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Deep Focus - Armadilhas Históricas III

por Catarina d´Oliveira, em 27.03.09

 

Continuando a viagem pelas armadilhas históricas que se nos apresentam no grande ecrã...

 

  • Apesar de ser verdade que Pocahontas interviu e salvou a vida de Smith, quando o fez, tinha apenas 10 anos.
  • Smith tornou-se amigo da jovem índia que visitava várias vezes o acampamento de Jamestown.
  • Tendo indo para Londres, Pocahontas foi como refém e não como diplomata.
  • Na sequência dessa viagem, Pocahontas casou mesmo com um britânico, mas não Smith. O seu marido chamava-se John Rolfe.

  • Esparta e Atenas foram as duas únicas cidades para as quais Xerxes não enviou mensageiros.
  • Não há qualquer referência histórica à utilização de bombas ou de bestas de guerra como elefantes e rinocerontes (que no filme desempenham funções importantes).
  • Todos os 300 espartanos tinham plumas no capacete.
  • Apesar de ser verdade que os rapazinhos Espartanos começavam um violento treino militar numa idade muito jovem, o rito de passagem não consistia na morte de um lobo mas de um hilota (escravo grego). Este treino também não era apenas físico, sendo que os jovens aprendiam a desvendar enigmas, história e mesmo dança (assim tornavam-se soldados completos, valorizando corpo e mente).
  • Os Espartanos não eram tão bonzinhos como parecem. Como vários povos gregos, os Espartanos conquistaram terras para alargar o seu território e aumentar a sua força de trabalho escrava que era uma das maiores da Europa. Muitos gregos que lutaram na batalha de Termópilas eram mesmo escravos. Para piorar as coisas... parece que o ritual de formação dos jovens soldados incluía...relações sexuais com homens mais velhos (no caso, Pederastia).
  • Por melhor que um exército de homens musculados e de peito ao léu possa parecer...a armadura era um bem essencial para qualquer soldado Espartano; e todos os Espartanos utilizavam plumas no capacete.
  • Os números mais modernos indicam que o exército de Xerxes tenha sido constituído por 200 000 / 250 000 soldados; ainda assim um número elevado relativamente ao dos gregos.
  • Apesar de no terceiro dia os 700 Tespianos terem sido efectivamente os únicos a permanecer ao lado dos 300, estima-se que o exército grego a combater nos primeiros dois dias tenha sido constituído por mais de...5000 homens.
  • O papel de outros gregos na batalha foi reduzido praticamente à insignificância. Na verdade, no primeiro dia os 300 ficaram na frente de combate tendo, no segundo dia, os outros gregos ficado nessa posição.
  • A traição de Efialtes para com o seu povo é verdadeira, no entanto, o encontro com Leonidas nunca aconteceu na realidade.
  • No derradeiro terceiro dia, a deserção abalou a campanha Espartana, permanecendo Leonidas apenas com os seus 300 que, mesmo assim, ainda foram auxiliados por 700 homens de Téspias que consideraram uma honra combater e morrer ao lado dos Espartanos.
  • A rainha Gorgo não matou nenhum membro do Conselho.
  • Apesar do silêncio na partida para Termópilas, Leonidas terá alegadamente dito à sua rainha para “casar com um bom homem e ter bons filhos”.
  • Segundo Herodoto, Xerxes mandou cortar a cabeça de Leonidas e espetou-a num pau para que todos assistissem à queda dos gregos.

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Deep Focus - Armadilhas Históricas II

por Catarina d´Oliveira, em 19.03.09

 

Continuando a viagem pelas armadilhas históricas que se nos apresentam no grande ecrã...

 

  • Numa cena, Mary de Guise cavalgou à frente dos seus homens. De facto, parece que Mary se recusava veemente a cavalgar em frente às suas tropas; muito menos com as duas pernas sobre o cavalo.
  • Elizabeth nunca foi chamada de Princesa (como acontece na fita) após a morte da mãe. Quem se lhe dirigia chamava-lhe apenas Lady Elizabeth já que Henrique VIII lhe retirou o título como demonstração pública da sua ilegitimidade.
  • Numa cena vemos Elizabeth lavar a cara com água. No séc. XVI em Inglaterra, a água era considerada pouco saudável e até perigosa e quase nunca utilizada para lavar o corpo (utilizavam-se panos secos).
  • Henri, o Duke de Anjou, nunca viajou até Inglaterra para fazer a corte à rainha (que era, inclusive, quase vinte anos mais velha do que ele).
  • Sir Francis Walsingham era apenas um ano mais velho que a rainha.
  • Elizabeth só começou a usar perucas e maquilhagem carregada muito mais tarde no seu reinado e o facto nada teve a ver com a “Virgem Maria”. Na verdade foi mais um golpe político e de vaidade. Elizabeth sempre quis manter a imagem de rainha sempre jovem e ocultar o envelhecimento e doenças.
  • Elizabeth só foi excomungada pelo Papa em 1570.
  • Walsingham não encontrou e prendeu Norfolk; este foi executado em Junho de 1572. Nessa altura, Walsingham estava em Paris como embaixador de Inglaterra e só regressou no ano seguinte.
  • Elizabeth tinha olhos castanhos tal como a mãe - ao que parece, Cate Blanchett tem os olhos demasiado sensíveis e não lhe foi possível colocar lentes.
  • Elizabeth sabia muito bem que Dudley era casado tendo mesmo (ao que se sabe) estado presente no casamento.

