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Bem tecnicamente a contagem está mal feita porque, a sinal dos cientistas, devíamos ter acrescentado 1 segundo a 2008... seria então 3,2,1..1, 0! Mas isso não era tão dramático...enfim..não interessa!
O que interessa é que 2009 chegue com tudo o que há de melhor!
Felicidades a todos, e que o melhor de 2008 seja o pior de 2009 :P
- Pela última vez este ano, gostava de partilhar convosco o meu ponto-de-vista cinematográfico. Não escolhi um filme qualquer. É um filme estreado este ano em Portugal, apesar de ter estreado em 2007 nos EUA, e que é tão somente na minha opinião, o melhor do ano. Atonement entrou directamente para o meu mural e já a seguir vos explicarei porquê.
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"I'd like to think this isn't weakness or... evasion... but a final act of kindness. I gave them their happiness."
1935, a família Tallis vive uma vida de conforto e luxo numa enorme mansão. No dia mais quente do ano, Briony, uma precoce aspirante a escritora de apenas 13 anos, vê algo que não entende, e a sua viva imaginação fabrica algo que não aconteceu realmente.
Robbie Turner, o filho de um antigo empregado da família Tallis, é apaixonado por Cecilia, a irmã mais velha de Briony que, como ele deseja, também gosta dele. Pouca falta para o Amor explodir, depois de alguns episódios desconcertantes. Quando isso acontece, ambos fazem juras de amor e entregam-se um ao outro, com enorme desejo. Briony, que nutria um carinho particular por Robbie, assiste a tudo; algo que não compreende na sua verdadeira extensão. Sentindo-se obrigada a interferir, acusa Robbie de um crime horrendo que este não cometeu, acabando por ser preso (mais tarde indo servir na 2ªGuerra Mundial) com base nos falsos testemunhos da criança. Pelo azul fundo dos olhos de Briony, vemos a história de três vidas mudadas para sempre, e para sempre Briony tenta reencontrar o perdão.
Num acto de imaginação complexo - duro mas em certa medida corajoso - encontra o único caminho que conhece para a reparação e redenção; e para a compreensão do que o Amor de uma vida realmente é.
Já vi Atonement mais que uma vez. Talvez umas três vezes… e de cada vez que o vi, senti algo diferente. E de cada vez que o vi, senti algo mais forte. Cada vez mais, gostei do que vi.
O brilhante e intrigante romance de Ian McEwan era, à primeira vista, inadaptável. Mas isso não parou o argumentista Christopher Hampton ou o realizador Joe Wright. Juntos criaram uma das mais belas e fiéis adaptações cinematográficas de que tenho memória. Atonement é um autêntico épico cinematográfico, uma poesia escrita em finos e cuidados detalhes que constroem algo que extrapola em anos luz a dimensão física do ecrã.
A luz e cor delicadas e vivas dos campos britânicos vêm a sua pintura borrada por uma transição violenta para a tempestuosa e cinzenta França da Segunda Guerra Mundial; o terror espalha-se pelas ruas como uma peste, e nos olhos dos corajosos soldados agachados nos esconderijos, um brilho já muito baço relembra a esperança de um dia regressar a casa.
Os cenários e o guarda-roupa não são meros adereços técnicos; são eles mesmos personagens vivas, movendo-se por uma realidade que nos recusamos a aceitar e uma ficção a que nos agarramos desesperadamente. A banda sonora - muito justamente Oscarizada - é minuciosamente composta, alternando o som electrizante e ritmado da máquina de escrever da inventiva Briony e do piano, com a voz melancólica e infeliz das cordas friccionadas que choram a realidade dura de Cecilia e Robbie.
O trio protagonista, que é na verdade um quinteto, parece talhado para a história, numa combinação de excelência de interpretações a que é raro assistir nos dias correntes.
Briony é vivida por três actrizes em três fases diferentes. Saoirse Ronan, a grande revelação, dá à menina de 13 anos uma profundidade e verdade tão cruas como inacreditáveis para tão jovem actriz. A nomeação ao Óscar foi sem dúvida uma merecida distinção. Espectacular! A continuidade envolvente é promovida pela excelente Romola Garai e, depois, na velhice, pela arrepiante Vanessa Redgrave, que apesar de ter poucos minutos de cena transporta uma vida de contínuo e interminável remorso para uma série excepcional de olhares infelizes e gestos culpados.
O condenado casal toma forma pelas presenças físicas de Keira Knightley e James MacAvoy, que têm uma ascenção gradual ao longo da fita atingindo picos interpretativos tão honestos e dolorosos que se tornam custosos de assistir. Duas estrelas britânicas em grande crescimento desde há alguns anos que serão, sem dúvida, titãs do futuro.
Atonement é, em tudo o que o compõe, um filme completíssimo. Desde o argumento magnificamente construído a uma combinação rara de excepcionais interpretações, da banda sonora envolvente à fotografia incontornável, Atonement é muito mais que um mero filme. É uma revelação pura do poder do Cinema.
