois de se embriagar num cocktail fatal de BLACK SWAN e SUNSET BOULEVARD.

Os fóruns de discussão, as mesas de café e os sofás de amigos de longa data serão alimentados sobre o deslindar cego dos significados de BIRDMAN, alguns absolutamente indecifráveis, como a dinâmica dos poderes telecinéticos de Riggan ou o misterioso final.

Mas não é parte do objetivo, esta natureza resvaladiça do artifício? É como tentar à força fazer um raio-X à mala de PULP FICTION (1994), ou traduzir o sussurro de Bill Murray a Scarlett Johansson em LOST IN TRANSLATION, ou despir de enigmas toda a odisseia no espaço de Stanley Kubrick.

Afinal, não é por acaso que BIRDMAN carrega um pequeno subtítulo: a inesperada virtude da ignorância.

 

8.5/10

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Oscars 2015: Os Nomeados (e apreciações gerais)

por Catarina d´Oliveira, em 15.01.15

Foi há pouco revelada a lista completa de nomeados a 87ª edição dos Oscars da Academia, que terão lugar no próximo dia 22 de fevereiro (e irão para o ar, em território português, pela 01:00, na SIC).

 

Como esperado, "Birdman" foi um dos filmes mais indicados, juntamente com "The Grand Budapest Hotel", reunindo cada um nove nomeações. Logo a seguir, "The Imitation Game" surge com oito, e "Boyhood" e "American Sniper" com seis cada.

 

Entre muitas confirmações - sobretudo, claro que houve espaço para as escandaleiras habituais... e passo a enunciar as principais na minha ótica (que aquilo da lista dos nomeados vocês já viram de certeza... mas também podem ver mais abaixo):

 

- O prémio de "American Hustle de 2015" (filme mediano mais sobrevalorizado) vai para "The Imitation Game", com indicações várias, nomeadamente na categoria de MELHOR FILME, à frente de outros como "Gone Girl", "Nightcrawler", "Ineherent Vice" (ainda não vi, mas calculo), "A Most Violent Year" ou até "Interstellar" - todos me parecem mais inovadores, corajosos e, no geral, melhores;

- Where the fuck is Jake Gyllenhaal (MELHOR ATOR, por "Nightcrawler")?;

- Bennett Miller nomeado para MELHOR REALIZADOR à frente de... tanta gente?

- Do "Gone Girl" foi mesmo tudo Gone e só ficou a Girl para dar uns ares de sua graça;

- O "Grand Budapest Hotel" encheu os quartos... mas o fabuloso concierge Fiennes não mereceu nenhum amor;

- "A Most Violent Year" nunca ganhou o balanço que parecia prometer, mas ainda assim a ausência de Jessica Chastain nas nomeadas de MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIA parece-me digna de escandaleira (eu sou filha e mãe da religião Meryl Streep mas....);

- Aquele filme... dos... bonecos e coiso... dos... LEGOS? Não? De certeza? 'Tá;

- Mas pelo menos a música "Everything is Awesome" do "The Lego Movie" foi nomeada... apesar de não estar, na verdade, tudo awesome;

- Um bem-haja para o reconhecimento de Marion Cotillard em "Deux jours, une nuit" mas para coroar uma categoria mesmo entusiasmante, só se lá estivesse também a fabulosa Anne Dorval de "Mommy";

 

best picture.jpg

 

 

LISTA COMPLETA DE NOMEADOS

 

MELHOR FILME
"American Sniper"
"Birdman"
"Boyhood"
"The Grand Budapest Hotel"
"The Imitation Game"
"Selma"
"The Theory of Everything"
"Whiplash"

MELHOR REALIZADOR
Alejando G. Inarritu, "Birdman"
Richard Linklater, "Boyhood"
Bennett Miller, "Foxcather"
Wes Anderson, "Budapest"
Morten Tyldum, "The Imitation Game"

MELHOR ATOR
Steve Carell, "Foxcatcher"
Bradley Cooper, "American Sniper"
Benedict Cumberbatch, "The Imitation Game"
Micheal Keaton, "Birdman"
Eddie Redmayne, "The Theory of Everything"

