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"Sophie: I don't care if you've slept with hundreds of men..
Donna: I haven't slept with HUNDREDS of men!"
É num cenário de uma Grécia cristalina e estonteantemente bela que a jovem e bem disposta Sophie se encontra à beira do seu muito desejado casamento. Sophie cresceu sem pai e tem uma ligação muito especial e próxima com a mãe, Donna, a dona de um pequeno hotel. A cinquentona começa a aceitar que ficará sozinha até ao fim dos seus dias e resolve convidar as melhores amigas para o casamento da filha (estas que em tempos foram as suas back-up singers). Mas à beira de uma completa mudança de vida, Sophie sente que falta uma importante parte de si: o pai. Consequentemente, convida três homens muito especiais para a boda.
E daqui para a frente, Mamma Mia! desenrola-se num tom tão jovial, divertido e colorido que é impossível as quase duas horas de filme não passarem a voar! Que bela surpresa!
Tecnicamente falando, existem muitas (e sérias) falhas às quais é difícil fazer vista grossa. Uma delas é a clara inexperiência da realizadora em termos cinematográficos (foi ela que dirigiu também a peça que originou o filme), tendo levado o espírito teatral um pouquinho além do que é realmente recomendável num filme musical.
Outro exemplo que também se prende com esta falta de prática é o vazio demasiadamente visível em alguns momentos, especialmente em algumas sequências musicais, das quais o mais berrante exemplo é a interpretação de "The Winner Takes it All", onde Streep, apesar de nos brindar com uma sentida e espectacular interpretação como seria de esperar, tem de passar a música a abanar os braços numa falésia, enquanto a camera anda à volta, à volta e à volta...isto durante 4 minutos. Esta, entre outras, constitui a maior fífia da fita: a paupérrima realização.
De facto, Mamma Mia! é capaz de ser um dos melhores filmes mais mal realizados de sempre... o que só nos pode deixar a imaginar o quão melhor poderia ter sido nas mãos de alguém com mais senso e tacto...uma obra prima.
O elenco é sem dúvida uma das melhores partes de Mamma Mia! Não menosprezando o belo trabalho do trio masculino principal (tirando a voz do Pierce Brosnan que, coitadinho bem se espremia mas aquilo não ia ao sítio), focar-me-ei nas senhoras...
Donna and The Dynamos são absolutamente hilariantes! Com uma relação contagiante e "bocas" provocadoras e divertidas é impossível não entrar na onda destas "cotas" que têm mais pedalada que muita gente nova! Meryl Streep e Julie Andrews são absolutamente brilhantes, e Christine Baranski também não fica muito atrás.
Mas destas Senhoras do cinema só se espera espectáculo, por isso é da jovem Amanda Seyfried que chega a maior surpresa: um brilho que nunca cessa aliado a um inegável talento de interpretação e àquela que é indubitavelmente a melhor e mais agradável voz do elenco.
Não faz qualquer sentido acusar Mamma Mia! de ser ridículo ou parvinho. A verdade é que se trata de uma adaptação de um musical, por isso, naturalmente a teatralidade tem de ser uma contante ao longo do filme e daí os tais "exageros". E depois, qual é o problema de se fazer de vez em quando um filme despreocupado e divertido, totalmente adequado à altura em que foi lançado (Primavera/Verão)?
E digam lá se até não dá uma certa "inveja" de ver o quanto se divertiu todo o elenco?
Mamma Mia! não é perfeito mesmo no registo do puro e solto entertenimento, mas é um simpático filme que pôs esta rapariga de 18 anos a "abanar o capacete" e a cantarolar inconscientemente as músicas de um dos maiores grupos musicais dos anos 70. Acho que isto já diz muito, mas eu ainda digo mais: diverti-me imenso e até já ando com Abba no mp3.
7.5/10
E só para terem um cheirinho da frescura e diversão ... vejam os melhores créditos finais de um filme de que tenho memória.
Esta semana nos cinemas: