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Point-of-View Shot - Despicable Me (2010)

por Catarina d´Oliveira, em 19.11.10

 

 

"We are going to pull of the TRUE crime of the century... we are going to steal the MOON!"

 

2010 tem sido um ano particularmente fraco para o Cinema. Todavia, parece-me sinceramente que os filmes de animação estão a querer salvar a alma do convento.

 

“Nada para desdenhar mas muito para celebrar” – parece ser este o mote da mais nova animação da Universal Pictures e Illumination Entertainment. Apesar de não ter o selo Pixar, o grande estúdio das animações, esta comédia irreverente mostra que não é só um bando de brinquedos que tem algo a dizer este ano. De facto, estamos perante uma inteligente e emocionante viagem que ainda nos trouxe os maiores “scene stealers” desde Scrat em Ice Age.

 

Gru é um vilão wannabe que nao consegue obter lucros nas suas maldades para o desagrado do administrador do Banco do Mal. Quando Gru tenta roubar a Torre Eiffel, acaba com a miniatura de Las Vegas e as coisas ficam ainda mais negras quando um concorrente emergente chamado Vector (o personagem mais desinteressante da historia) rouba a Grande Pirâmide do Egipto.

 

A Velha guarda está seriamente ameaçada e Gru, num acto de audácia, resolve elevar a fasquia: roubar a Lua. Mas Gru não enfrenta dificuldades apenas em Vector e no banqueiro que lhe nega os fundos necessários a missão, e também na sua mãe. Vilão que se preze tem o seu pack de”mommy issues”, não é verdade?

 

 

Mas como até aqui não tínhamos subastância suficiente para uma boa intriga, eis que surgem três órfãs, Margo, Edith e Agnes que servem inicialmente de meras peças no plano de Gru. Vendedoras de bolinhos desde sempre no orfanato, são o isco perfeito para entrar na casa de Vector onde está a desejada arma para encolher a Lua. Depois deste masterplan, elas vão ser enviadas de volta para o orfanato a sangue frio… isto claro, se o Amor não despoletar e não decidirem viver todos felizes para sempre.

 

Despicable Me vem de uma ideia de um animador espanhol animada por uma equipa francesa, e talvez pelas suas raízes europeias vejamos algo de refrescante e completamente original em Gru, talvez, até, cosmopolita.

 

Se olharmos para o nosso horizonte cinematográfico, reparamos que são raríssimas as animações sobre vilões. É claro, quase todas têm vilões, mas o seu propósito é apenas serem vencidos pelo herói. The Incredibles esteve perto, mas o role model positivo acabou por vir ao de cima. Este ano, ao que parece, temos dois vilões a dominar as animações: Gru e Megamind (a estrear brevemente em Portugal). Deve também notar-se é claro, que esta é uma história de redenção, senão se calhar este não poderia ser um filme familiar… mas ainda assim, e numa era em que tudo é uma cópia de uma cópia, é refrescante ver algumas maldades como uma história de adormecer negada.

 

Despicable Me fica para trás na liga Pixar muito por culpa de um enredo previsível. É tudo demasiado claro. O twist emocional por que todos esperamos acontece – as crianças começam a crescer em Gru e deixam de ser apenas instrumentos para atingir um fim. Mas apesar da previsibilidade, há uma questão muito interessante a reter. Para conseguir obter o que quer das órfãs, Gru tem de fazer o que todos os pais são obrigados a fazer: agir como um pai que se preocupa. O bully das três é constante, e consequentemente, vemos o nosso vilão em aulas de dança e montanhas russas, e Gru é o perfeito retrato daquelas complicadas partes da paternidade que parecem mais um peso do que uma alegria. Nestas cenas, as crianças riem-se dele a bandeiras despregadas. E os adultos riem-se com eles, porque pelo menos os pais viram o verdadeiro vilão… e esse vilão são eles mesmos.

 

 

Mas algumas sequências individuais e as mãos cheias de personagens memoráveis tornam esta uma magnífica experiência.  A animação seguida de perto pelos realizadores Chris Renaud e Pierre Coffin alcança a nota máxima na energia, imaginação e cor, ainda que não alcance os níveis de detalhe e profundidade da Dreamworks e Pixar. Os animadores parecem ter-se inspirado no macabre da Família Addams em muitos momentos – de facto, Gru apresenta algumas semelhanças em relação ao Uncle Fester da família Addams.E à medida que Gru ameaça, congemina planos maléficos ou simplesmente rebenta o balão de uma criança, constatamos que os seus actos não são mais que tentativas para chamar à atenção.

 

A pirâmide invertida utilizada como princípio pelos jornalistas – captar a atenção dos leitores pondo a informação mais importante bem destacada – é invertida novamente em Gru, tomando a sua forma original. A animação começa por ter pernas curtas para crescer e alargar ao longo do tempo, culminando numa meia hora final que vale por todo o filme.

 

Na versão original, Gru tem a voz emprestada de Steve Carrell, na versão portuguesa, Nicolau Breyner cumpre a tarefa. E, apesar dos meus receios, cumpre bem, mais que bem no seu sotaque afectado no Leste. Todos os restantes, incluindo as crianças são também sublimes (quem não se apaixonou pela Agnes e a sua canção dos unicórnios?).

