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Foi divulgado o primeiro trailer do muito aguardado "Inherent Vice" de Paul Thomas Anderson.
No enredo, o detetive particular Doc Sportello, é um acérrimo fã de marijuana que há anos não vê a ex-namorada. Um dia ela aparece com um plano para raptar o milionário por quem, por acaso, se apaixonou.. O problema é que esse desaparecimento faz parte de uma conspiração bem maior...
A Lionsgate acabou de disponibilizar o primeiro trailer oficial do penúltimo capítulo da saga Hunger Games (“Mockingjay – Parte 1″), a chegar aos cinemas ainda este ano (27 de novembro, em Portugal).
Foi finalmente revelado um trailer de "Serena", o muito aguardado drama realizado por Susanne Bier e protagonizado por Jennifer Lawrence e Bradley Cooper.
George Pemberton (Bradley Cooper) e Serena Pemberton (Jennifer Lawrence) são um jovem casal, que decide partir de Boston para a Carolina do Norte em 1929, no intuito de construir um império no ramo da madeira. Quando Serena descobre que não pode ter filhos, começa a manifestar sentimentos de vingança contra a mulher com quem George teve um filho ilegítimo antes de se casar. Suspeitando que George protege esta outra família, a intensa união entre ambos começa destruir-se.
No etsy há uma belíssima coleção de art prints (e autocolantes e alfinetes) pelo utilizador heartbeats club que é de ficar a babar.
(Beginners)
(La Vie d'Adèle)
(The Breakfast Club)
(The Fantastic Mr. Fox)
(Frances Ha)
(The Grand Budapest Hotel)
(Her)
(Hotel Chevalier)
(Pulp Fiction)
(Rushmore)
(La science des rêves)
Alemanha: "Beloved Sisters", de Dominik Graf
Turquia: "Winter Sleep", de Nuri Bilge Ceylan
Ucrânia: "The Guide", de Oles Sanin
Venezuela: "Libertador", de Alberto Arvelo
Como seriam o Príncipe Eric, Aladino, Capitão Shang e outros na vida real?
Segundo mais uma genial criação da equipa do Buzzfeed, bastante assustadores e nada recomendáveis.
"All my optimism was an illusion"
“Num cenário idílico internacional, um homem mais velho (e neurótico) apaixona-se por uma encantadora mulher mais jovem” – quase podíamos adivinhar que estávamos num filme de Woody Allen. E estamos mesmo.
Estamos no final dos anos 20, e o homem é Stanley Crawford, um famoso e celebrado mágico mais conhecido pela sua persona de palco, o chinês Wei Ling Soo. Resmungão, arrogante e com uma grande opinião de si mesmo, o mágico inglês tem uma enorme aversão aos falsos espíritas que afirmam ser capazes de fazer verdadeiras magias. Persuadido por um velho amigo, Stanley dirige-se à Côte d'Azur com o objetivo de rebaixar uma jovem e sedutora vidente, a americana Sophie Baker.
Desde o seu primeiro encontro com Sophie que Stanley a considera como uma nulidade que poderá desmascarar num instante como estando a aproveitar-se da ingenuidade da família. No entanto, para sua grande surpresa e desconforto, Sophie é capaz de numerosas proezas a ler a mente e apresenta outros poderes sobrenaturais que desafiam todas as explicações racionais, o que o deixa completamente estupefacto.
É um atestado à atenção ao detalhe e lealdade ao período pela parte de Woody Allen que “Magic in the Moonlight” pudesse perfeitamente ser um filme perdido dos anos 30, e à primeira vista, parece mesmo que entrámos numa cápsula do tempo.
Debaixo da capa de comédia romântica ambientada à Riviera francesa jaz uma sucinta mas incisiva examinação sobre a fé e a razão, a ilusão e a realidade, o otimismo e o pessimismo e dinâmica relacional que advém da convivência de todas estas constantes dicotómicas.
Como habitual, o argumento é um guia de bem-escrever diálogos inteligentes e graciosos que, não se sentido particularmente naturais ou passíveis de habitar lábios na vida real, se adequam à natureza dos seus personagens e ao seu (neurótico) habitat circundante.
Colin Firth tem a tarefa dar consistência física à neurose e sarcasmo usuais aos protagonistas de Allen conseguindo-o em medidas inconsistentes mas crescentes – depois de um início conturbado e excessivo, a performance estabiliza e equilibra-se ao longo do tempo. Emma Stone confere o charme habitual que parece ter sido suficiente para a tornar uma repetente (o realizador já prepara o seu próximo filme com ela), mas a verdadeira estrela do pedaço é Eileen Atkins, a cítrica tia de Stanley cujo tour de force se guarda para uma cena em particular que envolve a aplicação de psicologia invertida.
