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"You may find Narnia a more savage place than you remember.”
Mais uma vez, e com pitada de sorte, tive direito ao meu bilhete duplo para a antestreia de The Chronicles of Narnia: Prince Caspian, no dia 16 de Julho. Para dizer a verdade, foi totalmente inesperado. Tanto que, quando recebi a notícia, no dia anterior à antestreia, não tinha ainda visto o primeiro filme. Um pouco à pressa, consegui vê-lo.
Nesta segunda adaptação da obra literária de C.S. Lewis, retomamos a acção do primeiro filme volvido um ano terrestre e… mais de 1000 anos “narnianos”.
Caspian, um príncipe Telmarino, é perseguido pelo seu tio (Miraz) que cobiça o seu lugar de (futuro) rei. Durante a fuga, Caspian trava conhecimento com narnianos e fica a conhecer a devastação que os seus antecessores provocaram em Narnia. Já em desespero faz soar uma trompa mágica que lhe foi dada pelo seu tutor – esta para ser apenas usada num momento crítico. O soar da trompa que faz com que Peter, Edmund, Susan e Lucy regressem para salvar uma Narnia em crise, triste, morta. Os quatro irmãos juntam-se a Caspian e têm agora a árdua tarefa de lutar contra o povo Telmarino – dominador de Narnia e que levou à extinção a maioria dos animais e criaturas mitológicas.
Ao contrário do que tinha acontecido com Lord of the Rings ou mesmo Harry Potter, a história de Narnia era-me, quase completamente, desconhecida: já ouvira falar algures, mas nunca li nenhum dos livros, nem nada acerca do enredo.
The Chronicles of Narnia: The Lion, The Witch and the Wardrobe avançou a um bom ritmo, mantendo um bom nível de interesse e dando a conhecer novas visões e novos mundos que não conhecíamos. Mostrou uma Narnia mágica, aberta a possibilidades que só nos sonhos mais selvagens imaginaríamos; e trouxe-nos ainda algo que contribuiu bastante para um filme mais consistente: uma excelente vilã. No entanto, The Lion, The Witch and the Wardrobe nunca chegou a brilhar na totalidade.
Prince Caspian, por seu lado, traz mais efeitos especiais, mais diversidade de criaturas, mais cenários grandiosos, mais batalhas… o que não significa que traga mais qualidade. A meu ver não bate o seu antecessor, que não sendo estupendo, cumpriu de forma competente aquilo que se lhe impôs.
Apesar de alguns bons momentos e sequências interessantes (de destacar algumas tiradas humorísticas muitíssimo bem colocadas), Prince Caspian não parece ser um filme por inteiro, acabando por ter alguns momentos desinteressantes, mortos. Por vezes, a (excessiva) fantasia e aparato parecem querer disfarçar alguma falta de originalidade, acabando por criar quebras, vazios na sequência. Os actores – novos nestas andanças – apesar de apresentarem significativas melhorias, parecem ter algo essencial em falta, o que os leva a si e aos seus personagens a não conseguirem “agarrar” o filme. De entre outras coisas, o que mais parece faltar a este filme é garra, alma.
Mesmo que inconsciente, o termo de comparação com Lord of the Rings é inevitável. É assustador para qualquer filme competir com a GIGANTE triologia que foi sublime não só a nível de direcção, montagem, efeitos especiais, etc, como também a nível de actores – poucos filmes do género se poderão gabar de um conjunto de actores tão selecto, uniforme e talentoso… Todos os outros filmes que o sucederam ficam, pois, num lugar ingrato. Assim, The Chronicles of Narnia Prince Caspian não é um filme mau, de modo algum; mas também não é um filme bom. É algo mediano, que não aquece nem arrefece…
Todavia, acredito seriamente que uma competição forte só gera cada vez mais vontade de fazer melhor - serve como um choque estimulante!
Existem ainda cinco livros das aventuras de Narnia para recriar no cinema, estando o próximo (The Voyage of the Dawn Treader) já em pré-produção.
Esperam-se melhores dias de uma história que parece ter muito mais para dar do que aquilo que deu até agora. E eu acredito que assim será e cá estarei para “gabar” um desses filmes!
6.5/10