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Depois do fantástico Guia de Sobrevivência (cof, cof...), e tendo em mente as almas mais curiosas e confusas, resolvi organizar uma pequena F.A.Q. (Frequently Asked Questions) para garantir o sucesso da vossa missão de sobrevivência num filme de terror. 

 

Porque nunca se sabe quando a morte pode estar à espreita, vamos a isso sem mais demoras, que tenho coisas ao lume.

[Está aberta a possibilidade de todos os leitores submeterem as suas próprias perguntas/respostas, que serão aqui incluídas com a devida identificação da fonte.]

 

 

 

Q: Acabei de perceber que estou num filme de terror. Há alguma forma de contornar a situação – alterando o género do filme ou subornando os argumentistas?

A: Infelizmente não há qualquer registo de suborno dos argumentistas que não tenha resultado numa personagem a acabar num saco mortuário. No que respeita à subversão ou alteração de género… é importante compreender que na esmagadora maioria dos filmes de terror (comerciais), a alminha que começa a gozar com os acontecimentos esperando tornar as ações um palco de comédia não leva muito tempo a abandonar o seu corpo. Mesmo que a ameaça seja um monstro anão com uma arma que te transforma numa banana, leva o assunto a sério e pensa numa solução lógica.

 

Q: Há regras diferentes para os diversos subgéneros do terror?

A: Existem algumas especificidades – os vampiros não têm grande oportunidade de atacar de dia, e os zombies são mais flexíveis apesar de lentos (em alguns casos). Entretanto, por exemplo, ser uma rapariga jovem num filme slasher é um bilhete para a morgue, mas muitas das regras básicas são semelhantes.

 

Q: Sou uma rapariga de cabelo loiro. Devo pintá-lo de outra cor para sobreviver? 

A: Sim. Não me recordo de muitas raparigas loiras que tenham chegado ao final de um filme de terror, e as probabilidades são ainda mais afuniladas se se tratar de uma loira atraente e pouco inteligente.

 

Q: Acho que a casa que acabei de comprar está assombrada por uma senhora que aqui viveu há 346 anos. O que devo fazer?

A: Põe-te a milhas.

 

Q: Oh diabos… que barulho foi aquele? Devo ir ver o que é?

A: Primeira dica: não foi o vento. Segunda dica: também não foi o gato, mesmo que “tenha sido”. Vai espreitar apenas se estiveres desejante de uma óbito particularmente sujo e criativo.

 

Q: Então posso espreitar à janela?

A: Não.

 

Q: És tu Maria?

A: Não, não é a Maria. Provavelmente a Maria já está a fazer cimento no jardim das tabuletas.

 

Q: O que devo fazer?

A: Se fores uma rapariga, deita fora os saltos altos e calça algo confortável que já tenhas usado (as bolhas aleijam). No caso dos homens, aplica-se a mesma regra, apesar de ser provável que a maioria não esteja a usar saltos. Se quiserem mesmo usar algum calçado complicado (chinelos, botas de ski, etc) comecem a praticar corrida com ele uma semana antes do apocalipse ou ataque dos psicopatas.

 

Q: O jantar foi pesado e apetece-me dar um passeio nesta noite de nevoeiro e lua-cheia. Onde devo ir?

A: Passeia pela sala de jantar e se quiseres ar fresco arranja uma ventoinha. Passeios por caminhos de cabras, florestas e cemitérios estão completamente proibidos. Se tiveres mesmo de saír, dirige-te a uma rua ou espaço público com movimento.

 

Q: Estou em grupo e estamos a ser atacados por alguma coisa lá fora. Entretanto tenho vontade de fazer xixi. Posso ir?

A: Não. Em ciruncstância alguma podem separar-se, a menos que queiram ficar com um elemento a menos. Puxa um penico ou organizem uma expedição ao W.C. No limite, e se o W.C. for colado à sala, faz as tuas necessidades de porta aberta.

 

Q: Ligaram-me para casa e só oiço uma respiração pesada. O que é que faço?

A: Se conseguires, tenta descobrir quem fez a chamada. Senão... tranca as portas e as janelas e não durmas nem te ponhas a tomar banho durante as próximas 48 horas.

 

Q: Oh não... o psicopata está dentro da minha casa, para onde devo fugir?

A: Ao contrário do que os mitos urbanos aparentemente perpetuados pelas personagens dos filmes de terror dizerem que é fixe fugir para o andar de cima da tua casa, não é. Não só perdes uma saída (a porta) como a hipótese de usar uma janela, a menos que te querias desmontar todo/a no chão. Nem vamos falar de esconderijos dentro de armários ou debaixo da cama. A porta da rua é serventia da casa.

 

Q: O meu amigo acabou de ser mordido por um zombie/lobisomem/vampiro/monstro raivoso mas diz que está fresco que nem uma alface. O que é que faço?

A: Pelo sim pelo não, enjaula-o e procura sinais estranhos como o crescimento anormal de pelos nas costas, ou o aparecimento de uma dentadura sobredotada, ou de espuma nos cantos da boca. Se não tiveres oportunidade de o enjaular, é caso para fazer as despedidas e enfiar-lhe um balázio na cabeça. Amigos amigos, pragas à parte.

 

Q: Estava a uns km do meu destino quando o meu carro deixou de funcionar misteriosamente. Enquanto explorava, encontrei um albergue a cair de podre com olhos e línguas pendurados pelas paredes e os donos ofereceram-me abrigo. Aceito?

A: Só se quiseres ter também os teus olhos, língua e, possivelmente, outros órgãos pendurados por aí. Por uma vez na vida, carrega o telemóvel com bateria suficiente para a viagem para, se for necessário, chamar o reboque ou a polícia.

 

Q: Qual é a melhor arma para garantir a minha sobrevivência contra um psicopata?

A: Uma arma por si não garante nada, mas ajuda. Algumas escolhas clássicas são motosserras e caçadeiras. Todavia, ver-te-ás muitas vezes em situações onde terás de improvisar com itens comuns – facas de cozinha, molduras, extintores, eletrodomésticos, cenouras ou qualquer outro vegetal.

 

Q: No caso de um ataque zombie, qual é a melhor arma que posso utilizar?

A: Um tanque de guerra ou um velociraptor... ou 15. Ou um T-Rex. Se não tiveres nenhum à mão, depende do tipo de zombie que estás a combater. No caso de zombies criados por infeções virais, se possível, tenta apenas evitá-los porque a cura pode estar ao virar da esquina e é mal empregada. Em qualquer outra situação, é caso para rebentar com eles sem dó nem piedade.



[Está aberta a possibilidade de todos os leitores submeterem as suas próprias perguntas/respostas, que serão aqui incluídas com a devida identificação da fonte.]

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Snorricam - Filmes salvos por alterações de última hora

por Catarina d´Oliveira, em 14.08.13

Muito mais vezes do que aquelas que possamos pensar, o produto final - seja ele um livro, uma música, um filme ou outra coisa - é muito diferente do seu plano original. No caso do cinema, por vezes, a mudança surge ainda nos momentos de preparação, enquanto noutras ocasiões nasce de um momento de inspiração de um ator.

 

O Cracked.com desafiou os seus leitores a descobrir algumas das alterações mais importantes da indústria cinematográfica que moldaram os filmes que vimos, tornando alguns deles clássicos absolutos.

 





















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