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Master Shot - Crianças ... inocentes?

por Catarina d´Oliveira, em 30.07.09

 

Infância.
 
Que bela fatia da vida!
Que belos tempos de alegria, de aprendizagem, de convívio e de diversão sem preocupações! Que boa época para crescer, desenvolver o intelecto e o físico, fazer amizades e ser inocente.

 

Que bons tempos para traumatizar e ser traumatizado, para ser possuído por Satanás ou mesmo para revelar-se como um robô, um fantasma, um psicopata ou… Wow! Esperem lá. Desde quando é que as crianças passaram do ser inocente para o autêntico “vai de retro Satanás”?

 

Alguém que dê um par de estalos aos pais destas crianças que claramente, e tal como os filhos, devem ter algum problema mental para ainda não os terem levado ao psicólogo.

 

A presença de "Creepy Kids" no cinema de Terror é hoje uma constante mas nem sempre foi assim. Antigamente, só muito esporadicamente é que tinhamos a nossa dose de terror infantil, mas actualmente a coisa tornou-se moda e os realizadores por esse mundo fora perceberam que ter personagens tão ambíguos e paradoxais como crianças demoníacas era um passo certo para o sucesso. 

 

Hoje deixo-vos com as minhas escolhas dos miúdos que precisavam de umas boas doses de Hannah Montana e que mais me assustaram e arrepiaram no cinema dos últimos 30 anos.

 

 

Filme: The Grudge (2004)

Representado por: Yuya Ozeki 

 

Tive pesadelos na noite em que vi este filme... em cada reentrância escura da casa receava ver os olhos cavados e negros de uma cara pálida e gélida. E o barulho que eles faziam? BRRR! Além do mais, o miúdo é um craque! Não só aterrorizou na versão original Japonesa (Ju-On) como na Americana (The Grudge). Isto é que é fibra!

 

 

Filme: El Orfanato (2007)

Representado por: Óscar Casas

 

El Orfanato é mais um daqueles filmes espanhóis brilhantes e assustadores. Esta última característica deve-se muito ao nosso amigo Tomás, um menino sem face que aparece encapuçado com uma máscara desfigurada e um apito ao pescoço e que se limita a ficar parado a olhar-nos de longe...nos olhos.

 

 

Filme: The Ring (2002)

Representada por: Daveigh Chase

A frase: "Everyone will suffer"

 

Samara é um fantasma de uma criança que foi morta e atirada para um poço pela mãe. Como é óbvio a coisa não lhe caiu bem e ela resolveu voltar para se vingar...seja lá do quem for.

Matar pessoas só ao assistir a uma cassete de vídeo é poder puro, e só por isso, Samara Morgan já merecia constar nesta lista. A acrescentar ao "docinho", temos a habitual cara pálida e olhos negros e um penteado que esconde constantemente as suas feições. Sempre fui fã do "quanto menos se vê mais assustador é"! Põe a nossa mente a funcionar e automaticamente, cada um de nós imagina aquilo que mais o assusta. Nice touch!

A imagem para a vida? Aquele rastejar para fora do ecrã da televisão. Pavoroso.

 

 

Filme: Joshua (2007)

Representado por: Jacob Kogan

A frase: "Do you still love me daddy?"

 

Joshua é o menino prodígio inteligente que toca piano. É também um caso especial. Especial porque não é possuído pelo demónio, nem é um fantasma ou um ser amaldiçoado. É simplesmente um rapaz; um rapaz violentamente enciumado pela chegada da irmã mais nova que tem uma certa queda para atacar animais, esventrar bonecos e apredrejar mendigos.

 

 

Filme: The Shining (1980)

Representadas por: Lisa e Louise Burns

A frase: "Come and play with us, Danny. Forever... and ever... and ever."

 

A presença das gémeas Grady em The Shining é fugaz mas cada segundo é um aperto no estômago e acreditem... não vão esquecê-las tão cedo.

