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Pode apenas um homem atacar e levar à rota do sucesso os eternos "rivais" Star Wars e Star Trek? Aparentemente sim, e pelo que afirma o The Wrap, já é oficial - J.J. Abrams vai mesmo realizar Star Wars: Episode VII.
Ao que parece, na corrida ao lugar da cadeira de realização estava também Ben Affleck, mas foi o criador de "Lost" e "Alias" e realizador de "Super 8" e "Star Trek" que acabou por levar a melhor.
Da produção ainda não saiu a palavra oficial a selar o assunto, mas parece não haver grande margem para dúvidas e os próximos dias serão entusiasmantes para os fãs da(s) saga(s).
Não deixa de ser, contudo, interessante revisitar as palavras de Abrams há meses:
"Look, Star Wars is one of my favorite movies of all time. I frankly feel that – I almost feel that, in a weird way, the opportunity for whomever it is to direct that movie, it comes with the burden of being that kind of iconic movie and series. I was never a big Star Trek fan growing up, so for me, working on Star Trek didn’t have any of that, you know, almost fatal sacrilege, and so, I am looking forward more then anyone to the next iterations of Star Wars, but I believe I will be going as a paying moviegoer!"
É caso para dizer... nunca digas nunca.
Star Wars: Episode VII, o primeiro episódio de uma nova trilogia SW tem chegada aos cinemas anunciada para 2015 com argumento de Michael Arndt.
"Gentlemen, you had my curiosity. But now you have my attention."
Numa sala onde dois afro-americanos lutam até à morte para regozijo de uma audiência Branca em pano de fundo, Amerigo Vessepi aproxima-se do bar e pede uma tequila. De costas voltadas para os acontecimentos brutais está um fenómeno emancipado, um homem de pele escura mas que caminha lado a lado com os brancos na cadeia alimentar social.
“Qual é o teu nome?”, pergunta o esclavagista italiano. “Django. D-J-A-N-G-O”, responde o misterioso homem, acrescentando depois “o ‘D’ é mudo”.
Esta simples mas memorável passagem carrega uma simbologia imensa. O italiano em questão é interpretado por Franco Nero, nada menos que o “Django” original (que se notabilizou no filme de Sergio Corbucci de 1966). Dizem os números da indústria que, depois do primeiro, se seguiram mais de trinta sequelas não-oficiais. Entretanto, Nero mantém-se até hoje como o definitivo anti-herói misterioso, que caminhava pelo oeste arrastando consigo um icónico caixão de madeira com uma cruz.
Se o Django que vemos hoje regressar às salas compete ou não com a proeminência do original, não cabe a ninguém, e muito menos a nós, medi-lo. Mas que acabamos de ganhar um novo membro inequívoco desta família, isso é inegável.
“Django Unchained” ambienta-se ao Sul dos Estados Unidos, dois anos antes de ter lugar a Guerra Civil. O personagem titular é um escravo de historial brutal, o que o coloca em rota cruzada com o caçador de recompensas Dr. King Schultz. O alemão procura pelos violentos irmãos Brittle, e Django é o único que pode levá-lo até eles. Com a promessa da sua libertação e consequente recuperação de um Amor perdido, Django tentará cumprir a tarefa de ajudar a capturar os Brittle, vivos ou mortos.
O ‘D’ bem pode ser mudo, mas o mesmo já não se pode dizer do quadro geral que é o novo filme de Quentin Tarantino – uma carta de amor carregada, continuamente explosiva e esporadicamente cómica aos spaghetti westerns dos anos 60 e ao movimento blaxploitation.
Há algo incontornavelmente excitante na versão revisionista das histórias de Tarantino, onde este pega pedaços deploráveis de eras miseráveis para oferecer aos que sofreram a sua vingança sangrenta. O realizador continua na sua contenda para combater os maiores opressores da história através do Cinema. Em “Inglorious Basterds”, um grupo de soldados judeus americanos recolheu escalpes de nazis enquanto perseguia Hitler. Em ““Django Unchained”” uma fantasia de vingança apoia-se num dos mais negros e feios capítulos da história norte-americana: a escravatura.
