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É quase surreal ter acesso ao primeiro trailer de World War Z, a produção que teve problemas para si, e ainda para dar e vender a outros quantos, entre adiamentos, refilmagens e outras peripécias.
Mas vamos deixar de lado os dissabores e descobrir um pouco da história que se inicia num livro de Max Brooks de 2006. A obra original passa-se dez anos depois de uma que devastou o planeta e acompanha um funcionário da da ONU que viaja pelos continentes a entrevistar sobreviventes, na tentativa de criar registros históricos e compreender na maior extensão possivel os estranhos acontecimentos ocorridos. O livro de Brooks onde se inspira o filme, "World War Z: An Oral History of the Zombie War", está repleto de crítica social, e a trama é uma versão pós-apocalíptica de "The Good War: An Oral History of World War Two", livro não-ficcional escrito por Studs Terkel. No grande ecrã, existirão algumas diferenças sendo a principal o facto de a ação decorrer DURANTE a invasão e não depois.
Brad Pitt lidera o elenco que conta ainda com Mireille Enos, James Badge Dale e Matthew Fox, estando a realização ao cargo de Marc Forster.
Agora o trailer... ahm... bom eu confesso que não conheço a obra de Max Brooks, e até aqui também pouco sabia (e continuo a saber) da história... mas não fiquei lá muito bem impressionada.
Não sei se me distraiu mais o penteado do protagonista, ou os zombies que se movimentam em onda (ok, já não era sem tempo que aprendessem a correr, mas isto é demais), ou alguns efeitos visuais que me pareceram duvidosos... enfim. Tirem as vossas conclusões, pessoal!
"Look, if you're going to do this, you're going to do this... You can't build cover stories around a movie that doesn't exist. You need a script, you need a producer."
Espiões e cineastas. Ambos são mestres do disfarce e da trapaça. No novo filme de Ben Affleck, juntam forças para contar uma das histórias mais curiosas do ano e um das missões-embuste de maior sucesso da CIA.
Baseado em factos reais, “Argo” narra a operação secreta para resgatar seis americanos que foram feitos reféns em Teerão, no Irão – uma verdade escondida por décadas.
A 4 de novembro de 1979, quando a revolução iraniana atinge o ponto de ebulição, vários militantes atacam a embaixada e levam mais de 50 americanos como reféns. No meio de uma anarquia caótica, seis conseguem escapar e refugiam-se na casa do embaixador canadiano. Tony Mendez, um especialista da CIA em “exfiltração”, sabe que é uma questão de tempo até serem encontrados e mortos, pelo que arquiteta um plano arriscado para os colocar em segurança. Um plano, que só poderia acontecer nos filmes.
É raro que um daqueles que chamamos “atores-estrela” faça uma transição legítima e aceitável para a cadeira de realização. Clint Eastwood e Robert Redford são casos notáveis do passado “mais ou menos” recente. E depois de George Clooney, parece que podemos adicionar Ben Affleck a esse clube restrito.
Cinema irónico e de suspense polvilhado com humor, é o que nos oferece o ator-realizador que tem desenvolvido um gosto particular para o thriller que radia autenticidade. Seguindo "Gone Baby Gone" (2007) e “The Town” (2010), “Argo” atinge um novo nível de engenho na arte ao dilatar a amplitude, complexidade e veia cómica.
O argumento é de uma qualidade rara na Hollywood moderna, e é curioso que tenha surgido de um novato nessas lides. Chris Terrio deixou-se emergir completamente na natureza dos thrillers dos anos 70 ao mesmo tempo que se atirou de cabeça ao estudo de caso que se apresenta no cerne de “Argo”, tendo o próprio acrescentado vários detalhes que não se encontravam no artigo de 2007 de Joshuah Bearman para a Wired que inspirou o filme – “Escape from Tehran: How the CIA Used a Fake Sci-Fi Flick to Rescue Americans from Iran”.