As meninas aparecem ao pequenito (e também ele macabro apesar de não estar nesta lista) Danny Torrance e são uma espécie de aviso para aquilo que está para vir: os papás passam-se da caixa dos pirolitos e matam as mamãs e os filhotes. Amoroso. E é ainda mais amoroso quando as imagens das gémeas são intercaladas com um imenso mar de sangue ou os flashes dos seus corpos inanimados e ensanguentados... credo! Ainda mais macabro? As miudas nem gémeas eram (as actrizes tinham respectivamente, 10 e 8 anos).

 

Filme: [REC] (2007)

Representada por: Claudia Silva

 

[REC] é outro dos magníficos espanhóis. Num cenário claustrofóbico e caótico em que um vírus torna aqueles que afecta em máquinas de matar sangrentas surge uma menina acompanhada dos pais. Jennifer tem estado doente, bem como o seu cão que está no veterinário...e matou vários animais num súbito ataque furioso. De repente, Jennifer já não é a menina assustada e envergonhada, mas uma criatura deteriorada de olhos de um vermelho negro que com um instinto mais que animal, ataca a própria mãe.

 

 

Filme: Hide and Seek (2005)

Representada por: Dakota Fanning

A frase: "You're gonna make him mad."

 

Dakota Fanning é uma pequena grande actriz e foi sem grandes surpresas que a vi encarnar na perfeição mais um personagem peculiar. Desta vez, abandonamos os cabelos loiros e as expressões felizes para abraçar uns olhos cavados que espreitam por entre um cabelo escuro e escorrido. Emily perdeu a mãe e muda-se para o campo com o pai. É aí que conhece Charlie, um amigo imaginário com tendências violentas e homicidas; mas quem é ele? Um fantasma? Um demónio? ... ou uma parte da mente perturbada de Emily?

Num dos momentos mais inquietantes, um personagem pergunta a Emily o que é que ela está a desenhar: "You...dying."

 

 

Filme: A Nightmare on Elm Street (1984)

A frase"One, two, Freddy's coming for you. / Three, four, better lock your door. / Five, six, grab your crucifix. / Seven, eight, better stay awake. / Nine, ten, never sleep again."

 

O nosso amigo Freddy é um mago do terror, mas quem não se arrepiou até ao mais ínfimo pêlo quando ouviu as meninas vestidas de branco a entoar a música de Krueger? É que...a sério...só aquela letra... e cantada da maneira que é... como se de uma cançar infantil se tratasse... UI!

 

 

Filme: The Sixth Sense (1999)

Representado por: Haley Joel Osment

A frase: "I see dead people."

 

E chegamos ao incontornável Cole Sear. Haley Joel Osment brindou-nos aqui com uma das melhores performances infantis já vistas com o perturbado menino que vê pessoas mortas. É certo; Cole não era dos maus, mas aqueles olhos causaram-me arrepios que nunca esqueci. Aliás, quem fala com fantasmas é um "creep" certificadíssimo.

 

 

Filme: The Omen (2006)

Representado por: Seamus Davey-Fitzpatrick

A frase: "Please Daddy, don't!"

 

Nem precisava haver filme nenhum para eu querer estar a milhas deste miudo. A sério, até me faz confusão olhar para as fotos dele de frente (raio do miudo também parece que nos está sempre a ver!). Mas a verdade é que, a juntar ao ar sugestivo, temos também um personagem peculiar. É que Damien Thorn é nada mais nada menos que o próprio filho de Satanás, o anti-cristo, o rebento do cornudo. A partir daqui não há grande coisa que não se espere... até pessoas que o veneram de formas macabras (tipo...enforcarem-se a dizer "isto é por ti!")...

 

Menções Honrosas:

Adam Duncan (interpretado por Cameron Bright) - Godsend (2004)

Sean (interpretado por Cameron Bright) - Birth (2004)

Aidan Keller (interpretado por David Dorfman) - The Ring (2002)

Eli (interpretada por Lina Leandersson) - Lat den rätte komma in (2008)

Grupo de Crianças - Eden Lake (2008)

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Widescreen - Schindler e a menina do casaco vermelho

por Catarina d´Oliveira, em 29.07.09

Hoje resolvi começar uma nova rubrica se é que assim se pode chamar. Os posts Widescreen, postados sem ordem ou calendarização específica, serão uma honesta partilha de pequenas cenas icónicas ou de meu agrado pessoal, acompanhadas de um pequeno comentário e/ou situação histórica... Novidade não é, até porque muitos dos meus companheiros bloggers já o fazem, mas surge da necessidade de prestar especial atenção a pequenas sequências que talvez nas críticas integrais não tenham o destaque que merecem... vamos então à primeira.

