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“Now here’s the thing. The outrage I caused was of course, as usual, totally out of proportion to the things I said. I don’t think anyone had any right to be offended but they were. This year I’m going to make sure their offence is completely justified.”
”It was a tough decision to be honest. There were many pros and cons. I loved doing it, but I was worried that I couldn’t improve on last year…I knew some people would be uncomfortable with me being host. What actually tipped the balance and made me say yes, was the fact that it would shut up all those fucking idiots who said that I’d never be invited back. Is that the wrong reason to do something? Ha ha. I think it is.”
Ricky Gervais (sobre o papel de apresentador dos Globos de Ouro em 2012)
Parece que este ano vai haver bastante polémica. Preparem-se porque o bicho vai pegar.
Já ficaram conhecidos os 15 candidatos à Nomeação de Melhor Documentário. A lista segue abaixo.
“Battle for Brooklyn” (RUMER Inc.)
“Bill Cunningham New York” (First Thought Films)
“Buck” (Cedar Creek Productions)
“Hell and Back Again” (Roast Beef Productions Limited)
“If a Tree Falls: A Story of the Earth Liberation Front” (Marshall Curry Productions, LLC)
“Jane’s Journey” (NEOS Film GmbH & Co. KG)
“The Loving Story” (Augusta Films)
“Paradise Lost 3: Purgatory” (@radical.media)
“Pina” (Neue Road Movies GmbH)
“Project Nim” (Red Box Films)
“Semper Fi: Always Faithful” (Tied to the Tracks Films, Inc.)
“Sing Your Song” (S2BN Belafonte Productions, LLC)
“Undefeated” (Spitfire Pictures)
“Under Fire: Journalists in Combat” (JUF Pictures, Inc.)
“We Were Here” (Weissman Projects, LLC)
Como se vê, infelizmente o "nosso" José e Pilar não chegou lá, e resta-nos apenas torcer pelo filme na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. A Academia dará a conhecer os nomeados aos Óscares no dia 24 de Janeiro de 2012.
Continuando a genial campanha de marketing, trago-vos... Os Marretas. Ou será mais os Mampiros?
(clicar nas imagens para aumentar)
... Ricky Gervais.
Num ano onde parece que o domínio é de "reprise", o comediante britânico que incendiou os Globos no ano passado com comentários picantes desde a cientologia a Charlie Sheen foi confirmado pela organização dos Golden Globes como o apresentador da cerimónia a 15 de Janeiro de 2012. Apesar das acesas polémicas do ano passado e dos rumores internos de que teria ultrapassado as marcas, Gervais volta assim para o seu 3º trabalho de animar as hostes, e eu fico contente! O homem é mauzinho e o espectáculo acaba por rodar um pouco à volta dele (demais), mas ninguém pode negar que ele tem estilo, sabe o que faz e, mesmo que às vezes tentemos reprimir, faz-nos rir.
Num tweet recente, Gervais já começou a dar que falar: "Just told Billy Crystal he'd better not use any of my holocaust or pedophile material at The Oscars. He agreed (true).". Está visto que podemos esperar uma noite beeeem animada no dia 15.
Depois de há dias termos tido a possibilidade de espreitar Snow White and the Hunstman, podemos agora fazê-lo também com Mirror Mirror, a outra adaptação do conto dos irmãos Grimm.
Numa incursão com mais veia cómica - assim parece pelo menos - ambos os trailers se focam na Rainha Má, apesar de os filmes parecerem cada vez mais diferentes, o que é óptimo obviamente. Apesar de continuar a preferir a versão de Rupert Sanders, este Mirror, Mirror que é protagonizado por Lily Collins, Julia Roberts, Armie Hammer, Nathan Lane e Sean Bean e se baseia num argumento de Melissa Wallack e Jason Keller também fica no radar.
