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Point-of-View Shot - Nothing but the Truth (2008)

por Catarina d´Oliveira, em 05.08.09

 

"Who was your source?"

 

Às vezes não são só aqueles filmes manhosos que ganham uma viagem directa para o lançamento em DVD passando à frente o lançamento nas salas de cinema. Às vezes bons filmes caem na teia do “straight-to-DVD” por razões que a própria razão desconhece. No caso presente, Nothing But The Truth não teve direito a lançamento nos cinemas norte-americanos. Ao que parece, a distribuidora deu-se mal com a economia e o lançamento passou de futuro para ex-futuro. Felizmente em Portugal a história foi diferente e é com grande alegria que vejo este filme presente nas nossas salas!


Todo o jornalista sonha com o seu dia de viragem. Aquele dia em que serão os autores da publicação que gerou o burburinho, a queda de um alto cargo, o fim de um conflito, a exposição da corrupção.


Rachel Armstrong tem nas mãos a chave do seu futuro e publica-a: o Presidente ignorou as descobertas de uma agente da CIA que provavam a inocência da Venezuela num ataque aos Estados Unidos, e optou por atacar os latinos por via aérea. Rachel faz mais; dá um nome e uma cara ao agente secreto: Erica Van Doren, a mulher do Embaixador dos Estados Unidos na Venezuela cuja filha anda na mesma escola que o seu filho.


O governo é rápido na pressão e tenta rapidamente forçar Rachel a revelar a sua fonte. Quando se nega a fazê-lo, é presa por desobediência à justiça. Até onde estará disposta a ir pela lealdade à sua fonte? Poderá o princípio da confidencialidade sobrepor-se a uma questão de segurança nacional?
 

 

Nothing but the Truth foi feito com muita cabeça e eleva importantes questões éticas e humanas. Devem a liberdade de imprensa e o direito de protecção das fontes ser sobrepostos pelo poder daqueles nos altos cargos? Até onde estamos dispostos a ir na defesa de um princípio e até onde poderemos afectar os nossos próprios familiares?

 

Rod Lurie traz ao de cima o que de melhor o elenco tem para oferecer e não fosse o seu precalço de distribuição e talvez pudéssemos ter ouvido falar muito mais de algumas destas performances.

 

Kate Beckinsale constrói Rachel a partir de uma estrutura muito interessante e complexa: frágil porém corajosa; um mártir mas nunca uma santa. De uma forma ou outra, ela acaba por “abandonar a família” em nome dos seus princípios (que apesar de tudo, são desconhecidos a todos incluindo ao espectador até praticamente o final da fita).


Matt Dillon é também complexamente delicioso como o promotor sem escrúpulos que, no fundo, está apenas a cumprir a sua função. Subjectivamente, Dubois é o vilão no tabuleiro; Objectivamente, está apenas a fazer o seu trabalho. Dillon referiu mesmo em várias entrevistas que o interpretou como se ele fosse o “bom da fita”, o que se vem contribuir para a complexidade de um personagem especial e crucial na acção.
 

 

Por outro lado, Vera Farmiga oscila na perfeição entre a mão de ferro e a vulnerabilidade da agente Erica Van Doren.

Alan Alda é, como se esperava, brilhante no papel do advogado bonacheirão que acaba por deixar de lado as vaidades e entregar-se de corpo e alma ao caso de uma mulher única. A cena onde defende os direitos dos jornalistas no Supremo Tribunal de Justiça é digna de especial atenção; uma bela lição de escrita cinematográfica em temas políticos e de media com um discurso absolutamente arrebatador.

 

Lurie afasta-se do caso real em que se baseia (ler no final sobre o caso verídico) em alguns pontos, alguns deles cruciais e alguns deles, sublimemente executados. De facto, as razões que moviam Rachel e que movem os jornalistas podem ser mais complexas do que aquilo que nos permitimos a pensar. A conclusão atingiu-me como um raio: perfeitamente plausível, sem deixar buracos por tapar e inesperada e surpreendentemente simples. A resposta à pergunta que esteve na boca de quase todos os personagens era simples e complicada, e por isso, impossível.

 

As abordagens abertas do sexismo e da hipocrisia beneficiaram infinitamente a fita e ainda mais as protagonistas femininas que questionaram e lutaram contra uma maré que lhes varreu a ambas a felicidade e a família, não as dispondo apenas como as pobres coitadas.

 

  

Apesar das performances excepcionais e o objecto interessante, o filme nunca faz o “click” que poderia, muito provavelmente e sem desfazer Lurie, fazer noutras mãos. Mas Nothing But the Truth é um belo trabalho de estudo sobre a relação entre a política/poder e o jornalismo, mas também sobre as pessoas e os seus prinícipios e responsabilidades. Não diminui nunca o espectador e oferece drama e suspense da melhor e mais realista qualidade. Agora digam-me… como é que isto não chegou aos cinemas americanos?


Afinal, um crítico da Rolling Stone disse tudo na sua crítica: Lurie criou um thriller político diferente; um thriller com cérebro e coração.
 

"Some time ago, I began to feel the personal, human pressure on Rachel Armstrong and I told her that I was there to represent her and not her principle. And it was not until I met her that I realized that with great people there's no difference between principle and the person."

 

7.5/10

 
 

 

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Mise en Scène - Lovely Bones, Blind Side e Mr. Fox

por Catarina d´Oliveira, em 05.08.09

Boas tardes pessoal! Hoje há mais uma leva de trailers!

 

Baseado no best-seller do mesmo nome, The Lovely Bones é realizado por Peter Jackson e protagonizado poe Mark Wahlberg, Susan Sarandon, Rachel Weisz, Saorise Ronan e Stanley Tucci. Susie é uma menina de 14 anos que foi assassinada e que do paraíso vê a sua família e o seu assassino e terá de equilibrar o desejo de vingança com o desejo de a família ultrapassar a tragédia.

 

Com o pai morto e a mãe viciada em crack, um adolescente de Memphis anda sem rumo de escola em escola e sem qualquer apoio. Uma família rica conhece-o como colega do filho e resolve adoptá-lo e educá-lo; rapidamente o seu tamanho e rapidez atraem uma equipa de futebol e o rapaz passa a tornar-se uma das grandes promessas do desporto no país.

Sandra Bullock lidera o elenco de The Blind Side que, por um trailer invulgarmente bem feito e emotivo, me parece que promete!

 

The Fantastic Mr. Fox é uma animação stop-motion realizada por Wes Anderson e baseada na história clássica infantil de Roald Dahl. Mr. Fox é uma raposa espertalhona que deve enganar três agricultores malvados e proteger a sua família. Entre as vozes célebres do clássico estão as de George Clooney, Meryl Streep, Owen Wilson e Bill Murray.

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