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Point-of-View Shot - The Hunger Games: Catching Fire (2013)

por Catarina d´Oliveira, em 29.11.13

 

 

"Remember who the real enemy is"

 

Uma sequela pode provar-se terreno movediço e mortífero para um aspirante a saga de sucesso. Normalmente seguindo um título de sucesso, a sequela tem de lidar com expectativas elevadas e a possibilidade de explorar um universo que, no primeiro filme, beneficiou do fator novidade e estabeleceu firmemente a sua relação com a audiência.

 

Por cada “The Godfather2”, “The Dark Knight” ou “The Empire Strikes Back” existe um sem-número de segundos episódios que essencialmente se revestem de uma produção claramente mais dispendiosa e se focam em repetir aquilo que apaixonou as audiências no primeiro filme, colocando de parte a possibilidade de expansão e aumento de profundidade do universo do seu predecessor.

 

The Hunger Games: Catching Fire” enfrenta todos estes (e outros) obstáculos com sucesso.

 

Katniss e Peeta regressam a casa em segurança após terem vencido a 74ª Edição dos Jogos da Fome. Mas em Panem, ganhar também significa perder, e os dois guerreiros terão que dar meia volta e deixar as suas famílias e amigos para embarcar no Tour da Vitória através dos 12 distritos. À medida que atravessam o território, Katniss apercebe-se que uma onda de rebelião está a nascer e a crescer, mas o Presidente Snow ainda mantém um controlo total e absoluto sob o Capitólio, enquanto organiza uma nova e especial edição Jogos da Fome onde, quais Olimpíadas, apenas os melhores entre os melhores se defrontam. Esta competição irá mudar Panem para sempre.

 

Se o primeiro filme (e a saga literária) sofreu com os comentários que o arrumaram na prateleira da miscelânea do “Battle Royale + Twilight + Big Brother”, a sequela consegue crescer e emergir, mostrando porque é que “The Hunger Games” é, possivelmente, a saga blockbuster mais entusiasmante que se desenrola atualmente no circuito mainstream.

 

 

De um modo geral, aqui tudo é maior e melhor. Enquanto Gary Ross fez um bom trabalho (ainda que irregular) a edificar a base do mundo cinematográfico baseado na literatura de Suzanne Collins, a sequela beneficia enormemente de um orçamento praticamente duplicado (de 78 para 130 milhões de dólares) mas especialmente da experiência de Francis Lawrence em filmes de ação e da sua sensibilidade dramática que eleva, inclusive, o conteúdo literário - que, em virtude de ser dirigido a um público juvenil, acaba por ser mais ligeiro.

 

A narrativa de “Catching Fire” é adaptada por Simon Beaufoy (“Slumdog Millionaire” e “127 Hours”) e Michael deBruyn (“Toy Story 3” e “Little Miss Sunshine”), removendo os fillers desnecessários e demonstrando uma capacidade excecional fazer a justaposição entre a decadência e a brutalidade, com a continuação da exploração do culto da celebridade e da lógica Big Brother, a decrepitude da (a)moralidade, a desigualdade de classes, a propaganda e políticas ditatoriais e a (ainda) pequena mas inextinguível chama da revolução.

 

 

A partir do motto “Lembra-te quem é o verdadeiro inimigo”, que não é nada ficcional se olharmos apenas para uma edição do telejornal diário, o foco na subversão e na maquinação da rebelião é especialmente patente na primeira metade do filme, onde os personagens usam vários mecanismos para desorganizar e anarquizar o sistema, como sejam a criação de Cinna ou os protestos de Peeta e Katniss nas provas de aptidões pré-Jogos. A exploração do ménage amoroso continua a ser, na verdade, a faceta mais fraca da série – especialmente pela falta de caracterização e possibilidade de investimento em Gale, e pela natureza submissa e nem sempre atrativa de Peeta, quando contrastados com a bola de fogo que é Katniss.

 

“Catching Fire” é, portanto e surpreendentemente, um épico íntimo onde os maiores conflitos são desenrolados em grandes planos expressivos ou sugestões brutais, ao invés de chacinas violentas. É intimidante combater primatas violentos, enfrentar nevoeiros venenosos e batalhar assassinos experientes, mas nada disto se compara ao terror puro de um espancamento em via pública ou o poder sedutor de uma ameaça talhada em meias palavras. No mínimo, é o que se pode considerar como uma forma bem arriscada e corajosa de filmar entretenimento blockbuster.