À imagem de filmes como “All the President's Men” ou “Three Days of the Condor”, “Argo” encontra nas conversas, maquinações e planos entre meia dúzia de tipos de fato a ação que, no género, normalmente se serve generosamente de doses industriais de tiros, corridas e explosões. Uma “Missão Impossível” sem os efeitos especiais, digamos assim.
A fotografia de Rodrigo Prieto acomoda-se na perfeição na edição frenética de William Goldenberg, que corta entre eventos e locais num voo de entusiasmantes altitudes. O design de produção, direção artística e de sets, bem como o guarda-roupa merecem as melhores honras, tendo construído aquele que será por ventura um dos visuais cinematográficos mais realistas e detalhados do ano.
Nas interpretações, Ben Affleck é, provavelmente de forma intencional, extremamente comedido, criando na verdade um “herói” relativamente pouco interessante, questão esta que só serve para exaltar o elenco secundário, que declaradamente se destaca – nota especial para a dupla Hollywodesca de Alan Arkin e John Goodman, que funcionam como os verdadeiros mecanismos de comic relief que se equilibram com a tensão da ação no Irão.
No fundo, “Argo” é um daqueles exemplos claros onde toda a gente – desde os atores ao realizador, passando pelo argumentista e pelos responsáveis de guarda-roupa – conhece profundamente o tema que aborda, e se propõe a servir ao máximo a história que conta. O contexto político da crise de reféns é gerido com inteligência máxima em vários momentos, acrescentando-se aos desenvolvimentos um prólogo que explica, em traços gerais e inteligíveis, a revolução Iraniana e a forma como esta se descontrolou.
Infelizmente, e às tantas, mostra-se demasiado encantado com a sua premissa mirabolante e apesar de parecer pretender distanciar-se de tais intentos, acaba por revelar traços de jingoísmo e xenofobia, entre passagens redundantes que, noves fora, tornariam o todo bem mais atrativo. Nada demasiado grave ou fora do normal, mas que o diminui substancialmente da importância cultural e social que podia almejar.
Numa era em que sentimos olhos, ouvidos, inteligência e mente violentados por tantos lados, é um alívio ver que existem filmes que ainda respeitam a audiência enquanto lhe oferecem material de qualidade, altamente instigante, e cujo peso é exponencialmente aumentado pela sua significância contemporânea.
Sim, é o tipo de filme que ganha Óscares. Não, não é o melhor filme que poderia ser. Mas mesmo assim, é muito bom. A época “pós-verão-blockbusteriano” ou dos “esperançosos dos Óscares”, como lhe preferirmos chamar, está oficialmente aberta. And it starts with a bang.
8.0/10
Quem são os melhores vilões da história do Cinema?
Um utilizador do Youtube responde com 101 nomes, e 101 cenas que gravaram o nome destes maus da fita na arte que adoramos odiar.
É oficial!
A Academia Portuguesa das Artes e Ciências Cinematográficas (Academia Portuguesa de Cinema) realiza pela primeira vez a Cerimónia de entrega dos Prémios Sophia na categoria Carreira. O evento decorre na Cinemateca Portuguesa, em Lisboa, no dia 26 de Novembro às 21h30, e inclui de uma homenagem aos laureados.
Os Prémios Sophia 2012 têm um simbolismo especial por ser a primeira vez que é atribuído o Troféu Sophia, uma escultura estilizada de grande beleza, criada pela agência de publicidade Brandia, baseada em 3 elementos inspiradores: a base em C que é o próprio símbolo da Academia, as lâminas douradas que representam o glamour de um anfiteatro e finalmente a silhueta de um corpo feminino, em homenagem às musas inspiradoras do cinema.
A Academia instituiu os Prémios Sophia com o objetivo de distinguir o melhor do cinema português, nas categorias melhor carreira, filme, realizador, ator e atriz, banda sonora, fotografia, argumento original e adaptado, curta-metragem e documentário, entre outros. Estes prémios encontram paralelo nos EUA (Óscares), em França (Césares), em Espanha (Goya) ou no Reino Unido (Bafta).
(Comunicado de Imprensa da Academia Portuguesa de Cinema)
E agora sim... já podemos espreitar os NOSSOS Sophias!
