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1. Que indústria preconceituosa… porque havemos de pensar que qualquer pessoa que vive numa cabana toda podre no meio do mato, com 3 ou 4 dentes, sem sapatos, com 1 ou 3 olhos, com bichezas mortas espalhadas pela casa e com olhos e línguas humanas a enfeitar a parede são aberrações??
Mais ideias?
Desde muito antes da sua estreia num festival de cinema em 2007 (!) que Hounddog tem vindo a causar polémica. "Porquê?" devem agora estar os leitores a perguntar ao ver um poster muito expressivo da jovem mas muito talentosa Dakota Fanning.
"Será que...Não...não pode ser!!"
É isso mesmo. Presente no controverso filme gravado já em 2006 (Dakota tinha os seus inocentes 12 aninhos), está uma cena de estupro que, ao que parece, seria reveladora demais para ter sido uma criança a representá-la. Muitos críticos e os próprios pais da jovem saíram em defesa do filme, dizendo que a dita cena não é demasiado perturbadora e que Dakota nunca aparece nua (como tinha sido noticiado).
Dakota fez bem em aceitar o desafiador papel? Fez mal? Não julgo nada porque, infelizmente, ainda não tive oportunidade de ver, e ao que parece a jovem actriz brinda-nos com uma brilhante performance! Vejo muito futuro naquelas paragens!
A verdade é que, querendo ou não, esta é a nossa realidade. E se ficção pura e dura servir para acordar e abanar os mais relaxados, então, que seja! Apoio 100%. Partilho da opinião que os filmes têm mais que um propósito de entertenimento, e que, cada vez mais, os jovens precisam de aprender o que não aprendem em casa ou na escola porque "é feio falar disso em público" ou é "tabu". O mundo gira e nós não podemos ficar parados à espera.
Em relação à história do filme, passa-se nos anos 50 em Alabama, e Lewellen é uma criança às portas da adolescência que tem de, através da música que tanto ama, aprender a lutar e a lidar com a repressão e o trauma que a rodeiam.
Trailer de Hounddog - - - - Site Oficial
1. Todos os filmes de acção precisam de uma explosão como deve ser, que geralmente segue um de dois caminhos:
a) O herói corre com quantas forças tem e, com um timing perfeito, atira-se para trás de alguma coisa que o proteja antes de se dar a violenta explosão
b) O herói anda calmamente com uma certa "basófia" em direcção à camera (em camera-lenta se for das últimas cenas do filme), enquanto o carro/edifcício atrás de si explode;
3. Os “maus-da-fita” nunca sabem disparar uma arma como deve ser, já que o herói nunca é atingido com gravidade.
4. Em seguimento, quando o herói é de facto atingido, é geralmente no ombro ou na perna, o que, depois de uns gritos de dor lhes dá a possibilidade de continuar na sangrenta luta com ainda mais garra.
(nota: era bom que se soubesse, quando se leva um tiro na perna não se coxeia ou diminui a velocidade, simplesmente, NÃO DÁ PARA ANDAR; aliás, até dói só de pensar em mexer!)
5. Não admira que o país esteja nestes preparos! Qualquer pessoa com internet consegue acessar dados e documentos do governo (supostamente super-hiper-secretos).
7. Se o herói se encontra rodeado por um grande número de atiradores treinados com grandes armas, não vai ser atingido por nenhum dos seus tiros (apesar de, aparentemente, nenhum deles ser vesgo ou míope). Depois, saca da pistola e mata-os a todos em questão de segundos. Geralmente distribui tiros na testa com fartura.
8. Os vilões egocêntricos parecem nunca aprender a lição! Custa muito dar um tiro ao herói quando o apanham e acabou-se a história! Não, mas nunca é isso que acontece; em vez disso preferem contar-lhe a versão detalhada do seu plano maquiavélico de controlar o planeta, dando tempo ao herói de encontrar alguma maneira de escapar e rebentar com ele no processo.
