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Snorricam - "O" beijo da saga Harry Potter...

por Catarina d´Oliveira, em 21.09.11
...foi na verdade um pouco difícil de filmar.
 

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Snorricam - O futuro segundo os filmes

por Catarina d´Oliveira, em 20.09.11

O site Termulant Design tirou umas horas para, com muita paciência, reunir uma previsão do futuro de fazer inveja aos melhores astrólogos, cartomantes e afins: ver o futuro segundo os filmes!

 

Este trabalho hercúleo surge em formato de infografia que podem consultar no seu total esplendor ao clicarem na imagem abaixo.

 

 

 

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Festivais - o nosso Estoril

por Catarina d´Oliveira, em 20.09.11

Por acaso não é grande hábito meu falar sobre festivais de cinema, a não ser que seja caso de algum grande espalhafato ou grande estreia ou algo do género. Está mal. E pior ainda está eu não falar dos nossos festivais lusos, que tanto têm crescido nos últimos anos. Mil vezes mal.

 

 

Ora num início de esforço para contrariar a má tendência de não falar em festivais, o Lisbon & Estoril Film Festival deu-me mais que razão para reservar algumas linhas para vos falar dele. Não que precise de apresentações, é claro - é "apenas" o festival de cinema com maior visibilidade nacional e internacional, e tem-se distinguido por nos trazer sempre um equilíbrio de bons e conhecidos filmes, com alguns igualmente bons mas que passam mais por debaixo do radar. Ora este ano vem manter essa fantástica tradição, e do que já podemos ver do programa, espera-nos algo fantástico!

 

Sobre o cartaz de competição ainda nada se sabe, mas dos filmes que estão fora da mesma mas vão ser exibidos... bom, só vendo é que se acredita. Alguns dos grandes destaques são A Dangerous Method (David Cronenberg), Melancholia (Lars von Trier), The Ides of March (George Clooney), Restless (Gus van Sant), La Piel que Habito (Pedro Almodóvar) e Carnage (ainda a confirmar, de Roman Polanski). Menos sonante mediaticamente mas igualmente aliciante é a oferta de cinema europeu que ainda temos nesta secção (e que pode ser consultada na íntegra aqui).

 

 

Além destas duas secções, temos ainda Homenagens a William Friedkin e Leos Carax, Retrospectiva de Wes Anderson e muitas outras surpresas, que incluem concertos, exposições e muito mais!

 

Se, como eu, não precisam de nem mais uma palavra para ir a correr para o festival, então marquem na vossa agenda: o festival decorre entre 4 e 13 de Novembro em Lisboa e no Estoril. Imperdível!

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Mise en Scène - J. Edgar, as primeiras impressões

por Catarina d´Oliveira, em 20.09.11

Com um ou dois filmes por ano desde há quase uma década, Clint Eastwood não desiste de nos mostrar que, 80 anos... só mesmo no bilhete de identidade, porque este "senhor cinema" tem a vitalidade de um quarentão.

 

Depois de um pequeno deslize com Hereafter, o realizador promete voltar em força, justamente na awards season com um muito esperado biopic sobre a vida do polémico J. Edgar Hoover. 
 

 

O argumento é de Dustin Lance Black - que escreveu também Milk em 2008, e já levou um Oscar para casa - e o filme é protagonizado por um elenco de luxo: Leonardo DiCaprio, Armie Hammer, Judi Dench e Naomi Watts são só uma parte, para ficarem bem aliciadinhos.

 

Como já vos falei aqui em tempos, J. Edgar trar-nos-á a história do homem que criou o FBI.  Hoover tinha uma vida conturbada e vivia dedicado ao trabalho. Esteve por detrás da modernização da polícia americana na década de 50 e foi acusado de ser homossexual. Hoover dirigiu o FBI durante 48 anos, até à sua morte em 1972, e o filme basear-se-á tanto na sua escandalosa carreira como na sua controversa vida pessoal. Infelizmente, ainda não temos data prevista de estreia para Portugal.

 

Quanto ao trailer, proporciona-nos uma mistura entre o tom sóbrio de Eastwood e os condimentos agressivos (picantes mesmo, diria) da vida polémica de Hoover, e confirma-se definitivamente como um dos musts da época que aí vem!

