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Como anunciado pelo queridíssimo amigo Carlos Reis, UM CONTO DE NATAL DA TRAFARIA - a nossa sofrível adaptação do conto clássico de Natal de Charles Dickens - vai estrear em exclusivo na próxima edição dos TCN Blog Awards no próximo dia 10 de janeiro, mas como não vos queria deixar tanto tempo sem um gostinho...
... aqui fica o trailer oficial da nossa adaptação, que chegará aos youtubes de todos os computadores, tablets, telemóveis e máquinas calculadoras a 11 de janeiro!
Foi finalmente revelado o primeiro trailer oficial de KNIGHT OF CUPS, o novo filme de Terrence Malick que versa sobre um homem, tentações, celebridade e excessos.
O filme conta no elenco com Christian Bale, Cate Blanchett, Natalie Portman, Antonio Banderas, Freida Pinto, Wes Bentley, Isabel Lucas e Teresa Palmer e vai estrear-se no Festival Internacional de Cinema de Berlim.
Foram há pouco reveladas as nomeações para a 72ª edição dos Golden Globes, atribuídos pela Hollywood Foreign Press Association (HFPA).
Em Cinema, BIRDMAN de Alejandro González Iñárritu lidera o painel de nomeados com sete indicações, seguido de BOYHOOD e THE IMITATION GAME com cinco cada.
MELHOR FILME (DRAMA)
- Boyhood
- Foxcatcher
- The Imitation Game
- Selma
- The Theory of Everything
MELHOR FILME (COMÉDIA OU MUSICAL)
- Birdman
- The Grand Budapest Hotel
- Into the Woods
- Pride
- St. Vincent
MELHOR REALIZADOR
- Wes Anderson por The Grand Budapest Hotel
- Ava Duvernay por Selma
- David Fincher por Gone Girl
- Alejandro González Iñárritu por Birdman
- Richard Linklater por Boyhood
MELHOR ATOR (DRAMA)
- Steve Carell por Foxcatcher
- Benedict Cumberbatch por The Imitation Game
- Jake Gyllenhaal por Nightcrawler
- David Oyelowo por Selma
- Eddie Redmayne por The Theory of Everything
MELHOR ATRIZ (DRAMA)
- Jennifer Aniston por Cake
- Felicity Jones por The Theory of Everything
- Julianne Moore por Still Alice
- Rosamund Pike por Gone Girl
- Reese Witherspoon por Wild
MELHOR ATOR (COMÉDIA OU MUSICAL)
- Ralph Fiennes por The Grand Budapest Hotel
- Michael Keaton por Birdman
- Bill Murray por St. Vincent
- Joaquin Pheonix por Inherent Vice
- Christoph Waltz por Big Eyes
MELHOR ATRIZ (COMÉDIA OU MUSICAL)
- Amy Adams por Big Eyes
- Emily Blunt por Into the Woods
- Helen Mirren por The Hundred-Foot Journey
- Julianne Moore por Maps to the Stars
- Quvenzhané Wallis por Annie
MELHOR ATOR SECUNDÁRIO
- Robert Duvall por The Judge
- Ethan Hawke por Boyhood
- Edward Norton por Birdman
- Mark Ruffalo por Foxcatcher
- JK Simmons por Whiplash
MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIA
- Patricia Arquette por Boyhood
- Jessica Chastain por A Most Violent Year
- Keira Knightley por The Imitation Game
- Emma Stone por Birdman
- Meryl Streep por Into the Woods
MELHOR ARGUMENTO
- Wes Anderson por The Grand Budapest Hotel
- Gillian Flynn por Gone Girl
- Alejandro González Iñárritu, Nicolás Giacobone, Alexander Dinelaris e Armando Bo por Birdman
- Richard Linklater por Boyhood
- Graham Moore por The Imitation Game
MELHOR FILME ESTRANGEIRO
- Force Majeure (Suécia)
- Gett: The Trial of Viviane Amsalem (França)
- Ida (Polónia)
- Leviathan (Rússia)
- Tangerines (Estónia)
MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
- Big Hero 6
- The Book of Life
- The Boxtrolls
- How to Train Your Dragon 2
- The LEGO Movie
MELHOR BANDA SONORA
- Alexandre Desplat por The Imitation Game
- Johann Johannsson por The Theory of Everything
- Trent Reznor por Gone Girl
- Antonio Sanchez por Birdman
- Hans Zimmer por Interstellar
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
- "Big Eyes" presente em Big Eyes (Lana Del Ray)
- "Glory" presente em Selma (John Legend, Common)
- "Mercy Is" presente em Noah (Patty Smith, Lenny Kaye)
- "Opportunity" presente em Annie
- "Yellow Flicker Beat" presente em Hunger Games, Mockingjay Pt 1 (Lorde)
CECIL B. DEMILLE AWARD
George Clooney
A 72ª edição dos Golden Globes tem lugar a 11 de janeiro de 2015.
Apesar de 2014 ter sido um ano atípico para a Pixar - não lançou nenhum filme - 2015 marca o regresso da titã da animação com o seu novo e entusiasmante INSIDE OUT.