 

Filme, Ano: Schindler's List, 1993

Realização: Steven Spielberg

Descrição da Cena: Oscar Schindler e a menina do casaco vermelho

 

 

Schindler's List é geralmente considerado um dos melhores filmes já feitos. A brutalidade demonstrada na Europa da Segunda Grande Guerra é devastadora, crua e, em certa medida, vergonhosa para todos nós. Como pudemos deixar que tal acontecesse?

 

Uma das cenas mais icónicas deste tesouro cinematográfico é, sem dúvida, a cena que representa o ponto de viragem da personagem de Oscar Schindler, um homem que até ao momento se importava apenas com o dinheiro que fazia e ainda mais com o que podia vir a fazer, cai na dura realidade ao observar de longe um dos vários extermínios de Judeus.

 

Neste momento, Oscar observa uma menina com um casaco vermelho, que, intencionalmente, sobressai do restante cenário que é todo filmado a preto e branco.

Schindler sente-se tocado na parte mais funda da sua alma; finalmente, sente a dor, o desespero e o medo constante do povo Judeu. Os seis milhões assassinados passam a ser uma única pessoa: a menina do casaco vermelho.

 

 

Entre todo o desespero e desgraça de Schindler's List, esta será uma das mais inspiradoras cenas, sendo a maior aproximação possível de um sentimento de esperança, de possibilidade de escapatória. Schindler compreende neste momento a sua missão. Salvar o maior número de vidas possível.

 

Numa cena subsequente, a devastação toma lugar dianteiro. Numa pilha de mortos, transportada como se de lixo se tratasse, vemos um pequeno corpo inanimado e colorido.

 

O que poucos sabem é que, de facto, esta particularidade da menina de casaco vermelho também se baseia num caso real contado no julgamento de Adolf Eichmann, um dos nazis mais odiados da Segunda Guerra.

 

 

A cena da menina do casaco vermelho é o símbolo de Schindler's List e, inequivocamente, uma das mais poderosas.

Cinema deste não há a cada esquina. Cinema deste há um em um milhão.

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Mise en Scène - Dorian Gray

por Catarina d´Oliveira, em 28.07.09

Não lhe tem sido dada muita atenção pelos media, mas Dorian Gray é um projecto que tenho vindo a acompanhar com alguma ansiedade. Não só é uma das mais icónicas obras do intemporal Oscar Wilde, como também conta com um elenco muitíssimo interessante.

 

O primeiro trailer já surgiu e é, sem dúvida, muito interessante!

 

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New Shots - 27 de Julho a 2 de Agosto 2009

por Catarina d´Oliveira, em 26.07.09

 

Esta semana nos cinemas:

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Mise en Scène - Tron, Saw VI e The Book of Eli

por Catarina d´Oliveira, em 25.07.09

Bom dia pessoal, hoje há mais trailers!

 

Lembram-se de um filme revolucionário dos princípios dos anos 80 que dava pelo nome de... Tron? Pois bem. Here comes the sequel! Quase 30 anos depois, chega Tron Legacy que promete acção, efeitos de ponta, e recordações memoráveis de um dos marcos do cinema moderno. Jeff Bridges volta ao papel de Kevin Flynn, e entre o restante elenco estão, entre outros Olivia Wilde e Garrett Hedlund.

 

 

Já estão com saudades de ouvir aquela música de um certo filme MUITO característico das alturas do Halloween? Uma pista... Tivemos o original, e depois sequela + sequela + sequela + sequela.... por aí fora. Já lá chegaram? Pois! Saw VI já está na box à espera de ver as folhas Outonais começarem a cair para espalhar, pela 6ª vez consecutiva o Horror pelas salas de cinema mundiais. Mas será que ainda consegue espalhar alguma coisa depois de tão esmifrado que já foi? (e que vai continuar a ser...a versão VII também já está encomendada...)

