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Point-of-View Shot - Philomena (2013)

por Catarina d´Oliveira, em 08.02.14

 

"We shall not cease from exploration
And the end of all our exploring
Will be to arrive where we started
And know the place for the first time"

 

Partindo de uma premissa afetada e promitente de um filme disposto a tudo para cair no goto da crítica e da audiência no timing perfeito da awards season, “Philomena” reserva-se, afinal, como um excelente exemplar do pedigree inimitável do cinema britânico.

 

Martin Sixmith acabou de perder o seu emprego como Diretor de Comunicações do Partido Trabalhista por algo que nunca disse quando é abordado por Jane, uma empregada de catering num cocktail que o ouviu falar sobre a possibilidade de regressar ao jornalismo. A história que Jane lhe traz é a de um segredo de 50 anos guardado pela mãe – Philomena – que foi forçada a dar o seu primeiro filho para adoção às freiras ao convento de Roscrea, depois de uma gravidez inesperada – e, aos olhos da religião, pecaminosa - no seio da juventude. Negando-se a cobrir e explorar a história, Martin é, todavia, convencido quando uma editora o convence do potencial “interesse humano” da mesma, partindo com a devota irlandesa numa jornada de descoberta inesquecível para ambos.

 

 

Stephen Frears, cuja filmografia encapsula clássicos como “Dangerous Liaisons” (1988), “High Fidelity” (2000) e “The Queen” (2006), surge aqui em grande forma aos 72 anos, explorando com grande sucesso a peculiar dinâmica de um par inesperado a partir da investigação de fundo da funesta vida de Philomena e do seu filho perdido.

 

A partir de um inteligente argumento de Jeff Pope e Steve Coogan (que também produziu e coprotagonizou), e que por sua vez se baseia no livro “The Lost Child of Philomena” de Martin Sixmith, Frears consegue construir um filme relativamente simples em termos de forma, mas irrepreensivelmente subtil no tratamento dos acontecimentos trágicos e da consequente redenção, mantendo a recompensa emocional que poderíamos esperar de um filme do género acompanhada de alguns twists interessantes pelo caminho.

 

Não é, obviamente, uma revolucionária incursão experimental na arte do cinema, e há que reconhecer uma tentativa um pouco forçada do enquadramento na tradição dos dramas britânicos com pequenos apontamentos cómicos… mas “Philomena” é, no geral, muito bem conseguido – emocional e comovente sem ser choramingas ou piroso.

 

 

Dando espaço às nuances e ambiguidades, é, na realidade, um filme bastante sofisticado, particularmente na vertente crítica que ajuíza a homofobia dos Estados Unidos dos anos 80 e o comportamento da Igreja Católica sem, no entanto, se privar de, no mesmo plano, louvar os valores da fé e da força do perdão.

 

Se necessitávamos de mais uma razão para idolatrar Judi Dench – uma das grandes Damas e performers do cinema contemporâneo britânico – o filme de Frears não se coíbe de dar um passo em frente para aumentar a lista de argumentos. Com material que lhe permite demonstrar um alcance de possibilidades artísticas apenas atingido por atores que podemos contar pelos dedos, Dench pesa eloquentemente a ternura e o pragmatismo numa performance inesquecível e transportadora de uma tristeza quase incomportável.

 

 

Mas é impossível falar de “Philomena” sem também referir o fantástico apoio secundário de Steve Coogan, que ainda que se demonstre algo limitado nas sequências mais dramáticas (em sua defesa, nunca é justo ser posto em pé de igualdade com Dench), é perfeitamente adequado como o inicialmente irascível jornalista que lentamente se deixa consumir pela silenciosa força da natureza que é a mulher que acompanha.

 

É uma viagem agridoce, e uma história pessoal que ressoa temas abrangentes que dizem respeito a todos nós. Vai rir, zangar-se, sorrir e chorar, não necessariamente por esta ordem. E avançamos já que, o mais surpreendente é que às vezes vai fazer tudo ao mesmo tempo.

 

 

7.5/10

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