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Tenho de admitir. Sou daquelas pessoas que vibram bastante com os Oscars. Talvez não tanto com as distinções em si, que valem o que valem é claro, mas porque vejo esta cerimónia como a entrada de um novo ano no cinema. A passagem do dia 31 para o dia 1 cinematográfico, é o fechar de um capítulo que teve os seus bons filmes, e as suas fraquezas. 2010 não foi um ano especialmente prolífero ou forte para o cinema, mas não podemos dizer que tenhamos sido servidos com muitos GRANDES filmes. Todavia, tivemos uma boa conta de filmes bastante razoáveis. Bons, vá.
Voltando à cerimónia, sou uma das maiores fãs admito. Aquelas cinco horas passam a voar para mim, que fico entristecida por ver que todos os anos querem cortar minutos preciosos ao meu bebé. Contudo, e para meu desencanto este ano processou-se de uma forma um pouco diferente. Os Oscars foram um espectáculo que gostei de ver, mas não foram o meu espectáculo. A falta de organização coroada com a prestação medonhamente pavorosa de James Franco como apresentador afastou-me quilómetros de distância da noite pela qual espero o ano inteiro com ansiedade.
Antes de mais, quanto à organização da cerimónia.
Além do som que não era dos melhores - algo que se notou especialmente em algumas das performances musicais - um dos pontos mais negativos da noite esteve ligado à apresentação da cerimónia. A tarefa esteve ao cargo dos actores James Franco e Anne Hathaway, e a seguir partilho convosco algumas das críticas ao par da noite mais cinematográfica do ano.
Hollywood Reporter
"In what could go down as one of the worst Oscar telecasts in history, a bad and risky idea — letting two actors host — proved out in spectacularly unwatchable fashion on the biggest of all nights for the film world".
Washington Post
"As for your hosts, Hathaway worked her derriere off and Franco came off like that lacrosse boy you wish your daughter didn’t hang out with so much, sort of heavy-lidded and smirky and … well, let’s give him credit for being James Franco, the 23-hour-a-day workaholic/grad student/filmmaker/soap-opera/not-Best Actor wunderkind of his generation".
USA Today
"At least Hathaway was in there pitching throughout — unlike her co-host, who sometimes seemed to be preparing for a remake of Dazed and Confused. Never was that more clear than in one of their big set pieces, with Hathaway pushing through a bad version of On My Own only to introduce an embarrassed-looking Franco dressed as Marilyn Monroe. If you’re that hard up for a joke, don’t make one".
Eu tenho a sensação de que além de estar completamente pedrado, James Franco fez todos os possíveis por tornar pior uma cerimónia que já não era particularmente boa – má distribuição de tributos ao longo do espectáculo, discursos poucos inspirados e algumas piadas sem eco de graça deixavam antever que esta seria uma das mais fracas noites de Oscars de que tenho memória.
A coisa até não começou mal com um sketch bastante original dos apresentadores nos dez filmes nomeados – o timing foi óptimo e a loucura e
extroversão necessárias pareciam estar presentes no par de jovens actores que entraram depois em palco para um pequeno monólogo. E aí começou a descambar.
Franco parecia sonolento (ou pedrado mesmo) e não particularmente interessado ou empenhado em desempenhar papel activo na apresentação. Tenho de admitir que Franco é um dos meus actores favoritos da sua geração, mas a apresentação não deverá nunca mais constar no seu currículo. Anne Hathaway não esteve mal de todo, e talvez tivesse feio um óptimo trabalho se tivesse alguém com quem trabalhar. A exctitação pela apresentação do evento foi adorável e talvez porque os produtores tenham entendido que Franco era o mesmo que um espantalho falante, Hathaway carregou a cerimónia as costas com algum custo, mas dignamente. Por mim ela até podia voltar para o ano! Se pudesse ser, com alguém que se importasse minimamente com o que se está a passar...
A certa altura, Billy Cristal apareceu de surpresa para apresentar um segmento, e por momentos ficámos com esperanças que fosse ele o apresentador daí para a frente. Afinal, ele até trouxe piadas… com piada. Mas não, foi sol de pouca dura. Enfim… é irónico que esta tenha sido publicitada como a mais jovem e cool cerimónia de sempre (pelos apresentadores com que partia) , e que o momento mais jovem e cool tenha vindo de Kirk Douglas… que tem 94 anos.
Mas nem tudo foi mau. Aliás, houve coisas das quais gostei bastante e que partilharei brevemente convosco.