9. Os esgotos e sistemas de ventilação dos edifícios são os melhores esconderijos que existem! Além de nunca ninguém nos procurar lá, é facílimo viajar pelos tubos com ratos e tudo.
10. O primeiro tiro disparado pelos "mauzões" nunca acerta em lado nenhum; ou melhor, faz ricochete num metal qualquer. De qualquer melhor serve só para avisar que o tiroteio vai começar!
11. Duas armas apontadas (ou apenas uma), duas personagens principais enfrentam-se - o bom e o mau. Geralmente o mau leva vantagem e está prestes a matar o bom herói quando BANG!!! um tiro! Mas o herói não cai (apesar de fazer uma careta muito característica); é sim o vilão a cair! Como? Uma terceira personagem que não sabíamos presente matou-o.
12. Só depois de ter sido suspenso é que um detective consegue resolver um caso.
13. Como é bom costume, o herói leva cargas de pancada industriais durante um filme. Mesmo ali à bruta! No entanto, além de uns "uh" e "oh" tímidos, parecem não ser sensíveis à dor. No entanto, quando as mulheres lhes estão a limpar as feridas, armam-se sempre em maricas a dizer que arde.
14. Quando o amigo do herói morre durante a batalha, pára tudo e ninguém o ataca enquanto ele agoniza sobre a recente perda. Não se preocupem, volta tudo ao normal logo que o choro acabar e começar a raiva endoidecida que o vai levar a matar uns 50 inimigos de uma vez só. Ah é verdade, por estas alturas a batalha já voltou ao modo “Play”.
16. Se um dos personagens principais morre ou sofre algum ferimento quase fatal, a mulher, a 500000 Km de distância vai ter um pesadelo ou um grande aperto no peito nesse exacto momento.
17. Há sempre um soldado que sabe tocar harmónica.
18. Se os soldados começam a comer, beber, mudar de meias, ir a casa de banho etc...vão receber ordens para entrar em acção naquele exacto momento.
19. Os soldados falam sempre de comida. Normalmente comentários do género "se os puséssemos a comer isto todos os dias ganhávamos a guerra já a seguir!"
Mais algum que vos ocorra nesta categoria?
"Onde é que eu já vi isto??" penso para mim, entre uma e outra pipoca, enquanto me endireito e massajo um pouco as costas no cinema Lusomundo do Almada Fórum.
Preguiçosamente, recosto-me de novo. Sem surpresas, a cena avança como eu e todos naquela sala esperávamos: a explosão, e o herói a caminhar em direcção à câmera, em slow-motion.
Umas vezes reinventados, outras não tanto, os clichés são algo quase inevitável no cinema moderno. No entanto, é em contorná-los que se deve pôr o desafio de quem dirige um filme. Infelizmente não é o que acontece hoje em dia, com filmes e filmes a repetirem de forma maçadora o que temos vindo a ver, a rever e a voltar a ver ao longo dos anos.
É fácil e seguro seguir o caminho do cliché e do esperado. O que é difícil, é criar algo novo, que as pessoas não esperem; primeiro porque o espírito original e criador não habita a cabeça de todos, segundo porque há o risco de o espectador não gostar da novidade; afinal, se resultou no passado, porque mudar?
Assim, e em jeito de pequena sátira humorística, convido-vos a juntarem-se a mim numa pequena viagem por diversos géneros cinematográficos, onde apontarei (e apontaremos!) alguns dos maiores, mais mastigados e descarados estereótipos, clichés e "cenas obrigatórias" que temos vindo a ver nas salas de cinema.
A primeira parte será publicada ainda hoje e dela farão parte alguns dos maiores e mais chatos clichés recorrentes nos FILMES DE ACÇÃO e FILMES DE GUERRA.
Esta semana nos cinemas:
Mais um dia mais um "Oscar Trailer"!
