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mockingjaypart1.jpg

 

"Are you, are you
Coming to the tree
Where I told you to run so we'd both be free.
Strange things did happen here
No stranger would it seem
If we met up at midnight in the hanging tree"

 

 

Desta feita, a arena ficou de fora, mas os Jogos, esses, parecem mais intensos do que nunca, ainda que se joguem de uma forma mais cerebral e… peculiar.

 

Na sequência do abrupto final da 75ª Edição dos Jogos da Fome, Katniss Everdeen é levada, pelos seus aliados, para o Distrito 13, que se julgava destruído mas que, contra todas as expectativas, continua a fazer frente ao Governo de Panem. Agora, Katniss tem de se tornar o símbolo que a Rebelião precisa contra as forças do Presidente Snow, que mantém Peeta como refém.

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Depois de Harry Potter e Twilight o terem feito, parece que a indesejada moda de Hollywood de erguer dois filmes em honra de um último capítulo literário pegou mesmo, e THE HUNGER GAMES é a sua próxima vítima, esticando o último livro da saga distópica para jovens adultos de Suzanne Collins para dois filmes, que só conhecerão o seu desfecho no próximo ano.

 

Mas apesar do pêndulo económico ter feito girar os símbolos de dólares na parte de trás, da frente e dos lados da mente dos produtores – e que também terá levado, certamente, um livro como O HOBBIT a dividir-se pelo escandaloso comprimento de três filmes – e não obstante o facto admitido de que, feitas as contas, há efetivamente pouco a acontecer em termos de desenvolvimento do enredo, a verdade é que MOCKINGJAY poderá vir a beneficiar desta divisão, tendo criado uma espécie de equilíbrio que poderia ter sido quebrado pela pressa de o comprimir em apenas duas horas.

hg.jpg

Outro possível benefício está no facto de Francis Lawrence permitir uma habituação à estética completamente diferente deste terceiro filme, abandona a decadência parodiada do Capitólio e a realidade manipulada das arenas. MOCKINGJAY - PART 1 é austero, claustrofóbico, escurecido e lamacento. Em vez de pestanas longas, faces tatuadas e vestimentas futuristas, há macacões impessoais e armaduras de guerra. Em vez de jovens estraçalhados por macacos assassinos, há movimentações propagandísticas a vender falsas verdades (ou mentiras verdadeiras). No fundo, em vez de um puro filme de ação e entretenimento, assistimos a um estudado jogo de xadrez. Enquanto as pessoas dos distritos morrem, a grande guerra é travada através da televisão, a partir de bunkers superprotegidos e com o objetivo de criar o “reclame” mais poderoso. E isto é calculista, frio e real.

 

Nunca esquecendo que se trata de uma série dirigida a um público jovem-adulto, a saga de Hunger Games continua a desenrolar-se como uma série de brilhantes críticas do complexo político e de entretenimento – o hipnotismo da era da televisão, o controle subversivo que consegue exercer, e o público que se deixa enfeitiçar. E se no primeiro filme Katniss aprendeu a usar o sistema para se salvar, e no segundo a usá-lo para o rachar, no terceiro e quarto filmes tentará usá-lo para o destruir.

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E tem sido sempre assim com esta saga, que sem exagero tem sido uma das mais inteligentes, interessantes e importantes do nosso tempo. Porque não só os temas urgentes estão incrustados no enredo – os media como arma política, a moda como ferramenta revolucionária, o impacto de uma mensagem, o sacrifício como mote de inspiração - como os próprios personagens refletem sobre estes temas e a forma como podem usar a subversão ou o peso do adversário em seu favor.

 

Não é, muito provavelmente, o filme que esperávamos, e sente-se profundamente não-realizado. Mas merece a nossa fé… porque se a PARTE 2 cumprir o que tem vindo a prometer, é bastante provável que em algumas décadas ainda estejamos a discutir o sucesso deste comentário social em forma de ficção científica.

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Jennifer Lawrence continua a iluminar a mente cada vez mais torturada de Katniss, que além da familiar convicção traz desta feita na bagagem muita angústia e assombração. É, provavelmente, a sua Katniss mais complexa e verosímil, e também a mais completa, porque cada vez mais expõe a ironia no “heroísmo peculiar” da jovem do Distrito 12: uma sobrevivente relativamente passiva mas reativa, tão desejosa de abandonar a luta como qualquer um, mas obrigada a fazer escolhas impactantes sob circunstâncias duras e forçadas.

 

O restante elenco é maioritariamente composto por caras familiares, onde se destacam evidentemente Josh Hutcherson, que tem desta vez mais a fazer do que simplesmente parecer um cachorro abandonado e começa a construir um novo e fragilizado Peeta, Donald Sutherland, que torna a ameaça do Presidente Snow especialmente palpável (e sangrenta) neste terceiro episódio e ainda o falecido Phillip Seymour Hoffman, que preenche de carisma e segurança cada cena que protagoniza. Nas novas adições, não há para já destaques claros, apesar de a presença de Julianne Moore e Natalie Dormer serem muito bem-vindas a um franchise que prima pela presença de poucas mas poderosas personagens femininas.

hg4.jpg

MOCKINGJAY - PART 1 é assim um assumido blockbuster que se edifica sobre temas complexos e ideias desenvolvidas pelos seus predecessores de uma forma estimulante e provocadora, mas que sofre do mal moderno de ser uma entidade incompleta.

 

E se James Cameron tivesse divido “Titanic” em dois filmes, aplicando a machadada divisiva no momento do avistamento do icebergue? A primeira metade teria pouco ou nada para contar, no que concerne ao alcance total do épico baseado numa tragédia real… mas não será igualmente importante para contextualizar e colocar em perspetiva o que sucede no segundo ato? Mas faria sentido dividi-lo em dois filmes?

 

Provavelmente não. Todavia, defendendo-se ou não a moderna tendência de dividir últimos capítulos em duas partes, a realidade permite-nos apenas conhecer “The Hunger Games” nessa condição de exemplo. Pode ser um auspicioso início para um épico capítulo final da saga… ou um arrastado prenúncio para um fecho pouco entusiasmante. Mas por todas as razões e mais alguma, merece o benefício da dúvida.

 

7.0/10

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