As referências são imensas, e capazes de deixar qualquer movie-buff a salivar – desde o piscar de olho aos ancestrais de John Shaft (de “Shaft”, de 1971) ao folclore germânico, e da filmografia do género (com especial proeminência dos títulos de Sergio Corbucci), ao tratamento do Mandingo (relembrando o título homónimo de 1975, de Richard Fleischer) ou à sátira alusiva àquela que se subentende ser uma primeira manifestação dos Ku Klux Klan, para não gastarmos infindáveis linhas a deslindar mais. Mas este “Django Unchained” é mais do que uma mera colagem de influências, e um título que, apesar de dificilmente vir a encabeçar o top de favoritos do realizador de qualquer fã, é um dos seus mais poderosos e incendiários esforços.
“Django Unchained” é estruturado como um crowd-pleaser, apesar de a sua natureza arisca estar pronta para afastar muitos dos que, de coração aberto, o virão a abordar. Tarantino é mestre em equilibrar o tom dos seus filmes, o que é demonstrado uma vez mais nesta instância, onde tem de alternar entre a comédia do absurdo, a brutalidade da vida e o incessante e chocante retrato do racismo e escravatura, infelizmente bastante precisos para a época retratada.
A combinação do estilo maníaco que mistura nacos generosos do cânone cultural e pop com relevância política, moral e social que abrirá, decerto, os mais variados tópicos de conversa.
O seu ridículo nunca pode ser confundido com brincadeiras de mau gosto; ao contrário, a natureza lunática parece ser o único meio aceitável para operar sobre a realidade alienada da escravatura Americana. A versão de Tarantino parece falsa, um impostor sob disfarce, fruto de uma juventude alimentada pela cultura cinematográfica que devorou enquanto trabalhou num clube de vídeo (e não só); mas é essa essência impostora, cartoonizada e quase falsificada que nos obriga a contemplar a verdade mais suja – aquela que, na verdade, não se encontrava nos milhares de westerns que lhe serviram de inspiração.
Apelidado de idiota, visionário, destruidor de Cinema, génio, entre muitas outras coisas, é seguro dizer que Quentin Tarantino já cimentou o seu lugar na história do Cinema contemporâneo. O próprio descreve-se, talvez, melhor do que qualquer outro: “possivelmente, cresci a ver muitos filmes. Sou atraído por este e aquele géneros, e este e aquele tipo de história. Quando vejo filmes, faço as minhas próprias versões na minha cabeça que não são exatamente o que estou a ver – por isso tiro as coisas que gosto e misturo-as com coisas que nunca vi antes”.
Em resumo, um inteligente e entusiástico cineasta que ama todos os tipos de filmes.
Como é hábito numa produção de Tarantino, as palavras e os ‘dizeres’ são também grandes estrelas da companhia, e o diálogo palavroso nunca esteve tão abrilhantado.
A utilização de uma banda sonora largamente anacrónica (que mistura a natureza vintage de faixas de Ennio Morricone com a contemporaneidade de John Legend e Tupac) não só celebra a tradição do realizador como do próprio género do spaghetti western, apesar de Tarantino aparentar estar mais interessado em basear-se nos alinhamentos mais série B, do que propriamente nos mais aclamados.
No elenco, Christoph Waltz é absolutamente glorioso na sua segunda colaboração com o realizador, que o coloca desta feita do lado certo da história (e poderá muito bem valer-lhe o segundo Óscar), de Leonardo DiCaprio, a figura maléfica de traço janota, é quase impossível tirar os olhos e Samuel L. Jackson é uma força da depravação e crueldade a ser reconhecida. Quanto ao protagonista, acaba por brilhar menos em tom de comparação com os secundários, mas Jamie Foxx compõe um Django instantaneamente icónico, mais adepto de um tiro veloz do que uma troca de palavras. O elenco feminino é bastante limitado mas muitíssimo bem representado por Kerry Washington, que constrói uma performance bem desenvolvida para um papel chave no enredo.
É um verdadeiro tributo às qualidades do casting de “Django Unchained” que seja impossível visionar qualquer uma destas ou outras personagens serem interpretadas por outros atores.
A primeira metade é gloriosa, uma obra-de-arte em total direito. Quando a ação se movimenta para a plantação de Candyland, tudo se torna menos elegante, mais grotesco e, infelizmente, mais arrastado.
Tarantino sempre se manteve demasiado anexado ao seu material, demasiado envolvido com as suas personagens e enredos para se conseguir distanciar até uma abordagem mais rigorosa e estrita. Mesmo com todas as tiradas elogiosas presentes, “Django Unchained” não deixa de parecer um corte grosseiro, um produto não finalizado que acabou por nunca ser visto como um todo coerente. É facilmente um dos filmes mais desequilibrados do realizador, autocomplacente a pontos tóxicos. Enquanto temos passagens intermináveis e finais falsos (especialmente na última parte), outras sentem-se totalmente desnecessárias. Assim fica a ideia de que existe um grande filme algures dentro de “Django Libertado”, mas que foi obliterado em favor de um excesso desequilibrado, que quase o faz desaparecer no reinado imaginário do próprio Tarantino.