  • Em 1585, altura em que a acção se desenrola, a rainha Elizabeth teria 52 anos e não os 30 e tais que aparenta.
  • A tentativa de assassinato da rainha onde a pistola do assassino falha nunca chegou a acontecer. De facto, o plano foi descoberto antes da sua execução sem qualquer risco para Elizabeth.
  • A gravidez de Bess Throckmorton que levou ao casamento secreto com Sir Walter Raleigh ocorreu no Verão de 1591; três anos depois da Armada Espanhola e não imediatamente antes.
  • Nenhum dos navios enviados contra a Armada causou anos às embarcações espanholas. A consequência foi uma mera desorganização na formação.
  • As provas contra Mary não eram assim tão explícitas e nunca lhe foram devidamente explicadas.
  • Raleigh não comandou nenhum navio na Armada.
  • O castelo Fotheringay situa-se numa zona plana de Northamptonshire no centro de Inglaterra. No filme vemos o castelo no meio de um lago com vista para as terras altas da Escócia.
  • A arrepiante cena “a la Joan d’Arc” em que Elizabeth se dirige às suas tropas montando imponentemente um cavalo, de armadura e espada não é tão verdadeira como isso. Parece ser certo que a rainha fez, de facto, uma vista à suas tropas. Contudo, ela terá montado o cavalo de lado (à senhora), com um bastão e o discurso não foi o sermão inspirador a que assistimos.
  • A execução de Mary Stuart foi bem pior (!!) do que o representado tendo requerido pelo menos 2 golpes: o primeiro atingiu-a na parte de trás da cabeça (diz-se que este lhe chegou a provocar gritos desesperados de dor) e o  segundo cortou a maior parte do pescoço salvo alguns tendões que o carrasco terá alegadamente cortado com o machado a servir de serra.

  • Cleitus não esteve envolvido no assassinato de Parmenio; nessa altura estava inclusive a caminho para se encontrar com Alexandre.
  • Ptolemeu I apresenta-se contando a história de Alexandre em 283 AC com o Farol de Alexandria ao fundo da imagem; este foi apenas contruído no reinado do seu filho Ptolemeu II, à volta de 270 AC.
  • Na realidade, “Como desejas ser tratado?” foi uma questão que Alexandre pôs ao rei indiano Porus que respondeu “Como um rei”, ganhando o respeito de Alexandre e tornando-se um dos seus aliados.
  • Alexandre e as suas tropas lutaram várias vezes com os Persas até os conseguirem derrotar.
  • A batalha final que vemos no filme, altamente exagerada e dramatizada, chamou-se Batalha de Hidaspes. Alexandre não foi ferido gravemente com uma seta nesta batalha. Isto aconteceu apenas mais tarde numa luta contra os Malli.
  • Esta mesma batalha não ocorreu na floresta num dia de Sol mas sim numa planície lamacenta, à noite com chuva torrencial.

  • Erros e incertezas? Muitos certamente! Muita gente é supreendida pelo mistério que rodeia a história da vida do mais famoso escritor inglês de todos os tempos. William Shakespeare é, na verdade, uma das mais misteriosas personalidades que (não) conhecemos.
  • Os historiadores não acreditam por um segundo que uma paixão tenha inspirado Shakespeare na escrita do seu romance; de facto, Shakespeare adaptou mesmo o enredo de várias fontes.

  • Mamutes lanosos nunca foram usados para construir pirâmides.
  • Esta espécie nem sequer existia no deserto (senão nem seria sequer “lanosos”).
  • As pirâmides também só apareceram no Egipto lá para 2000 AC.
  • O manuseamento de metal só se tornou comum por volta de 5500 AC e a utilização de cavalos como transporte só começou em 4000 AC.
  • O ataque dos pássaros negros seria um pouco difícil já que a espécie estava extinta há mais de um milhão e meio de anos.
  • (Este não é bem um erro histórico mas tinha de o referir) Mas em que raio de sítio é que a acção se desenrola afinal? Um grupo de caçadores parte em busca de alguns dos membros da sua tribo que foram raptados e pelo caminho que não tem mais de alguns quilómetros passam por uma montanha com neve, uma selva e finalmente um deserto... e outra vez...que raio de sítio é este?

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Deep Focus - Armadilhas Históricas

por Catarina d´Oliveira, em 17.03.09

 

O Cinema não é apenas uma arte ou um meio de expressão ou entretenimento; é também uma escola. Posso dizer hoje com muita segurança, que ao longo de vários anos e centenas de filmes, muito do que sei, aprendi-o em frente a um ecrã.

 

Lições de vida, lições sobre a natureza humana e de outros seres e, sem dúvida, lições tecnológicas, científicas e históricas. Neste post, e provavelmente em mais um ou dois futuros, deter-me-ei neste último ponto: lições históricas.

