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Deep Focus - A língua estrangeira vista por Hollywood

por Catarina d´Oliveira, em 03.03.11

  

De vez em quando, Hollywood gosta de entrar numa onda eclética e decide colocar línguas estrangeiras nos seus filmes. Todos nós já sabemos do seu patriotismo e da mania de americanizar tudo (não só no cinema, mas em todos os aspectos que se possam imaginar), mas a verdade é que de vez em quando, tem mesmo de se enfiar uma outra língua (que não a inglesa) para dentro de um filme, e não podem simplesmente por os seus personagens mudos (como acontece nos trailers americanos dos filmes estrangeiros; é um mimo). O problema é que muitas vezes, a coisa não sai bem feita…

 

Vamos então ver sucintamente as possibilidades para representar uma língua estrangeira (ou seja, não inglesa) no cinema:

 


 

Se há coisa que os amigos americanos não gostam é de um bom filme com legendas. Estão mal habituados, é o que é. De qualquer forma, para evitar este desconforto de ler legendas, os estrangeiros são representados por actores a falar inglês com o sotaque da nacionalidade que supostamente representam; por exemplo, um alemão seria representado por alguém a falar inglês com sotaque alemão, e a lógica será sempre esta. O inglês permite-lhes sempre entender os diálogos, e o sotaque situa-os geograficamente. Muito prático, e bastante utilizado.
Grandes filmes utilizaram a técnica, como por exemplo, The Schindler’s List. Outro exemplo foi Alexander the Great, onde vários personagens utilizaram sotaques, incluindo Angelina Jolie, com o seu infame e incompreensível sotaque normalmente considerado como um dos piores da história do cinema.

 

 

 

Já repararam que existem filmes onde, por mais estranha que a língua possa parecer, os falantes da língua inglesa conseguem perceber tudo o que os estrangeiros falam? Às vezes até percebem o que os cães querem dizer… são um autêntico prodígio.

É óbvio que nenhum dos falantes da língua de Shakespeare vai responder na mesma língua, não vamos baixar o nível da coisa não é? Mas conseguem perceber tudo bastante bem.

 

Um caso prático: chineses. Tenho para mim que devem ser dos povos com mais dificuldade em aprender outras línguas, o que se comprova nos filmes onde, normalmente, falam chinês e ninguém percebe. Todavia, se recordarem os filmes de Ocean’s Eleven, o personagem Amazing Yen continua sem dizer uma única palavra em inglês, mas percebe o que os outros dizem perfeitamente. É só porque falar em chinês é giro. Quanto ao gang de Danny Ocean, bom… eles também percebem perfeitamente o que o nosso amigo chinês diz. São ladrões inteligentes, todos fluentes em mandarim (apesar de nenhum falar). Uau, cada vez mais verosímil Ocean!

 

O Star Wars é outro que faz basicamente o mesmo, com personagens como Chewbacca, R2D2 e outros. Eles rosnam, apitam ou fazem qualquer outro som irreconhecível ao ouvido do comum dos mortais, mas Han Solo parece entender todas as línguas aliens que existem por aí. Só não esperem que ele responda na mesma língua. Americano que é americano ou fala inglês ou não há nada para ninguém.

 

 

 

Como por tradutores, legendas ou fazer sotaques fieis dá muito trabalho, alguns argumentistas determinam simplesmente que toda a gente fala inglês. Seja qual for a nacionalidade. Só para facilitar. São inúmeros os exemplos desta “ofensa”, mas podemos considerar um grande número de filmes históricos como Troy, e alguns filmes com aliens também entram aqui, visto que muitos deles chegam à Terra e sabem falar um inglês perfeito.

 

 

 

Esta também é bastante comum: um actor de uma determinada nacionalidade “fingir” que está a falar noutra língua.

 

Os americanos normalmente não notam e aceitam que aquela mente brilhante saiba falar fluentemente e sem erros para os nativos de uma determinada língua mesmo que, em metade das vezes, a coisa seja tão mal falada que precisa de legendas na versão internacional desse país.

 

Neste caso, vou utilizar um exemplo que, não sendo do cinema, é português e daria para vos fazer entender. Estou certa que todos já ouviram o José Mourinho falar inglês ou mesmo outra língua. Apesar de não duvidar dos seus dotes para as línguas, a pronúncia é cerrada como um bom zézé. Agora imaginem o que é pôr o José Mourinho a interpretar um americano chamado Joseph – o sotaque era verosímil? Pois… não. Outro exemplo: já devem ter notado que existem alguns sons em português que não existem noutras línguas como o inglês, o que normalmente os leva a ter sotaques muito cerrados quando falam português. Então agora, ponham um inglês a protagonizar um filmes português no papel de Manel das Couves. Resulta? Hmmm não!

 

Foi mais ou menos isso que se passou em Crouching Tiger, Hidden Dragon, quando a audiência chinesa se contorceu no cinema enquanto os personagens de Chow Yun-Fat e Michelle Yeoh, cuja língua nativa é o cantonês, tropeçavam nas suas falas em mandarim. Para nós que não percebemos nada de uma ou outra forma, parece tudo muito bem, mas para a audiência chinesa era o mesmo que ter o mourinho com molas nos olhos e a tentar falar chinês fazendo-se passar por nativo.


 

 

Ora aqui está a técnica menos utilizada de todos, porém a mais correcta do lote: utilizar de facto nativos de um local para falarem na língua desse mesmo local. Não é complicado, e já há quem o tenha feito com sucesso. O caso mais notável e presente que temos é o de Inglourious Basterds de Quentin Tarantino que apresenta um elenco all-star de origens várias, tendo valido um Oscar ao brilhante poliglota Christoph Waltz.


*** *** ***

 

Nota final: Bom, é óbvio que este artigo foi escrito mais pela "graça" do que pelo objectivo da sua aplicação real. Hollywood é (para nós) a maior indústria cinematográfica do mundo e era um pouco limitador excluir as suas interpretações de outras línguas só porque não gostamos da forma como o fazem. Temos de admitir… com pouco mais de 200 anos de história (EUA), não há assim tantas histórias interessantes para contar.

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2 comentários

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De RM a 04.03.2011 às 17:14

Não sei se vem muito a propósito, mas já viste o Mistério da Estrada de Sintra (não que o meu entendimento em cinema seja alguma coisa digna de nota, mas que considero um bom filme português)?

Ora nesse filmesito também assim umas cenas poliglotas entre português, espanhol e inglês. Tiveram a decência de arranjar realmente alguém que conseguisse disparatar hábil e ferozmente o castelhano e um desgraçado de um inglês que andou aos pontapés à gramática do Camões. Mas...enfim, não é isso que acontece na realidade? E no fim até se percebem uns aos outros. (lol)
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De Inês a 04.03.2011 às 21:22

A melhor parte é que os "estrangeiros" quando falam entre si também falam inglês -.-

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