 

 

Por fim, temos Denzel Washington no seu The Book of Eli que, num futuro pós-apocalíptico, protege um livro sagrado que poderá conter a chave para a salvação da humanidade.

 

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Mise en Scène - Alice and Wonderland, Saw VI, Persia...

por Catarina d´Oliveira, em 23.07.09

Boa tarde pessoal!

 

Hoje trago-vos um trailer muito especial e muito aguardado. Nada mais nada menos que a nova aposta do sempre excêntrico Tim Burton, Alice in Wonderland, a ser lançado em 2010. A história encantada da infância de todos nós contará com Mia Wasikowska como Alice e as presenças estrelares de Johnny Depp (Chapeleiro Louco), Helena Bonham Carter (Rainha Vermelha), Alan Rickman (Lagarta) , Anne Hathaway (Rainha Branca), Michael Sheen (Coelho Branco) e Christopher Lee ( Jabberwocky).

 

 

Depois tenho aqui alguns posterzinhos para partilhar convosco, que podem aumentar ao clicar.

 

A aventura de computador Prince of Persia já teve direito às suas honras cinematográficas. Jake Gylenhaal protagonizará Prince of Persia: The Sands of Time a estrear em 2010. De seguida, mais um poster do curiosíssimo Shutter Island de Scorsese e mais uma dose anual de Saw. O que é que esperávamos? Que parasse pelo V? Nada disso. Ainda vem mais uma mão cheia deles certamente...

 

 

 

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Freeze Frame Shot - Meet... the new Freddy Krueger.

por Catarina d´Oliveira, em 23.07.09

É com algum espanto que concluo que muitos dos meus amigos não conhecem uma das mais famosas, assustadoras e icónicas sagas de terror da sétima arte.

 

"Whatever you do don't fall asleep."

A Nightmare on Elm Street (1984)

 

Freddy Krueger era um homem que abusava e matava crianças com uma luva personalizada na rua Elm. Quando foi apanhado, foi queimado vivo pelos pais das crianças numa fábrica abandonada. Krueger prometeu vingança e, depois de morto e completamente desfigurado pelas queimaduras que sofreu, cumpriu. Freddy Krueger ataca as suas vítimas durante o sono, aparecendo nos seus pesadelos e provocando mortes horrendas e sangrentas.

 

Se é para que mais gente conheça este "mestre" do horror, então já fico contente com o remake. É de facto um crime, uma atrocidade haver tanta gente que não conhece esta história, sendo ela um marco incontornável no cinema de terror.

 

Samuel Bayer terá a tarefa de dirigir um Freddy renovado, mais assustador e mais sangrento, mas mantendo o carisma original. O próprio Freddy também será outro. O notável Robert Englund da série orginial dos anos 80-90 será substituído por Jackie Earle Haley que já tem uma notável reputação em personagens assustadores e...peculiares (especialmente em Little Children e, mais recentemente, Watchmen).

 

Tudo isto para dizer...que saíram as primeiras imagens de A Nightmare on Elm Street, a estrear lá para meio de 2010. Ainda dá para ver pouco, mas Freddy está definitivamente de volta. Façamos figas para que seja assutador e faça juz à obra original. E já agora que também tenha as meninas vestidas de branco a saltar à corda e a cantar a também aterradora música...

 

One, two, Freddy’s coming for you.

Three, four, better lock your door.

Five, six, grab your crucifix.

Seven, eight, gonna stay up late.

Nine, ten, never sleep again. 

 

 

 

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"Years ago, I knew a boy who made all the wrong choices. He seemed a student like any other. His name was Tom Riddle. Today, the world knows him by another name: Voldemort"

 

Antes de escrever qualquer outra coisa, vale a pena esclarecer umas quantas questões importantes.

 

Quem espera, depois de ter lido os livros de J.K.Rowling, sair das salas de cinema extasiado de alegria pela adaptação perfeita, desengane-se. Rowling criou um mundo que nem oito nem oitenta filmes poderiam reproduzir na perfeição.

