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Point-of-View Shot - Blue Jasmine (2013)

por Catarina d´Oliveira, em 12.09.13

 

"Anxiety, nightmares and a nervous breakdown (...) there's only so many traumas a person can withstand until they take to the streets and start screaming." 

 

Woody Allen sempre escreveu bons papéis para mulheres, mas Jasmine parece ter sido agraciada com a magia da intemporalidade.

 

Em “Midnight in Paris”, Allen reconquistou muitos corações com a sua ode à nostalgia de um cinderella man que ao bater meia-noite mergulhava nos confins de Paris para acordar delirante no epicentro da explosão artística dos anos 20 e beber uns copos com F. Scott Fitzgerald, Ernest Hemingway e Pablo Picasso.

 

Dois anos depois, a fantasia fica na gaveta, bem como o tom leve - mais para o humorístico do que para o dramático - para o realizador americano regressar a um tema que domina tão bem e que, ainda assim, tinha andado tão afastado da sua obra dos últimos anos: a neurose.

 

 

Tomando como inegável fonte de inspiração o clássico de Tennessee Williams – “A Streetcar Named Desire” – a queda (e subsequentes réplicas) de uma socialite desdenhosa é a base para a exploração da crise existencial e remoinho ilusório orquestrada por Allen.

 

Blue Jasmine” é assim a sua poderosa declaração anual que se debruça sobre a exploração da loucura como uma expressão daquilo que alguém – neste caso, Jasmine – é. A harmonia entre a tragédia do drama do estado de coisas desta mulher e o humor negro que ocasionalmente surge respirando pelos seus poros é a grande arma do título, que a usa com orgulho e finesse.

 

 

A estrutura - bipartida e alternando-se entre o passado sumptuoso de Jasmine e o seu presente menos nobre - nem sempre proporciona o desenrolar narrativo mais fluído roubando, inclusive, várias cenas da sua completa recompensa emocional. O problema com a grande parte da obra de Allen dos últimos 15-20 anos é que o realizador parece reunir energia para algumas excelentes ideias, como quem organiza uma mesa de snooker para um grande e promissor jogo, dando depois uma potente tacada que enfia, de uma só vez, várias bolas, mas que acaba por deixar outras tantas à deriva.

 

Mas à sua maneira, “Blue Jasmine” encapsula na perfeição aquilo que é o todo da carreira do realizador – uma criatura imponente, nem sempre regular, mas que exige a nossa atenção. Porque nos momentos em que estamos prestes a dar-nos por vencidos no seu imaginário neurótico, ele carrega no acelerador e o que nos oferece é unicamente tocado pelo brilho da genialidade.

 

Como é costumeiro, muito do crédito de uma filme de Woody Allen é do próprio Woody Allen, mas aqui parece mais do que certo, imperativo mesmo, reparti-lo com Cate Blanchett, cuja criação é digna de figurar na resposta assertiva à pergunta: “o que é o trabalho do ator?”.

 

 

O enigma de uma performance tão eletrizante é profundo: como é possível tornar uma mulher tão egoísta e desprezível em alguém com quem nos conseguiremos preocupar ao longo de 90 minutos? Blanchett é ardente, comovente, perdida. O génio desta construção é que convém a urgência extrema das suas verdadeiras preocupações e a forma como vemos - como se de um límpido vidro se tratasse - que esta é uma mulher em guerra consigo mesma, a lutar com os fardos da realidade. Maior do que a vida, Blanchett arrebata os nossos corações com uma personagem que secretamente desejamos odiar, numa performance que está além do brilhante, e que fica à margem qualquer análise.

 

No elenco secundário, e estabelecendo um estrondoso contraste com a protagonista, é bom que não se deixe passar ao lado a presença cativante e casual de Sally Hawkins, a sua fabulosa química com Bobby Cannavale e a colaboração honesta, dura e surpreendente de Andrew Dice Clay, como o amargurado ex-marido de Ginger.

 

 

Há uma qualquer fusão de desespero e prazer que confere a “Blue Jasmine” um lirismo trágico irresistível – o que começa como uma espécie de caricatura ao elitismo social, termina num retrato vívido e cru sobre a miséria de uma alma quebrada e perdida, que se recusa a abandonar os resquícios de uma bolha que um dia a isolava da realidade.

 

Jasmine já não é a “mulher-troféu” mal a encontramos pela primeira vez, naquele voo para São Francisco, tagarelando incessantemente sobre o que foi e já não é. Mas de alguma forma, o estatuto de troféu continua lá, como algo criado à imagem da nossa mais profunda admiração. Este é um retrato e uma criação inolvidável e isso não está apenas escrito nas estrelas; está tatuado nas chamas e imortalizado na história do Cinema.

 

 

8.5/10

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Mise en Scène - "Escape from Tomorrow"

por Catarina d´Oliveira, em 12.09.13

Estão prontos para terem o vosso imaginário fortemente abanado e, quiçá, violentado?

 

Se não, preparem-se, porque "Escape from Tomorrow", o primeiro filme de Randy Moore, está a chegar.

 

 

Explorando o lado negro do "lugar mais feliz do mundo", esta incursão demente começa por encontrar  Jim White numa manhã que tinha tudo para correr mal. Acabando de saber que tinha sido despedido do emprego, Jim decide manter essa informação em segredo para proporcionar um último dia de férias feliz à sua família numa visita à Disney. Infelizmente, o despedimento foi apenas o início de um dia verdadeiramente diabólico, à medida que o parque começa a desenvolver uma série de encontros e visões perturbadoras.

 

A premissa já prometia coisas curiosas, mas o processo de produção peculiar não fazia prometer menos - grande parte do filme foi filmado em vários parques à volta do mundo, sem a permissão da Disney. 

 

 

Preparado para povoar uma ou várias noites de pesadelos, "Escape from Tomorrow" estreia nos cinemas e VOD americano a 11 de outubro.

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Mise en Scène - Novo trailer de "August: Osage County"

por Catarina d´Oliveira, em 12.09.13

A The Weinstein Company revelou um novo trailer de "August: Osage County", realizado por John Wells ("The Company Men") e protagonizado por Meryl Streep, Julia Roberts, Ewan McGreggor, Chris Cooper, Abigail Breslin, Juliette Lewis, Margo Martindale, Dermot Mulroney, Benedict Cumberbatch, Sam Shepard e Julianne Nicholson.

 

 

A comédia dramática baseada na peça teatral homónima de Tracy Letts lida com uma reunião familiar que sucede a morte do patriarca, encontro este que propicia a revelação de vários segredos que irão mudar para sempre a vida desta família.

 

 

 

Na receção do filme no festival de Cinema de Toronto, a crítica foi geralmente tépida, prezando, contudo e repetidamente, as prestações do elenco... mas nada é capaz de me tirar o entusiasmo para isto, confesso.

 

"August: Osage County" estreia, nos Estados Unidos, a 25 de dezembro de 2013.

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