Natali Ilchuk e Julija Proskurina criaram uma série de videos animados onde realizadores como Woody Allen, Alfred Hitchcock, Orson Welles e Quentin Tarantino partilham conselhos e conhecimento cinematográfico.
Absolutamente a não perder.
Este ano, e devido a uma de muitas alterações no regulamento a que já nos vamos habituando, os Oscars terão cinco (em vez de apenas três) animações nomeadas para a categoria de Melhor Filme de Animação. Para já, temos oficialmente 21 candidatos aos cinco postos.
Além dos "suspeitos do costume" da Disney/Pixar e Dreamworks, há títulos muito interessantes dos quatro cantos do mundo, incluíndo o indiano Hey Krishna, o japonês The Mystical Laws, o sul-africano Adventures in Zambezia e do Reino Unido chegam-nos The Pirates e... A Liar's Autobiography: The Untrue Story of Monty Python's Graham Chapman, a provocadora e original autobiografia do membro dos Monty Python.
A lista completa das 21 longas-metragens de animação segue abaixo.
Adventures in Zambezia
Brave
Delhi Safari
Dr. Seuss' The Lorax
Frankenweenie
From Up on Poppy Hill
Hey Krishna
Hotel Transylvania
Ice Age Continental Drift
A Liar's Autobiography: The Untrue Story of Monty Python's Graham Chapman
Madagascar 3: Europe's Most Wanted
The Mystical Laws
The Painting
ParaNorman
The Pirates! Band of Misfits
The Rabbi's Cat
Rise of the Guardians
Secret of the Wings
Walter & Tandoori's Christmas
Wreck-It Ralph
Zarafa
As nomeações para a 85ª Cerimónia dos Prémios da Academia serão reveladas no dia 10 de Janeiro de 2013.
O casal perfeito da fotografia de destaque vive o sonho americano em Nova Iorque, até ao momento em que as suas vidas começam a descarrilar por causa de uma nova medicação receitada por um psiquiatra. Os efeitos secundários revelam-se inesperados, e infelizmente, não estamos a falar de vómitos ou tonturas. É mais para os lados de "aparece alguém morto (aparentemente) do nada".
O thriller psicológico ambientado ao mundo da indústria farmacêutica é protagonizado por Rooney Mara, Channing Tatum, Jude Law e Catherine Zeta-Jones e realizado por Steven Soderbergh, que continua a jurar a pés juntos que, depois de 'Side Effects' e de terminar o biopic 'Behind the Candelabra' (com Michael Douglas e Matt Damon) na HBO vai direitinho para a reforma. Mas o primeiro trailer do seu (suposto) último filme só nos faz querer iniciar uma petição para fazer o tipo mudar de ideias...
Filme, Ano: V for Vendetta, 2005
Realização: James McTeigue
Descrição da Cena: V. faz o seu discurso revolucionário aos olhos de toda a Grã-Bretanha.
"Remember, remember, the 5th of November
The gunpowder, treason and plot;
I know of no reason, why the gunpowder treason
Should ever be forgot."
Escreveu o Marco Santos que "não sei até que ponto os que se manifestam com a máscara de Fawkes têm ideia de quem foi o homem que a inspirou e qual o seu terrível destino, mas de qualquer modo essa identificação não é importante para quem protesta. Fawkes é agora um símbolo, uma ideia, uma representação. A máscara esconde a identidade do indivíduo e transforma-o num ator com algo de muito importante para dizer. A aldeia global é o seu palco e o que lhe importa é representar uma ideia. Uma ideia de si próprio e do mundo. O tipo da máscara é o libertário que luta contra a opressão e a injustiça, aquele que carrega um símbolo de união universal e do poder dos povos, o revolucionário, a célula anarquista."
É daqueles cinéfilos que, sempre que encontra um buraco na agenda, tenta colmatar mais uma microscópica falha no seu "top de filmes vistos dos 250 melhores do IMDB"? Acha que nunca vai conseguir ver os filmes todos do top?