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Deep Focus - Da Página para o Ecrã (1/3)

por Catarina d´Oliveira, em 24.11.08

 

Da Página para o ecrã - O filme é sempre destinado a falhar? (1/3)

 
Não me lembro de alguma vez ter ouvido alguém dizer “Tens de ver o filme antes de ler o livro!”. É quase inevitável que, quando chega às salas um filme baseado num livro, independentemente das pessoas terem gostado ou não, a primeira frase que sai da boca é “Gostei mais do livro”.
 
Porque é que isto acontece? Um livro é, por natureza, melhor que um filme? Pessoalmente, acho que não. Aliás, é o mesmo que comparar batatas com cebolas.
Mas ainda assim, aposto que bem mais de 80% das pessoas dirão que “o livro é melhor que o filme”. A questão eleva-se de novo…PORQUÊ?
 
Bom, há várias teorias, ou respostas se preferirmos. Algumas melhores, outras nem tanto, mas aqui ficam aquelas que me parecem de facto as mais justificadas e plausíveis.
 
1.     Ler o livro antes de ver o filme.
 
Em praticamente tudo o que fazemos na vida, a primeira
experiência é aquela que não só funciona como padrão, mas também nos permite familiarizar com o que quer que seja que experienciámos. Quando vemos um filme e depois um remake desse mesmo filme, é impossível não compararmos os dois. Nunca conseguimos julgar o remake como um filme em si mesmo porque já temos intricado o padrão do 1º filme.
Mesmo que o remake seja de facto melhor, a grande tendência será para o não admitir, ou mesmo o não ver. Porque o primeiro é o primeiro e foi apenas julgado pelos seus méritos próprios.
 
A regra é a mesma com os livros/filmes. Geralmente lemos o livro primeiro e o nosso gosto é determinado pelo seu próprio mérito. Posteriormente, vemos o filme, que já não o julgaremos por si mesmo, mas em comparação com o livro.
Não vale a pena falar de Justiça ou Injustiça porque, no final de contas, é natural que assim seja. As coisas são como são, ponto.
 
2.     Centenas de páginas de livro vs 2 horas de filme
 
300, 500, 800 páginas cheiinhas de diferentes narrativas, acção, diálogos, monólogos, análises psíquicas (…) e disponibilizando um minucioso detalhe sobre cada pormenor que possamos imaginar. Um bom livro pode sugar-nos completamente durante dias, fazendo-nos sentir autenticamente toda a atmosfera, criando na nossa mente a nossa própria imagem daquilo que é a história que lemos, dando face ao que não tem cara. Nas páginas, o tempo voa parado. Não há pressas, o autor explica e descreve, calmamente. Seguimos a história ao nosso ritmo, numa diversão longa e envolvente.
 
 
Passamos para outra realidade, a do filme. Consideraremos aqui, genericamente, que um filme tem à volta 2 horas, e que, consequentemente, terá cerca de 115-130 páginas de guião. E agora, a “matemática de merceeiro” chega para compreender a situação. É impossível um guião de 120 páginas replicar os mesmos acontecimentos minuciosamente descritos nas 500-800 páginas de um livro.
Terão de haver muitos cortes e adaptações (aqui não tendo em conta se são bem ou mal feitos), pois nem tudo o que funciona no papel funciona na prática, ou em movimento se se preferir.
 
3.     A imaginação é o perfeito “centro de castings”
 
Enquanto lemos um livro, somos livres, temos orçamento ilimitado e carte “blanche” em todas as jogadas.. Livres para criar ambientes, lugares, personagens. As coisas são como nós as imaginamos, e a imagem que eu formo em relação a alguma coisa, é seguramente diferente da que qualquer um de vocês terá nas vossas cabeças.
 
 
Em traços drásticos podemos dizer que os filmes “assassinam” esta liberdade e esta imaginação.
O mundo imaginário que era só nosso passa a ser real e a estar aos olhos de todos. Os personagens, a quem atribuímos mentalmente características muito pessoais e especiais, são representados por actores que muitas vezes se afastam anos-luz do que imaginávamos.
 
