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Depois conhecermos os nomeados dos Actors Guild e dos Producers Guild, ficaram a faltar os dos DGA (Directors Guild of America), cujos nomeados foram revelados há dois dias. Sem grandes surpresas, a lista segue em baixo.
Nomeados:
David Fincher (The Social Network)
Tom Hooper (The King's Speech)
Darren Aronofsky (Black Swan)
David O. Russell (The Fighter)
Christopher Nolan (Inception)
Os nomeados costumam coincidir com os dos Oscars, todavia, as surpresas podem sempre aparecer, e este ano não podemos ignorar os irmãos Coen (True Grit), Danny Boyle (127 Hours) e Debra Granik (Winter's Bone). Os prémios DGA serão entregues dia 29 de Janeiro de 2010, apenas quatro dias depois de sabermos a lista de nomeados para os prémios da Academia.
Uma boa alternativa! EHEHE!
Esta semana nos cinemas:
"You ruined my whole life! Why?!"
Quando se tem uma “boa mão” - seja de actores, argumento, etc – existe sempre um de vários passos em falso que se pode dar: exagerar. Exagerar é exactamente o que John Curran faz demasiadas vezes ao longo do seu mais recente filme, Stone.
Uma grande porção do que vemos é um homem a entrar na cabeça de outro. Edward Norton é Stone, um incendiário que cumpridos oito anos de uma pena de dez ou 15, é elegível para sair em liberdade condicional. Todavia, para que isto aconteça, tem de passar por Jack (Robert DeNiro), um oficial da prisão cujo trabalho é avaliar os prisioneiros aptos a sair em liberdade condicional e fazer recomendações dos mesmos.
No decorrer da acção, encontram-se várias vezes no escritório de Jack. Apenas uma mesa os separa e Jack tem o poder. Ou deveria ter. Mas será que tem?
Jack está cansado do trabalho, cansado de si, e cansado de uma vida inteira de fachada que começou no dia em que decidiu forçar alguém que não o queria a ficar ao seu lado para sempre. Chegou à casa dos 60 sem amar nada, sem saber nada ou sem sequer acreditar em nada. E à medida que Jack enfraquece, Stone fica mais forte.
À misturada junta-se a mulher de Stone, Lucetta (Milla Jovovich), que é descrita como um alien. Talvez seja mesmo a melhor descrição para uma personagem tão perturbadora e complicada, que primeiro é espontânea e indefesa, e depois esquemática e fria observadora. Enquanto Stone entra na cabeça de Jack na prisão, Lucette entra cá fora.
Com a entrada de Lucetta, "Stone" torna-se um estudo de personalidade triplo, à medida que cada personagem executa as suas manobras, reage e se desenvolve pela presão exercida pelos outros dois. Cada um incorpora contradições, defeitos e fraquezas, e o filme questiona-nos continuamente sobre isso.
A maior parte da acção tem lugar na mente de um homem, e é o tipo de acção que não se vê e é difícil captar num meio que capta apenas superficialidades (afinal de contas, um filme raramente tem mais de duas horas). No final de contas, Stone é uma peça assustadora que reflecte sobre o que significa estar realmente perdido.
O realizador John Curran parece não se ter decidido por que filme quis ter. É um drama críptico sobre um grupo de quatro personagens cujas trajectórias são desviadas pelas suas interacções? É um thriller sobre o jogo e conflito de vontades de duas personalidades fortes? É uma alegoria para uma mensagem sobre ambiguidade espiritual e corrupção? Bem, de certa forma, Stone é estas três coisas, mas a abordagem a cada uma é tão confusa que acaba por não ser bem sucedido em nenhuma. É um filme interessante, disso não haja dúvidas; mas a narrativa é tratada de uma forma tão pobre que é uma pena desperdiçar material desta forma e parece um daqueles filmes feitos especialmente para serem incompreensíveis.
Cada uma das personagens tem visões distintas da moralidade, Deus e o depois da vida. Curran tenta ligá-los entre si, e dar nós nas pontas soltas, mas a sua mensagem acaba por passar distorcida e incoerente. O pior de tudo é que acaba por criar suspense e expectativa por uma revelação que nunca chega. Stone não faz nada por isto, nem sequer por fechar o arco de nenhum dos personagens ou responder às questões levantadas pelos elementos de thriller.
Stone é mais eficiente, talvez, como um filme de personagens, ainda que nenhuma das quarto seja aprofundada o suficiente para ter sucesso nesta área em particular. O filme acaba por escolher alguns atalhos em detrimento da sua credibilidade – por exemplo, a epifania de Stone é tão rápida e tão parcamente construída que parece mais um dispositivo da narrativa do que um desenvolvimento no arco do personagem.