É cada vez mais raro encontrar um filme verdadeiramente bom. É cada vez maior a certeza de que o cinema do séc. XXI se perde muitas vezes por entre o fenómeno desumanizante do Blockbuster e do “filme pipoca”. Muita gente pensa que o cinema perdeu o seu encanto…
Para eles e para todos vocês fica o conselho: vejam Atonement. Far-vos-á acreditar de novo.
10/10
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Excedi-me um pouco nesta crítica, pelo que me desculpo... mas há tanto a dizer e as palavras são tão poucas e por vezes tão superficiais que se torna difícil falar de um filme como estes.
No entanto, e terminando de forma diferente, gostava de fazer referência e homenagear uma cena pela qual me apaixonei desde o primeiro momento, e que, acredito, será recordada por largos anos. Falo da brilhante sequência sem cortes de 5 minutos na praia de Dunkirk, durante a evacuação dos soldados britânicos.
Os violinos acompanham um cenário de destruição negra, onde soldados doentes e feridos e animais irreparáveis cobrem uma enorme extensão de areal cinzento e morto. A certo momento, as vozes dos soldados elevam-se louvando, pelas palavras do arrepiante hino Dear Lord and Father of Mankind, a paz e o amor e pedindo a força necessária para afastar o medo de um regresso negado pela guerra e destruição.
Palavras não são suficientes para descrever ser o significado ou o poder, por isso, deixo-vos com os versos cantados pelos corajosos Homens que lutavam pela sua pátria e, como não podia deixar de ser, o próprio vídeo. Deixem-se levar pela genialidade.
Drop Thy still dews of quietness,
Till all our strivings cease;
Take from our souls the strain and stress,
And let our ordered lives confess
The beauty of Thy peace.
The beauty of Thy peace.
Breathe through the heats of our desire
Thy coolness and Thy balm;
Let sense be dumb, let flesh retire;
Speak through the earthquake, wind, and fire,
O still, small voice of calm!
O still, small voice of calm!
Parece-me bem que 2009 vai ser o ano de uma grande disputa: Dragonball VS Street Fighter. A questão é...Quem arruinará mais depressa as duas lendas animadas vindas do Oriente? Vejam lá o novo trailer do Street Fighter e depois digam qualquer coisinha...ou não. Ah sim! Para ainda ser melhor... é em japonês ;)
É que nem ouso dizer qual deles o melhor...que medo.
A Empire disponibilizou novas imagens de algumas das promessas de 2009; são eles Transformers 2, Up e State of Play. Os dois últimos cheiram-me a coisa boa!
(clicar para ampliar)
Esta semana nos cinemas:
Admito que, de vez em quando, faço o meu comentariozinho para quem está ao meu lado numa sala de cinema. No entanto, irrita-me um bocadinho (grande) aquelas pessoas que passam um filme inteiro a falar ou a comer ruidosamente por exemplo...
Para James Joseph Cialella Jr. isto é não só irritante como, literalmente, insuportável!
Numa sessão especial de Natal do filme The Curious Case of Benjamin Button, o nosso amigo Cialella "passou-se" com uma família faladora que estava perto de si.
O pai e filho que estavam numa animada converseta foram inicialmente repreendidos verbalmente e atingidos por umas (ainda) inofensivas pipocas.
Como a situação se manteve, Cialella tomou medidas mais drásticas: levantou-se foribundo, e, quando o pai tentava proteger o filho na acesa discussão, Cialella não foi de meias medidas e tirou uma arma do casaco e deu-lhe um tiro num braço! Enquanto os espectadores saíam da sala numa correria, o bom Cialella voltou calmamente ao seu lugar e continuou a ver o filme. A polícia chegou uns minutos depois e prendeu-o.
Credo...Este mundo está às avessas!
"Just because it is, doesn't mean it should be."
Histórias de Amor. Existem por aí aos molhos; provavelmente, mais do que qualquer outra coisa, são temática muito presente no cinema. Muitas delas são felizes, outras lamentáveis; umas são horrendas, outras são arrebatadoramente belas.
O que se adivinha sempre excepcionalmente difícil num “conto de amor cinematográfico” é encontrar a mão certa para o guiar, dirigir. Poucos realizadores têm a sensibilidade para compreender a profundidade dramática e mesmo histórica de uma paixão; saber o que toca o coração do telespectador é uma qualidade imprescindível.
Apesar da curta carreira (apenas quatro filmes realizados), Baz Luhrmann já demonstrou ter o verdadeiro dom para filmar histórias de Amor. Provas vivas dessa constatação são os apaixonantes Romeo + Juliet e Moulin Rouge!. Poucos o sabem fazer com esta mestria, e Australia é mais uma veemente confirmação.
Australia, período “pré-Guerra”, 1º acto: Lady Sarah Ashley, uma aristocrata inglesa, vê-se inesperadamente viúva e herda uma quinta, aproximadamente do tamanho do estado de Maryland. Fazendo frente a barões do gado com desejo de hegemonia e sem escrúpulos, Sarah passa por cima do orgulho e une-se a um áspero “cowboy” conhecido e admirado por muitos, Drover, para conseguir salvar as suas terras. Juntos embarcam numa atribulada e longa viagem pelas possantes paisagens australianas.
