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Point-Of-View Shot - Savage Grace (2008)

por Catarina d´Oliveira, em 14.10.08

 

 

"You are truly disgusting do you know that? I go away for one week and what do you do? Something very intellectual. Very Intellectual indeed..."
 
A psicologia humana sempre foi um tema do meu mais alto interesse.
“Porque é que será que as pessoas fazem isto? Porquê?” … sabem como é… aquelas perguntas surdas que parecem nunca ter resposta teimam em perseguir-nos fazendo-nos questionar “Mas afinal, quem é ele? E ela? Quem sou EU?”.
 
Esta última pergunta é aquela que esmaga a mente e o espírito das duas personagens centrais de Savage Grace: Barbara Daly e o seu filho, Anthony.
 
A chocante e verídica história da família Baekeland dá-nos uma visão da vida rica e boémia dos anos 40 aos anos 70, passada com o sentido do sabor das mais belas e abastadas cidades europeias.
 
 A provocadora Barbara Daly é casada com Brooks Baekland um herdeiro riquíssimo de uma qualquer fortuna relacionada com plásticos. Juntos têm um filho, Tony, que tem uma relação demasiado distante com o pai, e, ao mesmo tempo, demasiado próxima com a mãe. Com o passar dos anos, e pulando de país para país, acompanhamos a degradação contínua de uma família crescentemente disfuncional que procura o brilho cínico social e que descura cada vez mais o que é realmente uma relação humana verdadeira.
 
Filme implacável e controverso. Mais controverso ainda pela despreocupação palpável de o ser. Uma poética tragédia ao estilo grego de uma mãe e de um filho, de dois pólos que se atraem a pontos de desmesurado desconcerto para o observador.
 
Por aí tenho visto dizer que o tema central deste drama de Tom Kalin é o Amor. Por mim, penso de uma forma diferente: vejo Savage Grace como um perturbante retrato negro do que a Solidão pode fazer a um ser humano.
De facto, todas as personagens estão, de certo modo, sozinhas;  Barbara não sabe quem é mesmo antes de ser abandonada por Brooks… Brooks é frio e distante, desligado daquele que deveria ser o seu maior amor, o filho Tony, que por sua vez se vê envolto em dúvidas que o encurralam cada vez mais com o pesado passar do tempo.
 
 
A solidão e dúvidas… são estas as grandes causadoras da mais chocante cena de Savage Grace: o momento em que Barbara faz sexo com o próprio filho Tony. O momento em que uma mãe completamente sozinha tenta reencontrar um homem completamente perdido na sua sexualidade e na sua própria mente, o filho… O incesto.
 
O impacto avassalador da última meia hora de filme fica dançando na nossa mente por horas… a relação conturbada, a loucura a apoderar-se lenta e preversamente da mente de Tony (de apontar alguns sinais dados ao longo do filme, como a crescente obsessão com a coleira do falecido cão), e, numa espécie de clímax dramático, a morte completamente fria e seca de uma mãe…
Na verdade, valendo pela sua meia hora final, Savage Grace seria um dos grandes dramas do ano. Acontece que, como sabem, antes dessa meia hora excelente, existe uma hora muito fraca…
 
Algo que constato muitas vezes é uma certa “carência de alma” nos filmes, o que é, para mim, um aspecto essencial que o realizador tem imperativamente de ter em conta e, infelizmente, Tom Kalin não teve esse cuidado em Savage Grace.
Com pouco ritmo arrasta-se chegando mesmo a ser aborrecido por longos minutos. Uma história tão poderosa pedia mais. Muito mais, aliás!
 
Grande parte da crítica aplaude a interpretação do actor que acompanha uma absolutamente estrondosa e esmagadora Julianne Moore, o jovem Eddie Redmayne… Honestamente, e claro, nunca podendo dizer que ele fez um mau papel (que de facto não fez!), não considero que o tenha feito com excelência, tendo inclusivamente, alguns momentos relativamente fracos.
 
É uma pena… o material era poderosíssimo, e é lamentável que só parte dele tenha sido bem aproveitado. No entanto, é uma fita que recomendo vivamente não só àqueles interessados pelas questões escondidas da personalidade e psicologia humanas, mas a todos aqueles que se atrevam a uma viagem desafiadora, por vezes perversa, que tanto nos repugna como nos atrai.
 
Uma história de uma família que, na verdade, nunca o chegou a ser.
Uma verdade que é mais chocante que a ficção.
 
6.5/10

 

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