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Quando um filme viaja para o estrangeiro, é apenas natural que veja o seu título alterado (por vezes de forma pouco inteligente ou perspicaz), ou o seu material promocional refeito para confluir com os valores e realidades sociais dos diferentes países onde será lançado.
O poster é um dos principais mecanismos de venda e promoção de um filme sendo, em várias instâncias, a sua própria cara e a representação (mais ou menos fiel) da experiência que poderá proporcionar, sendo aliás, de importância vital no futuro sucesso do mesmo. Afinal, o material promocional de um filme terá de estar preparado para potenciais extrapolações que vão além do serviço de “mero” poster – merchandise, roupas,bandas-sonoras, edições de vídeo, etc.
Nações como a Rússia, a Polónia, a República Checa ou o Japão ganharam fama pelos posters que criaram para filmes clássicos, e que primavam pela criatividade pungente e pelo retrato pouco óbvio do título que apresentavam.
Ainda a era do entretenimento global estava para vir, quando as mentes criativas do mundo – e, no caso particular que abordamos hoje e amanhã, da Polónia – tinham carta-branca para criar a sua visão de um filme, para que este fosse publicitado no seu mercado. Uma série de artistas formaram-se na arte do poster, e felizmente ainda tivemos tempo de ver surgir criações que preenchem todo o espectro do bizarro ao excecional. Por outro lado, e agora infelizmente, os anos de opressão política e social começaram a fazer a indústria definhar, acabando por morrer mesmo em 1989.
Atualmente a criação de posters alternativos ainda existe, mas apenas como exercício criativo para os artistas que mantém a paixão acesa e o génio inconformado, sendo estes expostos e vendidos em galerias de arte.
Hoje (e amanhã) o Close-up celebra a arte do poster polaco e partilha algumas das suas mais célebres criações (as fantásticas, as boas e as horripilantes), acompanhadas dos comentários desmiolados do costume.
NOTA: para os interessados, deixo um fabuloso artigo sobre a história do legado do design de posters da Polónia que vale muito a pena ler aqui.
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A primeira grande regra para criar um poster de qualidade digna na Polónia é… NÃO ver o filme. Foi claramente o que sucedeu neste primeiro exemplo, que pode ter confundido o verdadeiro Alien com um sistema nervoso assassino flutuante.
Cá está uma vez mais a confirmação da regra referida no ponto anterior, e mantendo a coerência do enredo anterior, temos agora a história de uma moça de cabelo encaracolado que produz bolhas de sabão.
Uma suástica feita de pernas com uma face duvidosa no meio - sim, vamos dizer que aquilo representa apenas e só uma face, para isto não descambar - só pode significar… ocupação Nazi em formato cabaret.
Picasso erótico.
A emocionante história da stripper de um braço que jura vingança.
Um dos melhores. Badass to the core. E um busto do Brando mete sempre o devido respeito.
Foi a comédia sobre a experiência de um verdadeiro aventureiro na cidade que colocou no mapa o australiano Paul Hogan, mas o poster polaco de Crocodile Dundee parece esconder sub-enredos mais obscuros, que inclui alucinações induzidas por LSD de crocodilos coloridos e crianças negras profundamente horrorizadas.
O dia em que Gandhi foi o protagonista de Matrix.
Não que uma história sobre um tubarão com duas bocas não fosse aliciante (vou já escrever o argumento!), mas parece uma interpretação um bocadinho literal demais do título.
Este é, na verdade, um dos meus favoritos do lote dos que selecionei, mas o senhor que o criou só pode chafurdar avidamente numa sopa de drogas bem apuradinha.
É a reinterpretação de uma cena basilar no enredo, é certo. Mas convém sempre que o artista em questão tenha algum tipo de filtro no cérebro que lhe faça entender que relações sexuais entre macacos não são o maior chamariz para a audiência. E daí que já acredito em tudo neste mundo…
O Coração (ou o Amor) visto pelo cérebro masculino.
Das duas uma: ou foi desenhado por uma criança assassina, ou pelos próprios Gremlins. No paint.
(continua)
A fava tinha de sair a alguém, e mais vale surgir de cabeça levantada e peito aberto, do que cabisbaixo e enfraquecido. Alguém tinha de seguir The Avengers, e no universo Marvel de Hoje, não há quem o possa fazer em melhores condições que Tony Stark.
Com novas armaduras, novos vilões e um novo Stark - que ainda duela com os sentimentos decorrentes dos acontecimentos em Avengers -, Iron Man 3 apresenta, no geral, um semblante mais negro que os episódios anteriores.
Segundo uma sinopse ainda algo vaga, a nova aventura de Tony Stark traz-nos o brilhante industrialista contra um inimigo que não conhece limites. Quando vê a sua vida pessoal destruída, embarca numa angustiante busca para encontrar os responsáveis. Nessa jornada, a cada nova etapa, testará todas as suas energias. Sem saída, Stark terá de sobreviver por conta própria, confiando nos seus instintos para proteger aqueles que ama. Pelo caminho, descobre a resposta para a pergunta que secretamente o atormentava: o homem faz a armadura ou a armadura faz o homem?
Realizado por Shane Black e protagonizado por Robert Downey Jr, Gwyneth Paltrow, Don Cheadle, Guy Pearce, Rebecca Hall, Stephanie Szostak, James Badge Dale e Jon Favreau, Iron Man 3 tem estreia marcada para Maio de 2013.