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"I don't want to survive! I want to live!"
Guardo na memória uma das minhas primeiras experiências cinematográficas: tinha quase 5 anos, e assisti àquele que foi O filme da minha infância: Lion King. Muitos se seguiram...muitos e bons, mas nenhum me marcou tanto como a história de Simba e Mufasa.
Hoje entrei na sala de cinema, mais de 13 anos depois, para ver Wall-E, um dos melhores filmes de animação já feitos.
Há muito tempo a Terra ficou inabitável: o lixo e a poluição eram tantos que houve uma operação de emergência e todas as pessoas foram evacuadas do planeta. A mega-empresa Buy n' Large (BnL), grande responsável pela destruição do planeta, tenta repor o equilíbrio ao enviar milhares de unidades Wall-E (Waste Allocation Load Lifter Earth-Class) para limpar o planeta. Mas parece não haver volta a dar...
700 anos depois, apenas um Wall-E continua a sua missão, sozinho na Terra.
Um dia, Wall-E assiste à chegada de uma estranha nave que transporta uma ainda mais estranha passageira: Eve, uma moderna robô que foi enviada à Terra para recolher informações acerca do seu estado para os humanos.
As duas maquinetas travam conhecimento e formam um laço, até Wall-E oferecer acidentalmente a Eve a solução que os humanos procuravam para a Terra.
Rapidamente ela parte de volta para contar as boas novas. Inconformado, Wall-E decide segui-la abrindo as portas a uma aventura sem limites pelo Universo, onde a vontade, a coragem e, especialmente, o amor movem este herói até ao salvamento do planeta.
Passarei à frente as questões técnicas... simplesmente porque não há nada que possa ser dito para explicar a perfeição da conjugação de sons, imagens, diálogo (muito pouco e por isso mesmo uma marca desta obra)...enfim, estupendo!
Wall-E poderá ser confundido com um filme infantil: um robô de olhos simpáticos, comédia física eficaz, situações caricatas. No entanto, é muito mais que isso.
Acredito mesmo que, apesar de as crianças poderem disfrutar de um grande momento de diversão e entertenimento e soltar sonoras gargalhadas, os adultos terão muito mais a ganhar com esta fita: uma abordagem leve mas devastadoramente verdadeira da apatia que adoptamos como comportamento primário e a despreocupada destruição causada pela excessiva poluição.
Nesta longa-metragem de Andrew Stanton está ainda muito presente o Amor... o amor e o companheirismo que, juntos, conseguem mover montanhas e restabelecer o equilíbrio perdido. E o Amor de Wall-E por Eve tem tanto de poderoso como de simples, e não necessita de mais nada.
O protagonista... uma das personagens mais apaixonantes do cinema moderno. Toda a audiência, e repito, toda a audiência torce por ele, vibra com ele e chora com ele.
Wall-E será, sem dificuldades, um dos filmes do ano e só muito (muito, muito, muito)dificilmente não levará o Óscar de Melhor Filme de Animação para casa...algo mais? Sim, certamente que sim, e merece cada prémio, cada elogio.
Além de entertenimento garantido, Wall-E carrega poderosas mensagens. É um filme adulto, divertido e profundamente verdadeiro. Saímos da sala de cinema com o coração quente...
É reconfortante saber que, apesar de o fim poder estar próximo, pode haver um reerguer, sempre.
Há esperança para a humanidade.
8.5/10