 

Para quem não leu, acredito que os filmes satisfaçam mais que bem as expectativas; para quem não leu o caso é diferente. A questão não será tanto tomar os livros e os filmes como experiências totalmente separadas e independentes para tirar o máximo partido de ambos, mas tomá-los como um elemento de um mesmo conjunto apreendendo porém, e aqui surge a parte complicada, a aceitar que um filme nunca poderá ser como um livro, e vice versa.

Esclarecidos estes pontos, vamos ao que interessa. Desculpem-me antecipadamente a extensão da crítica mas realmente há muito do que falar e ainda muito fica por dizer...

 

Deslumbrantemente bem executado e, creio eu, deliberadamente menos fantasioso e activo que os seus precedentes, Harry Potter and the Half-Blood Prince é uma rica combinação de temor, tristeza e perda e amor, alegria e amizade.David Yates fez finalmente um filme que não ambiciona agradar a Gregos e Troianos, o que por si só, demonstra a sua confiança no projecto que abraçou.

 

O pano abre com uma sequência electrizante que, apesar de estar referida na saga, não é alvo de grandes pormenores. Uma série de Devoradores da Morte surgem no céu diurno mas escuro e nublado e mergulham a pique numa Londres assustada e frágil. Deixando atrás de si um fumo negro corrupto, espalham o terror entre a comunidade Muggle com uma alegria insana. Na despedida gloriosa, despedaçam a colossal Millenium Bridge. A magia vai começar.
 

 

A história deixa-se fluir de forma imponente e desapressada.
A magia desencabrestada é substituída por uma abordagem mais pausada e madura que reduz ao essencial o desafio do imaginário mágico, algo que, surpreendentemente, torna ainda mais fantástica esta jornada d’ “O Escolhido”.


Contrariamente ao que acontece com outras sagas, a de Potter não enfraqueceu. Os filmes têm, dentro dos seus possíveis, feito uma justiça incrível ao complexo mundo criado por J.K. Rowling; algo que os fãs, entre as intermináveis enumerações de elementos faltosos, muitas vezes falham em ressalvar.

 

Os filmes amadureceram, acompanhando o passo dos protagonistas. O equilíbrio encontrado entre o drama, os motivos negros e o humor adolescente torna de Half-Blood Prince um dos, se não mesmo o melhor da série até ao momento.

Neste capítulo, a acção é uma personagem secundária, quase meramente figurante à medida que nos deixamos levar pelos conflitos emocionais que dominam Hogwarts neste sexto ano escolar. O amor e a alegria juvenil cruzam-se a cada esquina com o peso de tarefas obscuras, com a perda, com o drama e com a consciência.

 

David Yates deve aqui ser prezado. Na sua segunda volta como realizador das aventuras de Potter, demonstra aqui que tem todos os pozinhos necessários para acertar em cheio na fórmula mágica do desfecho da aventura. Yates vem, desta feita, muito mais confiante e traz consigo cada vez mais mais bagagem (seja ela física ou emocional) do mundo real permitindo-nos uma relação de aproximação crescente com a história e os protagonistas.
 

 

Há oito anos, a fantasia imperava : criaturas fantásticas, corujas, elfos domésticos, fantasmas... mas tudo isso amadureceu aos poucos, e Hogwarts que temos hoje é uma escola diferente. Sem fantasmas, sem quadros que se mexem freneticamente, sem corredores atafulhados de jovens alunos excitados com a próxima aula de Defesa contra as Artes Negras e receosos de entrarem na intimidante masmorra de Poções; hoje Hogwarts é uma escola cheia de alunos, mas supreendentemente vazia, escura e de semblante solene e pesado. Algo de tenebroso se aproxima, e as próprias paredes da escola dirigida por Albus Dumbledore o sentem.

 

As considerações técnicas serão breves, mas não por isso se pensem minimizadas. Os efeitos especiais continuam num caminho ascendente esplendoroso sendo claramente os mais visualmente arrebatadores da série. O estrante nas lides feiticeiras Bruno Delnonnel contribui com uma fotografia excepcional que cria um ambiente notável nunca antes visto na saga Potter.