MELHOR ATRIZ
Marion Cotillard, "Two Days One Night"
Felicity Jones, "The Theory of Everything"
Julianne Moore, "Still Alice"
Rosamund Pike, "Gone Girl"
Reese Witherspoon, "Wild"

MELHOR ATOR SECUNDÁRIO
Robert Duvall, "The Judge"
Ethan Hawke, "Boyhood"
Edward Norton, "Birdman"
Mark Ruffalo, "Foxcatcher"
J.K. Simmons, "Whiplash"

MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIA
Patricia Arquette, "Boyhood"
Laura Dern, "Wild"
Keira Knightley, "The Imitation Game"
Emma Stone, "Birdman"
Meryl Streep, "Into the Woods"

MELHOR ARGUMENTO ADAPTADO
"American Snaper"
“The Imitation Game”
“Inherent Vice”
"The Theory of Everything"
"Whiplash"

MELHOR ARGUMENTO ORIGINAL
"Birdman"
"Boyhood"
"Foxcatcher"
"The Grand Budapest Hotel"
"Nightcrawler"

MELHOR DOCUMENTÁRIO
"Citizen Four"
"Finding Vivian Maier"
Last Days in Vietnam"
"The Salt of the Earth"
"Virunga"

MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
"Big Hero 6"
The Boxtrolls
"How to Train Your Dragon 2"
"Song of the Sea"
"The Tale of Princess Kaguya"

MELHOR FILME ESTRANGEIRO
"Ida" (Polónia)
"Leviathan" (Rússia)
"Tangerines" (Estónia)
"Timbuktu" (Mauritânia)
"Wild Tales" (Argentina)

MELHOR FOTOGRAFIA
"Birdman"
"The Grand Budapest Hotel"
"Ida"
"Mr. Turner"
"Unbroken"

MELHORES EFEITOS VISUAIS
"Captain America: The Winter Soldier"
"Dawn of the Planet of the Apes"
"Guardians of the Galaxy"
"Interstellar"
"X-Men: Days of Future Past"

MELHOR GUARDA-ROUPA
"The Grand Budapest Hotel"
"Inherent Vice"
"Into the Woods"
"Maleficent"
"Mr. Turner"

MELHOR MONTAGEM
"American Sniper"
"Boyhood"
"The Grand Budapest Hotel"
"The Imitation Game"
"Whiplash"

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
"The Grand Budapest Hotel"
"The Imitation Game"
"Interstellar"
"Into the Woods"
"Mr. Turner"

MELHOR BANDA SONORA ORIGINAL
“The Grand Budapest Hotel”
“The Imitation Game”
“Interstellar”
“Mr. Turner”
“The Theory of Everything”

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
"Everything is Awesome" - "The LEGO Movie"
"Glory" - "Selma"
"Grateful" - "Beyond the Lights"
"I'm Not Gonna Miss You" - "Glen Campbell ... I'll Be Me"
"Lost Stars" - "Begin Again"

MELHOR EDIÇÃO DE SOM
"American Sniper"
"Birdman"
"The Hobbit: The Battle of the Five Armies"
"Interstellar"
"Unbroken"

MELHOR MISTURA DE SOM
"American Sniper"
"Birdman"
"Interstellar"
"Unbroken"
"Whiplash"

MELHOR CURTA-METRAGEM
"Aya"
"Boogaloo and Graham"
"Butter Lamp"
"Parvaneh"
"The Phone Call"

MELHOR CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO
"The Bigger Picture"
"The Dam Keeper"
"Feast"
"Me and My Moulton"
"A Single Life"

MELHOR CURTA-METRAGEM DOCUMENTAL
"Crisis Hotline: Veterans Press 1"
"Joanna"
"Our Curse"
"The Reaper (La Parka)"
"White Earth"

 

 

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Awards Season: Vencedores dos Golden Globes 2015

por Catarina d´Oliveira, em 13.01.15

Isto já nem vem com pretensões de notícia, já que a coisa se deu na madrugada de domingo e já vamos na terça-feira, mas mais como uma anotação pessoal e um registo de detalhes importantes para a Awards Season em geral.

 

Como tal, no passado domingo ficaram a ser conhecidos os vencedores dos Golden Globes, versão 2015, respetiva ao Cinema (e televisão) de 2014.

