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Point-of-View Shot - 500 Days of Summer (2009)

por Catarina d´Oliveira, em 12.01.10

 

"This is a story of boy meets girl. The boy, Tom Hansen, grew up believing that he’d never truly be happy until the day he met the one. The girl, Summer Finn, did not share this belief. You should know up front this is not a love story".

 

(500) Days of Summer é algo raro: uma comédia romântica original. Terno e fresco, é um take diferente sobre o destino, a paixão, o sofrimento e a esperança. É, essencialmente, dedicado aos que apreciam os sentimentos e as emoções das comédias românticas mas estão cansados dos clichés e dos repetidos cute/happy endings.

 

O título americano engana; não se refere a uma estação quente prolongada, mas sim a 500 dias na vida de um jovem apaixonado por uma rapariga pouco convencional e misteriosa chamada Summer.

 

Tom é um arquitecto que, por obra do destino e da conjuntura económica, acabou fechado num cubículo de escritório a escrever cartões para casamentos e bar-mitzvás. Summer é a nova secretária do chefe de Tom . No primeiro dia em que Tom lhe põe a vista em cima, convence-se que é ela a Tal e é mesmo melhor do que “a rapariga dos seus sonhos”. 
O problema: Summer não acredita no amor à primeira vista… talvez nem acredite no Amor.

 

 

Sabemos desde logo que as coisas não vão acabar bem – diz o narrador que “esta não é uma história de amor” -  e o fascínio surge mesmo do facto de podermos ver a forma como as situações se desenvolvem e como a relação evolui da frescura e excitação para o amargo do cansaço.

 

Mas (500) Days of Summer não é tanto sobre os estadios da relação - o primeiro contacto, o click, a grande discussão, o fazer as pazes, etc; é antes um ensaio sobre aquilo que acontece entre estas diversas fases. Não assistimos a situações, assistimos às respostas dos “porquês”. E é assim que se constrói uma refrescante comédia-romântica-dramática que se liberta dos clichés seguindo os altos, baixos e incógnitas do amor contemporâneo.

 

A fita, reacendendo a chama deixada pelos clássicos de Woody Allen, segue as mesmas premissas que Annie Hall e/ou Manhattan: nem todos os romances acabam bem, por mais cor-de-rosa que possam parecer inicialmente, entrando até em conflito com "primas" do género: não existe apenas uma pessoa certa para cada um de nós, por mais que possamos pensar assim quando irremediavelmente infatuados. Borbulhando energia, emoção e inteligência (no argumento, diálogo e estrutura), pisca o olho à confusa montanha-russa que são a Paixão e o Amor. Uma história sobre a devastação da rejeição da parte daquele que acreditamos ser o amor das nossas vidas.

 

É difícil assistir a (500) Days of Summer sem recordar os saltos temporais de Memento (que costroem o mosaico dos 500 dias de paixão de Tom), ou o momento musical de Slumdog Millionaire ou o estilo visual de Juno, nunca se confundido com nenhum deles. É, aliás, um filme muito senhor de sim, e com um lote de lembranças desta categoria, o resultado não poderia ser mau.

 

 

A dupla protagonista tem uma química palpável (tanto nos momentos frios como quentes) e verosímil, e é sem dúvida um alívio não ver um poster com 20 caras famosas de histórias de amor entrecruzadas.

 

Filmado por Eric Steelberg, é visualmente aprumado e inovaor, exalando energia positiva.
O interesse de Tom pela arquitectura é explorado de uma forma única, tornando Los Angeles a terceira personagem principal da fita. À medida que Tom faz de guia cultural numa tour pelos edifícios antigos, não conseguimos deixar de ficar fascinados com algo que não teríamos sequer notado se não nos fosse chamado à atenção. As cores e o próprio guarda-roupa contribuem para o look lustroso e único de um dos filmes com mais estilo do ano.
Os excertos musicais são quase como que poesia saída dos poros dos intervenientes, tal intricadas estão na acção.

 

Outro ponto positivo parte do afastamento da norma de que, do ponto de vista masculino, a história tenha quantidades desproporcionadas de sexo e machismo. Marc Webb (o realizador) respeita não só a história e os personagens, como também o público.

 

 

Um dos pontos altos é o momento musical que sucede a primeira noite de Tom e Summer; muito ao estilo de Singin’ in the Rain, apesar de mais colorido e vibrante. Várias pessoas na rua juntam-se a Tom para celebrar a quebra de uma importante barreira e cantam e dançam ao som de You Make My Dreams. Mas é a partir de momentos como este, os close-ups angelicais de Summer ou o split-screen devastador da “realidade/expectativa” que mostram que a história é vista pela lente subjectiva dos olhos de Tom.

 

A crítica negativa recai, entre outros pequenos pormenores, sobre os personagens secundários que não funcionam segundo aquilo que pareciam dever funcionar: comic-reliefs. As intervenções são fracas e sem graça e, quando em cena, quebram o ritmo.

 

(500) Days of Summer apresenta-se como uma obra extremamente humana e sincera: o amor nem sempre está onde esperamos e… sim senhora, magoa.

 

9.5/10 (a personal favourite, i must admit)

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5 comentários

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De Roberto Simões a 13.01.2010 às 00:49

Aiiiiinda não vi o filme e é raro o dia em que não penso nele, admito. São por demais as críticas positivas que já li a respeito. A tua fá-lo de forma magistral. Só anseio por vê-lo então e poder confirmar as expectativas e as tuas justificações para a tua apreciação. Poucas coisas há em cinema que goste tanto quanto uma comédia original.

Cumps.
Roberto Simões
CINEROAD - A Estrada do Cinema (http://cineroad.blogspot.com/)
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De Tiago Ramos a 13.01.2010 às 01:06

(500) Days of Summer tem tudo para se tornar um filme de culto. Sensível e honesto, separa os sonhos da realidade e mantém o espectador sempre de pés no chão, mesmo que - a dada altura - nos sintamos acima dele. Divide a realidade das expectativas (literalmente!), força-nos a ter uma visão honesta do Amor.
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De l00ker a 13.01.2010 às 13:07

Excelente crítica. Só não concordo com uma coisa: a nota que lhe deste!! ;) Beijinho e bem-vinda
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De Flávio Gonçalves a 14.01.2010 às 21:59

Concordo em pleno, mesmo na classificação atribuída... e muitos parabéns pela crítica, está estupenda!

Abraço!
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De Nekas a 16.01.2010 às 22:56

(500) Days of Summer é uma espectacular dramédia.
Está lá tudo o que caracteriza o amor e a sociedade envolvente. A cultura pop serve de catalisador assim como a não-crença nos sentimentos mais despertados no entanto mais complexos - dor e amor. Entre tanto mais...


Uma das melhores surpresas do ano!

Abraço
http://nekascw.blogspot.com/

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