Em primeiro lugar, gostei que a questão da exclusão das montagens não tenha sido tão literal como pensava. A Academia brindou-nos com duas montagens no início e no final da cerimónia que apesar de ligeiramente tendenciosas (o som proveio exclusivamente de The King’s Speech e The Social Network), atendem ao nosso gosto crónico de ver uma bela mistura dos melhores momentos do ano.
Em segundo lugar, como já tinha falado anteriormente, gostei bastante do sketch inicial de Hathaway e Franco, que se inseriram nos filmes nomeados, com a ajuda de Alec Baldwin. Podem assistir ao vídeo em baixo com qualidade média enquanto está disponível.
Em terceiro lugar, fiquei bastante feliz por não terem eliminado por completo os tributos aos actores nomeados, sendo que a diferença desta vez é que o mesmo é feito por um único actor – o vencedor da categoria no ano passado. É verdade que tiveram sorte este ano – Jeff Bridges e Sandra Bullock deviam ser das pessoas mais porreiras daquele pequeno mundo – mas esta é uma tradição que não deveria ser nunca desfeita. Afinal, não importa apenas reconhecer quem vence o prémio, mas todos os que se dedicam à sua arte com amor.
Em último lugar, gostei bastante da actuação final dos miúdos do P.S. 22 Chorus que posteriormente juntou todos os vencedores do Oscar da Academia em palco. Os miúdos têm jeito, e formou-se um momento de união bastante especial.
*** *** ***
Quanto aos prémios propriamente ditos, não houve um grande vencedor como nos anos de Titanic ou Lord of The Rings. Desta vez, Inception controlou as categorias técnicas levando quatro estatuetas para casa, The Social Network levou algumas também (incluindo notavelmente a banda sonora e o argumento adaptado) e The King’s Speech foi coroado o filme do ano, com mais três prémios à mistura. Apesar de partir para a cerimónia como um dos mais nomeados (10 indicações), True Grit foi para casa de mãos a abanar.
De uma forma geral, os vencedores foram previsíveis, sendo talvez as maiores surpresas (mas nem tanto assim) a vitória de Tom Hooper sobre David Fincher na corrida da Melhor Realização e a vitória de Inception na categoria de Fotografia, onde True Grit se apresentava como grande favorito. Os discursos não entusiasmaram, à excepção do palavrão que escapou a Melissa Leo logo no início da noite e das palavras emocionadas de Colin Firth.
*** *** ***
Para terminar, gostava apenas de apontar mais um ponto que me deu bastante prazer nesta cerimónia. Apesar da tradição ser a de distinguir os melhores, este ano pareceu existir uma maior unidade, uma celebração maior do todo e não apenas do vencedor.
Como Steven Spielberg explicou na apresentação do Melhor Filme, os Oscars não são tudo, e nem sempre é possível honrar todos os filmes que mereciam com uma estatueta dourada. A falta de consenso que se tem registado pode não só demonstrar que estamos perante um forte conjunto de nomeados, como há espaço para reconhecer todos (ou bastantes). E toda esta experiência de grupo teve o seu clímax na actuação final do coro de crianças que reuniu os vencedores no palco, demonstrando que esta foi uma celebração para todos, e não apenas para um grande filme.
Na verdade, reitero o que referi supra: os Oscars valem o que valem, e não fazem um filme. Os filmes que resistirem à passagem do tempo fá-lo-ão por si mesmos, e não por um prémio, como provam tantos clássicos e filmes de culto que nunca sequer foram nomeados.
E que filmes serão relembrados? É impossível saber, só podemos apostar. Contudo, eles mostrar-se-ão na altura certa. Disso não tenhamos dúvidas.
Melhor Direcção Artística: Alice in Wonderland
Melhor Fotografia: Inception
Melhor Actriz Secundária: Melissa Leo (The Fighter)
Melhor Curta de Animação: The Lost Thing
Melhor Filme de Animação: Toy Story 3
Melhor Argumento Adaptado: The Social Network
Melhor Argumento Original: The King's Speech
Melhor Filme Estrangeiro: In a Better World (Dinamarca)
Melhor Actor Secundário: Christian Bale (The Fighter)
Melhor Banda Sonora Original: The Social Network
Melhor Mistura de Som: Inception
Melhor Edição de Som: Inception
Melhor Maquilhagem: The Wolfman
Melhor Guarda-Roupa: Alice in Wonderland
Melhor Curta de Documentário: Strangers no More
Melhor Curta Metragem: God of Love
Melhor Documentário: Inside Job
Melhores Efeitos Visuais: Inception
Melhor Montagem: The Social Network
Melhor Canção Original: "We belong together" (Toy Story 3)
Melhor Realizador: Tom Hooper (The King's Speech)
Melhor Actor: Colin Firth (The King's Speech)
Melhor Actriz: Natalie Portman (Black Swan)
Melhor Filme: The King's Speech
Nas últimas horas de estágio para Oscars, mais novidades, desta vez respeitantes aos Spirit Awards, que premeiam o que de melhor se faz em termos de cinema independente. O grande vencedor foi Black Swan (que seja em algum sítio!), com quatro galardões. Outros destaques foram os reconhecimentos de James Franco na categoria de melhor actor e de John Hawks e Dale Dickey como secundários por Winter's Bone. Segue abaixo a lista completa de vencedores.