Mas a maior força e simultaneamente fraqueza do argumento escrito por Angus MacLachlan não é o significado, mas a sua contínua manutenção de ilusão. Apresenta-nos quatro personagens fascinantes, bastante específicas mas que não são como tantas outras que encontramos nos recantos de uma sala de cinema. Estas são pessoas que poderíamos encontrar na vida real. Depois, monta um esquema dramático entre eles que borbulha implicações e questões morais, mas cuja falta objectivo moral se apresenta como o maior obstáculo. Sabemos que algo grande e importante está a acontecer, ainda que não consigamos dizer exactamente o que é.
Genuinamente estranho na sua mistura de aspreza e confusão na direcção a seguir, o estudo sobre a tentação bíblica do argumentista Angus MacLachlan é salvo das suas próprias grosserias pelo quarteto de actores
No que respeita ao elenco, além de Jovovich que já falei anteriormente, até que enfim alguém convenceu o De Niro a representar novamente em vez de simplesmente aparecer em filmes e recolher o pagamento. O actor trabalha aqui num modo minimalista, observando a presa (ou o atacante) como um falcão atento que depois cai do abismo. Norton é brilhante, quer seja no sotaque, nos trajeitos, ou na alma que dá a Stone, fazendo-nos duvidar sempre das suas intenções e acções.
Talvez esta crítica tenha apontado mais pontos negativos do que positivos, e daí surgirá alguma estranheza na avaliação final. Contudo, a verdade é que desde a banda sonora às questões levantadas que não têm resposta, Stone é um filme desconcertante e desafiador e uma experiência cinematográfica bizarra à qual não queremos virar as costas.
Para muitos, os actores vão chegar. Para outros, o material será demasiado ou insuficiente.
7/10
Reduzidos a sete. Cinco ficarão no final.
Alice in Wonderland
Harry Potter and the Deathly Hallows Part 1
Hereafter
Inception
Iron Man 2
Scott Pilgrim vs the World
Tron: Legacy
Apostas Close-Up: Inception, Harry Potter, Tron: Legacy, Scott Pilgrim e Alice in Wonderland.
As nomeações para os Writers' Guild Awards foram disponibilizadas online no passado dia 4 de Janeiro de 2011. Com algum atraso, o Close-Up não deixa de relembrar uma dos prémios mais importantes no que respeita aos argumentos do ano. Os nomeados seguem abaixo:
Nota: The King’s Speech, Winter’s Bone, The Ghost Writer, The Way Back, Four Lions, Toy Story 3, Another Year and Blue Valentine não eram elegíveis para o prémio.
Argumento Original:
Black Swan, Argumento por Mark Heyman e Andres Heinz and John McLaughlin; História de Andres Heinz; Fox Searchlight
The Fighter, Argumento por Scott Silver e Paul Tamasy & Eric Johnson; História de Keith Dorrington & Paul Tamasy & Eric Johnson; Paramount Pictures
Inception, Escrito por Christopher Nolan; Warner Bros.
The Kids Are All Right, Escrito por Lisa Cholodenko & Stuart Blumberg; Focus Features
Please Give, Escrito por Nicole Holofcener; Sony Pictures Classics
Argumento Adaptado:
127 Hours, Argumento por Danny Boyle & Simon Beaufoy; Baseado no livro "Between a Rock and a Hard Place" de Aron Ralston; Fox Searchlight
I Love You Phillip Morris, Escrito por John Requa & Glenn Ficarra; Baseado no livro de Steven McVicker; Roadside Attractions
The Social Network, Argumento por Aaron Sorkin; Baseado no livro The Accidental Billionaires de Ben Mezrich; Sony Pictures
The Town, Argumento por Peter Craig and Ben Affleck & Aaron Stockard; Baseado no livro "Prince of Thieves" de Chuck Hogan; Warner Bros.
True Grit, Argumento por Joel Coen & Ethan Coen; Baseado no romance de Charles Portis; Paramount Pictures
Argumento de Documentário
Enemies of the People, Escrito, realizado, produzido e filmado por Rob Lemkin and Thet Sambath; International Film Circuit
Freedom Riders, Escrito, realizado e produzido por Stanley Nelson; International Film Circuit
Gasland, Escrito erealizado por Josh Fox; HBO Documentary Films and International WOW Company
Inside Job, Produzido, escrito e realizado por Charles Ferguson; Também por by Chad Beck, Adam Bolt; Sony Pictures Classics
The Two Escobars, Escrito por Michael Zimbalist, Jeff Zimbalist; ESPN Films
Boa noite amigos.