 

 

Tecnicamente, a sequela é um triunfo. Os efeitos visuais não guardam sequer comparação com os do original, enquanto os sets de Philip Messina estão em sincronia perfeita com a realidade distópica da história. O Capitólio parece menos um clone barato de uma cidade espacial para adquirir o ar requintado de uma espécie de versão futurística de “Paris meets Nova Iorque meets Oz”, decadente e industrializado. No guarda-roupa, a adição de Trish Summerville – que recentemente colaborou também em “The Girl with the Dragon Tattoo” – eleva a outro nível de invenção a realidade extravagante deste mundo alternativo.

 

Entre as queixas menores, além da pouca frescura estrutural (obviamente inescapável tendo em conta a base literária), mesmo com 146 minutos, existem algumas ideias e temas que acabam por ser pouco desenvolvidos, como o stress pós-traumático de Katniss ou o plano de Snow e Heavensbee de tornar a vida pública de Katniss e Peeta num perpétuo episódio das Kardashians.

 

 

No que respeita ao elenco, um dos grandes problemas de Twilight começou a aflorar quando os seus protagonistas se desinteressaram nos personagens que representavam, tendo, possivelmente, crescido além do seu alcance e demonstrando uma enorme dificuldade de identificação com eles. Esse era um medo que secretamente amedrontava muitos de nós no que concerne Jennifer Lawrence.

 

Num curto espaço de tempo, e entre os dois filmes, Lawrence tornou-se uma autêntica rock-star com um Óscar na algibeira. Mas ao contrário dos colegas de um franchise vizinho, Lawrence mostra-se mais dedicada que nunca, usando toda a experiência adquirida para mergulhar mais fundo na psique de Katniss. Ela incendeia o ecrã. A complexidade que passa pelos seus olhos é impressionante, para uma jovem mulher que, em vez de se preocupar com potenciais parceiros amorosos, tem todos os dias de lutar para sobreviver enquanto lenta e relutantemente se torna um símbolo revolucionário.

 

 

Josh Hutcherson, com mais carne onde afincar o dente, tem mais margem de manobra para Peeta do que no primeiro filme, acrescentando-lhe facetas que funcionam para aprofundar um pouco mais o personagem e estabelecer uma boa base para os desafiantes filmes que se seguem, no que a Peeta diz respeito – quem leu o livro saberá do que falamos, mas não nos compete estragar surpresas.

 

O elenco repetente tem muito mais para explorar desta feita: Donald Sutherland desenvolve ainda mais a frieza dos implacáveis olhos do Presidente Snow, Elizabeth Banks pode pela primeira vez expor um lado mais sensível de Effie e Stanley Tucci e Woody Harrelson continuam a retirar um gozo enorme das caricatas personas que têm a seu cargo.

 

Entre os novos elementos, reservamo-nos a destacar Sam Claflin que cozinha o seu Finnick Odair à medida com as doses certas de confiança, narcisismo e ambiguidade, a excentricidade terna de Amanda Plummer e Jeffrey Wright, a inteligência elétrica e a ferocidade de Jena Malone (que se arrisca a ter construído uma das personagens mais badass e adoradas da série) e por fim o incomparável Philip Seymour Hoffman, que em apenas meia dúzia de cenas como o novo Mestre dos Jogos traz uma calma magnética e esquiva ao papel, elevando inequivocamente o material ao nível seguinte.

 

 

O que torna “The Hunger Games” num fenómeno particularmente especial é que pode ser o que o espectador quiser – um épico de ação, um romance trágico, um thriller político ou uma reflexão social metafórica. Somos convidados a mergulhar num mar de metáforas se assim o desejarmos, ou apenas apreciar uma sólida peça de ação e entretenimento básicos.

 

Inesperadamente, e independentemente do complexo enredo opressivo e revolucionário, parece mesmo que o futuro se apresenta risonho para “The Hunger Games”. E quanto ao último episódio, que surgirá bipartido entre 2014 e 2015, parece que a sorte está mesmo destinada a estar do seu lado.

 

 

8.5/10

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Snorricam - Os elfos são Mean Girls

por Catarina d´Oliveira, em 28.11.13

"The Hobbit: The Desolation of Smaug" está prestes a chegar às salas e para o celebrar o utilizador do Youtube OnlyLeigh criou uma combinação bombástica e surpreendente entre o universo de Tolkien & e Peter Jackson e... "Mean Girls".

