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Point-of-View Shot - Peacock (2010)

por Catarina d´Oliveira, em 12.08.11

 

"I'm doing this because I love you. John. You know what happens... I warned you. I warned you, John. This is what you'll turn into. I warned you. Don't talk to anyone. Why would you keep things from me! Look at me. Look at me, John. Look at me. John!"

 

 

Cillian Murphy acaba de entrar num grupo muito restrito de homens do Cinema que aceitaram vestir-se como mulheres… e até não tinham mau aspecto. O actor irlandês fê-lo orgulhosa e talentosamente em Peacock, um thriller de 2010 lançado directamente para DVD.

 

Peacock está destinado a ser um daqueles filmes que pouca gente vê, mas que quem vê não esquece facilmente. É um interessante porém assustador olhar sobre o mundo da esquizofrenia. É verdade: às vezes temos de ter boa vontade e deixar de lado a descrença – alguns elementos são pouco verosímeis e questionáveis, digamos assim – mas vale a pena.

 

Desta feita, a nossa história passa-se nos anos 50, e o título do filme corresponde ao nome da pequena cidade do Nebraska onde John Skilpa leva a sua misteriosa e taciturna vida. John trabalha num banco, onde entra sempre pela porta dos fundos e trabalha num escritório sem janelas.


John é uma pessoa reservada, e raramente é visto pelos outros habitantes da cidade - por isso mesmo, é um mistério. Todavia, a população demonstra compaixão por um homem que perdeu recentemente a mãe e que supostamente se sente sozinho mas que não partilha o que sente com ninguém.

 

 

Mas John não está propriamente sozinho. As portas e as janelas esconderam até então Emma, uma mulher desconhecida que cozinha e trata da roupa do marido. Mas Emma está prestes a entrar no palco principal: um comboio descarrila no quintal dos Skilpa parando apenas a poucos metros de Emma.

 

A comunidade acorre rapidamente ao local do acidente, e dá-se o primeiro vislumbre desta mulher misteriosa. Emma corre para casa e quem regressa ao pátio é John. A confusão instala-se.

 

Este não é único evento de interesse em Peacock. De facto, decorre o período de campanhas para a eleição do Perfeito da cidade, e um dos candidatos, aproveitando o hype do acidente no quintal dos Skilpa, tenta persuadir o casal a autorizar a realização de um comício com o comboio descarrilado como pano de fundo. John não concorda, mas Emma sim, e faz tudo para que se torne uma realidade.

 

Ah, quase me esquecia… John e Emma são a mesma pessoa, e eventualmente, um tomará controlo sobre o outro.

 

O filme tende a desenrolar-se de forma lenta, mas não o suficiente para nos fazer perder o interesse. Na verdade, um filme destes nunca poderia ser acelerado, e este dá-se tempo suficiente para desenvolver as personagens, e dá-nos tempo para o digerir.

 

 

São especialmente os primeiros vinte minutos que nos fazem pensar “bolas, como é que isto não foi lançado em Cinema?”. Momentos de beleza ímpar, maravilhosamente construídos na base de silêncios e pouco diálogo.

 

Peacock toca em alguns assuntos sensíveis, como o abuso, esquizofrenia, crossdressing (ou travestismo) e prostituição. É pena que o tenha feito tendo em vista o rating de PG-13 (maiores de 13 anos, que em Portugal equivale à classificação de maiores de 12), uma vez que poderia ter almejado outros feitos, efeitos e especialmente outra eficácia. Deve sublinhar-se que é fácil depreender o que acontece à personagem, a questão é que estes elementos não são apresentados de uma forma tão forte como poderiam ser.

 

O final é agridoce: por um lado algo fraco e cliché, resolvendo conflitos mas deixando uns tantos outros em aberto; por outro, mais twists não fariam sentido, e John tinha imperativamente de fazer uma escolha - que fez - e que foi relativamente bem executada por um incêndio/suicídio.

Em termos técnicos, vale a pena prezar a fotografia de Philippe Rousselot, que não só tem momentos lindíssimos como capta exemplarmente a natureza rural do Nebraska. A banda sonora original de Brian Reitzell é também de referência, ao bom estilo dos thrillers clássicos.

 

Quanto ao elenco, Cillian Murphy prova mais uma vez daquilo que é feito, com uma performance dupla magnífica. Ao mesmo tempo que captura toda a intensidade, trauma e pressão de John, também desenvolve exemplarmente e passo-a-passo a personalidade cada vez mais forte de Emma, como uma mulher que se acomoda cada vez mais no seu ambiente.

 

 

Nos secundários, Ellen Page é eficiente como uma jovem desesperada para fugir da sua terra natal e Susan Sarandon, bom, não há como errar – é uma senhora actriz. Keith Carradine e Bill Pullman beneficiariam (e talvez o filme também) se tivessem os seus personagens mais presents e desenvolvidos.

 

Peacock tenta – e é um louvável filme de esforços – erguer-se num bom conceito com ideias mal desenvolvidas. As interpretações e elementos técnicos ajudam, mas não são o suficiente para o tornar o grande filme.

 

Contudo, aqueles que decidirem embarcar nesta viagem intrigante, podem esperar um bom indie que recebeu menos crédito do que devia. Não está perto de ser perfeito, mas todos os envolvidos estão empenhados no sucesso desta história profundamente convoluta.

 

7/10

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