Best Picture: Black Swan
Best Director: Darren Aronofsky, Black Swan
Best Actress: Natalie Portman, Black Swan
Best Actor: James Franco, 127 Hours
Best Supporting Actress: Dale Dickey, Winters Bone
Best Supporting Male: John Hawkes, Winter’s Bone
Best Screenplay: The Kids Are All Right
Best Cinematography: Matthew Libatique, Black Swan
Best Documentary: Exit Through the Gift Shop
Best Foreign Film: The King’s Speech
Best First Feature: Get Low
Best First Screenplay: Lena Dunham, Tiny Furniture
Truer Than Fiction Award: Marwencol, Jeff Malmberg
Someone to Watch Award: Mike Ott, Littlerock
Producers Award: Anish Savjani, Meek’s Cutoff
Robert Altman Award (ensemble): Please Give
Cassavetes Award: Daddy Longlegs
A grande noite aproxima-se a passos largos, e o Close-Up não podia deixar de registar as suas apostas para a grande cerimónia dos Oscars que se realiza este Domingo no Kodak Theatre.
2010 não foi um ano particularmente memorável para o cinema, mas não podemos negar que nos proporcionou alguns bons momentos. Este parece-me ser mais um ano de divisões com a maioria dos prémios dividida entre The King's Speech e The Social Network. Devo reforçar que estas não são as minhas escolhas e sim apostas (se fossem escolhas seriam diferentes em 50% dos casos provavelmente), e que as apostas em curtas-metragens são baseadas em palpites e hype de outras premiações. Sem mais demoras...
* CORRECÇÃO: The Social Network - Argumento Adaptado; The King's Speech - Argumento Original
Quanto a possíveis surpresas:
Na televisão portuguesa, a emissão está ao cargo da TVI como é habitual, indo para o ar por volta meia noite e meia da madrugada de Domingo para Segunda-Feira. A cerimónia de entrega dos Oscars terá lugar no Kodak Theatre e será apresentada por James Franco e Anne Hathaway, o que promete surpresas, boas vibrações e humor... pelo menos, esperemos que sim!
Provavelmente, muitos de vocês já estão ao corrente destas "novidades", mas para os mais distraídos...
Duas "tradições" vão ser retiradas da cerimónia dos Oscars deste ano.
Em primeiro lugar, digam adeus às montagens - como houve por exemplo no ano passado, uma montagem alusiva aos filmes de terror. Continuarão a existir mini-clips de filmes durante o espectáculo e sobre os dez nomeados a melhor filme, mas nada de montagens.
Em segundo lugar, o costume estabelecido há dois anos de utilizar cinco apresentadores para testemunhar na entrega do prémio de Melhor Actor e Actriz também foi posto de lado.
Tenho pena... gostava tanto das montagens (apesar de algumas serem desnecessárias), como da nova tradição dos cinco apresentadores. Mas estas medidas fazem parte da táctica anual de diminuir o tempo da cerimónia... vamos ver este ano se fará alguma diferença.
Antes de mais, quero partilhar convosco uma obra cujo autor não faço ideia quem seja, mas que encontrei por aí num outro blog de cinema americano. A paródia com a obra prima de Munch "O Grito" é fenomenal.
Há pessoal com muito tempo nas mãos, e a moda de transformar os legos em filmes conhecidos já não é de agora. Por isso mesmo, deixo-vos com as interpretações dos dez nomeados para o Oscar de Melhor Filme. Gosto especialmente do poster de 127 Hours. Muito bom.
Por fim, descobri outra coisa que TINHA de partilhar, já que é um dos wallpapers cinematográficos mais porreiros que vi nos últimos tempos (e eu não sou grande fã de wallpapers de filmes, deve notar-se). O wallpaper em questão representa o dicotómico Jack e duas das melhores frases do filme. AWSOME!