Desta vez, Doubt. que conta com as carismáticas presenças de Meryl Streep, Philip Seymour Hoffman e Amy Adams nos principais papéis.
Nos anos 60, uma freira rígida e temida por todos acusa um popular padre (querido por todos) de possíveis actos abusivos contra uma criança. Apanhada no meio do confronto está uma jovem freira que não consegue saber no que acreditar. (Do produtor de Notes on a Scandal e The Queen)
E se é tão certo os (possíveis) futuros oscarizados começarem a ganhar trailers e posters, mais certo é o ganharem as comédias de Natal. Assim acontece com o aqui já comentado Four Christmases,que segue a divertida história de um casal que é obrigado a passar um atarefado natal em 4 casas diferentes, com 4 pais diferentes. Reese Witherspoon e Vince Vaughn nos principais papéis.
Por fim temos Smother, outra comédia no espírito de Natal, com as presenças brilhantes de Diane Keaton, Liv Tyler e Dax Shepard.
Como se não bastasse ter acabado de ser despedido do emprego, Noah Cooper vê-se numa hilariante batalha em duas frentes: de um lado, o fervoroso desejo da mulher de ter filhos (desejo que ele próprio parece ainda não partilhar), e por outro lado a chegada da própria mãe com desejos de ficar a viver em sua casa.
"Save the planet. What for? Life's simple. Kill or be killed. A survivors' code. My code. And it all sounds great until the day you find yourself confronted by a choice. A choice to make a difference or to walk away and save yourself. I learned something that day. Too bad it was the day I died."
Como já sabem e já disse milhares de vezes, os filmes de acção nunca foram o meu forte.
Não sei mas nunca consigo tirar muito proveito de um bando de homens à pancada e aos tiros que ou querem roubar uma grande instituição, ou querem alguma vingança maluca, ou têm qualquer tipo de missão de atravessar meio mundo com 5000000 pessoas a quererem matá-los.
Claro... há honrosas excepções (felizmente!) que me fazem engolir o que acabo de dizer com muito gosto. Mas Babylon A.D. não é de todo um desses filmes...
Num futuro não muito longínquo, Toroop (Vin Diesel) é uma espécie de mercenário ao qual é incumbida a missão de escoltar uma jovem mulher - Aurora - desde a Rússia até Nova Iorque (já estão a ver a parte de atravessar meio mundo, com assassinos a perseguir e por aí fora). O que Toroop não desconfiava é que Aurora era uma espécie de "Maria, mãe de Cristo" renascida, já que transporta na barriga dois gémeos (que apareceram lá sozinhos, sem que qualquer homem a tocasse) que se acreditam ser os novos Messias.
Nem vou passar daqui com explicações porque, honestamente, mesmo que quisesse não ia conseguir.
O próprio realizador Mathieu Kassovitz admitiu que o filme não passava de um "mau episódio de uma série de televisão" e que a Fox lhe negou uma edição mais longa. Talvez tenha sido a morte do artista porque, realmente, a história que ali poderia existir (até interessante talvez) ficou feita em picadinho. E como se ficar feita em picadinho não bastasse, foi espalhada em pedaços incompreensíveis em si mesmos.
Às tantas ninguém sabe quem são os supostos "maus-da-fita". Ninguém. Nem Vin Diesel, nem nós telespectadores. E acreditem, saí da sala de cinema sem saber. A verdade é que nem sequer se consegue entender de facto porque é que Aurora é assim tão importante para as seitas religiosas e para os poderosos do mundo.
As próprias cenas de acção, que muitas vezes "salvam" muitos filmes basicamente vazios, são tão confusas e extranhamente mostradas que nem sabemos porque estão a acontecer ou para quê. Por outro lado, o actor principal também às vezes dá um ar de sua graça e o seu carisma sempre dá mais uma cor ao filme, o que Vin Diesel nem sequer chega perto de fazer. Foi impressão minha ou ele falava de uma forma estranha? E também é impressão minha ou não há qualquer tipo de emoção ou personalidade no olhar dele?