 

 

E a resposta às vossas perguntas é esta: sim, é maravilhástico.

 

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J'ai une infinie tendresse pour toi... J'aurai toujours... Toute ma vie.

 

A tragédia é a essência da humanidade, e algo a que não podemos escapar numa das mais extraordinárias estreias do ano.

 

Uma das grandes fatalidades do Cinema moderno é o sistema dos media. Desde a estreia em Cannes, “La Vie d’Adèle – Chapitres 1 et 2” foi etiquetado até à exaustão – o filme lésbico com uma interminável cena de sexo, cujo realizador maltratou a equipa e atores durante a produção, mas que coincidentemente também ganhou o prémio máximo no referido Festival, que pela primeira vez foi partilhado entre realizador e protagonistas.

 

Vendê-lo em semelhantes termos ou associá-lo a novelas descartáveis é o desserviço mais abominável que podemos fazer àquela que é, na essência, uma das grandes histórias de amor do nosso tempo e que pertence, inequivocamente, à nossa era.

 

Adèle tem 15 anos e é uma jovem que estuda literatura no colégio para um dia se tornar professora, como sempre desejou. Entre as aulas, o burburinho no seu grupo de amigas tem os alvos do costume – os rapazes mais atraentes da turma, particularmente Thomas, que demonstra um afeto especial pela protagonista.

 

Pressionada pelas amigas e pelo desejo de encontrar respostas, Adèle envolve-se com o rapaz para descobrir que nada é como esperava. Assombrada pelo vislumbre de uma carismática jovem de cabelo azul com a qual se cruzou na rua apenas uma vez, Adèle começa a questionar-se, e apesar de genuinamente não saber porquê, nesta altura todos sabemos. É a materialização do amor à primeira vista, que se regista na sua fisicalidade como na vida real – um murro no estômago e a constatação imediata e desarmante da nossa própria incompletude.

 

A magnética história de amor começa a escrever-se a traços cautelosos mas sólidos, e deixa-se desenvolver languidamente, ao longo dos anos, enquanto tudo e nada acontece, e os entretantos tomam lugar de destaque nos diferentes estádios do êxtase, exploração, contentamento e o tédio da estagnação. Antes conotado com a excitação da descoberta e o prazer da felicidade, eventualmente – e apesar de continuar presente em apontamentos muito interessantes, agora mais desesperados – a cor azul começa a desvanecer-se, inclusive do cabelo de Emma, e lentamente percebemos como esse pequeno sinal nos marca inquestionavelmente o princípio do fim.

 

Basta assistir apenas uma vez ao excecional filme do realizador franco-tunisino Abdellatif Kechiche para compreender que todos os 179 minutos são essenciais para a composição desta devastadora história de amor e descoberta.

 

La Vie d’Adèle” constitui-se como uma ode aos caprichos do coração e às belezas inesperadas da vida, sobre o primeiro amor e a sua urgência, romanticismo, fisicalidade, arrebatamento, desespero e o despertar em nós do desejo dar tudo o que temos e não temos. É vívido e vibrante, e é universal e específico, versando sobre a primeira paixão, as excitantes descobertas da vida e aqueles momentos trágicos em que estragamos tudo e partimos corações – o nosso, e o do outro. É celebração explosiva de glória e dor, um nervo exposto e uma janela para dentro da vida – magoa e deixa marca como ela, mas, de alguma forma, deslumbra com o seu poderio.

 

Na verdade, é impossível não refletir sobre o quão raro é para um filme tentar sinceramente retratar a realidade do que é apaixonarmo-nos por alguém, sem sentimentalismos falsos, ou músicas pirosas, ou manipulações emocionais baratas. Se tivesse de apontar um equivalente próximo e recente no exemplo americanizado, “Blue Valentine” de Derek Cianfrance surge em mente, mas “La Vie d’Adèle” joga noutra liga completamente diferente, vai muito mais fundo, e expõe muito mais debilidades humanas, e é muito mais cru e real.

À parte de uma disputa escolar pouco simpática, o filme de Kechiche não é, como poderia bem ter sido, um filme de movimento, ou anexo a uma narrativa tradicional da “saída do armário”. Não é uma tese sobre a intolerância, ou um esforço declarado para abordar uma questão social pungente. Muito mais central é a relação e a sua dinâmica, o que resulta e não resulta, as compatibilidades e as diferenças que são relacionáveis com qualquer pessoa. Não sendo um filme político ou reivindicativo, acaba por triunfar nos meandros dessas contendas revolucionárias por apresentar a universalidade do que é a paixão e a manutenção árdua de uma relação.