 

la-et-golden-globe-awards-2015-show-moments-hi-053

 

Entre as notas importantes:

- Surpreendentemente sem qualquer nomeação à partida: UNBROKEN de Angelina Jolie e AMERICAN SNIPER de Clint Eastwood;

- INTERSTELLAR só indicado em Melhor Banda Sonora;

- Timothy Spall viu a sua performance como MR. TURNER não reconhecida pela HFPA, bem como Marion Cotillard pela sua interpretação no belga DEUX JOURS, UNE NUIT;

- BOYHOOD cimenta o estatuto de favorito e "inimigo a abater" por todos os outros concorrentes;

- GRAND BUDAPEST HOTEL leva a melhor sobre BIRDMAN na categoria de Melhor Filme de Comédia ou Musical;

- LEVIATHAN (Rússia) bate o favorito  IDA (Polónia) na corrida de Melhor Filme Estrangeiro;

- HOW TO TRAIN YOUR DRAGON 2 é considerado o Melho Filme de Animação, em detrimento de THE LEGO MOVIE.

 

la-et-mn-golden-globes-2015-main-001.jpg

Posto isto, vamos à lista completa de vencedores:

 

MELHOR FILME (DRAMA)
Boyhood

MELHOR REALIZADOR
Richard Linklater – Boyhood

MELHOR ATRIZ (DRAMA)
Julianne Moore – Still Alice

MELHOR ATOR (DRAMA)
Eddie Redmayne – Theory of Everyting

MELHOR FILME (COMÉDIA OU MUSICAL)
The Grand Budapest Hotel

MELHOR ATRIZ (COMÉDIA OU MUSICAL)
Amy Adams – Big Eyes

MELHOR ATOR (COMÉDIA OU MUSICAL)
Michael Keaton – Birdman

MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIA
Patricia Arquette – Boyhood

MELHOR ATOR SECUNDÁRIO
J.K Simmons – Whiplash

MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
How To Train Your Dragon 2

MELHOR BANDA SONORA ORIGINAL
Johann Johannsson – The Theory of Everything

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
“Glory” (Selma)

MELHOR ARGUMENTO
Alejandro González Iñárritu, Nicolás Giacobone, Alexander Dinelaris, Armando Bo – Birdman

MELHOR FILME ESTRANGEIRO
Leviathan (Rússia)

 

 

la-et-mn-golden-globes-2015-best-actor-drama-pictu

 

A lista completa de nomeados originais aos Golden Globes 2015 pode ser consultada por aqui.

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Homemade - Um Conto de Natal da Trafaria

por Catarina d´Oliveira, em 11.01.15

 

Não vale a pena inventar muito mais...

 

IMG_7002.JPG

 Depois da estreia absoluta, ontem, nos TCN AWARDS 2014, aqui fica O CONTO DE NATAL DA TRAFARIA, feito pela minha família, com muito amor mas pouco talento.

 

 

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Mise en Scène - Ant-Man

por Catarina d´Oliveira, em 07.01.15

É considerado um dos mais importantes elementos da fase 2 da Marvel Studios, e depois de muitos teasers que jogaram com a particularidade do tamanho do protagonista, ANT-MAN ganhou finalmente o primeiro trailer oficial... e é pena que depois do surpreendentemente divertido GUARDIANS OF THE GALAXY o estúdio tenha voltado a levar-se tão a sério...

 

ant-man-costume.png.jpg

 

Segundo a sinopse oficial, armado com a incrível habilidade de conseguir diminuir o seu tamanho à escala mas aumentar a força, o vigarista Scott Lang deve assumir o herói que encontra no seu interior e ajudar o seu mentor, o Dr. Hank Pym, a proteger o segredo que envolve o seu espectacular Ant-Man. Pym e Lang enfrentam vários obstáculos, enquanto procuram planear e executar um golpe que salvará o Mundo.

 

 

ANT-MAN, que deverá chegar aos cinemas portugueses a 30 de julho, conta no elenco com Paul Rudd, Evangeline Lilly, Hayley Atwell e Michael Douglas.