Australia, início da Segunda Guerra Mundial, 2º acto: À chegada Sarah e Drover deparam-se com outras desagradáveis surpresas: a Guerra já começou, e os japoneses que atacaram Pearl Harbor começam a bombardear a Australia.
Drama, aventura e espectáculo são os três grandes ingredientes neste visualmente deslumbrante épico ao estilo de Western trazido até nós por Baz Luhrmann. A recepção tem sido, no mínimo, variada. Há quem adore, há que fique um pouco desapontado, há quem não aprecie… eu cá gostei.
É verdade que assistir a Australia nos faz revisitar lugares antigos e já muito conhecidos; o amor entre classes diferentes, o cenário de guerra, a corrupção dos poderosos. É também verdade que, consequentemente, possamos muitas vezes prever (acertadamente) o que acontecerá nas cenas seguintes. No entanto, não podemos negar que Luhrmann é capaz de metamorfizar estes velhotes clichés em algo singularmente belo e, em certas medidas, original, justificado em grande parte pela grande exuberância irresistível.
Uma coisa parece-me ser unânime: Australia é um dos filmes com melhor aspecto do ano, e sem grandes reservas, atrevo-me a dizer que pelo menos as categorias de Melhor Fotografia e Melhor Direcção Artística nos Óscares só terão 4 vagas em aberto nas nomeações. Não me quero alongar num tema tão mastigado quando se fala de Australia, mas é realmente impossível ignorar a beleza e estética das virgens paisagens e cenários Australianos, com sabiamente administrados efeitos visuais (outro dos grandes pontos fortes). Que deleite para os olhos e para a alma!
Não pude deixar de achar graça quando, ainda o filme não ia longo, a minha irmã me perguntou ao ouvido se este filme era uma comédia romântica. Em resposta à minha irmã, não; não é uma comédia romântica. É uma história de amor com inúmeros elementos dramáticos e épicos, por vezes polvilhada com momentos mais leves e de tom cómico, para aliviar um bocadinho. E o timing é muito bom! E a protagonista da maior parte deles, Nicole Kidman, também, com cenas perfeitamente deliciosas demonstrando a verdadeira natureza de Sarah: uma boa pessoa muito sofisticada, mas desajeitada em várias das suas “tarefas” ao longo da fita.
Que frase cliché mais verdadeira... "Como o tempo voa..."
Ainda ontem era Verão e o Close-Up abria as suas portas pela primeira vez, e já hoje, quase meio ano depois, é véspera de Natal.
Não seria possível desejar melhores prendas do que já tive nestes meses com o blog. O reconhecimento, o apoio e especialmente, a amizade de alguns grandes membros desta já enorme "equipa de cinema" da blogosfera. Por isso, de prenda de Natal só desejo continuar a ter o mesmo empenho e vontade que tive até hoje, e que este blog que já tanto me deu continue por muito tempo.
Não vejo o Natal como um marco religioso, mas como um marco de gratidão, partilha e amor de todos os tipos. A todos vocês que apoiam e visitam o Close-Up, (e claro, para os que não visitam, mas esses também não vão saber que lhes desejei bom Natal...bom mas adiante!) o desejo de uma grande Noite de Natal e que estes dias não ocorram apenas uma vez por ano, mas sempre.
Feliz Natal, vemo-nos amanhã.
Ora muito bom dia! Hoje é aquele grande dia, o da véspera de Natal que tem direito à grande ceia em família. Entusiasmados? Eu cá sei que estou, e muito!
Bom, mas para o dia começar alegre e logo cheio de coisas boas, trago-vos uns trailerzinhos acabadinhos de sair! Tudo bons filmes parece-me.
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Baseado no comic Rex Havoc, Monsters vs Aliens dá nova vida aos clássicos filmes de monstros numa história de um caçador de monstros que é chamado para ajudar no combate a perigosos aliens que inrromperam pela Terra e pelas estações de televisão de todo o país. Reese Witherspoon, Hugh Laurie, Seth Rogen e Will Arnett dão voz aos nossos novos heróis.
Rachel McAdams, Ben Affleck, Russell Crowe e Robin Wright Penn, Helen Mirren juntam-se na adaptação cinematográfica da mini-série da BBC, State of Play. O enredo envolve a investigação por parte de uma equipa de jornalistas e um detective da polícia do assassinato de uma amante de um importante político. (Pareceu-me bem interessante. Por outras alturas tinha ouvido falar muito dele, quando supostamente seria a "reunião" de Brad Pitt e Edward Norton, mas depois desapareceu...agora reaparece com um trailer todo catita! Boa!)
Estamos num mundo paralelo, e cada elemento e cada legado da humanidade parece ter os dias contados. Vivendo num cenário de completa destruição apocalíptica, um grupo de bonecos de pano encontra, finalmente, o seu líder e salvador em 9. Conseguirá o planeta a derradeira salvação? Produzido pelo mestre Tim Burton, 9 conta com as vozes de Elijah Wood, Jennifer Connelly e John C. Reilly.
...ficam aqui hoje alguns momentos que exprimem como nenhuns outros o que o Natal realmente é: uma época de família, de amigos, de fraternidade, de festa, de partilha, mas, e acima de tudo, de AMOR.