 

As já “famosas” cenas de sexo não são chocantes ou perversas, porque são autênticas e inseridas na verdade da história de Adèle. O sexo, além de constituir uma parte essencial da jornada da protagonista, é ainda retratado com uma emoção fluída, mercurial, quase palpável. Como outros elementos – como seja a presença da comida e a sua utilização no contraste entre os mundos dissemelhantes de Emma e Adèle – é essencial à rica construção geral de Kechiche. O seu objetivo é, não só demonstrar a influência poderosa do desejo sexual nas emoções, como ainda permitir ao espectador compreender – vendo, em oposição a ouvindo falar sobre - a profundidade da paixão partilhada.

 

Inspirando-se livremente na banda desenhada de Julie Maroh (“Le Bleu est une Couleur Chaude”), Kechiche livra-se ainda de um dispositivo melodramático - que culminava com a morte trágica de Adèle, ou Clémentine, como na verdade se chamava na origem - para examinar um outro drama, uma outra morte, mais abstrata, quiçá ainda mais devastadora.

 

Pela primeira vez no festival de Cannes, a Palma de Ouro foi oficialmente entregue a dois atores, além do realizador – quem normalmente recebe a distinção. É fácil compreender porquê: Adèle Exarchopolus e Léa Seydoux leram o guião apenas uma vez, sendo depois estimuladas pelo realizador a improvisar as suas cenas e deixar as ações e palavras fluir o mais naturalmente possível. De facto, esta é uma construção edificada a três pares de mãos. Os altos e baixos da relação têm uma ressonância tão poderosa graças às interpretações fora de série das duas atrizes e o seu compromisso sem barreiras a estas personagens inolvidáveis.

 


A Emma de Seydoux é uma criação magnífica, aliando uma imagem enigmática, quase mística a uma natureza livre, bondosa e verdadeira no amor que expressa por Adèle. Todavia, o filme pertence à mulher que lhe dá nome: em cena em praticamente todos os momentos, Exarchopoulos é uma revelação.

 

Numa performance de instinto e intuição, e com apenas 18 anos na altura de rodagem, Exarchopoulos corporiza a crónica da maturidade de Adèle de uma forma simples e subtil que contrasta com a sua evocação do arroubo do amor e do desejo naquele que se subentende ser o primeiro capítulo do filme. Se, numa primeira instância, Adèle não sabe o que quer, depois quer tudo, e os seus desejos e ardores são esmagadores. O alcance do trabalho de um ator é completamente revolucionado e as possibilidades tornam-se, com o trabalho da jovem atriz, infinitas. É, até ao momento e na minha opinião que se julgava inabalável depois de ver Cate Blanchett em “Blue Jasmine”, a melhor e mais completa performance do ano.

Enquanto par, Exarchopolus e Seydoux são absolutamente destemidas, e a relação que criam no ecrã é tão orgânica que chega a desafiar a noção de “química entre atores” para apresentar uma nova possibilidade – o retrato fiel onde a abstração de que estamos perante uma obra de ficção é total.

 

Em retrospetiva, o Cinema é muitas vezes referido como o grande meio criado pelo Homem, proporcionando a possibilidade de mergulhar noutra história que não a nossa, vivendo assim novas vidas e experiências que o tempo que por cá passamos não permite. Na maior parte das vezes, essa possibilidade não é preenchida, e o Cinema acaba por funcionar mais como um meio de escapismo do que propriamente identificação e extensão da vida. No entanto, de vez em quando, surgem os raros filmes que incitam à descoberta, que se cosem a nós, que nos propiciam crescimento e introspeção, e que nunca mais nos abandonam.

 

Quando chegamos, batidos e devastados, à última mas esperançosa passagem de “La Vie d’Adèle”, damo-nos conta que Kechiche desenhou um autêntico mapa da alma humana, e tudo fica bastante claro. Deixamos o Cinema com um nó na garganta, e partimos de novo como adolescentes enfeitiçados pelo primeiro amor, mesmo que esmagados pela crueza da realidade. A nível pessoal, e desde que o ar frio daquela noite de novembro chocou o meu corpo quente e amedrontado, depois de três horas de reflexão pessoal e humana, nunca mais deixei de ver Adèle.

 

Todos os dias, em todo o lado.

 

10/10

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Composta por 11 "mini-curtas-metragens", a websérie "Making a Scene" é um projeto levado a cabo pelo The New York Times e que destaca nos peculiares vídeos, os melhores performers do ano.

 

 

Cate Blanchett, Bradley Cooper, Chiwetel Ejiofor, Adèle Exarchopoulos, Greta Gerwig, Oscar Isaac, Michael B. Jordan, Julia Louis-Dreyfus, Robert Redford, Forest Whitaker e Oprah Winfrey foram os talentos escolhidos interpretado pequenas passagens com frases escritas por outros grandes nomes como Julie Delpy, Ethan Hawke, Richard Linklater, Spike Jonze, Jeff Nichols, Sarah Polley, entre outros. A montagem e direção é orquestrada pelo lendário diretor de fotografia Janusz Kaminski.

 

Em toda a sua natureza estranha, bela e enigmática, ei-las, as maravilhosas criações.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Para os mais curiosos, aqui fica também o vídeo do making-of.

 

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Snorricam - Cahiers du Cinéma elege o seu TOP 10 de 2013

por Catarina d´Oliveira, em 26.11.13

Como vai sendo hábito, começamos a chegar à altura do ano em que afloram tops e mais tops sobre os melhor e pior Cinema do ano. Uma das listas mais conceituadas é até por norma uma das primeiras a aparecer. Falamos, claro está, da Lista dos 10 Melhores Filmes do Ano para a aquela que é por reconhecimento e (quase) definição "A" revista de cinema - a Cahiers du Cinéma.

 

O TOP de 2013 reflete a audácia e coragem do Cinema contemporâneo.

 

 

Cahiers Du Cinema - Top 10 de 2013

 

1 -"L'Inconnu du Lac"

2 - "Spring Breakers"

3 - "La Vie d'Adèle"

4 - "Gravity"

5 - "A Touch of Sin"

6 - "Lincoln"

7 - "La Jalousie"

8 - "Haewon et les Hommes"

9 - "Les Rencontres d'après minuit"

10 - "La Bataille de Solférino"

 

 

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Snorricam - Pai Natal, aponta: "Movies R Fun"

por Catarina d´Oliveira, em 22.11.13

O Natal está quase aí, pelo que me parece justo começar a fazer a minha lista para enviar para a Lapónia, asap.

 

Um dos primeiros itens a inserir será o fantástico livro feito por Josh Cooley, um artista que trabalha nos Estúdios da Animação da Pixar e que criou uma coleção de recriações de cenas clássicas de filmes com rating R (para maiores de 16, em Portugal) com um estilo de animação infantil.
As más notícias é que a primeira edição (limitada a 1000 exemplares) voou. A boa notícia, é que Cooley vai lançar outra, com novas criações incluídas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Para mais informações sobre o livro e como e quando estará à venda, podem visitar o blog oficial do estimadíssimo Cooley.

 

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Point-of-View Shot - The Counselor (2013)

por Catarina d´Oliveira, em 21.11.13

 

"The truth has no temperature"

 

De vez em quando aparece um filme que queremos tanto gostar que a perspetiva da desilusão perante oportunidades perdidas pode assemelhar-se a uma valente cacetada nos rins. E parecendo que não, aquilo ainda aleija.

 

Dizer que a expectativa era alta para "The Counselor" é um eufemismo mirrado. Com Ridley Scott a realizar uma história escrita especificamente para o grande ecrã por Cormac McCarthy (autor de “No Country for Old Men” e “The Road”) e interpretada por Michael Fassbender, Javier Bardem, Brad Pitt, Penélope Cruz, Cameron Diaz e um par de chitas, o que havia para correr mal?

 

Aparentemente, muitas coisas.

 

 

O intenso thriller revolve sobre um advogado criminalista que, ao ser atraído para o emocionante e perigoso mundo do tráfico de droga, percebe que a sua decisão momentânea o conduz a uma espiral descendente de acontecimentos imparáveis e de consequências fatais.

 

Há coisas boas em "The Counselor", mas "The Counselor" não é um filme brilhante. É antes uma “besta” estranha, uma mistura artística de considerações filosóficas e a brutalidade da violência. E não obstante o facto de ficar longe, como um todo, da soma de algumas partes incríveis, ainda se constitui como um visionamento estimulante, quase místico.

 

"The Counselor" surge vestido e revestido para matar. A fotografia e acompanhante direção artística queimadas pelo sol e sexualidade pungentes elevam-se com uma elegância cool que transpõe o título de Ridley Scott para um dos filmes com melhor aspeto do ano. A sensação que fica é que a temperatura sobe tanto que seríamos capazes de moldar ferro com ele.

 

 

O argumento confronta a audiência com retratos por vezes explícitos e sempre desconfortáveis da mais profunda escuridão da natureza humana. Entre o remoinho fatídico dos acontecimentos, parece procurar-se um quê de tragédia Shakespeariana, mas Ridley Scott parece demasiado enamorado com o seu argumentista e o elenco para entender como tudo se deveria juntar em harmonia. É difícil gerar interesse genuíno nas personagens – é claro que muitas delas são enigmáticas, mas quase todas falham em estabelecer algum tipo de relação com o espectador.

 

Assim, os acontecimentos flutuam alucinatoriamente entre uma profundidade poderosa e humor negro com ritmo, para ocasionalmente decair em trejeitos desajeitados. Depois há ainda a colisão da tentativa por parte dos atores de uma interpretação natural e um diálogo profundamente estilizado.

 

 

O niilismo, a ganância, o embate do bem e do mal e do caçador e da presa, a morte, as consequências das escolhas humanas tornam a abrangência temática de "The Counselor" tão gulosa como as questões filosóficas e morais que tenta levantar, recuperando mesmo muitas das questões exploradas em “No Country for Old Men”. Um dos seus problemas é que tenta ser mais ressonante do que consegue ser, perdido numa qualquer enfatuação que nutre por si mesmo - mas essa nem sequer é a mais grave das suas moléstias.

 

O verdadeiro infortúnio surge, curiosamente, no enredo, ou antes nos tecidos conectivos que (não) o unem. Na verdade, o que parece é que este se desenrola à boleia de uma série de conversas fascinantes e enigmáticas, mas que não têm uma história coerente que as suporte, tornando "The Counselor" um exercício cativante no papel (já agora, podem ler o argumento completo aqui – é preciso registo no fórum) mas perdido e infelizmente diluído no meio cinematográfico.

 

 

Os “porquês” e os “comos” – por exemplo, da escolha do Conselheiro em embarcar na fatídica negociata; afinal ele tem tudo o que um homem pode desejar - são totalmente excluídos de uma equação vaga adornada de linguagem pretensiosa. É desapontante que tamanho pedigree acabe obstinadamente fixado em tornar cada vez mais enigmática uma história povoada com personagens com cabelos excêntricos que quase não existe, enquanto encontra formas criativas para decepar cabeças humanas.

 

Se estivéssemos removidos do background da história, seríamos tentados a dizer que o livro era certamente melhor que o filme – mas neste caso, não existe livro.

 

 

No quadro geral observamos pinceladas vívidas e intrigantes do que “poderia ter sido” e que nos colocam em suspense, salivando pelo que virá a seguir.

 

É pena que, tirando-se a prova dos nove, o resultado esteja longe de dar certo.

 

 

6.0/10

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Mise en Scène - O outro lado da chamada de "Gravity"

por Catarina d´Oliveira, em 20.11.13

O trilho de sucesso de "Gravity" ainda está longe de terminar, e uma das razões que atestam esse facto é o lançamento de uma curta-metragem que serve como um fascinante companion piece do filme de Alfonso Cuarón.

 

 

"Aningaaq" mostra o outro lado da conversa "telefónica" que a personagem de Sandra Bullock tem no espaço. Apesar de não entender qualquer palavra da parte de quem está do outro lado, a Dra Ryan Stone encontra nesta pequena troca de palavras um desmesurado conforto, que atinge um pico emocional quando Aningaaq lhe canta uma canção de embalar.

 

Na sinopse oficial, Aningaaq é um pescador esquimó que está acampado perto de um fiorde gelado que tem uma troca de impressões com uma astronauta a centenas de km da Terra, através de um rádio. Ele não fala inglês, e ela não fala gronelandês, mas mesmo assim vêm-se capazes de ter uma cativante conversa sobre cães, bebés, vida e morte.

 

 

É o retrato da mais pura ligação humana, que vai além das barreiras da linguagem, naquele que é, certamente, um dos grandes e mais fascinantes momentos do filme.