(clicar para ver em tamanho original)
Apesar de quase apostar a minha vida em como Inception nao leva nada para casa no próximo domingo além de uns "toma lá e cala-te" técnicos, é bom ver que um dos melhores filmes do ano é reconhecido em algum lado. Foram divulgadas as nomeações dos Saturn Awards, os prémios entregues pela Academia de Filmes de Ficção Científica, Fantasia e Terror, e Inception conta com nove indicações. Outros filmes que "mereceram merecidamente" algum amor foram Let Me In, Shutter Island, Never Let me Go e sim, a banda sonora de Tron:Legacy. Bravo!
A lista dos nomeados de cinema segue abaixo:
Melhor Filme de Ficção Científica
Hereafter
Inception
Iron Man 2
Never Let Me Go
Splice
Tron: Legacy
Melhor Filme de Fantasia
Alice in Wonderland
The Chronicles of Narnia: The Voyage of the Dawn Treader
Clash of the Titans
Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 1
Scott Pilgrim vs. The World
Twilight: Eclipse
Melhor Thriller/Filme de Terror
The American
Black Swan
Kick-Ass
Let Me In
Shutter Island
The Wolf Man
Melhor Filme de Acção/Aventura
The Expendables
The Green Hornet
Red
Robin Hood
Salt
True Grit
Unstoppable
Melhor Actor
Jeff Bridges, Tron: Legacy
George Clooney, The American
Leonardo DiCaprio, Inception
Leonardo DiCaprio, Shutter Island
Robert Downey, Jr., Iron Man 2
Ryan Reynolds, Buried
Melhor Actriz
Cecile De France, Hereafter
Angelina Jolie, Salt
Carey Mulligan, Never Let Me Go
Ellen Page, Inception
Natalie Portman, Black Swan
Noomi Rapace, The Girl With The Dragon Tattoo
Melhor Actor Secundário
Christian Bale, The Fighter
Andrew Garfield, Never Let Me Go
Tom Hardy, Inception
Garrett Hedlund, Tron: Legacy
John Malkovich, Red
Mark Ruffalo, Shutter Island
Melhor Actriz Secundária
Scarlett Johansson, Iron Man 2
Keira Knightley, Never Let Me Go
Mila Kunis, Black Swan
Helen Mirren, Red
Vanessa Redgrave, Letters to Juliet
Jacki Weaver, Animal Kingdom
Melhor Performance por um Jovem Actor
Logan Lerman, Percy Jackson & The Olympians: The Lightning Thief
Frankie/George McLaren, Hereafter
Kodi Smit McPhee, Let Me In
Chloe Grace Moretz, Let Me In
Will Poulter, The Chronicles of Narnia: The Voyage of the Dawn Treader
Hailee Steinfeld, True Grit
Charlie Tahan, Charlie St. Cloud
Melhor Realizador
Darren Aronofsky, Black Swan
Clint Eastwood, Hereafter
Christopher Nolan, Inception
Matt Reeves, Let Me In
Martin Scorsese, Shutter Island
David Yates, Harry Potter & The Deathly Hallows: Part 1
Melhor Argumento
Michael Arndt, Toy Story 3
Alex Garland, Never Let Me Go
Mark Heyman, Andres Heinz, John McLaughlin, Black Swan
Peter Morgan, Hereafter
Christopher Nolan, Inception
Matt Reeves, Let Me In
Melhor Música
Daft Punk, Tron: Legacy
Clint Eastwood, Hereafter
Michael Giacchino, Let Me In
Gottfried Huppertz (as Conducted by Frank Strobel), The Complete Metropolis
John Powell, How to Train Your Dragon
Hans Zimmer, Inception
O Entertainment Weekly fez uma lista dos 25 melhores realizadores vivos. Só por curiosidade, deixo-vos a lista:
Bom, nada mau, mas a verdade é que alguns foram incluídos provavelmente pelos seus últimos sucessos e muitos bons realizadores ficaram de fora; nomeadamente (e isto é meramente a minha opinião): Tim Burton, David Cronenberg, Jean-Luc Godard, Ang Lee, Fernando Meirelles, Sam Mendes, Steven Soderbergh, Woody Allen, Francis Ford Coppola, entre outros que provavelmente me estou a esquecer.
E como o guarda-roupa é parte essencial de um filme bem sucedido, resolvi deixar-vos aqui os três vencedores da 13ª edição dos Costume Designers Guild Awards. Os prémios foram entregues ontem em Beverly Hilton e apresentados por Kristin Davis. Os vencedores seguem já abaixo.
Excelência num filme contemporâneo
Black Swan – Amy Westcott
Excelência num filme de época
The King’s Speech – Jenny Beavan
Excelência num filme de fantasia
Alice in Wonderland – Colleen Atwood