Todavia, “Magic in the Moonlight não deixa de parecer, em todos os âmbitos e aspetos, uma entrada menor no cânone da Woody Allen. O enredo arejado tenta fazer os desvios para terrenos familiares de forma imaginativa, mas há pouca substância que suporte a afirmação de que esta é uma comédia (ou uma farsa) particularmente sólida.
As consequências de uma carreira tão prolífera como a do realizador americano (que lança, grosso modo, um filme por ano) é a irregularidade, especialmente patente nas últimas décadas. Por cada “Midnight in Paris” ou “Blue Jasmine” temos um ou dois “Scoop” ou “Magic in the Moonlight” – charmosos e nunca intragáveis, mas evidentemente menores. No caso deste último, não é particularmente fresco ou esforçado, parecendo até, por vezes, redundante e preguiçoso.
É como que um requintado amuse-bouche, que tem todo o glamour do auspício duma sumptuosa refeição, mas que não tem o complemento de um prato principal.
Não é óbvio ou particularmente pomposo, mas como filme de Woody Allen que é, tem o seu inegável charme. E, para todos os efeitos, e mesmo nas instâncias menos brilhantes ou memoráveis, um filme de Woody Allen nunca é uma perda de tempo (ou respeito pelo intelecto).
6.5/10
O The Unusual Suspect voltou a publicar um dos seus fabulosos mash-ups, cruzando, desta feita, o universo colorido de "Monsters Inc." com os traços sombrios de "Prometheus". E subitamente Mike e Sulley têm à sua frente uma jornada absolutamente aterradora.
"How can you have lived for so long... and still not get it?"
O mundo é um lugar estranho na melancólica sinfonia vampírica de Jim Jarmusch.
Tilda Swinton e Tom Hiddleston, ambos magnéticos para lá do campo da possibilidade, são Eve e Adam, dois vampiros sofisticados mas enfastiados pela rotina ininterrupta de uma existência eterna. Apesar de casados e ainda que continuem enamorados como no dia em que se conheceram, vivem separados – ela, uma intelectual vibrante, abraçou a cultura remota de Marrocos, enquanto ele, um músico recluso, escolheu como casa uma Detroit em ruínas. Numa vida sem fim, viram tudo, conheceram toda a gente.
Um dia, alertada pelo crescente desânimo de Adam, Eve viaja até à sua mansão gótica com a missão de o salvar e convencer que as paixões da vida podem equilibrar-se com as suas maiores provações.
Num século que não tem sido particularmente meigo para a comunidade vampírica, “Only Lovers Left Alive” é uma entrada particularmente sóbria e respeitadora das convenções do género e da mitologia – desde a impossibilidade do contacto com a luz solar, passando pelas graças com o alho e o real cenário da cessação da existência via bala de madeira. Mas estes são seres peculiares noutra dimensão. Importam-se. Com a idade das coisas, com o conhecimento do mundo, com denominações latinas da flora e da fauna e com amores que duram não uma, mas várias vidas.
Todavia, esta é apenas uma curiosa expressão da sua face polimorfa: é ainda um ávido (e divertido) comentador político e social obcecado com a decadência artística (e a sua deleitosa história alternativa) e a decomposição da alma humana.
O estilo e o tom são duas das suas grandes mais-valias, particularmente porque são usados para acentuar a substância, e não servir como um parco substituto. O segredo está nas composições musicais originais, na onda interminável de significantes (onde se contam Shakespeare, Júlio Verne, James Joyce e muitos outros), no caprichoso ambiente noturno das ruas varridas de Detroit.
Jarmusch nunca foi o realizador mais acessível do mundo, e seguindo as suas tradições, este é mais um título que coroa a interação acima da narrativa. Mas não obstante a natureza relativamente anémica da história, de alguma forma – talvez pela bengala do género – esta delicada odisseia sobre o reencontro connosco mesmos, o amor de longo-prazo e o conceito de cultura enquanto necessidade humana é um dos seus filmes de digestão mais facilitada.
“Only Lovers Left Alive” é uma elegia esperançosa e, provavelmente, o filme mais terno e humano da carreira do lacónico realizador. E o facto de versar sobre assassinos de sangue frio não é nenhuma coincidência acidental.
8.0/10