Gérard Depardieu tem uma pequena participação que só parece ser justificada pela necessidade de mais um nome grande no filme...já que não há grandes objectivos com a sua presença, só a de manchar uma boa e sólida carreira.
Mas para não dizerem que só tenho críticas negativas a fazer... gostei de alguns momentos pontuais, ou de algumas construções cénicas. Por exemplo, o retrato da degradação da feira na Europa do Leste, ou o desespero na entrada no submarino, ou até algumas cenas mais emotivas e fortes protagonizadas invariavelmente por Mélanie Thierry (Aurora).
A verdade é que a intenção de Babylon A.D. poderia até ser boa, em termos de dar visões sobre a corrupção, clonagem, seitas religiosas... o problema é que, para fazer isso, e para que o espectador o compreenda, é preciso que o texto seja bom. Ou melhor, é pelo menos necessário que o texto seja coerente...ou que haja um texto para começar...o que aqui parece nem existir.
4/10
Mesmo que não tenha direito a nomeação para Óscar, todos os anos Angelina Jolie brinda-nos com pelo menos uma actuação brilhante, de se lhe tirar o chapéu. É isso que esperamos ao ver o trailer de Changeling, entre um e outro arrepio pela combinação de poderosas cenas com aquilo que chamo uma "música empolgante", e é talvez a vê-la entre as nomeadas para Melhor Actriz em Fevereiro de 2009 que nos vamos recostar no nosso sofá com um balde de pipocas doces e salgadas (para não enjoar!).
Changeling passa-se em Los Angeles, anos 20, e baseia-se no caso real "Wineville Chiken Murders", que envolveu o desaparecimento de várias crianças americanas.
Christine Collins tem a sorte de ver o seu filho regressar, até começar a suspeitar que ele não é de facto o seu filho verdadeiro. Em luta contra a justiça e contra todos, Christine chega a ser considerada louca, mas sem nunca desistir de encontrar o seu verdadeiro "menino".
Psst! Só mais uma coisa... lembram-se o que aconteceu na última vez que Angelina Jolie esteve num instituto psiquiátrico não lembram? Pois é... ganhou um Óscar!
O agente da Interpol Louis Salinger (Clive Owen) e a promotora pública Eleanor Whitman (Naomi Watts) estão determinados a levar aos tribunais um dos bancos mais poderosos do mundo. Na tentativa de revelar atividades financeiras ilegais para financiar a guerra, Salinger e Whitman seguem uma rota de dinheiro entre Berlim, Milão, Nova York e Istanbul. Nessa caçada global, no entanto, a dupla acaba virando alvo de assassinos profissionais.
Continuando numa "onda" de corrupção, entramos num outro sub-tema: dinheiros sujos. Louis Salinger e Eleanor Whitman tentam a todo o custo revelar as actividades financeiras ilegais de um dos bancos mais poderosos do mundo. Nesta perigosa viagem pelo mundo, passam eles mesmos a ser o alvo a abater. The International conta com Clive Owen e Naomi Watts nos principais papéis.
Por fim chega um novo trailer para a sátira ao mundo hollywoodesco, What Just Happened. Robert DeNiro é um produtor à beira de um ataque de nervos que tenta a todo o custo lançar o seu filme, o que muitas vezes não parece possível por uma série de precalços e pequeas tragédias. Não me entusiasma...nada mesmo. Mas vale sempre a pena verem por vocês mesmos.
Toquem os sininhos porque vem aí mais um concorrente à estatueta dourada!
The Soloist tem raízes na história real de um deus da música caído nas teias da esquizofrenia. Nathaniel Ayers acaba por ser encontrado a tocar nas ruas pelo jornalista Steve Lopez que vê no músico um génio incompreendido. Jamie Foxx e Robert Downey Jr em grande forma.