 

O filme histórico, ou drama histórico se preferirmos, é um género cinematográfico que se traduz no conjunto de fitas baseadas em eventos históricos ou personalidades mais ou menos famosas. Podemos dividi-lo em três grandes sub-grupos aos quais tomo a liberdade de chamar filmes históricos fiéis, enfeitados ou ficcionais.

 

No primeiro caso, temos histórias que, dentro dos possíveis da pesquisa moderna, retratam fielmente um envento ou personalidade. No segundo caso, o enredo é maioritariamente verdadeiro historicamente com alguns extras em prol de uma melhor fluidez e maior interesse. Por último, no terceiro caso, embora o cerne ou grande base do filme seja um acontecimento ou personalidade reais, o enredo é algo altamente novo e ficcional.

 

Contudo, o que parecia ser uma frutífera e ao mesmo tempo divertida aula de história que desenvolvia inconscientemente o intelecto, pode revelar-se uma engenhosa armadilha que nos poderá levar a cometer erros, digamos que... vergonhosos.

 

Estamos já a chegar ao busílis da questão... até que ponto os filmes históricos são fiéis aos verdadeiros acontecimentos? Até que ponto poderemos nós acreditar e aceitar como conhecimento aquilo a que assistimos? Bom, estas são perguntas que não têm resposta fácil.

 

Antes de prosseguir com algumas análises gostaria de lembrar que, por vezes, as “alterações” nos acontecimentos não se dão por pura ignorância do realizador e argumentistas (o que também acontece, infelizmente, muitas vezes). O que se passa é que, com vista a um produto mais aliciante, seja, neste caso, um filme mais interessante, alguns elementos têm de ser forçosamente alterados por não funcionarem cinematográficamente, pelo que certas mudanças são compreensíveis e até certo ponto aceitáveis.

 

Mas como eu aqui no Close-Up sou uma defensora ávida da verdade e do conhecimento, deixo-vos com algumas coisas que aprendi quando confrontando um filme com o seu respeitante pano de fundo

(Nota: muitos outros “erros” não são aqui apontados tendo-me resumido aos que mais saltam à vista).

 

  • Por mais fascinante que possa ter parecido no ecrã, o Kilt escocês data do séc. XVI, cerca de 300 anos depois da história de Wallace.
  • A paixão e tórrida relação de Wallace e Isabelle que vimos no filme é terrivelmente dificultada pelo facto de, na realidade e na altura em que a acção se desenrola, a princesa ter pouco mais de 2 anos.
  • A mesma impossibilidade está presente na questão de Eduardo III ser filho de Wallace já que, historicamente, este só nasceu 7 anos depois da sua morte.
  • Wallace não era um qualquer cidadão comum que emergiu dos fundos para liderar a grande revolução. Na verdade, era um respeitado cavaleiro possuidor de terras próprias que nasceu no seio de uma família nobre.
  • A tinta usada pelos escoceses que provém da planta Pastel não foi realmente usada pelos Escoceses mas sim pelos Celtas, sendo que, pela altura de Wallace, já tinha caído em desuso.

  • O reinado de Commodos foi bem sucedido durante 13 longos anos, ao contrário dos decadentes e escassos (talvez) 2 anos apresentados no filme.
  • Commodos era casado e não assassinou o pai Marco Aurélio.
  • Ainda sobre Commodos, este não foi morto na arena mas sim numa banheira (por um wrestler chamado Narciso)
  • O cão de Maximus é um pastor alemão, raça que não existia na altura.
  • As mulheres não podiam frequentar o Coliseu. Os romanos consideravam-nas uma distracção para os homens.
  • As catapultas não seriam usadas num alvo em movimento; eram pesadas e, no caso de falharem o alvo, levavam muito tempo a reajustá-lo.
  • Roma foi fundada como uma Monarquia e não como República.

 

  • A Guerra de Tróia durou 10 anos e não alguns dias.
  • Menelau e Agamemnon não morreram em Tróia. O último foi mesmo morto pela mulher, Clitemnestra em Argos.
  • Helena não abandonou Menelau por ele ser feioso, velho ou mau. A verdadeira questão é que, segundo a lenda, Helena era a mulher prometida a Paris por Afrodite se este a elegesse a deusa mais bela. As opiniões dividem-se, e isso sim, entre aqueles que acreditam que Helena foi levada à  força por Paris ou e aqueles que acreditam que foi de sua própria vontade.
  • Pátroclo não era primo de Aquiles mas sim seu amigo (há quem até o indique como seu amante)
  • Aquiles não estava no Cavalo de Tróia. Na verdade, por essa altura já tinha sido morto por Páris.
  • Heitor não matou Ajax, este cometeu suicídio.
  • Houve algumas discussões quanto ao local exacto onde as moedas de bronze deveriam ser colocadas nos mortos (boca, olhos...). Contudo, levanta-se um problema ainda maior...é que, pela altura da guerra, ainda faltavam cerca de 500 ou 600 anos para as moedas serem inventadas.
  • Os trirremes em que os Gregos chegaram às praias de Tróia só seriam inventados cerca de 500 anos depois.

A continuar...

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