 

 

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New Shots - 19 a 25 de Setembro de 2011

por Catarina d´Oliveira, em 19.09.11

 

Esta semana nos cinemas:

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Point-of-View Shot - Into the Wild (2007)

por Catarina d´Oliveira, em 17.09.11

 

"So many people live within unhappy circumstances and yet will not take the initiative to change their situation because they are conditioned to a life of security, conformity, and conservatism, all of which may appear to give one peace of mind, but in reality nothing is more dangerous to the adventurous spirit within a man than a secure future. The very basic core of a man's living spirit is his passion for adventure. The joy of life comes from our encounters with new experiences, and hence there is no greater joy than to have an endlessly changing horizon, for each day to have a new and different sun."

 

 

Tristeza. Coisas. Coisas definem-nos. Vida desonesta. Medo/vergonha/culpa são obstáculos a relações verdadeiras/honestas e com amor. Raiva Escondida. Isolamento. Louco/Génio. Encontrar-se. Primitivo. Risco. Felicidade. Simplicidade. Natureza. Vazio. A Natureza não quer saber do Homem. Não merecer ser amado. Solidão. Epifania. Perdoar. Vida. Morte.

 

Hoje começo esta reflexão – que nem é bem uma crítica em momentos, admito – de uma forma diferente do usual. Hoje partilho convosco um brainstorming que fiz ontem à noite logo depois de assistir a Into the Wild, uma fabulosa lição de descoberta. Resolvi ainda dormir sobre o assunto, porque achei que me permitiria assentar ideias, e hoje, mal acordei, ataquei as teclas do computador para vos vir explicar porque é que este é um dos filmes mais importantes do séc. XXI, e um dos meus favoritos.

 

 

Acompanhamos a trajectória parabólica de um rapaz que, saído da faculdade, decide abandonar uma vida de conforto para procurar liberdade no mundo. A viagem que o espera – ao Alasca selvagem – prepara-lhe um desafio supremo, e pelo caminho, encontra personagens que dão cada vez mais sentido à sua vida. Into the Wild é uma longa-metragem baseada no livro homónimo de Jon Krakauer sobre a história verídica de Christopher McCandless.

 

Não surpreende ninguém que McCandless estivesse a fugir desenfreadamente de algo, e as cicatrizes familiares são profundas. “Não precisamos de relações humanas para sermos felizes” argumenta ele com um amigo que conhece na estrada. E apesar de todas as personalidades marcantes que conheceu lhe pedirem para contactar a família, Chris recusa. 

 

Mas aquilo de que Chris foge nunca é tão importante como o lugar para onde se dirige. Ele deseja ardentemente o esplendor e o risco para abandonar a sua dormência social. Vicia-se nesse desejo. E seja deambulando pelo deserto, ou fazendo caiaque pelo rio fora sem autorização, ou escalando as sinuosas montanhas do Alaska, está apenas a viver, ou talvez a morrer, e a abraçar essa mesma aventura. Durante algum tempo, a felicidade está, de facto onde Chris a procurou – no lado selvagem, cuja beleza é atordoante e intoxicante. Contudo, mais cedo ou mais tarde do que todos já receávamos, a Natureza bate o Homem, e não quer saber dele. A sua última jornada é interna e dolorosa. E chega tarde.

 

 

Terá sido Christopher McCandless um herói ou um ingénuo que se baseava de forma demasiado literal nas palavras de autores como Thoreau? Ou um rebelde? Ou um jovem perdido? Ou uma figura trágica resultado do materialismo da sociedade? Um mártir, quem sabe?

 

Estas são questões que nos surgem, durante e depois do visionamento, mas às quais Sean Penn, que escreveu e realizou com uma precisão e graça magníficas, não nos dá resposta. O propósito nunca é julgar o protagonista, e talvez seja por isso que Into the Wild parece uma história tão honesta quanto crua.

 

Penn mostra-nos os acontecimentos de forma directa e simples, não encorajando a admiração ou condenação. O realizador introduz-nos às personagens de deixa-nos ser nós a decidir o que pensar sobre elas. Leva-nos aos subúrbios da civilização e deixa a realidade das coisas falarem por si.

 

 

É um filme de contradições, e apesar de o realizador simpatizar claramente com o protagonista, não pretende divinizá-lo. E Into the Wild é muitas coisas ao mesmo tempo: um entusiástico diário de bordo que passou por locais majestosos,  uma história de bravura, uma autodescoberta inspiradora, uma história devastadora de solidão e morte e ainda uma meditação sobre o significado do amor e da vida.