Desta feita, trago-vos uma das minhas listas, como já não fazia há algum tempo. 2010 pode não ter sido o ano mais rico para o cinema, mas os trailers nunca falharam em nos deixar com água na boca... mesmo nas situações erradas. Numa espécie de top 10 sem ordem específica, fica a minha lista daqueles que foram para mim os melhores trailers que 2010 nos ofereceu.
Harry Potter and the Deathly Hallows: O rapaz que sobreviveu nunca pareceu tão épico. Arrepios é a palavra de ordem.
127 Hours: A cor, a música, a história curiosa, a mensagem e o vislumbre da performance (que parece) magistral de James Franco são impossíveis de passar como indiferentes. Mesmo sem ver o filme (que estou ansiosa para ver), o trailer é uma obra de arte.
Tron: Legacy: Um remake do filme de culto de 1980 que não correu como o esperado. Todavia, o trailer kicks ass. As motas, as roupas, a música, a perfeição da tecnologia e o intemporal Jeff Bridges entusiasmam mais no trailer do que no filme propriamente dito, o que não impede que este seja um dos melhores do ano.
The Social Network: Pegando numa música mais que mastigada e num objecto conhecido e reconhecido e utilizado por todos (facebook), faz-se um trailer perfeito. A visão da versão de "Creep" de Scala e do coro Kolacny Brothers a tocar enquanto vemos imagens do facebook pode não ser apelativa no papel, mas em trailer cria algo profundamente belo e assustador. A forma como a música evolui à medida que a vida de Zuckerberg se torna num paraíso infernal é de uma grandeza que é difícil descrever. "I don't care if it hurts. I want to have control". O melhor disto tudo é que o filme corresponde.
True Grit: O original é considerado um clássico, e a notícia do remake pelos irmãos Cohen não foi bem recebida pelos fãs. Todavia, ao saber que o novo filme seria apenas baseado no livro com o mesmo título, tiveram de aguardar de espingarda em punho pelas primeiras imagens do filme. O trailer não desiludiu: uma fotografia avassaladora, a inconfundível voz de Johnny Cash e um elenco de topo liderado por Jeff Bridges.
Inception: Ainda estamos todos a remoer o que realmente se passou, e tudo começou no primeiro trailer que abriu caminho para este sonho cinematográfico. O teaser deixou-nos boqueabertos, mas o trailer fez mesmo o queixo tocar o chão quando vimos uma cidade a dorbar-se em si mesma. Quanto ao filme? Um dos melhores do ano.
Black Swan: um trailer belíssimo e negro, para um filme belíssimo e negro. Nunca pensei que um filme com tanto ballet me pudesse chamar à atenção, mas chamou, com grande ajuda de um magnífico trailer que mostra uma espantosa mistura de um dos elencos do ano, uma edição fantástica e uma boa porção de momentos que só nos fazem pensar "What the hell??". O que é real e o que é uma partida da mente é difícil de adivinhar, mas é a imagem de Portman com olhos sagrentos a arrancar uma pena das costas que nos faz desejar ver este filme no cinema mais próximo.
Clash of the Titans: Um dos autênticos trailers guilty pleasure. O filme é fraquito, o trailer é espectacular. E aqueles escorpiões gigantes que atacam ao som da música são uma das coisas mais cool dos trailers de 2010.
Scott Pilgrim vs The World: Ainda não vi o filme, mas o trailer é das coisas mais originais que tenho visto em cinema. Edição fantástica.
The Town: Freiras a asslatar bancos nunca foi bem o meu ideal de entretenimento, mas Ben Affleck tornou essa ideia em algo fenomenal. Acção, check. Drama, check. Enredo, check. O trailer parece quase um filme, e se não se sentem atraídos pela possibilidade de assistir, dêem uma oportunidade ao trailer. Não vai desiludir. Ah, e o filme também não.
O Novo Ano traz sempre (ou supostamente sempre) coisas novas. É um começar de novo. E no que respeita ao cinema, bem, 2010 não foi o melhor ano de sempre para Hollywood, mas a box office não esteve nada mal, e o ano foi bastante lucrativo.
Há sempre coisas que se podem melhorar, e todos temos algumas ideias que poderiam (ou não) melhorar os filmes que vêm a caminho. É impossível ter “o filme perfeito” para todos, mas se notaram algo que gostavam de ver melhorado no cinema, façam favor de partilhar também.
Entretanto, cá vai a minha lista de desejos para o novo ano de 2011 na indústria do cinema:
E porque não é só Hollywood que precisa de uns ajustes, deixo-vos com os meus desejos cinematográficos para 2011:
E vocês? Alguns desejos para 2011?