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Por entre tantas más-línguas, críticas e apreciações (boas ou más) que fazemos aos filmes que hoje estreiam nas nossas salas, esquecemos, na maioria das vezes, que o que temos perante nós é uma obra de arte. Um testemunho único, uma mensagem instransmissível; seja ela qual for.
Às vezes estamos tão imersos na avaliação do que está bem e do que está mal que acabamos por esquecer aquilo que realmente vale a pena na experiência de assistir a um filme: vibrar, rir, chorar, aprender, viver.
Colby Curtin tinha apenas sete anos quando lhe foi diagnosticado um tipo de Cancro(Vascular) muito raro que afecta perigosamente os vasos sanguíneos. Passados mais de três anos e já num estado muito deteriorado, Colby estava preparada para a morte, mas não antes de ver realizado o seu último desejo: ver o mais novo filme da Pixar, Up.
Em Abril deste ano Colby viu um preview de Up e ficou imediatamente cheia de vontade de o ver. Porém, no seu estado já muito crítico, era-lhe impossível ir até um cinema para assistir ao filme.
Foi então que um amigo da família começou a bombardear a Pixar com chamadas telefónicas e... a produtora acedeu enviando imediatamente um empregado com o dvd de Up para um visionamento privado, peluches e um poster no dia 10 de Junho.
As dores eram tão fortes que Colby não conseguiu abrir os olhos para ver o filme, ouvindo apenas os diálogos dos personagens e a descrição de cada cena por parte da mãe. No final, a mãe perguntou-lhe se gostou do filme; Colby assentiu com a cabeça.
Sete horas depois, acabou por sucumbir ao mal com o qual lutou corajosa e inspiradoramente por quase quatro anos.
Para qualquer pessoa, amante ou não do cinema, Colbie é uma história de força e persistência; de maturidade e coragem; de alegria e de tristeza.
Colbie era uma simples menina que adorava filmes da Pixar, e cujo único desejo antes de morrer, era ver o último filme de animação da produtora. O último desejo.
É por estas pessoas, por estes acontecimentos e por estas lições que da próxima vez que nos sentarmos numa sala de cinema poderemos pensar que o cinema não é só uma sucessão de imagens acompanhada de sons; mas um instrumento para a vida e para mudar vidas.
“I’m ready (to die), but I’m going to wait for the movie.”
Colby Curtin
Esta semana nos cinemas: