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Point-Of-View Shot - In Bruges (2008)

por Catarina d´Oliveira, em 07.01.09

 

"After I killed him, I dropped the gun in the Thames, washed the residue off me hands in the bathroom of a Burger King, and walked home to await instructions. Shortly thereafter the instructions came through - "Get the fuck out of London, you dumb fucks. Get to Bruges." I didn't even know where Bruges fucking was... It's in Belgium."  

 

Bruges, uma das mais belas e historicamente ricas cidades da Bélgica.


Este é o último lugar para onde os assassinos profissionais Ken (Brendan Gleeson) e Ray (Colin Farrell) esperavam vir parar. Ken é mais velho e experiente e sabe aproveitar a estadia; Ray é um autêntico bebé grande que só reconhece Dublin como lugar digno de se viver.  Enquanto esperam por novas ordens em forma de chamada telefónica do seu chefe, o frio e autoritário Harry (Ralph Fiennes), os dois vêem-se imersos numa estranha aventura cultural que mete turistas, locais, anões, prostitutas e um enredo de peripécias hilariantes.
 

Quando o telefonema finalmente chega, as peculiares férias metamorfizam-se num perigo constante. A vida e a morte cruzam-se a alta velocidade, sempre com consequências cómicas mas, ao mesmo tempo, tocantes.


In Bruges é um filme chocante que, nas mãos erradas seria apenas ofensivo e provocador. O dramaturgo irlandês Martin McDonagh tem aqui a sua primeira incursão pelo mundo do cinema. Ninguém o diria já que In Bruges se apresenta, indubitavelmente, como um dos melhores e mais requintados filmes do ano.

 


Num filme de assassinos é estranho não haver nenhuma “missão” (por assim dizer) que ocupe todo o enredo. Mas In Bruges, não sendo no seu cerne apenas um filme de assassinos, se é que pode ser considerado um filme de assassinos…porque não precisa disso para nada.


Grande parte do filme limita-se a seguir Ray e Ken pelas suas visitas culturais. Se alguém me dissesse isto provavelmente disparava logo “mas qual é o interesse disso??”.  Muito, digo-vos. A combinação é exótica; as constantes discussões e as birras de Ray contrastam com a beleza e calma da portentosa cidade em pano de fundo e que, muitas vezes, toma o lugar de personagem, assistindo impávida e serena ao desmontar de um puzzle completamente alucinado.


O humor joga tanto no campo da idiotice desconcertante (que, diga-se, tem muita graça) como no da lógica partindo de pressupostos incrivelmente inteligentes, e aqui o diálogo toma especial importância. Quantas vezes em conversas com amigos ou conhecidos mandamos a nossa “bucha”? Ou os ouvimos mandar? E quando revemos essa conversa, não conseguimos evitar uma sonora gargalhada. In Bruges tem exactamente esse tipo de conversas: despreocupadas, naturais e cheias de “bocas” e asneiradas. Pode parecer um lugar-comum, mas se pensarmos bem, são raros os filmes que têm sucesso ao fazê-lo. In Bruges teve. Se teve!

 


Mas o mérito não pode ir só para o realizador/argumentista; os actores são, cada um e todos eles excepcionais. A química entre a dupla principal é maravilhosa e os seus momentos tête-à-tête são dos grandes highlights!


Brendan Gleeson é a derradeira figura paternal. Um homem que, paradoxalmente, nasceu e não nasceu para matar. Por trás daquela dureza para com Ray, ou depois, por trás de todo o apoio, está um homem infeliz e sozinho, e Gleeson é um deleite de se ver, um mapa emocional.
Do outro lado do ringue, Colin Farrell, naquele que é o melhor papel que lhe recordo. Espectacular! Talvez porque interpretou um irlandês e pôde finalmente dar aso à sua verdadeira natureza, talvez porque o esperava um personagem que só podia ser seu. A verdade é que o homem se encheu de sentimento e pujança, o que resultou numa personagem única e com a qual é simplesmente impossível não rir.
Depois há o sempre imperial Ralph Fiennes, que escusa grandes comentários; este senhor não brinca em serviço!


In Bruges não é apenas puro entretenimento, apesar de acreditar que sobreviveria bem se o fosse. Mas a realidade é que se trata de um filme extremamente complexo na sua moralidade e mensagem. Três homens, três almas torturadas que vivem sob cortinas de dor, vergonha e culpa soltam finalmente em Bruges toda a raiva e todos os demónios. No final, damos conta que rimos; mas rimos de algo que na verdade é real e doloroso, e que prevalece com mais força do que alguma vez poderíamos esperar.


Numa palavra, brilhante.
 

8.5/10

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2 comentários

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De Dan a 08.01.2009 às 01:44

Não me quero tornar repetitivo, mas esta crítica está muito boa, de novo, os meus parabéns!

Este filme está, sem margem de dúvida, no meu top 5 do ano! Fiquei seriamente em dúvidas se a comédia negra encaixava no meu perfil, quando vi o Burn after reading, uma vez que não apreciei assim muito o género de humor do filme. Após ver o In Bruges fiquei devidamente esclarecido, que, afinal, o humor negro, é o meu género de humor preferido! In Bruges está tão repleto de pequenos permenores, que até impressiona. É um filme a rever! :)
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De Filipe Coutinho a 08.01.2009 às 22:56

Exactamente, não é meramente entretenimento. É bem mais do que isso.

Um excelente produto que de mim leva o 9 :p

Bj

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