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Depois de tanta água ter corrido neste post, parece que o IVA vai voltar novamente à conversa.
O PSD e o CDS anunciaram ontem uma proposta de alteração ao Orçamento de Estado para que o IVA das actividades de cultura se passe a situar na taxa intermédia ao invés da taxa máxima, como a proposta inicial do Governo declarava. A ZON Lusomundo, por exemplo, já fez saber o que este aumento do IVA quererá dizer em termos práticos: em 2012 os bilhetes de cinema serão mais caros entre 40 a 60 cêntimos.
Bom, bom seria que os preços não subissem, não é? Mas tendo em conta a conjuntura actual do país, todos temos de dar mutuamente o braço a torcer. O Governo, de certa forma, fez a sua parte, e por mais críticas que lhe possamos tecer, deve reconhecer-se.
Se um IVA de 23% me parecia excessivo e algo castrador para um sector que já acarreta algum custo, o IVA de 13% parece-me perfeitamente adequado. Não só aqui temos de reconhecer que o país está em crise e que alguns esforços têm de ser feitos, como continuamos a reconhecer a cultura como algo importante e mesmo essencial no nosso país.
Paulo Dias, da produtora UAU, diz que estes 13% vão minorar as consequências no sector que tem vindo contudo a ressentir-se da crise há já algum tempo: "É claro que vamos fazer menos espectáculos, menos concertos, vender menos bilhetes... Tudo isso se vai reflectir em despedimentos e num abrandamento da economia. Mas é a realidade que temos - e é melhor que uma realidade com IVA a 23%" (in Público).
Não pretendo aqui entrar em discussões sobre se é mais importante comer, ou ver um filme, ou ler "A Bola". O que quero aqui dizer hoje é que fico contente que a cultura continue a ter oportunidades e reconhecimento, por mínimos que sejam, e que acredito que poderemos ainda dar a volta por cima.