The Iron Lady tem sido um mistério até agora: se por um lado é encabeçado pela sempre fantástica Meryl Streep, por outro é dirigido pela duvidosa Phyllida Lloyd (Mamma Mia!). Hoje desfazem-se as dúvidas, e pelo menos podemos perceber que este vai ser um filme a sério. O trailer, além de demonstrar uma fotografia de qualidade e criativa, foca-se em vários parâmetros da batalha ue foi a vida de Margaret Thatcher, a dama de ferro: a sua relação com o marido, com os oponentes, e até a batalha na procura da voz perfeita para liderar. Cheio de bom aspecto, aposto que não se vão arrepender.
Após vinte e sete anos de dúvidas e incertezas, Nick Flynn reencontra o pai, um criminoso reabilitado que tenta viver o resto da sua vida em paz. A sua relação é conturbada, mas uma série de infortúnios acaba por reacender a chama familiar que os une. O interessante drama familiar Being Flynn conta com interpretações de Robert De Niro, Paul Dano e Julianne Moore. Poderá este ser o bilhete de regresso de De Niro aos grandes papéis?
Num futuro não muito distante, os E.U.A. sucumbiram a secas, guerras, fogos e fome, e deram lugar a Panem, dividido em 12 estados. Para entretenimento das massas todos os anos se realizam os Hunger Games, onde 2 representantes de cada estado se digladiam até à morte. The Hunger Games é baseado numa trilogia de livros que surgiu da modajovem Twilight, mas que se apresenta como uma saga mais adulta e violenta. O filme contará com contribuições de Jennifer Lawrence, Elizabeth Banks, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Donald Sutherland e Lenny Kravitz.
Esta semana nos cinemas:
"Where were you when I laid the foundations of the Earth, when the morning stars sang together, and all the sons of God shouted for joy?" Job 38:4,7
Crentes ou não, decerto muitas vezes já nos questionámos sobre a dor e o sofrimento. “Porque é que isto me acontece a mim?” Apesar de genuinamente fiel a Darwin, The Tree of Life abre as hostes em fundo negro com uma passagem do Livro de Job.
Na narrativa bíblica, Job, um homem justo e generoso, perdeu a mulher, os filhos, a casa e a saúde. Os amigos não ajudam, culpando-o e sugerindo-lhe arrependimento pelos pecados supostamente cometidos que levaram Deus a castiga-lo. Job é tentado a amaldiçoar Deus, e em desespero deseja saber a razão por que tais coisas aconteceram. Perante tais dúvidas, Deus, que no final do livro aparece e lança uma série de perguntas retóricas, não oferece, por assim dizer, uma resposta clara.
Há muitas especulações, algumas bem provocadoras, relativas ao significado da história, as quais não pretendo adereçar neste espaço. Mas o que Terrence Malick ambiciona mostrar em The Tree of Life é a resposta de Deus ou da vida, como preferirem, a essa pergunta.
O foco é apontado para uma família comum, e expande a óptica desta relação complexa e de multi-camadas ao longo dos séculos, numa fabulosa viagem pela história da vida e dos seus mistérios. Esta é uma história simples, onde tempo e lugar não importam, que é contada num contexto espectacular.
“The only way to be happy is to love. Unless you love, your life will flash by.”
Nos últimos 40 anos, Terrence Malick criou grandes ensaios filosóficos com eventos marcantes como pano de fundo: a Grande Depressão, a 2ª Grande Guerra e a fundação da América. The Tree of Life não tem um lugar cativo no espaço ou no tempo, e é algo que o realizador tem vindo a estudar e a criar durante toda a sua carreira.
De variadíssimas histórias, este é um trabalho extraordinariamente visionário. Assistir a este filme é uma experiência filosófica e espiritual capaz de evocar sentimentos que, acredito, não se esgotam numa única visualização.
The Tree of Life traz-nos de volta a um cinema que deixou há muito de existir. Um cinema que como 2001: A Space Odyssey aspira à grandeza da vida, buscando a sua origem e o derradeiro destino, podendo até funcionar como uma resposta espiritual à visão cerebral do universo de Kubrick. Apesar de me afastar manifestamente da teologia, reconheço em Malick uma qualidade quase inigualável: a de complementar, digamos, alhos e bugalhos, vendo em Deus a ciência, e vice-versa. Tudo isto porque não o considero um filme exclusivamente religioso, permitindo a qualquer um de nós rever-nos e reconhecer-nos nele.