 

Escapando ao materialismo, consumismo e a uma vida familiar profundamente infeliz, Chris renasce, passa pela adolescência e derradeiramente, enquanto busca a verdade que julga mais honesta, tem a sua lição de sabedoria.

 

  

Into the Wild trata exemplarmente uma panóplia de grandes temas que era impossível esmiuçar num texto desta natureza. Contudo, reservo algumas linhas para algumas considerações gerais.

 

Um dos alicerces centrais é o fascínio pela Natureza - o estado mais puro, um lugar livre dos males da sociedade moderna. Contudo a visão da vida selvagem demonstra-se bastante menos romântica do que a idealizada por Chris, que passa grande parte do tempo à procura de comida (as suas listas assim o provam) sem apreciar realmente o lugar onde está.

 

Depois temos a questão do perdão e o perigo de não perdoar. McCandless vive na contradição de ser simultaneamente uma pessoa compassiva e de se comportar de forma quase cruel por não perdoar os pais (neste sentido, a questão do perdão está intimamente relacionada com o tema da família e as suas disfuncionalidades várias); decerto existe algo mais por detrás da sua jornada, mas esta raiva foi a grande responsável pela sua revolução radical contra a sociedade.

 

 

Quanto aos princípios, McCandless vive segundo os princípios que defende e coloca-os acima das pessoas que não deixa aproximarem-se e que acaba por magoar.

 

O fascínio pelo perigo é também essencial a um jovem intenso, apaixonado, determinado, ambicioso e insatisfeito com os desafios da sociedade. Parte à descoberta dos limites da sobrevivência e de si mesmo.

 

Por fim, não podemos esquecer as questões relacionadas com a liberdade das regras da civilização e da autoridade. Chris só segue as regras da natureza e as suas; contudo esta liberdade significa também isolamento, porque os laços com os outros trazem consigo obrigações. Este tipo de liberdade é, em certa medida, egoísta, e foi esta liberdade que acabou por encurralá-lo no final.

 

 

Emile Hirsch é o nosso McCandless que posicionou corajosamente perante os desafios físicos e emocionais da sua personagem.  Num papel que requer um equilíbrio frágil entre a inocência e a astúcia, Hirsch constrói uma personagem complexa, brilhante e compassiva mas também manipuladora e brutalmente honesta.

 

Os secundários são todos infalíveis, desde Vince Vaughn, a Catherine Keener e Brian Dierker, passando especialmente pelo inesquecível Hal Holbrook.

 

O filme toma o seu tempo sem nunca se arrastar. Assombra-nos. E a banda sonora, que surge em grande parte da inesquecível voz de Eddie Vedder dos Pearl Jam, é o acompanhamento perfeito para as viagens deste jovem e aventureiro Thoreau dos anos 90.

 

 

Sean Penn traz-nos uma poderosa odisseia, uma ode a uma relação de amor tempestuosa com a natureza e à capacidade de salvação. A libertação de Alexander Supertramp no autocarro mágico tem uma pureza que assombrará todos aqueles que se arriscarem a percorrer esta viagem.

 

Conforme vemos o seu destino desenrolar-se, perguntamo-nos se estamos perante uma história de coragem ou de um egocentrismo egoísta. A resposta, contudo é apenas uma, e bem mais simples: sim, este é mesmo um filme inesquecível.

  

"Happiness (is) only real when shared

 

10/10

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Point-of-View Shot - Midnight in Paris (2011)

por Catarina d´Oliveira, em 16.09.11

 

"You're in love with a fantasy."

 

Continuando a rota europeia de Vicky Cristina Barcelona, Woody Allen encontra agora em Paris a sua grande musa. Reencontrando-se e redescobrindo-se, o realizador traz-nos a história mágica de um homem que um dia deixou de ter medo e decidiu seguir o seu sonho.


Gil sempre idolatrou os grandes escritores americanos. A vida levou-o a trabalhar como argumentista em Hollywood, o que se por um lado fez com que fosse muito bem remunerado, por outro lhe rendeu uma boa dose de frustração. Agora, está prestes a ir a Paris com a noiva, Inez, e com os pais dela, John e Helen. John irá à cidade para fechar um grande negócio e não esconde a sua desaprovação pelo futuro genro. Estar em Paris faz com que Gil se volte a questionar sobre os rumos da vida, desencadeando o velho sonho de se tornar um escritor reconhecido.