O filme de Tarantino oferece um contraste interessante sobre o drama histórico de Steven Spielberg, “Lincoln”, que estreará nas nossas salas na próxima semana. Ambos lidam com o tema da escravatura, mas enquanto Spielberg o faz da forma politica e historicamente correta retirando de certa forma algum peso do castigo dos Brancos, Tarantino oferece uma versão dos factos visceral, nada simpática e crua que promove um sentimento de sufoco pela opressão a que assistimos. Se Spielberg aponta para o sentimento, Tarantino apronta-se a atacar a jugular.
É a história da carreira de um homem que vive para passar dos limites, para fazer os filmes que quer, e ultrajar intelectualmente enquanto se diverte a fazer o que tem a fazer. Muito se tem questionado se “Django Unchained” não terá sido demais, um passo (ou vários) além da linha do aceitável. Mas a resposta é simples: se tivesse sido de outra forma, certamente não seria Tarantino.
9.0/10
No primeiro filme dos irmãos Joel e Ethan Coen depois de "True Grit" (2010), Oscar Isaac interpreta um músico em ascensão numa história levemente baseada na vida do nova-iorquino Dave van Ronk (1936 - 2002), rebatizado Llewyn Davis, que foi parte fundamental da cena Folk de Greenwich Village nos anos 60 (de onde saíram Phil Ochs, Bob Dylan e Joni Mitchell).
Além da participação de Isaac, "Inside Llewyn Davis" contará ainda com interpretações de Carey Mulligan, Justin Timberlake, Adam Driver, Garrett Hedlund e John Goodman.
... ou melhor, é mesmo feio... e mal feito... e pavoroso para dizer a verdade. Que isto não seja um mau sinal para dia 24 de fevereiro :S
Não há grande escolha de palavras possível para descrever o trabalho de Antonio Toscano, autor de uma versão do trailer de "Man of Steel" de Zack Snyder, mas estou certa de que "fantástica" é uma delas.
O novo filme de Snyder tem vindo a reunir entusiastas por esse mundo fora conforme vai lançando mais material promocional - afinal somos muitos, os que desejam ardentemente que o Super-Homem tenha finalmente o filme que merece. Poderá ser desta? O trailer parece-me a mim entusiasmante, mas Toscano fez questão de nos oferecer uma outra versão...desta feita, totalmente feita com LEGOS.
TRAILER - VERSÃO LEGO
TRAILER OFICIAL
No ano passado resolvi arrancar com uma iniciativa muito especial aqui no meu Close-Up: os Soap Awards. "E o que são os Soap Awards?", perguntam vocês que não conhecem a questão.
Ora os Soap Awards são, basicamente, os prémios de CINEMA que vão celebrar coisas que mais ninguém celebra nas cerimónias oficiais (bom, tirando duas ou três categorias), mas que merecem reconhecimento. Os prémios são, claro, fictícios (um dia, quando for crescida, serão reais!) e a cerimónia não vai além da secretária do meu quarto... mas acho que é muito mais divertido recordarmos o que de melhor (e pior) se fez no Cinema com a colaboração e contributo de todos, do que propriamente ao escarrapachar uma daquelas listas intermináveis com as minhas opiniões verborreicas pouco atestadas.
Para que esta cerimónia fictícia seja o mais participativa possível, pedia-vos que colaborassem comigo e me ajudassem a distinguir os melhores dos melhores... e dos piores... votando. Mas mesmo! E já podem fazê-lo AQUI.
Quero atempadamente pedir-vos desculpa se tiver ocorrido alguma omissão grave, quer nos nomeados ou nas próprias categorias - a escolha foi baseada apenas nos filmes que me fui lembrando e reconhecidos o suficiente para esta brincadeira ter piada e o máximo de pessoas possível poder votar com conhecimento de causa. Esta "cerimónia" tem o único objectivo de nos divertir e todos são vencedores, até os que aqui não estão.
Porque almejamos sempre ao mais glamouroso, os vencedores serão anunciados durante o dia 20 de Fevereiro, uns dias antes dos Oscars da Academia, porque não lhes quero tirar o brio.
E agora, sem mais demoras... minhas senhoras e meus senhores, os nomeados são:
(ATENÇÃO este artigo pode conter, ou melhor, contém mesmo imensos spoilers)
MELHOR FILME QUE NÃO FOI NOMEADO PARA O OSCAR DE MELHOR FILME
MELHOR FILME QUE PROVAVELMENTE NÃO VISTE
MELHOR BLOCKBUSTER DE VERÃO (ou ali por aquela altura)
MELHOR BLOCKBUSTER DA LOJA DO CHINÊS
O FILME QUE NÃO NOS ATREVEMOS A TOCAR NEM COM UM PAU DE TRÊS METROS
MELHOR PERFORMANCE INFANTIL (até 16 anos)
MELHOR CAMEO
MELHOR PERSONAGEM SECUDÁRIA QUE É INEQUIVOCAMENTE MAIS 'FIXE' QUE O PROTAGONISTA
A MODA DO ANO
MELHOR PRESENÇA DE UMA LIMOUSINE NUM FILME
TAGLINE MAIS LINDA, FOFA, INSPIRADORA OU POTENCIALMENTE JAVARDOLA DE UM FILME DE DANÇA
MELHOR NÚMERO DE DANÇA
MELHOR GUARDA-ROUPA NUM FILME QUE NÃO SEJA PASSADO NO ANTIGAMENTE
MELHOR UTILIZAÇÃO DE BANDA SONORA NÃO ORIGINAL
MELHOR (MONSTRO, EPIDEMIA, CRIATURA) DESTRUIDOR DA CIVILIZAÇÃO
MELHOR MANUTENÇÃO DA PILOSIDADE FACIAL
PRÉMIO HERBAL ESSENCES PARA O CABELO DO VILÃO
MAIOR MOMENTO WTF?
MELHOR MOMENTO A PUXAR P'RÁ LÁGRIMA / MOMENTO PATROCINADO PELO "ARREPIO NA ESPINHA"
LINHA DE DIÁLOGO QUE ANIMA O ESPÍRITO
MAIS INSPIRADA TRADUÇÃO PORTUGUESA DE UM TÍTULO ORIGINAL
PRÉMIO ESPECIAL - ANTIDEPRESSIVOS PARA QUE VOS QUERO
PRÉMIO ESPECIAL – “NOSSA, QUE BIOLÊNCIA!”
PRÉMIO ESPECIAL - OMNIPRESENÇA
(dois fatores tidos em conta: 1. Numero de participações 2. Proeminência comercial da maior parte dos créditos)
PRÉMIO ESPECIAL - ÀS VOLTAS NO CAIXÃO
Atribuído a Abraham Lincoln (pelos retratos cinematográficos em "Abraham Lincoln vs Zombies" & "Abraham Lincoln Vampire Hunter")
Porque "tempo é dinheiro" e a crise em que nos enterramos parece ser cada vez mais profunda, não podemos desperdiçar minutos preciosos da nossa vida.
Foi a partir dessa ideia que um espírtio genial e engenhoso transformou 27 minutos de trailers em apenas 2min e meio de um vídeo que compila um gostinho de cada um dos nove filmes nomeados ao Oscar de Melhor Filme.
O resultado foi memorável.
A notícia já era conhecida há tempos, mas por dias trabalhosos e uma memória que não parece pertencer a uma jovem de 22 anos... acabei por me esquecer de partilhar convosco uma das raras boas notícias referentes ao panorama do Cinema Nacional!
A Casa do Cinema foi inaugurada hoje na Rua da Rosa em Lisboa e acolhe as sedes da Academia Portuguesa de Cinema, da Associação Portuguesa dos Realizadores, da Apordoc – Associação pelo Documentário (DocLisboa), da Duplacena (Temps d’Image e FUSO), da ASCULP - Associação Cultura e Cidadania de Língua Portuguesa (FESTin), da Zero em Comportamento (Indie Lisboa), da Associação Janela Indiscreta (Queer Lisboa) e da Monstra – Festival de Animação de Lisboa.
A ideia de juntar diferentes estruturas no mesmo local ainda que com espaços próprios partiu da própria Câmara Municipal de Lisboa, "tendo em vista o reforço e o desenvolvimento do sector do cinema na cidade", como defende a autarquia em comunicado. O resultado positivo? Todos os grupos terão agora um local fixo para reuniões, planeamento de projetos futuros e... no fundo, para funionar.
Uma pequena vitória para todos nós que apreciamos o esforço e qualidade dos profissionais lusos. Que este seja um primeiro passo em frente de muitos outros.