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Point-of-View Shot - Maps to the Stars (2014)

por Catarina d´Oliveira, em 04.01.15

maps.jpg

 

"On the stairs of Death I write your name, Liberty"

 

O suor escorre em bica enquanto se convulsa na cama, às voltas, aos gritos desesperados e presos a uma realidade fabricada, cada vez mais fictícia e desumana. No novo filme de David Cronenberg, Hollywood vive e respira o seu pior pesadelo.

A família Weiss é um arquétipo do show biz andante: o pai, Strafford, é um analista e life-coach que fez uma fortuna com os seus manuais de autoajuda; a mãe, Cristina, é a manager da carreira do filho de ambos, Benjie, uma criança-estrela de 13 anos acabada de sair de um programa de reabilitação pelo consumo de drogas. A chegar perigosamente perto do “núcleo familiar” está ainda a filha afastada Agatha, agora maior de idade, que foi recentemente liberta do hospício onde foi tratada e internada na infância. A juntar ao mix explosivo, introduz-se Havana, uma atriz cliente de Strafford que sonha protagonizar o remake do filme que tornou a sua mãe famosa nos anos 60.

 

maps2.jpg

 
Se ALL ABOUT EVE, SUNSET BOULEVARD e MULHOLLAND DRIVE se envolvessem numa noite de excessos, é muito provável que o fruto bastardo fosse algo muito semelhante a MAPAS PARA AS ESTRELAS.

Impiedoso e implacável, é um murro no estômago de uma Hollywood entorpecida pela ilusão de paraíso glamouroso e trabalhador que furiosamente tenta exteriorizar. O acídico comentário de Cronenberg sobre o narcisismo oco da cultura da celebridade, embrulhado numa sensação de sonho febril povoado por aberrações e perversão é constantemente polvilhado por um humor negro sórdido, no limite do depravado, que abocanha violentamente a mão que o tem vindo a alimentar.

Ao tema em questão (também abordado, de outro ponto de vista, pelo mais recente filme de Sofia Coppola – BLING RING), pouco se acrescenta de novo, mas o filme de Cronenberg acaba por se diferenciar por ultrapassar o limite da sátira para cavalgar ferozmente para o campo do cruel e selvagem.

 

maps3.jpg

 
É verdade que a perturbação sempre fascinou o realizador canadiano, desde os primórdios da sua sórdida carreira, em meados dos anos 70. E se é igualmente rigoroso afirmar que este agente do caos pode ter modificado drasticamente a sua abordagem à sétima arte na entrada do séc. XXI, por outro lado, o deslumbramento pela facilidade de derrubamento dos frágeis sistemas sociais continua a ser a força motriz por detrás do seu cânone cinematográfico.

As motivações ou pontos de ligação para tal desmoronamento têm sido várias, desde a tecnologia (Videodrome, 1983) ao crime (Promessas Perigosas, 2007), passando pelo romance (A Mosca, 1986), a psicologia (Um Método Perigoso, 2010) ou até, veja-se os automóveis (Crash, 1996). Em MAPAS PARA AS ESTRELAS, o agente acaba por ser, por ventura, o mais assustador de todos: os nossos piores impulsos.

 

maps4.jpg
As performances são, de um modo geral, competentes na retenção da insegurança e ansiedade extremas das personagens. Julianne Moore é especialmente bem-sucedida no complexo retrato de uma mulher com tiques de diva e com mais do que ligeiros traços de neurose e crueldade.

John Cusack agarra o melhor papel que lhe foi disponibilizado na última década para emprestar toda a monstruosidade a Strafford, enquanto Mia Wasikowska é maravilhosamente distante como Agatha, o verdadeiro anjo da destruição.

 

maps5.jpg


Apesar de pouco subtil e nem sempre especialmente gracioso, o argumento de Bruce Wagner é especialmente apto a manter um bom ritmo ao longo de duas horas de assombrações, revelações, twists e drama. É, à semelhança de COSMOPOLIS (ainda que por diferentes razões), uma narrativa relativamente impenetrável e fria, mais crítica e cerebral do que emocional, mas é impossível negar o seu charme de b-movie no coração enegrecido.

As conclusões não são propriamente satisfatórias, mas para um filme sobre a superficialidade existe sempre o risco de ser… superficial. Resta agarrar o mapa de Cronenberg, degustar o delicioso fruto proibido e aceitar como escabroso destino o caos da moralidade.

 

 

8.0/10

 

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