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"You're all going to die tonight!"
A espera foi impaciente e o momento do regresso de “The Evil Dead” chegou, desta vez pela direção de Fede Alvarez, mas com o aval na produção das forças motrizes do original, Sam Raimi e Bruce Campbell, o eterno Ash.
Em “Evil Dead”, Mia e David são dois irmãos distantes cuja mãe faleceu recentemente e que decidem reunir-se numa cabana com vários amigos de infância para realizarem uma intervenção a Mia, uma crónica viciada em drogas que se quer reabilitar. Na cabana isolada, Mia atira as suas últimas doses de droga para um poço, começando assim a enfrentar os debilitantes sintomas da desintoxicação. Entretanto, um elemento do grupo descobre o Livro dos Mortos e fica obcecado pela sua transcrição e tradução. Mal saberia qualquer um deles que o que estaria para acontecer libertaria um perigoso demónio que promete destruir tudo e todos, deixando um rasto sangrento inimaginável.
A reimaginação do clássico de culto tem em falta muitos dos elementos extravagantes que tornaram o original tão delicioso – na verdade, o tom é manifestamente diferente, pairando constantemente uma aura negra sobre a versão de Alvarez, enquanto recordamos a de Raimi com o sorriso matreiro e desconfortável.
Todavia, vale a pena tirar o chapéu à diferença. O ponto de partida da mudança é inteligente, aproveitando o que o original tinha mais fraco – a história - e desenvolvê-lo. Se na versão de Raimi os estudantes de reuniam porque sim, desta feita existe uma finalidade muito específica e importante para a interpretação do filme – atacar o problema de dependência de Mia, que, juntamente com o enredo desgraçado que já conhecemos, constitui uma sólida alegoria, onde o vício representa a possessão e vice-versa.
Funciona, é verdade, mas para elevação maior do novo filme, esperava-se ainda algo mais, pois a tal reflexão acaba tantas vezes perdida (ou mesmo esquecida) num mar de sangue, tripas e desmembramentos. É quase uma existência esquizofrénica, que tenta respirar num cerne de enredo fresco, mas que se sente na obrigação de revisitar uma série de lugares familiares que entusiasmam a plateia, diga-se, mas acabam por diluir a potencialidade da originalidade das decisões criativas de Alvarez e companhia.
Muita tinta já correu sobre os níveis de gore e violência no remake de Alvarez, pelo que acrescentaremos apenas o seguinte, em consciente tom de provocação: fazem a versão de Sam Raimi parecer um episódio dos Teletubbies – ainda que devamos recordar que esta mantém, até hoje, um rating X atribuído pela Motion Picture Association of America.
Não é habitual no Cinema de terror reservar grandes destaques ao elenco, mas neste caso em particular é imperativo dar todo o crédito e mais algum a Jane Levy que carrega autenticamente o filme às costas, e consegue prover com bastante eficiência (e sacrifício) os diferentes lados da alegoria – quer na configuração frágil do início, quer na sua contínua e radical transformação ao longo dos 90 minutos.
Se secretamente desejavamos algo capaz de superar o original, ainda não foi desta – ainda que tal asserção pareça, por várias razões e contextos, impossível. Mas mesmo sem a personalidade, humor ou o enquadramento de género do original de 1981, a versão de 2013 é um remake acima da média, que honra devidamente a sua origem, enquanto se reimagina para o público do novo milénio, com uma façanha técnica tremenda e uma queda muito particular para sangramentos viscerais, tripas expostas e uma generosa dose da boa e velha ultraviolência.
7.0/10
A CBS Films lançou um teaser trailer red-band e poster para Cannes para um dos títulos mais aguardados do ano: "Inside Llewyn Davis", dos irmãos Coen.
O enredo é baseado na vida do músico nova-iorquino Dave Van Ronk, uma das figuras mais míticas do folk de Greenwich Valley durante a década de 60. O argumento do filme é baseado no livro de memórias "The Mayor of MacDougal Street" de Dave van Ronk e acompanha a sua luta para triunfar como músico de folk, em Nova Iorque.
"Inside Llewyn Davis" será exibido no festival de Cannes e tem estreia marcada nos Estados Unidos para 6 de dezembro - ainda não há data para a estreia portuguesa no calendário.
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Quem também ganhou um novo trailer - já há uns dias é verdade, perdoem-me o atraso - foi a aventura de ficção científica "Ender's Game", de Gavin Hood.
Segundo a sinopse oficial, uma raça extraterrestre hostil (Formics) atacou a Terra. Se não fosse pelos lendários atos heróicos do Comandante da Frota Internacional, Mazer Rackham, tudo estaria perdido. Os extraterrestres foram derrotados mas vão voltar, por isso o Coronel Graff e o Exército Internacional decidem começar a preparar os soldados para a próxima batalha, que será mais violenta e difícil que a primeira. Um dos planos do Exército Internacional passa por recrutar e treinar as melhores crianças do mundo, porque acreditam que estes jovens representam a nossa salvação e uma mais valia para as forças armadas. O Coronel Graff também acredita que é entre os mais jovens que poderá emergir um novo líder, que consiga ser tão carismático e astuto como Mazer Rackham. Esse futuro líder é Ender Wiggin, um rapaz tímido mas estrategicamente brilhante, que é retirado da escola para se juntar à elite do exército. Ao chegar à Escola de Batalha, Ender domina rápida e facilmente os jogos de guerras, ganhando assim o respeito dos seus colegas e a admiração dos seus superiores. Ender trona-se assim numa das maiores estrelas em ascensão do exército. O seu estatuto convence o icónico Mazer Rackham, que decide assumir a sua tutela e o seu treino para que Ender se possa sentir preparado para liderar os seus companheiros numa batalha épica que determinará o futuro da Terra.
Protagonizado por Harrison Ford, Abigail Breslin, Asa Butterfield e Hailee Steinfeld, o filme de Hood deverá chegar aos nossos cinemas no final do ano.
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Também nas novidades, temos um primeiro olhar sobre "Captain Phillips" da Columbia Pictures - o thriller de ação realizado por Paul Greengrass e protagonizado por Tom Hanks, Catherine Keener, Max Martini, Yul Vazquez, Michael Chernus, Chris Mulkey, Corey Johnson, David Warshofsky, John Magaro e Angus MacInnes.