Segundo o livro do Apocalipse “Eu sou o Alfa e o Ómega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há-de vir, o Todo-Poderoso” (1:8). E assim começamos e terminamos, com uma espécie de chama representando o criador (seja ele qual for, o que cremos). É esta a fonte dos mistérios e ansiedades do filme. Uma entidade que em vez de dar resposta, as demonstra.
"The nuns taught us there were two ways through life - the way of nature and the way of grace. You have to choose which one you'll follow."
Na vida, como somos instruídos pela mãe, existem dois caminhos: o da natureza e o da graça. Os O’Brien não são propriamente personagens, mas arquétipos, ou metáforas, se preferirmos. Nesta história em particular, a mãe representa a graça e o amor e o pai representa a natureza que fará tudo pela sua própria sobrevivência. Funcionam como opostos, e os filhos são afectados por ambos. O conflito do filho mais velho, que seguimos de perto ao longo de toda a narrativa, representa um oscilar constante, o que me parece ser um desafio que todos enfrentamos ao longo do nosso crescimento enquanto indivíduos. A linha entre o bem e o mal é por vezes ténue, e a uma mentira pode seguir-se um extremo acto de bondade.
Quando a morte chega a esta família, Malick reenvia-nos abruptamente para o início de tudo. Formam-se nebulosas, galáxias, planetas - uma sequência da Via Láctea acompanhada de “Lacrimosa” de Zbigniew Preisner é especialmente avassaladora. Assistimos ao desenvolvimento da sopa primitiva, à ardente erupção da lava que deu lugar a um arrefecimento, que por sua vez proporcionou o aparecimento da vida que começa nas células e continua nas plantas, seres marinhos e até dinossauros – incluindo uma cena especialmente curiosa que adivinha o início da demonstração de afectos e compaixão, muito interessante.
E é assim que Malick quer que entendamos o ciclo. Para compreender a morte do homem, temos de compreender a história da vida, ao mesmo tempo que temos de aceitar a nossa "formiguice" na história do universo. O realizador relembra-nos ainda da da beleza da natureza que nos cerca - é nossa decisão individual ver cada movimento da Natureza como algo cruel, ou como algo sublime e único. A dor não é, não pode ser tudo; é desoladora, sim, mas passageira e faz parte da nossa vida alargar a nossa visão e capacidade de amar o que nos rodeia e de perdoar.
"Brother. Keep us. Guide us. To the end of time."
A metáfora da árvore é ao mesmo tempo simples e de uma beleza única. Tal como o universo, a árvore testemunha a passagem do tempo e simboliza as ligações que nos unem. Quando o seu termo chegar, fica a semente da qual nascerá uma nova vida, que continuará a presenciar acontecimentos grandes e menores que fogem ao nosso controlo total. Esta árvore da vida tem raízes humanas, mas os seus ramos ascendem ao mistério infinito.
A Natureza, essa tal força avassaladora que não quer saber do homem para nada, é muitas vezes a aliada de Malick, um realizador avesso à artificialidade. A importância da luz e da cor são aqui exacerbadas, mas nunca exageradas, nunca demasiado chocantes. Os efeitos visuais são mínimos – Malick colaborou com Douglas Trumbull, que não por acaso trabalhou com Kubrick em 2001: A Space Odyssey. A abordagem orgânica de Malick é partilhada por Trumbull que admitiu em entrevista a experiência longa de criar o que vemos no ecrã, que incluiu “brincar com químicos, tinta, fumo, líquidos, CO2, foguetes, (…)”. O resultado mostra-se num realismo que os efeitos por computador ainda não atingem e talvez nunca cheguem a atingir.
