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"I've never known anyone who actually believe that I was enough until I met you. And then you made me believe it too."
Ora aqui está uma história de amor que vale a pena, com Jake Gyllenhaal e Anne Hathaway em grande forma a aquecerem o grande ecrã: falo-vos de Love & Other Drugs, uma das últimas comédias de 2010.
É verdade que podemos facilmente observar aqui a mistura de uns quarto filmes, mas também é verdade que é sincero e incansável no seu desconcertante objectivo, mantendo-nos colados ao ecrã pelas duas horas completas, sem precisarmos de olhar impacientemente para o relógio.
O argumento necessitava de maior cuidado e parece estar a uns quantos passos do foco e claridade total, mas o elenco enérgico, a química fantástica entre os protagonistas e o mergulho cego numa realidade pouco explorada tornam a fita viciante. É um cocktail intoxicante: uma história de amor amorosa, uma comédia de maneirismos e, corajosamente, um melodrama envolvendo uma grave doença crónica.
Todavia, Love & Other Drugs é por vezes perigosamente desigual, hesitando entre as piadas sexuais e as partilhas graves dos doentes de Parkinson, mas bem acima dos níveis da comédia romantica comum, é engraçado, sexy e inteligente. Só é pena não ser inteligente o suficiente para manter a estaleca no final e perdurar na memória do espectador. Bom, mas aqui também é a tal história… podiam ter feito um filme forte e realista, é verdade, mas também é verdade que assim ninguém iria vê-lo
7/10
"Emma: Do you wanna do this?
Adam: Do what?
Emma: Use each other for sex, at all hours of the day and night. Nothing else.
Adam: Yeah, I could do that.
Emma: Good. It's gonna be fun."
É um daqueles filmes simplesmente queridos, ainda que para chegarmos a esta conclusão tenhamos muito sexo pela frente (o que, obviamente, não é de si um pensamento mau), e diz-nos mais naquilo que faz, do que naquilo que prega ao longo das duas horas .
Ashton Kutcher e Natalie Portman não brilham mas são competentes e utilizam de forma bastante inteligente a diferença de alturas entre si, resultando em alguns bons momentos de slapstick comedy. A química existe, apesar de não ser tão visível como a de Jake Gyllenhaal e Anne Hathaway em Love & Other Drugs, mas Kutcher não é capaz de acompanhar o ritmo e de manter o seu personagem interessante por toda a trama, tornando Portman a figura mais dominante, e perturbando consequentemente o equilíbrio de um já não muito forte No Strings Attached.
Infelizmente, parece que uma estranha obsessão por ditos espirituosos obscenos estraga tudo - é que a premissa até não é má, nada má, mas o material acaba por sofrer por um desejo desesperado de se encaixar nas convenções e o diálogo deixa muito a desejar, roçando muitas vezes o vulgar.
Não podemos nem em mil anos dizer que revoluciona o género como o fez (500) Days of Summer, mas na melhor das hipóteses, é uma alegre jornada sexual trazida até nós por um elenco sólido (ainda que sub-aproveitado). Já se viram coisas piores, é verdade, mas Hollywood consegue fazer melhor.
6/10