 


Midnight in Paris abre, desenvolve e fecha como um belo postal da cidade das luzes. É importante conhecer os locais onde vamos filmar o nosso filme, e Woody Allen não só faz isso como também se apaixona repetidamente por estes locais, e como um jovem embriagado de paixão, filma-os. O que vemos é o resultado dessa relação quase amorosa entre o realizador e as cidades que filma, que sempre tiveram lugar de destaque no seu Cinema.
 

O realizador e Darius Khondji (fotografia) deram ao filme um estilo visual vívido e único: seja, por exemplo, na montagem inicial em jeito de postal ou nas cenas dos anos 20, cheias de texturas ricas e fluídas.
 
O filme é cheio de graça e vivacidade, e é impossível não ficarmos inegavelmente apaixonados pelo passado como o nosso protagonista. E todas aquelas fascinantes figuras histórias… fascinantes em toda a humanidade que equiparavam à sua genialidade (e aqui entre nós, os actores pareciam estar a divertir-se à grande).
 


Estamos perante um conto lírico sobre o prazer, a criatividade e o romance. E se Midnight in Paris tem o seu quê de esquizofrenia, pairando entre a realidade e a fantasia, eu cá não me importo nada com isso.
Os elementos de fantasia nunca são exagerados, e compreendemos sempre que não têm a intenção de serem levados a sério, mas são uma forma interessante e diferente de o filme se manter em cheque com os seus temas mais profundos.
 

Infelizmente para nós e para a história, há simplesmente algo que não bate certo; os contrastes são demasiado fortes. Como é possível que Gil tenha chegado a este ponto da relação – ao ponto de casar – com uma pessoa que nunca se esforça para o compreender, ou apreciar, ou sequer amar? Este é um dispositivo que serve para nos separar da fantasia e da dura realidade, mas a verdade é que não tinha de ser assim tão dura – que diabo, onde é que ele foi desencantar uma família destas?

 

 
O elenco é fantástico; todos os actores parecem perfeitos para o seu papel, e acho que este é o melhor elogio que lhes posso fazer. E como ouvi por aí algures, Owen Wilson parece ser o avatar perfeito de Woody Allen.
 
Midnight in Paris é encantador, inteligente e nuclearmente esperançoso. E obviamente não tenho espaço nem engenho para prezar este filme quanto baste, por isso toca a levantar os rabinhos da cadeira e vão ver esta maravilhosa parada mágica por vocês mesmos.

 

 

8.5/10

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Snorricam - Muppets regressam (em grande) às paródias

por Catarina d´Oliveira, em 16.09.11

Quem é que já não tinha saudades de uma boa paródia dos Marretas? Se fazem parte desse grupo de pessoas que acredito que seja gigantesco... não precisam esperar mais.

 

 

Numa jogada de génio, e aproveitando um dos filmes com mais buzz do momento, a equipa criativa por de trás de Cocas e Cia. disponibilizou um novo trailer de The Muppets que é uma paródia aberta a The Girl with the Dragon Tattoo. E é um 2 em 1 bem eficaz, relembrando-nos o humor sempre afiado dos Marretas e mantendo o filme bem seguro e sem fugas desnecessárias.

 

 

 

 

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Mise en Scène - We Bought a Zoo

por Catarina d´Oliveira, em 15.09.11
Finalmente podemos espreitar o curioso We Bought a Zoo, realizado por Cameron Crowe e com interpretações ilustres de Matt Damon, Thomas Haden Churd, Scarlett Johansson e Elle Fanning. Tresanda a feel-good movie, mas quero lá saber... animais são o meu ponto fraco. Espreitem lá isto. 
 

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Point-of-View Shot - Friends with Benefits (2011)

por Catarina d´Oliveira, em 14.09.11

 

"I've got to stop buying into this Hollywood cliche of true love. Shut up Katherine Heigl, you stupid liar!" 

 

O visionamento tardio de Friends with Benefits teve apenas uma justificação: preconceito. Preconceito porque não só me parecia uma comédia parecida a tantas outras, como era literalmente igual a outra. Veja-se o grau de semelhança que esta tal outra, ainda em alturas de produção, tinha também o nome de Friends with Benefits, cedendo depois e mudando para No Strings Attached (um bom sinónimo, vá).