 

As minhas maiores queixas no elenco jovem sempre foram dirigidas a Daniel Radcliffe, que talvez também acusando o peso excessivo de protagonista heróico, nunca foi “mágico”. Todavia, e quero salientá-lo, tem vindo a melhorar e especialmente em Half-Blood Prince começou a ser um prazer vê-lo, uma vez que dá uma gravidade e maturidade a Harry que até aqui não tínhamos visto.
Emma Watson, desta vez com uma tarefa mais passiva, continua a demonstrar o talento claro num episódio que, para si, foi especialmente marcado pela tristeza, melancolia e paixão não correspondida.

 

Mas o Ying e o Yang deste espantoso sexto episódio da série escrita por J.K.Rowling são, sem qualquer dúvida, Rupert Grint e Tom Felton. Grint demonstra uma vez mais o timing cómico espantoso e é realmente quase impossível não rir na grande parte das suas cenas. Felton tem aqui, e pela primeira vez, algo mais que fazer do que um simples bully afectado e irritante. Malfoy é-nos apresentado numa nova dimensão e Felton consegue trazer à tona uma vulnerabilidade tão humana em Draco que não conseguimos apenas odiá-lo, mas também ter desenvolver um inevitável sentido de pena.
 

 

No já habitual “Quem é Quem” dos grandes astros britânicos que aparecem na saga, surge-nos a novidade anual no cargo de Professor de Hogwarts, desta vez, na cadeira de Poções. Jim Broadbent é o excêntrico e estranho Professor Horace Slughorn e vê-lo é, sem dúvida, um deleite. Não querendo estender-me a desnecessárias considerações sobre todo o brilhante elenco secundário de “pesos pesados” britânicos” farei apenas duas referências rápidas.

 

Helena Bonham Carter é um autêntico festival de loucura e caos; uma demónio de varinha em mão que se nota aproveitar cada segundo do seu tempo de antena para se divertir ao máximo e, consequentemente, deslumbrar.
O outro destaque, todos sabem qual é: o genial Alan Rickman que, uma vez mais e sem surpresa, domina o ecrã com um Severus Snae que nos deixa sempre a desejar mais e mais. O dom para a palavra do homem é realmente espantoso e inimitável. Esplendido!


Seriam estranhos tantos elogios para a consequente nota, que não é a máxima. Mas de facto, houve dois pontos que não me agradaram especialmente.


A explicação do realizador David Yates para a exclusão da sequência de clímax final fez-me algum sentido. Afinal, por mais que quiséssemos ver uma grande cena de confronto neste sexto episódio, a verdade é que pela altura da parte final, talvez olhássemos para a grande batalha final (e essa sim, GRANDE) como uma reprodução de algo que já tínhamos visto. E qual é o mal de, entre uma longa “octologia”, haver um filme que preza, acima do resto, a palavra e a emoção humanas? Nenhum vos digo eu! Por isso a minha crítica não vai por aí.

 

A grande questão é que houve pouco Half-Blood Prince. O livro maravilha por que Harry obsecava (muito mais na literatura do que na adaptação cinematográfica) não teve o protagonismo que merecia, o que acabou por também se traduzir numa revelação final sem sal e o devido valor. É que…se virmos bem… é o nome do filme meus amigos, decerto merecia mais destaque… digo eu, não sei. Até porque havia mais coisas giras e não muito demoradas por onde pegar.

 

O outro aspecto que me incomodou mais foram as pequenas pistas dadas relativamente a reviravoltas futuras, especialmente pelo nosso amigo Snape. Quem leu os livros sabe ao que me refiro e sabe que, até aos momentos finais, não há migalhinhas pelo caminho, o que contribui MUITO para os múltiplos efeitos surpresa do desfecho. Espero sinceramente que tenha sido uma mera consequência de eu conhecer a história e o final e automaticamente compreender estes sinais… mas terei de esperar pelas opiniões daqueles que não leram os livros para saber de facto.
 