 

Não podia, é claro, deixar de falar nas grandes estrelas, os minions, os gadgets chaplinescos. É comédia instantânea, pronta a avivar a mais morta e lenta das cenas. Num twist diabólico que não demora mais do que dois segundos, uma gargalhada explode na nossa boca sem darmos conta. Sem sequer falarem uma língua compreensível na maior parte do tempo, a sua mensagem passa sempre e funciona. Acho sinceramente que a comédia precisava de mais minions para voltar à sua glória. Além dos minions, também Agnes, amais nova das orfãs merece reconhecimento sendo a fonte de 90% dos "awwwww" que ouvimos na sala aolongo da sessão.

 

 

Infelizmente para a fita, há momentos (ainda que sejam poucos) de mau gosto. No orfanato onde viviam as três “filhas” de Gru, as crianças vendiam bolinhos de porta em porta, e as que não fossem bem sucedidas eram postas de castigo numa caixa de cartão (“The Box of Shame”) durante horas… é suposto ter piada? A mim não me pareceu.

 

Não funciona a tantos níveis como o seu concorrente da bonecada da Pixar, mas também não insulta os espectadores mais velhos. È quase um “tudo incluído”, e é indubitavelmente o dark horse deste ano.

 

Quando as luzes do cinema acendem depois de sensivelmente hora e meia ficamos com a ideia que o que acabámos de ver não é como o Toy Story 3. Este é um filme feliz, enquanto provavelmente a primeira palavra que nos surge sobre as últimas aventuras de Woody e Buzz é “triste”. É uma bonita história, que nos toca de uma forma bem profunda; talvez a melhor animação do ano em termos de narrativa, edição e técnica. Mas se vos apetece rir, sorrir e sentir o coração quente, entrem nesta maravilhosa viagem por um mundo onde se pode sonhar tão alto ao ponto de roubar a Lua. Com armas que disparam gases, que diminuem objectos e atiradores de lulas, Despicable Me é o alegre antídoto à melancolia de Toy Story 3.

 

Voltando à primeira frase desta crítica, esta é uma fita para celebrar. Afinal, que levante o braço quem saiu da sessão sem um sorriso na cara. E, daqui a uns anos, quando o meu sobrinho puder ver e entender este filme, quero vê-lo ao lado dele.

 

"Unicorns, I love them. Unicorns, I love them. Uni uni unicorns, I love them. Uni unicorns, I could pet one if they were really real. And they are! So I bought one so I could pet it. Now it loves me, now I love it. La lala la la..."

 

7/10

 

 

Nota: Continuo sem perceber o 3D. Além de me provocar dores de cabeça, não vejo o ganho em termos de experiência cinematográfica que podemos obter… e são mais uns euros à rua. O filme é tão alegre que não precisa destas engenhocas. Eu sei, sou “antiquada” e anti-3D… mas, em 95% das vezes… não é tão desnecessário?

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3 comentários

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De Palavreadora a 19.11.2010 às 16:50

Correcção: Euros à rua, não! Ao bolso de quem ganha com o 3D. Eu diria que o 3D não é mesmo preciso de todo! É como li noutro blog de cinema: é acabar com o verdadeiro gosto cinéfilo e tratar o cinema como um circo. Não vamos mais ao cinema pela paixão de estar dentro daquela sala escura com um ecrã enorme, nós dentro da história pelo seu conteúdo e não pelos efeitos mais ou menos tridimensionais.Vamos para ver o actor xis mesmo ali ao nosso lado ou coisa do género.
Já me perguntei isto: quem faz filmes já não os sabe fazer tão interessantes como antes e tem de chamar as pessoas pelo 3D? Que triste. Se eu fosse realizadora, evitaria este tipo de chamariz, não?! Era admitir que não conseguia mais que aquilo e então, para compensar, tomem lá com os actores grandes e vívidos pelos olhos dentro, nem se repara que a história está mal contada.
Enfim, é tema que dá pano para mangas.
Só espero que isto não seja outra mudança no cinema tipo mudo-sonoro ou preto/branco-cores. Pode ser que daqui a uns tempos se cansem da moda e volte tudo ao normal!
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De Catarina d´Oliveira a 19.11.2010 às 17:22

Tens razão palavreadora. Eu, se puder escolher, escolho sempre 2D. Além de ser um balurdio que se pagapelo 3D, simplesmente não vale a pena.

Felizmente há realizadores que se recusam a utilizar o 3D senão estávamos tramados.

Mas apesar de tudo, acho que o 3D não será tão radical ao ponto da substituição do mudo pelo sonoro, mas também não vejo a sua "extinção" para breve..

Enfim.. foi um passo em falso do cinema na minha opinião.

Obrigada pela participação! =)
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De Joana Persoa a 23.12.2010 às 19:52

Este é o melhor filme de animação que vi nos últimos tempos, não duvido. Look at that fluffy unicorn! IT'S SO FLUFFY I'M GONNA DIEEEE. :P

Sobre o seu comentário, é com tristeza que ainda não sublinhei Trafaria no meu mapa, estou à espera de um convite!

beijinho

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