Close-Up

O Novo Ano traz sempre (ou supostamente sempre) coisas novas. É um começar de novo. E no que respeita ao cinema, bem, 2010 não foi o melhor ano de sempre para Hollywood, mas a box office não esteve nada mal, e o ano foi bastante lucrativo.

Há sempre coisas que se podem melhorar, e todos temos algumas ideias que poderiam (ou não) melhorar os filmes que vêm a caminho. É impossível ter “o filme perfeito” para todos, mas se notaram algo que gostavam de ver melhorado no cinema, façam favor de partilhar também.
 

Entretanto, cá vai a minha lista de desejos para o novo ano de 2011 na indústria do cinema:

1. A moda dos vampiros já passou. Vão buscar o que quiserem… mas vampiros, nos próximos 15 anos, não.
2. Trilogias de comédias nunca são boas ideias… não importa o dinheiro que se possa extorquir delas.
3. De facto, era bom instituir uma lei que impedisse os franchises de terem mais do que três filmes na série.
4. Realização não é para o M. Night Shyamalan. Escrever e produzir ainda vá, agora realizar é que não. 
5. Acabem com o 3D. Ok, estou a deixar o meu desagrado com a técnica meter-se no caminho… mas pelo menos, se é para fazer um filme em 3D, filmem-no em 3D.
6. Por favor impeçam o Uwe Boll de estar envolvido de qualquer forma num filme.
7. Lamento muito desvendar este segredo… mas os animais não falam. Parem de nos enfiar pelos olhos adentro cães e gatos a mexerem a boca.
8. Utilizem efeitos práticos e reais em vez de efeitos por computador sempre que possível. É mais verosímil e mais real.
9. Parem de contratar (e desperdiçar) elencos pejados de estrelas sem um argumento sólido e aceitável só para fazer dinheiro.
10. Aceitem que não é possível substituir um actor por uma projecção do mesmo.
11.  Parem de destruir a nossa infância em busca de ideias para filmes. Os jogos de tabuleiro são jogos, não material para filmes.
12. Lá porque um filme teve sucesso há 20 ou 30 anos não quer dizer que precise de remakes ou sequelas.
13. Continuem a premissa de 2010 de não dar nenhum papel relevante ao Keanu Reeves.
14. Parem de dar papéis (e penteados) ridículos ao Nicholas Cage
15. Alguém que meta uma bomba nas oficinas do Jigsaw e dos seguidores que se multiplicam que nem coelhos

E porque não é só Hollywood que precisa de uns ajustes, deixo-vos com os meus desejos cinematográficos para 2011:

1. Ver, pelo menos, 365 filmes.
2. Fazer lista dos filmes que vi durante o ano.
3. Fazer lista dos filmes-a-ver e das recomendações de amigos/críticos.
4. Ver mais filmes não-americanos/britânicos (são uma lufada de ar fresco, e há muito bom cinema fora de Hollywood)
5. Ver mais filmes portugueses
6. Ver mais documentários (é vergonhosa a quantidade de documentários que já vi… ou não vi)
7. Ver mais filmes independentes (como não se dirigem à maioria, não tentam agradar; logo os conceitos são mais originais e arriscam mais)
8. Ver mais clássicos (às vezes sinto-me completamente ignorante no que respeita a este ponto)
9. Poupar dinheiro para ir mais ao cinema (nada substitui as pipocas, o som, a imagem e a emoção dos outros espectadores)
10. Ver o remake, e ver o filme original (a imaginação começa a faltar, e fazer o que já foi feito de outra maneira é uma forma apelativa de ganhar dinheiro; porém, nada substitui o original)
11. Ir a um festival de cinema.
12. Completar o meu seminário sobre o impacto da crítica de cinema nas audiências e estagiar (bom… este objectivo é profissional, mas como está ligado ao cinema, fica aqui também).


 E vocês? Alguns desejos para 2011?

O cinema ficou mais pobre, logo no início do novo ano.

Pete Postlethwaite, morreu aos 64 anos, informou Andrew Richardson, jornalista e amigo pessoal.

O actor, que recebeu uma nomeação para um Óscar pelo seu papel no filme In the Name of the Father, morreu tranquilamente, ontem, num hospital da Inglaterra. Postlethwaite sofria de cancro.

O actor participou em filmes como Hamlet (1990), Alien 3 (1992), The Last of the Mohicans (1992) The Usual Suspects (1995), Jurassic Park (1997), "Romeo + Juliet" (1996) e, mais recentemente, nos filmes Inception (2010) e The Town (2010).

Postlethwaite deixa-nos uma longa lista de performances para apreciar, e será sempre lembrado por tornar muito melhor cada filme em que entrava.

"At the end of the day, acting is all about telling lies. We are professional imposters and the audience accept that. We`ve made this deal that we tell you a tale and a pack of lies, but there will be a truth in it. You may enjoy it, or it will disturb you..."

Pete Postlethwaite