 

Os efeitos espectaculares, as performances cravejadas de nuances e o diálogo gracioso e mordaz fazem de Half-Blood Prince um dos grandes pilares da série. Qualquer desilusão surgirá apenas da ausência de algo do livro, ou da posição ingrata do episódio na própria estrutura da saga: o estender da passadeira para o derradeiro capítulo final bi-partido.

 

Uma cena adicional criada diz tudo sobre o espírito desta equipa gigantesca por de trás do sucesso da história do rapaz que sobreviveu. Numa cena em que professores e alunos erguem as suas varinhas iluminadas aos céus negros e tenebrosos, vemos que, mesmo em momentos de adversidade e escuridão, a união e o companheirismo trarão luz e esperança.
 

"I never noticed how beautiful this place is."

 

8.5/10

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Snorricam - É OFICIAL, a fã mais hilariante do mundo

por Catarina d´Oliveira, em 21.07.09

Afinal ainda não é desta que vos trago a crítica da mais recente aventura do nosso amigo Potter no grande ecrã... mas em compensação, trago-vos algumas pérolas que arrancaram sem qualquer dúvida, algumas gargalhadas e MUITOS sorrisos.

 

Harry Potter é um fenómeno inequívoco em todo o mundo; contudo, há fãs e fãs. Há aqueles, como eu e muitos de vós, que leram os livros e aguardam com expectativa os filmes e depois há aqueles...bem.. FÃS! Que vivem mesmo a coisa.

 

Bom, um programa televisivo humorístico Japonês de nome Karakuri Terebi lançou um concurso há umas semanas para eleger o maior fã de Harry Potter do país. Entre 10000 participantes, um seria o escolhido e galardoado com uma viagem ao Reino Unido, mais particularmente, ao set de Harry Potter and the Half-Blood Prince . É claro que a escolha caiu voluntariamente sobre o fã mais estranho e obsessivo... uma rapariga chamada Kana.

 

O resultado da sua visita...bem nem consigo descrevê-lo com justiça. É de facto das coisas mais hilariantes que tenho visto nos últimos tempos. Eu estou estupefacta... não sei como é que o coração da moça aguentou tanta alegria. Eu acho que ela estava prestes a rebentar ou a desfazer-se toda... Pela minha saúde, eu nunca vi nada assim...

Nem tem as legendas todas, mas nem é preciso acreditem. Vejam! E divirtam-se.

 

Momento com Daniel Radcliffe (Harry Potter)

 

Momento com Rupert Grint (Ron Weasley)

 

Momento com Emma Watson (Hermione Granger)

 

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Snorricam - O melhor que o Reino Unido tem para oferecer...

por Catarina d´Oliveira, em 20.07.09

...está em Harry Potter. Bom, nem todo o melhor; mas certamente GRANDE parte dele.

Harry Potter tem conseguido, ao longo da sua história cinematográfica, recrutar alguns dos mais brilhantes astros da lingua inglesa pura. É que...se pensarmos bem... UAU!

 

 

   Alan Rickman como Severus Snape               Michael Gambon como Dumbledore

 

 

Richard Harris como Dumbledore       Ralph Fiennes como Voldemort

 (nos dois primeiros filmes)                                                             

 

 

  Maggie Smith como Minerva McGonagall       Kenneth Branagh como Gilderoy

                                                                                         Lockhart

 

 

Gary Oldman como Sirius Black                   John Hurt como Ollivander

 

 

 Jim Broadbent como Horace Slughorn            Julie Walters como Mrs Weasley

 

 

      Robbie Coltrane como Rubeus Hagrid  John Cleese como Nearly-Headless Nick

 

 

   Julie Christie como Madame Rosmerta   Emma Thompson como Sybill Trelawney

 

 

      Helena Bonham Carter como Bellatrix      Brendan Gleeson como Mad-Eye   Lestrange                                             Moody              

 

 

Bill Nighy como Rufus Scrimgeour                Jason Isaacs como Lucius Malfoy

 

 

UFA....

 

E só para terminar... uma comparação curiosa.

 

O trio maravilha em 2000...

 

...e em 2009.

 

*** ****

 

P.S. é verdade... já vi Half-Blood Prince e, como não podia deixar de ser, a crítica virá; em princípio amanhã mesmo.

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