 

Inicialmente planeada para ser lançada como um extra especial das edições de DVD e Blu-Ray, a curta "Aningaaq"  tem feito tanto sucesso... que já foi lançada publicamente e será uma das concorrentes à nomeação para Melhor Curta-Metragem nos Oscars da Academia.

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Master Shot - Bootlegs, I <3 you (parte II)

por Catarina d´Oliveira, em 20.11.13

Ontem iniciamos o nosso estudo do bootleg clássico, com a exploração de alguns dos mais finos espécimes no que respeita à configuração da capa.

 

Todavia, e como vimos ontem, um bootleg de excelência não se constrói apenas de uma gravação risível e uma capa infeliz (ou por vezes, apenas ridícula). A impecabilidade está ainda na passagem de informações essenciais, como sejam a sinopse do dito filme, e um ou outro comentário crítico que valha a pena destacar.

 

Analisemos, pois, os exemplares de hoje.

 

 

Apreciações Críticas



Quando uma coisa é "heart pounsing", seja lá o que isso for, é porque é mesmo poderosa.


 

K.O., mesmo nos rins.


 

Vende um filme melhor que qualquer outra coisa.


 

Trabalhos de grupo.


 

 

Mais um triunfo da Disney.


 

O Jim ouviu e não gostou.


O seu melhor e mais imersivo papel de sempre.


 

Sem comentários.


*** *** ***


 Sinopses


 

Nick Fairui, o zarolho que ajudará a salvar o mundo com a ajudar do United States of America Captain.


 

 

Mr. Bean foi nomeado para nove Óscares da Academia. Engraçado...tinha ideia que tinham sido 10.


 

Um vilão que quer controlar todos os recursos naturais da esfera terrestre? Damn, precisamos mesmo de ti Bond.


 

 

Não estou a conseguir decidir se prefiro a tagline ou a sinopse.


 

Hã?


 

Fiquei convencida a rever.


 

Eu sei que procuravam o filme do Peter Jackson, mas vamos tirar um momento para refletir sobre a cultura chinesa.


 

 

Unidos contra o racismo.


 

Uau, deve ter passado mesmo muito tempo desde a última vez que vi Star Wars...

 

 

*** ***

 

E para terminar, uma das jóias da coroa, que, sendo uma sinopse (podem lê-la aqui) teve a honra de ser passada para formato vídeo, onde pode ser vista com ainda mais gosto, se tal era possível.

 



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Snorricam - Jean Claude Van Damme, espargatas e impropérios

por Catarina d´Oliveira, em 20.11.13

A espargata perfeita corresponde àquela manifestação fabulosa de flexibilidade, atingida por uma fina fatia da população mundial (onde obviamente não me encontro incluída), e que consiste em esticar as duas pernas em direções opostas. Existe a modalidade de "uma perna para a frente e outra para trás" (para os meninos) e a mítica "quebra-virilhas" (para os maiores da aldeia).

 

 

Antes de avançar com o artigo propriamente dito, quero reservar algumas linhas para lançar os impropérios que melhor se coadunam a todos aqueles que, durante anos, me impingiram a abominação fonética e ortográfica da “esparregata” ou “esparragata”, como também já ouvi dizer.

 

Oh meus grandes &%$#%@, sois uns grandes &$%#@-&@ da %$&%$#%@ portanto encaminhai-vos para o $%#&%$.

 

Já está. Posto isto, quero partilhar convosco um par de vídeos relacionados com Cinema e espargatas que decerto contribuirão para o desenvolvimento da vossa cultura cinematográfica.

 

Começamos pelo fenómeno-base, que muitos de vocês já devem conhecer – o recente mas já icónico anúncio de Jean Claude Van Damme, onde o ator belga faz uma respeitável espargata “quebra-virilhas” entre dois camiões Volvo. “Porquê” perguntarão vocês: pois bem, para atestar a precisão dos camiões… como se alguém lhes estivesse a prestar alguma atenção… mas faz de conta. Ora vejamos:

 

 

Posto isto, o Channing Tatum – por quem nutro cada vez maior simpatia e apreço, não só por estes fabulosos stunts, mas porque, de quando em vez, até entra em filmes decentes – publicou a sua (quase) ainda mais épica resposta.

 

 

Clap Clap Clap.

 

E era só isto. Afinal, não pode ser mais do que o que é…

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