4.     É muito mais “intelectual” preferir o livro ao filme
 
Esta questão é obviamente de natureza diferente das outras, o que não quer dizer que não aconteça com muita frequência. Há pessoas cultas, pessoas menos cultas, e pessoas que, mesmo não sendo muito cultas, dão a entender que o são.
 
E em todas as três categorias existe uma boa percentagem que gosta sempre mais do livro. Invariavelmente. Porquê? Porque os livros são mais sérios, mais sofisticados. Parece melhor apreciar um bom livro que o divertimento das massas.
 
“O livro é melhor que o filme…como sempre!”. Pode até ser verdade em muitas situações, mas quem afirma que isto se passa sempre, das duas uma, ou viu poucos filmes, ou, e mais provavelmente, leu poucos livros. Pessoalmente, e não tenho vergonhas de o admitir. Gosto de ler e penso ter já lido uma aceitável quantidade de livros, mas são realmente escassos os casos em que li o livro e vi o filme.
 
 
O que é importante reter nesta discussão interminável é, no entanto, muito simples.
Cinema e Livros são tipos de media completamente diferentes. Quem espera chegar ao cinema e ver uma representação fiel de um livro (o que, admito, eu mesma espero por vezes), só demonstra ingenuidade e falta de senso. Cada um utiliza diferentes técnicas para entreter. Cada um tem uma interpretação diferente, apesar de tratar a mesma base de acontecimentos. O ponto forte de um livro poderá bem ser o ponto fraco de um filme, e vice versa.
 
Um filme tem necessariamente de ser simples, directo (o que obviamente não significa que não seja envolvente e dramaticamente competente), chama os sentidos a actuar – visão e audição.
 
Um livro invoca mais imaginação – a minha história, o meu mundo, as minhas personagens (…). É  um mundo completamente diferente; complexo, uma dimensão onde não há a noção de tempo. Se num livro é descrita exaustivamente, durante 3 ou 4 páginas, uma jarra, uma sala ou uma carpete, não podemos esperar que um filme dedique 4 ou 5 minutos ao mesmo exercício. Seria simplesmente insuportável de assistir não concordam?
 
Resumindo, o que é melhor? Um livro ou um filme?
Não sou dona da verdade. Aliás, tudo o que aqui escrevi hoje foi tão somente a minha visão sobre o tema, nada mais. No entanto, parece-me claro que há perguntas que não têm resposta. Ou melhor, nem merecem resposta pelo seu ridículo. Esta é sem dúvida uma delas.
--- --- --- --- --- ---
 
Durante esta semana serão publicados mais dois posts relativos a este tema…achei melhor desta forma senão ficava aqui um testamento que ninguém tinha pachorra para ler.
 
Na segunda parte deste “artigo de discussão”, farei alguns breves comentários a algumas obras tive a oportunidade de apreciar nos dois “media” – livro e filme – e os pontos mais fortes e mais fracos de cada uma. Na terceira parte, a mais levezinha e fácil de ler, publicarei algumas listas/tops que dizem respeito ao tema.
 
Agora, e para terminar este post que já vem longo, gostava de deixar uma questão aos meus estimadíssimos e queridos leitores…
 
 
Afinal, quando é que devemos ler um livro em que foi baseado um filme?
 
Antes, e pôr a maravilhosa máquina da imaginação a funcionar e criar uma história rica, só nossa, completamente perfeita?
Ou Depois, e ver primeiro a interpretação de outra pessoa e só posteriormente a abordagem do livro?
 
Por um lado, no primeiro caso é inevitável alguma desilusão ao assistir a algo completamente diferente do que tínhamos imaginado; por outro lado, no segundo caso, lutaremos contra as imagens e ideias mostradas no filme, das quais não nos conseguimos libertar, sem nunca conseguirmos ter uma visão verdadeiramente nossa.
 
Qual é a vossa opinião?

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