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Point-of-View Shot - Up (2009)

por Catarina d´Oliveira, em 15.08.09

 

"Ellie: Thanks for the adventure. Now go have one of your own."

 

Confesso que Up não tinha em mim uma das suas maiores admiradoras. Apesar da opinião da crítica ser excelente, a sinopse e o trailer enganadores deixaram-me com a estranha sensação de que esta seria uma história algo vazia e sem grande profundidade ou sentido. Também confesso que não sei como é que pude esperar isto de um estúdio como a Pixar que em dez cajadadas matou certamente muito mais que dez coelhos. Isto de forma cada vez mais eficiente e imaginativa.


É verdade; 14 anos depois da revolução de Toy Story e um ano depois do fenómeno Wall.E, eis que é lançado Up, o mais recente filme de animação da Pixar que depois de bonecos, peixes, monstros, carros e robôs, tem nos próprios humanos o seu principal objecto de afecto.

 

Se estamos perante a animação do ano? Parece que sim. Se estamos perante um dos filmes do ano? Sem dúvida, e posso contar-vos um segredo? Gostei ainda mais do que do Wall.E !

 

 

Para os que não ficaram assim tão convencidos (em termos de enredo) com o trailer e afins, esclareço desde já que esta não é a história de um velhote arrastado por um rapazinho obstinado para a grande aventura da sua vida passada grandemente a voar numa casa sustentada por milhares de balões de hélio coloridos.

 

Na verdade, os primeiros quinze minutos seriam o suficiente para que a mudança se desse em todos os estados de espírito. É que Pete Docter e Bob Peterson começam desde logo por nos agarrar pelo coração com uma das mais tocantes e emocionantes histórias de amor que tenho visto. Em apenas cinco minutos mudos e ao som da maravilhosa banda sonora de Michael Giacchino conhecemos a história de Ellie e Carl, que de meninos se fazem adultos e de adultos se fazem esposos. Ambos mantêm, ao longo da vida, o espírito da aventura e anseiam ser os protagonistas das suas próprias vidas… todavia, o quotidiano e os problemas metem-se no caminho e os sonhos que em crianças acariciavam de perto começam a voar para cada vez mais longe.


Numa das muitas demonstrações de maturidade e seriedade contínua e crescente presentes na fita, Carl é atingindo pelo inevitável: a morte da companheira, a solidão e a tremenda constatação de uma vida de projectos não concretizados.

 

Esta montagem, simultaneamente divertida, terna, triste, verdadeira, arrebata-nos pouco depois do começo, e desde logo sabemos que não só estamos perante o mais maduro trabalho da Pixar, como perante uma fantástica história com um coração que bate ao seu próprio ritmo. Ela permite-nos partilhar a tristeza de Carl e compreendê-lo, formando um elo invulgar com a história.
 

 
Ameaçado pelo despejo e por uma nova vida num lar, Carl toma uma decisão que se traduz num surpreendente e brilhante espectáculo visual à medida que milhares de balões surgem sobre a casa quebrando todas as suas fundações e elevando-a no ar. O sonho de uma história encantadoramente simples começa.
 

Noc! Noc! Não é possível…quem será?


Pois é. Carl não parte sozinho na sua aventura; na casa voadora também parte Russell, um bem intencionado escuteiro amante da natureza que já havia abordado Carl por forma a ganhar o crachá da ajuda a idosos e assim tornar-se um explorador sénior.


Até à Venezuela a viagem corre sem grandes percalços, mas com a chegada começam as peripécias que envolvem uma passarola colorida gigante, um cão falante (não é o típico cão falante, atenção) e um explorador-herói frustrado.


Carl e Russell mantém uma relação de importância crescente e a dinâmica entre ambos provoca inúmeras gargalhadas. Mas o que realmente nos fica na memória, é o quanto estes dois precisam um do outro. Esta é a história de um menino de pais ausentes e de um velhote viúvo que descobrem entre si os pedaços de vida que lhes faltavam.
 

 

Apesar de ter traços dramáticos, Up não deixa de ser um magnífico hino à alegria de viver e uma daquelas obras que nos deixa inevitavelmente com um sorriso no rosto quando abandonamos a sala de cinema. Contudo, segue o trilho que a Pixar tem vindo a construir; um trilho de temas maduros, actuais e sérios destinados não apenas a um bloco de espectadores, mas ao público em geral.


As crianças encantam-se com a poesia visual; com as cores, as piadas físicas e os personagens apaixonantes. Os adultos riem-se com as piadas inteligentes e de multi-camadas e sensibilizam-se com as mensagens latentes.

 

Quanto às questões técnicas acho que começa a ser desnecessário repetir os mesmo elogios à Pixar multiplicados pelos 10 filmes até agora lançados. Os ambientes são de cortar a respiração, as cores estão mais vibrantes que nunca e a versão 3D não vem cheia de truques e  objectos virtualmente atirados na direcção do espectador. Ao contrário, é uma presença subtil mas forte nas texturas e na profundidade da imagem que parece estender-se até ao horizonte mais longínquo.

 

 

 

Sem darmos por isso, Up desliza entre vários sub-géneros (drama, comédia, acção, fantasia…); tudo isto a grande velocidade mas sem pressas, por mais paradoxal que possa parecer. Nunca nos sentimos perdidos.


Up tem argumentos mais que suficientes para se apresentar nas discussões sobre qual o melhor filme da Pixar; adianto desde já que, em minha opinião, nunca poderá estar fora do top3. É uma aventura quase épica, mas que nunca perde o seu toque íntimo e humano. É um “típico filme familiar atípico” que fala de todos e para todos, e que nos proporciona uma extensão e variedade de emoções que parece quase impossível recordarmo-nos que se trata de um filme de animação.

Li por aí algum crítico português dizer que Up escondia por de trás do exagero ou da excentricidade, o começo de uma falta de imaginação, sendo mesmo supérfluo. É engraçado…  não podia estar menos de acordo. Up é estimulante e divertido, porém inspirador na sua subtileza de mensagens: não há idade para aprender a viver; às vezes basta fechar os olhos, dar um passo cego e esperar pelo que a vida nos trouxer.
 

9/10

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6 comentários

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De Filipe Coutinho a 17.08.2009 às 02:18

Não posso mesmo concordar :p Creio que, quando comparado com Wall-e perde claramente a todos os níveis. Quanto a mim não consegue ser tão significativo, não é detentor de um humor tão inteligente e não leva a animação tão a sério (cães a pilotar avionetas... really?!?). Considero a criação de Andrew Stanton muito mais dinâmica, vivaz e sagaz. Consegue pegar em problemas dos nossos dias e, ao mesmo tempo, olhar para o futuro com uma incrível noção de equilíbrio.

Obviamente, Up não deixa de ser um excelente filme. Se for comparado com outros produtos da Dreamworks consegue captar emoções que estes não conseguem. Apesar de tudo considero que Up e Ice Age 3 estão no mesmo patamar.

Bjs

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