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Point-of-View Shot - The Best Exotic Marigold Hotel (2011)

por Catarina d´Oliveira, em 12.10.12

 

"Everything will be all right in the end... if it's not all right then it's not the end."

 

A certa altura uma das mais carismáticas personagens que dão cor ao Hotel Marigold diz, a propósito do seu extremo receio das origens e trato da comida indiana, que “se não souber pronunciar, não quer comê-lo”. Ora não havia melhor forma de começar esta sumária análise do que com este apontamento hilariante saído da boca da gloriosa Maggie Smith, já que, ironicamente, e mantendo as analogias no plano gastronómico, o mais recente filme de John Madden é como um delicioso prato de canja numa noite fria de Inverno.

 

Best Exotic Marigold Hotel é um filme encantador que junta um grupo de atores reconhecidos para interpretar diferentes personagens cujas histórias acabam por se intersectar. Calma, não precisam fugir, uma vez que não estamos diante de uma daquelas gigantescas produções sensaboronas com um elenco capaz de ocupar por si só uma página de word. O que aqui temos é o “filme de elenco” raro, uma espécie de “Avengers” da representação, “atores heroicos” que dão o melhor de si enquanto se divertem com o que fazem, lembrando-nos sempre do quão bons podem ser. Os britânicos sempre tiveram boa queda para isto.

 

 

Ora, Marigold traz-nos a história de um grupo de reformados britânicos que, por uma ou outra razão, decidem ir passar uma temporada à Índia, local de beleza exótica que alia ao charme um custo de vida relativamente acessível. O que os une? O exótico hotel titular que, recém restaurado, os atraiu com visões de uma vida paradisíaca, tudo isto com narração por parte da protagonista Evelyn, ao estilo de Carrie Bradshaw.

 

A chegada ao local confronta-os, porém, com uma versão diferente dos acontecimentos: não só o hotel não é tão luxuoso como seria de esperar, como também guarda poderosas semelhanças com a própria vida do grupo de protagonistas, que acabam por ver a sua existência partilhada entre si, descobrindo que nunca é tarde demais para recomeçar.

 

John Madden trouxe-nos em 1998 Shakespeare in Love e depois de duas incursões pelo género de thriller com Killshot (2008) e The Debt (2010), está de regresso ao tema da paixão que desta vez se manifesta na própria vida.

 

 

Baseado no romance “These Foolish Things” de Deborah Moggach, o filme de Madden tem muito humor para contrabalançar o core temático que, isolado dos restantes dispositivos de equilíbrio, é assunto sério – a solidão, a melancolia da perda e o envelhecimento e as tribulações no caminho daqueles que se recusam a perder a graça e vitalidade.

 

A direção de Madden é silenciosa – com um elenco destes, não necessitava de ser de outra forma – o que não deixa de ser uma abordagem inteligente e curiosa, essa de deixar que a própria história de vida do grupo de personagens fale por si.

 

Entre os sete protagonistas, encontrar-se-ão favoritos para todos os gostos, e por constrangimentos de espaço, abstenho-me de comentar cada um da forma que justamente merecia; portanto vou destacar só a minha favorita.

 

 

Maggie Smith, que apesar de guardar Oscars, Emmys e Tonys nas prateleiras é “ingratamente” reconhecida pelas audiências jovens pela sua participação na saga Harry Potter, é portentosa, um regalo para os olhos mas sobretudo para os ouvidos com a sua politicamente incorreta Muriel. Uma vez mais, sabemos sempre onde o barco vai parar, mas é uma imensa alegria ver esta Senhora Cinema representar.

 

A viagem não se faz sem percalços, e voltando à analogia da canja, é natural que, de quando em vez, venha à boca um osso ou uma cartilagem. O ritmo é pouco uniforme (somos presenteados com um início deveras acelerado, enquanto a secção do meio se arrasta em alguns momentos), as personagens são subdesenvolvidas (algumas parecem mesmo ter sido abandonadas em certos pontos, como a de Celia Imrie), a Índia continua a ser “barulhenta, picante mas com povo hospitaleiro”, a previsibilidade de todo o arco é quase ela uma personagem e ao final só faltava um laçarote de tão limpinho e arrumadinho que ficou.

 

 

Mas Marigold é o justo tipo de filme que quase dói criticar, pelo calor tão genuíno que evoca. Talvez a própria previsibilidade faça parte do seu charme, tal qual o livro que relemos com tão o maior prazer do que a primeira vez.

 

Um bom candidato a conquistar os corações daqueles que não se sentem atraídos por super-heróis de licra – e bom, a esses também – Marigold triunfa também no sentido de saber situar a sua ambição no plano do razoável. Não é chocante ou intelectualmente intrigante, mas é tremendamente gentil e agradável.

 

A experiência de cada um dos integrantes deste grupo é diferente, e nem todos os caminhos vão dar a Marigold. Mas todos aprendem, e todos se sentem de alguma forma renascidos. A lembrança que fica, para eles que vivem e nós que assistimos é semelhante: aquela de que a “vida é um privilégio, e não um direito”.

 

 

7.5/10

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