O realismo de Malick continua pelo set adentro, onde os miúdos chegaram a ser filmados sem saberem, capturando a infância pura, e onde o guião era formado por um conjunto de ideias em vez de um conjunto de frase alinhadas. Um set que permitia aos actores total mobilidade, sem marcações, e cada take tinha uma história diferente (ainda que Malick não fosse homem de gravar mais do que dois ou três).
Há poesia em cada frame. A fotografia, esplendorosa, brinca com cores, efeitos, luzes e actores e é simultaneamente reconhecível e única, com Emmanuel Lubezki a mostrar a visão da mais simples coisas com uma beleza tão natural e tão rara no grande ecrã.
"Mother. Father. Always you wrestle inside me. Always you will"
Malick conduz cinco editores (sim, leram bem, cinco!) na montagem de uma sinfonia de beleza e sentimento inabalável, acompanhada pelas presenças intimidantes dos acordes de Couperin, Berlioz, Brahms, Mahler e Bach, que se cruzam com a arrepiante banda sonora original criada por Alexandre Desplat.
Nas interpretações, Jessica Chastain é a epítome da luminosidade, resvalando uma qualidade etérea quase angelical. Por outro lado, Brad Pitt é fantástico como o patriarca duro, um homem bom mas magoado e desiludido, que acaba por passar as frustrações para os filhos. Sean Penn admitiu em entrevista andar meio perdido pelo set, o que acabou por se traduzir numa performance de genuína confusão e procura de significado e redenção no Jack adulto.
Quanto aos três jovens que tiveram aqui a sua primeira incursão cinematográfica, Laramie Eppler e Tye Sheridan são autênticos na melhor qualidade do termo. Já Hunter McCracken é a revelação, apresentando uma performance complexa no jovem Jack, cheia de nuances como poucas crianças (e não assim tantos adultos) conseguem fazer.
As cenas sucedem-se como memórias, relembradas pelo impacto que tiveram (e continuam a ter). Do alto dos seus imponentes 138 minutos, The Tree of Life dura muito mais do que isso, tendo a capacidade de nos mover e de nos tornar um pouco mais humildes relativamente à nossa posição no infinito. É um filme ambicioso mas que não se esquece de ser humilde.
"I give him to you. I give you my son."
Uma odisseia de contemplação, redenção e renascimento que aborda a necessidade humana de dar sentido às coisas. É maravilhosamente profundo e meditativo e, infelizmente, de fácil descarte por pretensiosismo. É um filme que traz reacções polarizadas, desde Cannes, onde foi recebido entre apupos e aplausos. Se Malick poderia ter deixado de lado as preces sussurradas, os dinossauros e a formação do universo? Sem dúvida. Mas o que é a imaginação, e no fundo, a vida, sem o risco?
É um filme lindíssimo e imensamente abstracto por vezes, saltitando graciosamente entre tempo e espaço, numa estrutura completamente diferente do que estamos habituados.
Já houve realizadores a almejar as obras de arte. Hoje essa é uma espécie cada vez mais extinta, mas que pela voz de Terrence Malick, grita “presença!” num mundo assombrado pelos blockbusters. Quando o reflexo nos permite responder apenas a determinado tipo de narrativas, é difícil reajustarmos o alvo, e não culpo quem não está disposto a fazê-lo. Quem abandonou o filme a meio ou entrou nos créditos desiludido, resistiu-lhe no seu direito, completamente legítimo. Mas aqueles que deixarem levar-se, que se dispuserem a abrir alas para uma experiência singular e única viram-se imensamente recompensados no final.
The Tree of Life é, na minha humildade opinião, “A” obra de arte do século XXI, e a razão reconfortante pela qual sei que o meu futuro estará sempre nas mãos do Cinema.
10/10
O novo teaser de Snow White and the Huntsman está finalmente online...e não é que tem bom aspecto? Com direito a banhos de beleza, efeitos visuais, muita magia e batalhas violentas.
O trailer é narrado por Charlize Theron como a Rainha Malvada que descobre que, ao destruir a Branca de Neve poderá atingir a beleza eterna. Muito diferente do clássico Disney, esta é uma versão muito mais negra (e entusiasmante, diga-se).