Peter Docter (responsável por outros sucessos como UP e WALL.E) sentou-se na cadeira de realização para nos trazer a história de Riley, uma menina de 11 anos que muda de casa, e que agora tem que lidar com uma nova cidade, uma nova escola e novos amigos. Mas não fica por aqui. É na mente de Riley que tudo se vai desenrolar, em Headquarters, onde as suas emoções, literalmente, vivem. Alegria, Medo, Tristeza, Repúdio e Raiva serão as personagens que acompanharão Riley ao longo da história, e que, de uma forma muito turbulenta, a tentarão ajudar a adaptar-se à nova vida em São Francisco.
O novo trailer da animação foi lançado hoje e pode já ser visto abaixo.
"The moment seizes us"
Se a vida é uma série de momentos, de recomeços, de escolhas e de compromissos, então BOYHOOD é um magnificente e humilde tributo a tal vida.
Escrito e realizado por Richard Linklater, o ambicioso projeto levou o ávido realizador a filmar uma história ao longo de 12 anos (traduzidos em 45 dias de filmagem), e que nos permitiu assistir ao crescimento figurativo e literal do seu protagonista Ellar Coltrane à frente dos nossos olhos – inspirando-se, quem sabe, no génio de François Truffaut quando decidiu acompanhar a vida de Antoine Doinel ao longo de cinco filmes.
No caso de Linklater, começou a filmar o jovem ator com apenas 6 anos e terminou quando este tinha acabado de completar os 18. Todos os anos, gravava cerca de 15 minutos de filme, montando e compilando pelo caminho. Tudo se junta, numa miscelânea de momentos com alma de álbum fotográfico de uma forma que é difícil de descrever. O efeito é absolutamente esmagador na sua simplicidade.
Entre 2002 e 2014 seguimos a vida do jovem Mason e a sua família, que inclui a impertinente irmã mais velha e o par de pais divorciados, à medida que crescem nos enormes mas (cinematograficamente) tão raros desafios quotidianos e nas diferentes casas que tornam suas, ano após ano.
Com lealdade aos factos, BOYHOOD é um drama ficcionado e narrativo, mas desenrola-se com a verdade pungente de um documentário. Uma obra-de-arte na acumulação de detalhes, e um fascinante exercício no ato de mostrar em vez de contar. O homem que se especializou no formato das “histórias passadas num único dia” alonga os limites do seu engenho para criar algo único e sem precedentes, tanto para a audiência como para si mesmo.
É a soma de uma carreira singular, a culminação de tudo o que tentou alcançar, fundindo a sensibilidade independente e livre que emprestou às suas primordiais odisseias diárias dedicadas ao caos organizado da juventude (SLACKER e DAZED AND CONFUSED) à precisão da reflexão e da exposição verbal tão elegantemente exercitada na trilogia BEFORE SUNRISE/SUNSET/MIDNIGHT, numa poderosa evocação simultânea do que significa pertencer a uma família e crescer, edificando a cada passo uma pequena parte daquilo que virá a ser a nossa identidade. Todavia, não é apenas um estudo sobre a infância e o desenvolvimento humano, mas também dos rigores e vicissitudes da vida adulta.
Mas BOYHOOD não é uma experiência valerosa apenas pela sua natureza estrutural e de produção inovadora – o que aqui temos é também um baú de riqueza cultural inestimável para a geração que cresceu durante o séc. XXI, marcando-se a passagem do tempo com as respetivas deixas temáticas e temporais para nos guiarem subconscientemente: quezílias políticas nas presidências de Bush e Obama, tecnologias primitivas que se transformam em experiências de alta-definição, modas culturais e canções em voga, tudo tão marcado e essencial como o amadurecimento facial e desenvolvimento de cortes de cabelo do elenco. Estas referências não funcionam como um dispositivo de nostalgia barata, mas compõem um ambiente – e não somos nós o produto do nosso ambiente?
É dolorosamente fácil descartar BOYHOOD, como um filme simplista, sem um propósito particular ou uma conclusão épica, como que em modo fast-food, pronta a deslindar o nosso lugar no mundo, tanto como seres individuais, como pertencentes a uma realidade social.
Mas a crua verdade é que a vida – a nossa vida - não se resume a epifanias no topo de uma montanha com a banda sonora perfeita, ou a uma frase floreada criada para tatuar no corpo. A vida é uma série de desafios quotidianos, ao longo dos quais crescemos e aprendemos, apenas para descobrir que há por aí muito mais do que poderíamos imaginar. Momentos impactantes ou não, que ora nos confundem, ora nos asseguram que este é o nosso lugar.
A vida não é os enredos de Hollywood, ou as letras delirantes de uma banda indie, ou as linhas embriagadas de sonho de um qualquer bestseller. A vida é o primeiro dia de escola. O corte de cabelo que nos envergonha. A discussão matinal com a mãe. As regras chatas do pai. A irritação dos irmãos. As manhas para faltar à escola. A canção do Verão. A festa secreta com os amigos. A cerveja clandestina. As experiências proibidas. As conversas de circunstância. As batatas fritas no bowling. Os concertos com os amigos. As férias com a família. O primeiro amor. A aventura da universidade. O primeiro emprego. O entusiasmo. O aborrecimento. A dúvida. A certeza. A nova dúvida. O começo. O recomeço.
E a vida – a nossa vida – está escarrapachada em BOYHOOD.
9.5/10