Com alguma relutância, lá fui ver o “novo filme do boy Timerlake” (outro preconceito, lá está) depois de ter sido praticamente “obrigada” por amigos e colegas que me diziam que aquilo era algo realmente bom.

 

Conclusões: de facto, é igual a No Strings Attached, mas também é completamente diferente. A história que nos é contada é a mesma – dois amigos que resolvem começar a fazer sexo sem compromisso, mantendo a amizade, mas nunca passando a linha do físico - e as protagonistas até vieram do mesmo filme (Black Swan). Contudo, Friends with Benefits é o exemplo perfeito da diferença que um bom diálogo e uma boa dupla de protagonistas podem fazer.

 

 

A primeira hora é brilhante, e das duas uma: ou alguém ali tomou uma injecção de adrenalina ou enfrascaram-se todos de Red Bull, surgindo-nos Friends with Benefits numa agitação hiperactiva.

 

Keith Merryman, David Newman e Will Gluck (que também é o realizador) foram os mestres por detrás da transformação de uma história vulgar de Harley Peyton, Keith Merryman e David A. Newman, numa história vulgar incrivelmente cativante e fluente. Isto porque os diálogos são tudo: desde as fabulosas picardias entre Los Angeles e Nova Iorque (que no fundo da consciência nos recordam das nossas – lisboetas – com os nossos amigos do norte) ao esmiuçar dos clichés românticos, e da crítica latente à sociedade moderna ao reconhecimento constante da importância da tecnologia. Estamos num pin-pong frenético de piadas, críticas, provocações e facadas verbais, e isso sabe bem num contexto de comédias cada vez mais cansadas de si mesmas, e cujas fórmulas recentes e refrescantes foram tão repetidas em tão curto espaço de tempo, que passaram rapidamente a insípidas e fatigantes.


Bom, aqui não devemos ainda esquecer o papel importantíssimo de Michael Grady que filma as cidades de Los Angeles e Nova Iorque de perspectivas que normalmente não vemos – do ponto de vista de quem lá vive, e não como se estivéssemos num guia-turístico virtual.

 

 

Incontornável é também uma palavra de (grande) apreço à dupla de protagonistas. Neste momento volto a incluir No Strings Attached na conversa que foi, neste prisma, uma enorme desilusão pela "ligação disconecta" entre os dois protagonistas. Ora nada disso acontece nestes outros dois amigos com benefícios! Justin Timberlake assume-se cada vez mais como um actor polivalente a quem temos de reconhecer a coragem de embarcar em projectos tão distintos, uma característica essencial que falta a tantos actores de Hollywood. O preconceito do “cantor que agora também quer ser actor” é cada vez mais esquecido, e Timberlake prova uma vez mais que tem uma boa veia para a comédia. A sua parceira de ecrã, Mila Kunis é simplesmente soberba. A personagem cai-lhe que nem uma luva, e Kunis diverte-se com o material que lhe dão, levando-o para outro nível. É uma actriz em ascensão que tenho a sensação que vamos ouvir falar durante muito, muito tempo.


Depois temos ainda os fabulosos secundários que merecem ser recordados: Woody Harrelson (o energético colega homossexual de Dylan), Patricia Clarkson (a mãe com um toque hippie de Jamie) e Richard Jenkins (o pai doente de Dylan).

 

 

Preconceitos desfeitos, é com grande entusiasmo que vos recomendo esta comédia como, indubitavelmente, uma das melhores do ano. Porque além de nos proporcionar gargalhadas sinceras, estas são ainda inteligentes: reflectindo sempre sobre algo, seja um lugar, uma emoção ou o estado actual da sociedade.

 

Ao mesmo tempo que continua acorrentada aos princípios das comédias românticas que se regem pela fórmula dos três actos (e que inclui o tal final feliz à la fairy tale), Friends with Benefits não se envergonha em abraçar as suas raízes, tornando-se no próprio filme com que gozava no primeiro/segundo actos. A mim pareceu-me tudo menos cinismo, justamente porque não foi feito de forma involuntária.


E quem ama (ou amou) sabe: os clichés às vezes acontecem mesmo, e por mais que algo esteja mesmo por debaixo do nosso nariz, as coisas parecem sempre muito mais complicadas do que realmente são. E por mais que reclamemos, não é destes pequenos clichés que estamos todos à espera, qual luz ao fundo no túnel, tanto nos filmes, como na vida?

 

 

7.5/10

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